Por Muhanad Mohammed e Khaled Farhan
NAJAF, Iraque (Reuters) - O clérigo muçulmano xiita Moqtada al-Sadr conclamou uma multidão de fiéis neste sábado a resistir aos ocupantes do Iraque e se opor aos Estados Unidos, mas não necessariamente por meio de armas.
Em seu primeiro discurso desde seu regresso ao país, na quarta-feira, após anos de um autoimposto exílio no Irã, o outrora agitador voltou a exibir suas credenciais antiamericanas, mas pediu a seus apoiadores que dêem uma chance ao novo governo iraquiano, comandado pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki.
"Nós ainda somos combatentes", afirmou Sadr, que comandou duas insurreições contra os Estados Unidos após a invasão de 2003, comandada pelos americanos. O clérigo também exigiu uma retirada anterior ao prazo dado pelos americanos, para o final deste ano.
Sadr, cuja milícia Exército Mehdi lutou contra os Estados Unidos e que foi responsabilizado por boa parte da violência sectária que atingiu o Iraque, pediu a seus seguidores que cantassem: "Não, não à América".
Ele classificou os Estados Unidos, Israel e a Grã-Bretanha como sendo "inimigos comuns" e exigiu que o governo iraquiano, no qual seu movimento terá um papel de destaque, honre o compromisso de pôr fim à ocupação americana ainda neste ano, como foi acordado.
O número de soldados americanos caiu para menos de 50 mil desde que os Estados Unidos limitaram o seu papel ao de auxiliar as autoridades iraquianas, no dia 31 de agosto.
Dezenas de milhares de pessoas em todo o Iraque ficaram horas do lado de fora da casa de Sadr, na cidade sagrada xiita de Najaf, carregando bandeiras iraquianas e retratos do clérigo de turbante negro, enquanto o saudavam de forma entusiasmada.
O retorno de Sadr sacudiu o Iraque, que se prepara para a plena retirada americana no final deste ano. O país quer usar sua vasta riqueza petrolífera no processo de reconstrução, após anos de guerra sectária e de décadas de estagnação econômica sob Saddam Hussein, no período que precedeu a invasão.
Alguns representantes da minoria islâmica sunita estão apreensivos quanto ao restabelecimento da milícia de Sadr, mas a maior parte dos iraquianos parece ter esperanças de que o retorno do clérigo nesse momento crítico possa solidificar a frágil estabilidade do Iraque, enquanto a violência cai, apesar de contínuos ataques por parte de insurgentes.
Sadr afirmou que os ocupantes devem ser resistidos "por todos os meios", mas acrescentou que armas deveriam ser usadas "somente por pessoas de armas", um comentário que pareceu um endosso à autoridade do Exército e da polícia e que pode aplacar temores do regresso do Exército Mehdi.
O clérigo, que teria deixado o Iraque em 2006 ou 2007, após ter sido emitido um mandato de prisão contra ele, disse a seus apoiadores que eles podem realizar atos de resistência ao se opor aos ocupadores "em seus corações".
Você quer saber mais?
http://br.reuters.com
NAJAF, Iraque (Reuters) - O clérigo muçulmano xiita Moqtada al-Sadr conclamou uma multidão de fiéis neste sábado a resistir aos ocupantes do Iraque e se opor aos Estados Unidos, mas não necessariamente por meio de armas.
Em seu primeiro discurso desde seu regresso ao país, na quarta-feira, após anos de um autoimposto exílio no Irã, o outrora agitador voltou a exibir suas credenciais antiamericanas, mas pediu a seus apoiadores que dêem uma chance ao novo governo iraquiano, comandado pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki.
"Nós ainda somos combatentes", afirmou Sadr, que comandou duas insurreições contra os Estados Unidos após a invasão de 2003, comandada pelos americanos. O clérigo também exigiu uma retirada anterior ao prazo dado pelos americanos, para o final deste ano.
Sadr, cuja milícia Exército Mehdi lutou contra os Estados Unidos e que foi responsabilizado por boa parte da violência sectária que atingiu o Iraque, pediu a seus seguidores que cantassem: "Não, não à América".
Ele classificou os Estados Unidos, Israel e a Grã-Bretanha como sendo "inimigos comuns" e exigiu que o governo iraquiano, no qual seu movimento terá um papel de destaque, honre o compromisso de pôr fim à ocupação americana ainda neste ano, como foi acordado.
O número de soldados americanos caiu para menos de 50 mil desde que os Estados Unidos limitaram o seu papel ao de auxiliar as autoridades iraquianas, no dia 31 de agosto.
Dezenas de milhares de pessoas em todo o Iraque ficaram horas do lado de fora da casa de Sadr, na cidade sagrada xiita de Najaf, carregando bandeiras iraquianas e retratos do clérigo de turbante negro, enquanto o saudavam de forma entusiasmada.
O retorno de Sadr sacudiu o Iraque, que se prepara para a plena retirada americana no final deste ano. O país quer usar sua vasta riqueza petrolífera no processo de reconstrução, após anos de guerra sectária e de décadas de estagnação econômica sob Saddam Hussein, no período que precedeu a invasão.
Alguns representantes da minoria islâmica sunita estão apreensivos quanto ao restabelecimento da milícia de Sadr, mas a maior parte dos iraquianos parece ter esperanças de que o retorno do clérigo nesse momento crítico possa solidificar a frágil estabilidade do Iraque, enquanto a violência cai, apesar de contínuos ataques por parte de insurgentes.
Sadr afirmou que os ocupantes devem ser resistidos "por todos os meios", mas acrescentou que armas deveriam ser usadas "somente por pessoas de armas", um comentário que pareceu um endosso à autoridade do Exército e da polícia e que pode aplacar temores do regresso do Exército Mehdi.
O clérigo, que teria deixado o Iraque em 2006 ou 2007, após ter sido emitido um mandato de prisão contra ele, disse a seus apoiadores que eles podem realizar atos de resistência ao se opor aos ocupadores "em seus corações".
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