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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Essencialismo


Saul Aaron Kripke

A Antropologia filosófica é o “ser humano por ele mesmo”, sobre como o s humano se define e se vê. Destacaremos três definições dentre várias dentro da Antropologia: Essencialista (ou Metafísica), Naturalista (ou Científica) e Histórico-Social (nas vertentes existencialista e dialética). A teoria Essencialista busca a igualdade na diversidade dos homens, mesmo que cada ser humano seja diferente, na educação existe um padrão a ser seguido.

O Essencialismo é uma doutrina filosófica segundo a qual os particulares (pessoas, cadeiras, árvores, números, etc.) têm pelo menos algumas propriedades essencialmente. Um particular tem uma certa propriedade essencialmente quando esse particular não poderia existir sem ter essa propriedade. Por exemplo, intuitivamente, Sócrates não poderia deixar de ter a propriedade de ser um ser humano; mas poderia não ter sido ateniense, se tivesse nascido noutra cidade.

A definição formal de propriedade essencial é a seguinte:

Um particular tem uma dada propriedade essencialmente se, e só se, esse particular tem essa propriedade em todos os mundos possíveis nos quais esse particular existe.
Deste modo, podemos distinguir as propriedades essenciais das propriedades necessárias:

Um particular tem uma propriedade necessariamente se, e só se, esse particular tem essa propriedade em todos os mundos possíveis.
Dada a definição, só os existentes necessários — os particulares que existem em todos os mundos possíveis — podem ter propriedades necessárias. Os particulares contingentes, como as pessoas, as árvores, etc., só podem ter propriedades essenciais, mas não necessárias.

Um particular tem uma dada propriedade contingentemente quando tem efectivamente essa propriedade, mas poderia não ter; ou, na linguagem dos mundos possíveis, quando esse particular tem essa propriedade no mundo tal como é, mas não a tem em alguns mundos possíveis.

Há propriedades essenciais triviais, como a propriedade de não ser mais alto do que si próprio. Este tipo de propriedades essenciais não caracterizam a tese do essencialismo, que defende a existência de propriedades essenciais substanciais, como a propriedade que a água tem de ser H2O, ou a propriedade que Sócrates tem de ser um ser humano, ou a propriedade que o João tem de ser filho de Maria.

História do essencialismo

As primeiras ideias essencialistas foram defendidas por Aristóteles, mas caíram em desgraça com o nascimento da ciência moderna; tais ideias foram "condenadas por associação pecaminosa", isto é, por estarem de algum modo relacionado com a metafísica medieval, considerada incompatível com a ciência moderna. Quine condena o essencialismo em parte por causa deste preconceito, e em parte porque o essencialismo pressupõe a noção de que o mundo tem uma natureza independente do modo como o pensamos ou descrevemos (realismo), ao qual Quine se opunha igualmente.

Willard Van Orman Quine, em "Three Grades of Modal Involvement", caracterizou da seguinte maneira o essencialismo: "A doutrina de que alguns dos atributos de uma coisa (inteiramente independente da linguagem em que a coisa é referida, se é que é referida) pode ser essencial à coisa, e outros, acidentais."

Quine opõe-se ao essencialismo por considerar que as coisas não têm em si mesmas propriedades essenciais ou acidentais; tudo depende da maneira como as descrevemos. Para provar esta tese, Quine apresenta os famosos argumentos do ciclista matemático e dos planetas. Mas nenhum dos argumentos consegue fazer mais do que refutar a teoria linguística da necessidade, desenvolvida por Carnap e rejeitada por Quine. A nova teoria essencialista apresentada por Kripke e outros filósofos não é abalada pelos argumentos de Quine.

Atualmente muitos filósofos aceitam o essencialismo substancial de Kripke; outros, todavia, continuam a rejeitar estas ideias, favorecendo a ideia positivista de que a lógica, ou a linguagem, é "a mãe da necessidade".

Um dos avanços mais significativos da filosofia do século XX foi o fato de Saul Kripke ter mostrado claramente que as refutações fáceis do essencialismo, que pareciam mostrar que se tratava de uma teoria irremediavelmente defeituosa, resultavam na verdade de uma confusão elementar entre palavras e coisas. Se os nomes próprios não forem encarados como designadores rígidos, ou se não se admitir outros designadores quaisquer que sejam rígidos, é impossível refutar o essencialismo, mas fica-se com a sensação falsa de que se refuta o essencialismo. Isto porque nesse caso se consegue mostrar trivialmente que a frase "Sócrates era um ser humano" é falsa em alguns mundos possíveis, nomeadamente, nos mundos possíveis em que não estamos a falar de Sócrates, mas de outro particular referido pelo nosso nome "Sócrates".

Só que, como não estamos já a falar de Sócrates, mas de outro particular, não conseguimos refutar realmente o essencialismo: apenas confundimos palavras com coisas. Seria como tentar provar que Cavaco Silva, presidente de Portugal, poderia ter sido Mário Soares: num mundo possível em que ele perdeu as eleições e em que Mário Soares ganhou as eleições, a expressão "o presidente da República" refere Mário Soares. Mas pensar que, por causa disto, Cavaco Silva poderia ter sido Mário Soares, é confundir palavras com coisas.


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Pós-estruturalismo

Jacques Derrida,  foi um dos mais importantes filósofos do pós-estruturalismo e pós-modernismo.

Pós-estruturalismo refere-se a uma tendência à radicalização e à superação da perspectiva estruturalista. No campo propriamente filosófico seus principais representantes são: (Jacques Derrida, Gilles Deleuze, Jean-François Lyotard).

Também podem ser considerados pós-estruturalistas ou próximos às teses pós-estruturalistas Giorgio Agamben, Jean Baudrillard, Judith Butler, Félix Guattari, Julia Kristeva, Sarah Kofman, Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy.

O prefixo pós não é todavia interpretado como sinal de contraposição ao estruturalismo. De fato, esses pensadores levaram às últimas conseqüências os conceitos e desenvolvimentos do estruturalismo, até dissolvê-los no desconstrutivismo, construtivismo ou no relativismo e no pós-modernismo. O movimento pós-estruturalista está intimamente ligado ao pós-modernismo - embora os dois conceitos não sejam sinônimos.

O pós-estruturalismo instaura uma teoria da desconstrução na análise literária, liberando o texto para uma pluralidade de sentidos. A realidade é considerada como uma construção social e subjetiva. A abordagem é mais aberta no que diz respeito à diversidade de métodos. Em contraste com o estruturalismo, que não afirma a independência e superioridade do significante em relação ao significado, para eles os dois são inseparáveis, os pós-estruturalistas não veem o significante e o significado como inseparáveis e sim como separáveis.

Não se trata exatamente de um movimento, e poucos desses pensadores aceitam o rótulo de 'pós-estruturalista' - criado por outros para designar genericamente um conjunto de diferentes reações ao estruturalismo. Consequentemente, nenhum dos ditos pós-estruturalistas se sentiu na obrigação de elaborar um "manifesto" do pós-estruturalismo.

Como corrente filosófica, embora não constituindo propriamente uma "escola", o pós-estruturalismo caracteriza-se pela recusa em atribuir ao cogito cartesiano, ao sujeito ou ao homem, qualquer privilégio gnoseológico ou axiológico, privilegiando, em vez disso, uma análise das formas simbólicas, da linguagem, mais como constituintes da subjetividade do que como constituídas por esta.

São tipicas da abordagem pós-estruturalista a retomada dos temas nietzscheanos, como a crítica da consciência e do negativo (por Deleuze) ou o projeto genealógico (por Foucault), a radicalização e a superação da valorização ontológica da linguagem heideggeriana e uma perspectiva anti-dogmática e anti-positivista. De modo geral, os pós-estruturalistas rejeitam definições que encerrem verdades absolutas sobre o mundo, pois a verdade dependeria do contexto histórico de cada indivíduo.

O conceito pós-estruturalismo "pode" ser, ou não, interligado ao de pós-modernismo (verificando que pós-modernismo é referido a movimentos culturais, não políticos e sociais), aos quais, os últimos, retrata a ruptura com os grandes esquemas meta-narrativos que pretendem explicar ou significar o mundo social, mas, em sua grande pretensão, não explicam nada (retoricamente vazio). Assim, é possível dizer que o pós-estruturalismo não condiz com o positivismo, já, que o mesmo, se utiliza de meta-teorias para embasar esquemas teóricos de pré-conceituação de uma certa visão de mundo que retrata o social como coisa. 

Em relação a abordagem nietzscheana, exitem dúvidas, pois, a crítica da consciência não significa elimina-la, ao contrário, mas, transforma-la, considerando o fator sócio histórico em que a problemática esta inserida ao discernir um determinado assunto. Ao contrário da genealogia de Foucault, que incide em descontruir justamente os grandes esquemas metanarrativos, pondo um "ponto" no significante e libertando a pluralidade de significados. Assim, pode haver alguma intersecção entre pós-estruturalismo e modernidade, ou não, se, se considerado o inverso da penúltima afirmação do referido texto, pois, as duas vertentes consideram exatamente o contrário, não pretendem "rejeitar definições que encerrem verdades absolutas sobre o mundo", mas, sim, rejeitam definições que pretendem ser verdades absolutas sobre o mundo, já, que se trata exatamente da diferença entre estruturalismo X pós-estruturalismo e modernidade X pós-modernidade.

Relativismo


Protágoras de Abdera

O relativismo é uma doutrina que prega que algo é relativo, contrário de uma ideia absoluta, categórica. O relativismo, dessa forma, leva em consideração diversos tipos de análise, mesmo sendo análises aparentemente contraditórias. As diversas culturas humanas geram diferentes padrões segundo os quais as avaliações são geradas.

Relativismo e historicismo

Em sentido amplo, o qualificativo, originário do alemão Historismus, é dado a correntes do pensamento, segundo as quais é a história que faz o homem e não o homem que faz a história. Baseia-se no modelo romântico inaugurado por Herder e Schelling, para os quais o universo deixou de ser um sistema e passou a ser entendido como história, numa passagem do cosmológico para o antropocêntrico. De certa maneira, é o exato contrário do conservadorismo, gerando uma fuga para a frente, através do evolucionismo e do progressismo.
O historicismo ensina que “tudo é histórico” ou provisório e variável; o que ontem era importante, hoje deixa de ser tal. Ora a verdade é conhecida e vivida na história, sujeita a contínuas mudanças; ela é “filha do seu tempo”. Tudo o que é verdadeiro e bom é tal unicamente para o seu tempo, e não de modo universal, para todos os tempos e todos os homens. Nenhuma cultura tem o direito de se julgar melhor do que as outras; todos os modos de pensar e viver têm o mesmo direito.

 Max Weber, em suas obras sobre epistemologia, abre espaço para o relativismo nas ciências da cultura quando diz que a ciência é verdade para todos que querem a verdade, ou seja, por mais diferentes que sejam as análises geradas por pontos de vista culturais diferentes, elas sempre serão cientificamente verdadeiras, enquanto não refutadas.

Assim podemos concluir que o Relativismo é um termo filosófico que se baseia na relatividade do conhecimento e repudia qualquer verdade ou valor absoluto. Todo ponto de vista é válido.

Na filosofia moderna o relativismo por vezes assume a denominação de "relativismo cético", relação feita com sua crença na impossibilidade do pensador ou qualquer ser humano chegar a uma verdade objetiva, muito menos absoluta.

Nietzsche na sua obra "A Gaia Ciência", no tópico intitulado "Nosso novo infinito", assim afirma: "o mundo para nós tornou-se novamente infinito no sentido de que não podemos negar a possibilidade de se prestar a uma infinidade de interpretações"; frase que Michel Foucault objeta: "Se a interpretação nunca se pode completar, é porque simplesmente não há nada a interpretar...pois, no fundo, tudo já é interpretação".

No diálogo platônico "Teeteto", atribui-se a Protágoras uma concepção relativista do conhecimento, por haver afirmado que "o homem é a medida de todas as coisas". Nesse caso, cada um de nós é, por assim dizer, o juiz daquilo que é e daquilo que não é. Sócrates levanta então uma série de objeções contra essa forma radical de relativismo subjetivista, tentando mostrar a incoerência interna da suposição de que o que parece verdadeiro a alguém é verdadeiro para ele ou ela. Se são verdadeiras todas as opiniões mantidas por qualquer pessoa, então também é preciso reconhecer a verdade da opinião do oponente de Protágoras que considera que o relativismo é falso. Ou seja, se o relativismo é verdadeiro, então ele é falso (desde que alguém o considere falso). Haveria, por assim dizer, uma auto-refutação (ou uma autodestruição) do relativismo cognitivo.

Em nossos dias, o relativismo cognitivo tem assumido várias formas distintas. Nas versões mais radicais, entende-se que quaisquer opiniões são igualmente justificáveis, dadas suas respectivas regras de evidência, e que não há questão objetiva sobre qual conjunto de regras deve ser preferido ("igualitarismo cognitivo" ou tese da "equipolência das razões"). Em suma, é possível dar boas razões tanto para se admitir quanto para se recusar qualquer opinião. E, portanto, o procedimento de dar boas razões nunca permite decidir entre opiniões rivais, nunca nos obriga a substituir uma crença por outra. Nesse caso, uma crítica do relativismo cognitivo pode ser feita de acordo com a seguinte linha argumentativa (seguida, por exemplo, por Paul Boghossian em "What the Sokal Hoax Ought to Teach Us"): se toda regra de evidência é tão boa quanto qualquer outra, então para que uma opinião qualquer seja tomada como justificada basta formular um conjunto apropriado de regras em relação ao qual ela está justificada. Em particular, a opinião de que nem toda regra de evidência é tão boa quanto qualquer outra deve poder ser igualmente justificada. (E o relativista assim não consegue mostrar, mas deveria mostrar, que a sua posição é melhor que a de seu oponente.) Uma alternativa seria dizer que algumas regras de evidência são melhores do que outras; mas então deveria haver fatos independentes de perspectiva sobre o que as torna melhores do que outras, e nesse caso estaríamos assumindo a falsidade do relativismo cognitivo.

Em contraposição, há espécies de relativismo que são bastante triviais, como, por exemplo, a tese da diversidade (também chamada de "relativismo cultural"): consiste em registrar que diferentes pessoas mantêm crenças diferentes; que as opiniões variam de comunidade para comunidade, de uma época para outra. Nesse caso, não se afirma que tais crenças ou opiniões sejam verdadeiras ou justificadas, e portanto não se tem ainda um relativismo cognitivo (epistemológico). Tal diversidade de crenças é plenamente compatível com uma visão absolutista ou objetivista do conhecimento.

Dentro deste conceito antropófago, o relativismo cultural é um ponto de vista extremo oposto ao etnocentrismo, que leva em consideração apenas um ponto de vista em detrimento aos demais. Porém, os críticos dessa visão apontam que o relativismo torna impossível um avanço científico nas ciências da cultura na medida em que coloca todos os tipos de análise, absurdas ou não, em igualdade de veracidade.

Todavia, não são essas formas de relativismo (extremamente fortes ou fracas) que encontramos nas filosofias de Kuhn, Rorty e até mesmo Feyerabend (em alguns de seus últimos escritos). O que eles sugerem, a partir de evidências históricas, é que as preferências por certos padrões de investigação, por certos objetivos cognitivos variam com o tempo e dependem do contexto considerado. E mais do que isso: sua validade e autoridade dependem da prática estabelecida no interior de uma comunidade. Eles questionam as tentativas de codificar a racionalidade científica mediante um certo conjunto de regras metodológicas que guiam a atividade científica; mas não apenas isso, questionam também a tese de que a racionalidade científica permaneça em grande parte estável e invariante com o passar do tempo, apesar das novas descobertas e das mudanças sociais e culturais. Eles criticam o que Shakespeare chamou "essencialismo": a suposição de que as marcas características da racionalidade científica não estão elas próprias sujeitas a mudanças e revisões. Eles reconhecem que as normas do que conta como "boa ciência" também se transformam ao longo da história e não devem ser consideradas como uma estrutura rígida que não sofre mudanças substanciais.

No caso específico das ciências naturais, eles reconhecem, fazendo justiça à história da ciência, que as mudanças e as divergências envolvem não apenas as teorias (não apenas afirmações fatuais), mas também os critérios e os valores característicos da prática científica. Por exemplo, é possível, em certas ocasiões, justificar uma teoria T1 com respeito aos princípios e valores de um sistema evidencial E1 (por exemplo, que permite hipóteses sobre inobserváveis) e ainda justificar uma teoria alternativa T2 (incompatível com T1) com respeito aos princípios e valores de outro sistema evidencial E2 (por exemplo, do empirismo indutivista), mesmo na ausência de uma fundamentação independente que sem petição de princípio "favoreça inequivocamente" E1 ou E2 (ou seja, um caso de incomensurabilidade) A justificação de uma crença é sempre relativa a um sistema evidencial e, havendo uma disputa entre E1 e E2, poderia não haver acordo racional quanto à aceitação de T1 ou T2, mesmo que tivéssemos à disposição todas as evidências possíveis.

Por outro lado, quando se dá preferência a um sistema evidencial a partir de um meta-sistema dominante, tal escolha racional não pressupõe que esse meta-sistema represente uma visão objetiva ou correta (em todo tempo e lugar) que permita justificar de modo absoluto. Quando ocorre de abandonarmos a ciência normal anterior, de transcendermos nossa própria tradição de pesquisa, não somos levados a um "ponto arquimediano", fora do espaço e do tempo, que defina absolutamente o que deva ser racional, visto que a própria racionalidade científica pode transformar-se no processo evolutivo da ciência. Como diz Feyerabend (1993), os padrões de um debate científico só parecem ser "objetivos" porque se omite a referência à tradição considerada, ao grupo de adeptos que os utilizam.

Assim sendo, o relativismo cognitivo não consiste apenas em afirmar que a verdade (ou a justificação) de toda crença é relativa a princípios e padrões de um sistema de regras de evidência; trata-se ainda de recusar a suposição de um sistema absoluto, neutro (independente) e universal em relação ao qual toda crença possa ser julgada. Nesse sentido, o relativista não atribui "estatuto privilegiado" a nenhuma visão particular, nem mesmo ao relativismo. O relativista não pode impedir que o absolutista sustente que o relativismo é falso; mas ainda assim é permitido ao relativista manter a preferência por sua posição (que a seus olhos se "salienta" em relação às demais), pois (segundo o relativista) o absolutista também não tem como evitar que o relativista se mantenha relativista. As tentativas de mostrar que o relativismo é inconsistente (ou se auto-refuta) baseiam-se na suposição de que o relativista deva apresentar uma defesa em que sua posição se mostre, sem petição de princípio, melhor que a de seu oponente e possa compeli-lo a optar pelo relativismo. Mas o relativista consistentemente admite que não é só o relativismo que tem boas razões em seu favor; também o absolutista pode ter suas boas razões para manter-se em tal posição, numa típica situação de incomensurabilidade. Enfim, não há nada de paradoxal em o relativismo ser mantido por uns e não por outros, pois ninguém está obrigado a aceitar todas as opiniões dos outros como sendo verdadeiras. Por exemplo, um relativista poderia acreditar que a Terra gira em torno de si mesma e que é falso que está fixa, ao mesmo tempo em que está ciente de que alguém acredita que ela se mantenha fixa. (Harré e Krausz, 1996, p. 98) O que o relativista tenciona é, nas palavras de Goodman, converter alguém ao seu ponto de vista, sem tentar fundamentar absolutamente esse seu ponto de vista. O que ele diz é: "Veja como as pessoas naquela época tinham uma outra concepção de mundo. Se você estivesse no lugar delas, não manteria suas crenças atuais". Com efeito, o relativista não se obriga a demonstrar que a partir de certas premissas segue-se inexoravelmente a verdade do relativismo.

Putnam

Voltando agora ao tema da mudança científica (que envolve teorias, métodos, valores etc.), coloca-se a seguinte questão central em nossa análise: podemos abandonar o "essencialismo" (isto é, as tentativas de apresentar cânones a-históricos, absolutos, objetivos e imutáveis de racionalidade científica) sem nos comprometermos pelo menos com uma forma moderada de relativismo acerca do valor cognitivo da ciência? Dois importantes filósofos contemporâneos, Putnam e Laudan, dizem que sim, ou seja, que podemos encontrar uma alternativa ao essencialismo (positivismo) e ao relativismo. Vejamos como isso ocorre.

Putnam utiliza-se de uma proposta de Peirce que consiste em caracterizar a verdade como o limite ideal de uma investigação conduzida racionalmente. Ou seja, a verdade é o que se obtém, a longo prazo, com a aplicação sistemática dos métodos racionais da ciência. Desenvolvida por Putnam em seu realismo interno, essa teoria da verdade encerra duas ideias centrais:

"(...) a verdade é independente da justificação aqui e agora, mas não de toda justificação. Afirmar que um enunciado é verdadeiro é afirmar que ele poderia ser justificado, e presume-se que a verdade seja estável e "convergente"; se um enunciado assim como sua negação pudessem ser "justificados", mesmo em condições tão ideais quanto se possa esperar, não haveria sentido em pensar o enunciado como tendo um valor-de-verdade" . Portanto, sem pretender formular uma exata definição de verdade, Putnam explica a noção de verdade como uma idealização da aceitabilidade racional e, portanto, como um conceito-limite objetivo e transcultural. Para Putnam (1983), a verdade é um ideal regulador em direção ao qual nossa investigação racional deve convergir. Para a maioria dos enunciados, existem condições epistêmicas melhores e piores, embora Putnam saliente que "não há uma simples regra geral ou método universal para saber que condições são melhores ou piores para justificar um juízo empírico arbitrário" (p. xvii). Ainda que Putnam reconheça que a "verdade" é tão vaga e dependente do interesse e do contexto quanto nós, e que não há uma matriz fixa e a-histórica de padrões de racionalidade, uma tese central do seu realismo interno é que se trata de uma questão objetiva a de "qual seria o veredicto se as condições fossem suficientemente boas, um veredicto a que a opinião deveria ‘convergir’ se fôssemos razoáveis"4 . Em termos comparativos, "deve haver um sentido objetivo em que alguns juízos sobre o que é ‘razoável’ são melhores que outros"5 , não importa qual seja o contexto histórico e cultural.
Mas se não temos a mínima ideia de o que pode ser corretamente asseverado por nós em situações epistemicamente ideais e perfeitas, que papel a verdade (no sentido do realismo interno) pode desempenhar na prática e no avanço da ciência? Tal noção idealizada de verdade não seria, do ponto de vista do agente, totalmente indiferente a suas crenças atuais sobre a realidade. Além disso, o que seria para uma investigação ter um final? De fato, é difícil imaginar um resultado da pesquisa científica que sobreviveria a todas as objeções que pudessem ser levantadas, pois não temos como antecipar tudo que possa ocorrer durante uma conversação. Concordamos com Field que não é necessário haver sistemas "maximamente bons", ou seja, para cada sistema científico, sempre poderia haver outro melhor.

Contudo, se "considerar uma certa investigação como ideal é supor que não se deveria questionar seu resultado" , ou que foram eliminadas as possibilidades de erro, então podemos estar seguros (da verdade) das conclusões fundamentadas a partir de uma tal investigação. A afirmação de que uma investigação ideal conduz à verdade torna-se, entretanto, uma conseqüência trivial da própria caracterização da investigação ideal (como a que estabelece resultados para além de qualquer controvérsia) e da verdade (tal que a proposição de que p é verdadeira se e somente se p), e por isso não detém nenhuma força explicativa. Desse modo, podemos com Davidson (1990) suspeitar que "se fossem explicitadas as condições sob as quais alguém está idealmente justificado em asseverar alguma coisa, ficaria claro que ou essas condições permitem a possibilidade de erro, ou elas são tão ideais que não fazem uso da tencionada conexão com as habilidades humanas" .

Por outro lado, ainda que toda investigação ideal resulte em conclusões verdadeiras, não se segue que todas as proposições verdadeiras possam ser alcançadas por uma investigação ideal. Talvez existam hipóteses que mesmo em condições ideais não poderíamos justificar sua asserção ou negação. Horwich considera, a título de exemplo, as proposições com conceitos vagos, as teorias subdeterminadas pelos dados e certas suposições probabilísticas.

Além disso, por que haveria uma situação ideal única em que as opiniões poderiam ser corretamente julgadas? Ou, em termos comparativos, por que existiriam objetivamente "melhores e piores situações epistêmicas com respeito a enunciados particulares", como supõe Putnam ? Pelo contrário, as evidências históricas indicam que as preferências científicas por certas teorias, métodos e objetivos cognitivos variam com o tempo, dependem do contexto da pesquisa científica, sem que se possa vislumbrar "um término ideal" a que todas essas transformações convergem.

Laudan

Uma outra importante alternativa de compreensão da mudança científica é apresentada por Laudan. Inicialmente, Laudan (1977) também foi um adepto da tese essencialista de que "existem certas características muito gerais de uma teoria da racionalidade científica que são transtemporais e transculturais" , desde o pensamento dos pré-socráticos até hoje. Todavia, a partir de sua proposta de um modelo reticulado de racionalidade, Laudan (1984) muda de posição e considera que a avaliação epistêmica é sempre feita dentro de um amplo sistema de crenças fatuais, metodológicas e valorativas, que dependem uma das outras e podem sofrer mudanças ao longo do tempo. Com o tempo, podem ocorrer revisões e mudanças racionais nos três níveis da rede de compromissos científicos. Num processo holístico de arranjos parciais no interior dessa rede, cada uma de suas partes pode ser modificada e aperfeiçoada, de modo paulatino e local (portanto, sem revoluções científicas), com base em outras partes que temporariamente são admitidas, desde que certas condições relevantes sejam satisfeitas. E diferentes caminhos racionais podem ser seguidos no intento de aumentar a consistência entre os valores explícitos e implícitos na ciência. É possível assim compreender a objetividade e racionalidade das reformas científicas (na ontologia, na metodologia ou na especificação dos objetivos epistêmicos) sem assumir que exista algum núcleo fundamental de princípios e juízos de racionalidade que permaneçam invariantes durante a evolução da ciência. Desse modo, "o reconhecimento do fato de que os valores e objetivos da ciência mudam em nada impede nosso uso de uma noção robusta de progresso científico cognitivo". No caso de uma mudança científica, espera-se um ganho na credibilidade e coerência de diversos tipos de suposições (fatuais, metodológicas e epistemológicas), explícitas ou implícitas, do corpo total da ciência. Todavia, como salientam os críticos, de diferentes modos é possível obter racionalmente coerência no sistema de proposições, regras e valores da ciência. Em certos casos, diante de uma inovação incompatível com a ciência atual, podemos rejeitar a inovação e manter a credibilidade do sistema de hipóteses científicas anterior, utilizando certos tipos de razões que autorizam essa escolha. Mas podemos, em outras circunstâncias, aceitar a inovação científica e alterar algumas suposições do sistema existente, fazendo uso de padrões metodológicos conflitantes com os precedentes. Ou seja, a "racionalidade como coerência epistêmica pode subdeterminar as mudanças científicas que ela sanciona", e assim pode haver boas razões tanto para se manter quanto para se substituir uma parte do sistema. Com isso, volta-se a admitir alguma forma de "essencialismo" (em que a racionalidade se define em termos coerências, num nível metametodológico) e também de relativismo cognitivo, pois se abrem diferentes caminhos igualmente bons para se alcançar a coerência epistêmica.

As referidas propostas de Putnam e Laudan nos mostram as dificuldades dos projetos epistemológicos que buscaram combater o essencialismo sem cair no relativismo. Parece legítimo perguntar: Não seria o caso de se reconsiderar a possibilidade de admitir um relativismo "moderado"? Afinal, com ele podemos conceder "juízos de superioridade relativa" em certos domínios de investigação (em que um paradigma predomina), ainda que não exista um critério universal de validade pelo qual podemos mostrar que uma mudança científica é racional e progressiva. Como o próprio Laudan reconhece, só podemos dizer que o progresso ocorreu em relação aos padrões que hoje aceitamos. Não temos de pressupor algum tipo de medida objetiva ou investigação ideal para compreendermos as mudanças racionais da ciência. Ou seja, a possibilidade de transcender nossas práticas presentes por outras práticas futuras (que expressem o melhor de nós) não requer uma noção de "validade absoluta e universal" ou de "aceitabilidade para uma comunidade ideal". Como salienta Kuhn (1970), compreendemos o progresso da ciência (as mudanças racionais da ciência) de modo retrospectivo - avaliando comparativamente um paradigma com seus predecessores -, não como um processo dirigido a um fim último e perfeito.

Deve-se notar que em um tal relativismo epistemológico "moderado" e limitado, a existência de boas razões para uma mudança científica não exclui a possibilidade de haver outras boas razões para se defender o sistema global anterior, não exclui portanto a possibilidade de incomensurabilidade local. O que se considera ser uma "forte razão" também pode sofrer modificações, dependendo das circunstâncias e dos compromissos assumidos. Assim sendo, a apresentação de boas razões nem sempre é decisiva na escolha entre constelações alternativas de crenças científicas. Em outras palavras, mesmo que a mudança científica seja racional (com apresentação de boas razões), isso não quer dizer que não seja racional manter o sistema antigo em vez de optar pelo novo (afinal, eles não lidam com os mesmos problemas, não adotam os mesmos critérios de adequação das respostas etc.). Isso se nota quando a transição de um paradigma a outro acarreta as chamadas "perdas epistêmicas", que constituem boas razões para se resistir à mudança e manter a tradição. (Por exemplo, a mecânica newtoniana não explicava, até sua plena aceitação, por que todos os planetas do sistema solar giram em um mesmo sentido, embora tal fenômeno fosse naturalmente explicado pela teoria cartesiana dos vórtices.

sábado, 23 de maio de 2015

Luteranos abdicam de sua fé e voltam à Igreja Católica


Não deixe de ler: Igrejas protestantes investem em bolsas para formar futuros pastores e colhem ateus no dia da formatura. Ironia do mau uso do dinheiro dos fieis protestantes. http://ocatequista.com.br/archives/14040


O Arcebispo Irl A. Gladfelter preside uma das confissões cristãs que planejam voltar ao catolicismo nos ordinariatos criados por Bento XVI. A Igreja Católica Anglo-Luterana é a única com raízes luteranas e poderia considerar-se o primeiro passo pra a volta ao redil católico dos herdeiros de Lutero. Numa longa entrevista concedida a Infocatólica, este Arcebispo que ainda não é católico mas sim cooperador da Opus Dei, fala de sua alegria de voltar à Igreja Católica, da importância de uma única fé e de seu compromisso de desfazer a Reforma protestante.

Reverendo Irl A. Gladfelter, Metropolita da Igreja Católica Anglo-Luterana (ALCC), o senhor é biólogo, Doutor em Cirurgia Dental, tenente-coronel reformado do exército americano, Doutor em Teologia e Metropolita da ALCC. Como encontrou tempo para tantas coisas?

Não foi um problema. Só me tornei clérigo depois de ser reformado pelo Exército dos Estados Unidos e como dentista.

Quando foi fundada a ALCC? Por que a combinação de anglicanismo e luteranismo?

A ALCC foi formada em 1997 por antigos membros da Igreja Luterana – Sínodo de Missouri dos Estados Unidos (LCMS), os quais, por serem luteranos orientados ao catolicismo ou “Evangélicos Católicos” (também conhecidos como a “igreja alta”), não podiam aceitar a orientação cada vez mais protestante da LCMS e sua aceitação crescente da teologia evangélica fundamentalista, junto com alguns aspectos da soteriologia e da teologia sacramental que haviam sido importados do Calvinismo por vários meios já na sua fundação e a aceitação cada vez maior de serviços evangélicos não litúrgicos. Nossos fundadores também faziam reparos à teologia sacramental da LCMS, à sua política congregacional, a suas ideias sobre a natureza e o exercício da autoridade dentro da Igreja e à sua compreensão das Ordens Sagradas (o “ofício do ministério público”, segundo a linguagem que utilizam). Inicialmente, a ALCC adotou as posturas da ala “anglo-católica” do anglicanismo (ou anglicanismo da “igreja alta”). Ao longo do tempo, embora respeitássemos as relações que haviam sido estabelecidas com o anglicanismo da “igreja alta”, a ALCC encontrou também problemas com o anglicanismo, incluindo sua recusa da primazia papal, da infalibilidade papal, da infalibilidade do Sagrado Magistério e dos Concílios posteriores aos quatro primeiros Concílios Ecumênicos, além de sua tolerância de alguns graus de teologia eucarística de tipo protestante, que podem ser encontrados na Oração Eucarística do Livro de Oração Comum, entre outros problemas. Finalmente, a ALCC chegou a reconhecer a verdade absoluta da fé católica e se deu conta de que tinha a obrigação em consciência de voltar a Roma. Descreveu-se recentemente a Igreja Católica Anglo-Luterana (ALCC) como “totalmente romanizada” e como uma Igreja que “ensina a doutrina católica sólida, utilizando um vocabulário luterano e anglicano, corrigindo este último com o primeiro”. Ambos comentários são acertados e precisos. Em essência, a ALCC se “romanizou” totalmente, aceitando com entusiasmo a verdade objetiva de todos os aspectos da fé católica.

Foi importante para os senhores a declaração conjunta católica e luterana sobre a justificação (1997)?

Sim. Para a ALCC, a Declaração conjunta católica e luterana sobre a doutrina da justificação decidiu de uma vez para sempre o assunto fundamental da fase de Wittenberg (luterana) da Reforma. Uma vez que esse assunto tenha sido resolvido, a ALCC se deu conta de que tinha a “obrigação em consciência” de entrar na Igreja Católica, marcando o caminho para que outras jurisdições eclesiásticas luteranas (igrejas) possam segui-la.

Quantos membros e paróquias tem aproximadamente a ALCC? Estão presentes somente nos Estados Unidos ou estão também em outros países?

O número total de membros da ALCC é de aproximadamente 11.000  pessoas, nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Sudão e no proximamente independente Sudão do Sul. O maior número corresponde a africanos sub-saharianos, a maioria dos quais são do Sudão do Sul.

De onde vem a maioria de seus membros? Antes de ingressar na ALCC eram luteranos, anglicanos, católicos ou não cristãos?
A maioria de nossos membros não africanos entraram na ALCC procedentes de outras Igrejas luteranas, mas nossos membros sub-saharianos, tanto na África como nos Estados Unidos e Canadá são antigos anglicanos.

Na Comunhão Anglicana, há algumas congregações religiosas anglo-católicas. Também os senhores têm religiosos na  ALCC?
Sim, temos uma Prelazia Pessoa, a Ordem de Santo Ambrósio (O.S.A) e uma Sociedade Sacerdotal, a Sociedade Sacerdotal dos Servos do Bom Pastor. A regra e a espiritualidade de ambas se parecem muito com as da Opus Dei. O Vigário Geral da ALCC e eu somos, com grande entusiasmo, Cooperadores da Opus Dei. Alguns de nossos bispos são membros da Confraternidade de São Pedro, dirigida pela Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP), uma sociedade católica.

Ingressarão no ordinariato dos Estados Unidos quando for criado, no final deste ano?
Sim, porque é o que a Congregação para a Doutrina da Fé nos disse que façamos, mas a última palavra será da própria Congregação. Vimos trabalhando com eles desde 2009. Do ponto de vista da ALCC, trata-se de um tema de obediência à Congregação para a Doutrina da Fé. Em nossa petição a Roma para entrar na Igreja Católica (antes da promulgação da Anglicanorum Coetibus) não mencionamos um ordinariato, já que ainda não havia sido publicada a Constituição Apostólica. Por conselho de nosso advogado católico de Direito Canônico, a ALCC pediu apenas para entrar como “sociedade sacerdotal” ou da forma que dispusesse o Santo Padre. Nossa petição terminava com a frase: “O filho pródigo voltou e está à porta. Santo Padre, por favor, deixe-nos entrar”. A ALCC nunca pediu mais que isto. Está à porta e roga que a deixem voltar para casa. Entretanto, quando no outono de 2010 recebemos uma carta do Secretário da CDF notificando-nos que deveríamos entrar na Igreja Católica através das disposições da Anglicanorum Coetibus, por obediência aos desejos do Santo Padre e da CDF, a ALCC aceitou imediatamente estas instruções por escrito. Assim, portanto, atualmente a ALCC espera pacientemente e roga ao Senhor e a sua Bendita Mãe, Maria, que nos permita voltar para casa, a Igreja Católica, seja através da Anglicanorum Coetibus seja por outro meio.

Todos os membros da ALCC se farão católicos ou alguns decidiram esperar ou passar para outros grupos anglicanos ou luteranos?

Todos os membros da ALCC se farão católicos. A diferença de algumas Igrejas Anglicanas, a ALCC não tem “posturas inamovíveis” A ALCC não está interessada em absoluto em “preservar um patrimônio”. Ao contrário, trata-se de uma Igreja profundamente “romanizada”, que trabalha com todas as suas forças para “desfazer” a Reforma, porque considera que foi um trágico erro de proporções épicas, que nunca devia ter acontecido, e procura restaurar a unidade da Igreja segundo os critérios da Igreja Católica. A ALCC não pede para preservar um “patrimônio luterano”. A diferença do patrimônio anglicano, o patrimônio luterano é essencialmente teológico e, ao ter compreendido plenamente as heresias do luteranismo e ao ter aceitado a fé católica, a única coisa que pede e por que reza a ALCC é que se lhe permita “voltar para casa” e entrar na Igreja Católica, como filhos pródigos arrependidos. A única coisa que queremos é nos dissolvermos na Igreja Católica, como católicos normais. Faz tempo que a ALCC tem como política não admitir membros nem aceitar clérigos que não estejam plenamente comprometidos com a causa da unidade da Igreja de Cristo, sanando as feridas que infligiram a essa unidade o orgulho humano e as heresias dos líderes da Reforma protestante. Todos os membros da ALCC devem estar comprometidos em desfazer a Reforma.

Todos os clérigos da ALCC, desde o Metropolita até o último diácono permanente devem assinar uma versão adaptada do Mandato da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, o qual estabelece que “se comprometem a ensinar a doutrina católica e não pregarão, ensinarão, escreverão nem publicarão nada que entre em conflito com o magistério católico”. Este compromisso se controla e se faz cumprir estritamente. Já aconteceu de algum sacerdote ter sido destituído de seu cargo, permitindo-lhe escolher entre sua demissão e a excomunhão, por não cumprir o Mandato da ALCC.

Será um problema para os membros da ALCC a necessidade de aceitar o Catecismo da Igreja Católica, como expressão normativa de fé para os ordinariatos? Que textos utilizam atualmente para catequizar as crianças e os adultos?

Absolutamente. Há anos a ALCC aceitou oficialmente o Catecismo da Igreja Católica como nossa expressão completa da fé cristã. Catequizamos as crianças e os adultos usando o Catecismo da Igreja Católica, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica da Conferência Episcopal norteamericana, Fé para o futuro: Um novo catecismo ilustrado, publicado pelaLiguori Press; o Compêndio de Doutrina Social da Igreja da Conferência Episcopal norteamericana e outros textos católicos unicamente. Para a catequese geral e o estudo, a ALCC usa a Bíblia de Navarra, publicada pela Scepter Press; aNew American Bible e a Bíblia Católica de Estudo da Ignatius Press. A ALCC não permite o uso de qualquer catecismo luterano nem de outros catecismos protestantes.

Quais são as principais dificuldades encontradas até agora?

Toda organização nova tem “crise de crescimento” e a ALCC não é uma exceção. Sempre há lugar para melhorar e para formas de desenvolver nossos apostolados de forma mais eficaz. Entretanto, estamos muito bem, levando em conta que a ALCC foi fundada em 1997. A maior preocupação da ALCC, com muita diferença, consiste em conseguir seu objetivo de converter-se na primeira jurisdição eclesiástica luterana que volta à Igreja Católica como grupo unificado desde o final da Contra-reforma.

Uma vez que ingressem num ordinário, o senhor e os demais bispos e sacerdotes da ALCC terão de ser ordenados como diáconos e sacerdotes católicos. É algo difícil de se aceitar?

Não, em absoluto. Alegramo-nos disto, porque eliminará a possibilidade de qualquer confusão entre os fiéis católicos sobre a validade de nossa ordenação de nossos sacramentos.

Sempre existiu um setor “católico” entre os luteranos?

Si, certamente. A tal setor foi dado muitos nomes: Gneiso-luteranos (luteranos originais), Velhos-luteranos, Luteranos Romanizados e, nos últimos anos, “Católicos Evangélicos”. A ALCC está simplesmente no extremo mais católico desta tradição.

Há outros grupos de luteranos que estão relativamente próximos da Igreja Católica?

Na Suécia existe o movimento Arbetsgemenskapen Kyrklig Förnyelse (União Eclesial Sueca) e outras sociedade menores. Há comunidades monásticas, como o Mosteiro de Östanbäck (um mosteiro beneditino), o convento de Alsike e a Congregação de São Francisco, a Fundação de São Lourenço, a Fundação de Santo Oscar, a Coalizão Eclesial pela Bíblia e a pela Confissão e a Förbundet För Kristen Enhet, que como a ALCC trabalha para conseguir a união visível e como grupo com a Igreja Católica. Na Alemanha existe a St. Jakobus- Bruderschaft, com a qual a ALCC permanece em contato, aArbeitsgemeinschaft Kirchliche Erneuerung (Grupo de Trabalho para a Renovação da Igreja) da Igreja Luterana da Baviera, Humiliatenorden, St. Athanasius-Bruderschaft, Hochkirchlicher Apostolat St. Ansgar, Bekenntnisbruderschaft St. Peter und Paul, a Kommunität St. Michael en Cottbus, a Congregatio Canonicorum Sancti Augustini e o Priorado de São Wigberto. Há grupos similares na Noruega, Dinamarca, Finlândia e Islândia.

O senhor crê que se formará algum tipo de ordinariato para os luteranos no futuro?

Quer se trate de um ordinariato ou de alguma outra estrutura mais simples e menos polêmica para estabelecer e integrar na Igreja segundo o Direito Canônico, como uma “sociedade sacerdotal” ou um “instituto de vida apostólica”, creio que se formará algum tipo de estrutura para que os luteranos de todos os países possam voltar à Igreja Católica. Há de se reconhecer: a Igreja Católica, e em geral o cristianismo, estão sendo atacados atualmente. As comunidades eclesiais como os anglicanos e luteranos se dividem ainda mais sob os ataques do ateísmo, do agnosticismo, da filosofia pós-moderna e das teologias heréticas de tipo liberal. A Igreja não pode se permitir o enfrentamento a essas e outras ameaças em seu estado dividido atual. É hora de os luteranos e outras comunidades eclesiais voltarem à Igreja Católica, para que lhe resulte mais fácil derrotar estas ameaças e realizar a Nova Evangelização promovida pelo Papa Bento XVI e outras pessoas! É hora de recuperar a unidade da Igreja de Cristo! Os luteranos devem se dar conta de que voltar à Igreja Católica não é algo bom, é estupendo. No Getsêmani, Jesus orou para que seus discípulos fossem um, como Ele e o Pai são um, assim a união com a Igreja Católica não é algo “bom”, mas algo “estupendo”, porque Jesus o pediu em sua oração e o ordenou (não o “sugeriu” simplesmente). Os luteranos devem voltar à Igreja Católica porque é o correto, é o único caminho correto.

Em sua homilia de vésperas, na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em São Paulo Extramuros, em Roma, 25 de janeiro de 2011, o Papa Bento XVI afirmou: “Os esforços para recuperar a unidade entre os cristãos divididos não podem reduzir-se simplesmente a reconhecer nossas diferenças recíprocas e a conseguir uma coexistência pacífica. O que desejamos é a unidade pela qual orou o mesmo Cristo e que, por sua própria natureza, se manifesta numa comunhão de fé, de sacramentos e de ministério. O caminho para esta unidade deve ser percebido como um imperativo moral, uma resposta a um chamado específico do Senhor... Devemos continuar com entusiasmo o caminho para este objetivo”. Isto é exatamente o que pretende fazer a ALCC ao esforçar-se para entrar na Igreja Católica como grupo unificado.

Se se criasse um ordinariato para luteranos no futuro, os senhores deixariam o ordinariato anglo-católico para integrar-se nele?

Certamente, estaríamos interessados e colaboraríamos com qualquer futuro ordinariato luterano ou estruturas alternativas segundo o Direito Canônico atual, mas faremos exatamente o que nos pedirem a Congregação para a Doutrina da Fé e o Santo Padre. Além do mais, os membros da ALCC só queremos converter-nos em católicos normais, como todos os outros, e nos injetar de forma segura no “centro” teológico e social da Igreja Católica. Ficaremos contentes em “florescer” onde quer que o Santo Padre e a CDF nos “plantem” dentro da Igreja Católica.

O senhor crê que sua união com a Igreja Católica influenciará outros luteranos?

Sem dúvida. Faz alguns anos o Pe. Richard John Nieuhaus, um pastor luterano dos Estados Unidos que se converteu ao catolicismo e foi ordenado como sacerdote católico (e era o editor da revista norteamericana First Things), escreveu que enquanto ele apenas podia perceber movimentos de luteranos para a Igreja Católica, algum dia uma Igreja Luterana “dará um passo adiante e então nada voltará a ser igual”. Esperamos e rezamos para que a Igreja Católica Anglo-Luterana seja a Igreja que dará este passo adiante e que isso leve muitos luteranos a abandonar as heresias da Reforma e voltem à fé católica; que se aproxime este bendito dia no qual a oração de Cristo no Getsêmani para que todos seus discípulos sejam um seja de novo uma realidade, em uma só Igreja sob Cristo e seu Vigário nesta terral, o Sucessor de São Pedro. Até este dia, a ALCC terá muito presentes dois lemas usados por nossa Igrejas: (1) “Voltar à unidade do Corpo de Cristo, Igreja por Igreja”, e (2) o lema do escudo papal de São Pio X, “renovar todas as coisas em Cristo”.

Muito obrigado por suas respostas. Espero que tenhamos a oportunidade de entrevistá-lo de novo quando o senhor for um membro do ordinariato.


Foi um prazer!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Os 33 erros multifacetados do Protestantismo



Para uma maior concisão de quem se chama a si mesmo "Cristão" sem ser católico ou ortodoxo, será agrupado com as milhares de seitas, sob o titulo de "Protestante".

Muito deles prefeririam não ser chamados de "Protestante", mas qualquer cristão não praticante na Igreja Católica está fazendo um protesto contra a única Igreja fundada por Jesus cristo, admitindo ou não.

A palavra "protesta" contém as primeiras 8 letras de "Protestante".

Estou certo de que nem todas as seitas protestantes cabem nos moldes aqui citados; mas com as milhares de dezenas de seitas[*], é impossivel desenvolver cada tema de acordo com que cada seita individualmente [crê] sem afetar o tamanho deste artigo.

1. O erro da opinião pessoal protestante

Porque existem atualmente mais de 35.000 diferentes seitas protestantes no mundo?

A resposta está na Sagrada Escritura:

"Não fareis nesse lugar o que nós fazemos hoje aqui, onde cada um faz o que bem lhe parece" (Deuteronomio 12,8).

Um versiculo ignorado pelos protestantes, visto que fazem estas coisas.

"Naquele tempo não havia rei em Israel, e cada um fazia o que lhe parecia melhor" (Juizes 17,6; 21,25).

Este versículo é uma fotografia dos protestantes.

"Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus" (2Pedro 1,20-21).

Ignorado pelos protestantes.

"Enviaram seus discípulos com os herodianos, que lhe disseram: Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus EM TODA A VERDADE, sem te preocupares com ninguém, porque não olhas para a aparência dos homens" (Mateus 22,16; Marcos 12,14).

Ignorado pelos protestantes.

"Chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: No dizer do povo, QUEM É O FILHO DO HOMEM? Responderam: Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes Jesus: E VÓS QUEM DIZEIS QUE EU SOU? Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! Jesus então lhe disse: FELIZ ÉS, SIMÃO, FILHO DE JONAS, PORQUE NÃO FOI A CARNE NEM O SANGUE QUE TE REVELOU ISTO, MAS MEU PAI QUE ESTÁS NOS CÉUS. E EU TE DECLARO: TU ÉS PEDRO, E SOBRE ESTA PEDRA EDIFICAREI A MINHA IGREJA; AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA ELA. EU TE DAREI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS: TUDO O QUE LIGARDES NA TERRA SERÁ LIGADO NOS CÉUS, E TUDO O QUE DESLIGARDES NA TERRA SERÁ DESLIGADO NOS CÉUS" (Mateus 16,13-19).

Os versículos anteriores são um exemplo primordial das opiniões pessoais em contraste com a verdade doutrinal.

Nos versiculos acima, de 14 a 17, nenhum discípulo, exceto um, teve algo a dizer fora de suas opiniões pessoais (como vimos no vers. 14: "uns", "outros" e no versiculo 17 "carne e sangue"); TODOS ELES ESTAVAM EQUIVOCADOS exceto um: Simão Pedro.

Simão Pedro foi o único que recebeu esta revelação de Deus e, ao fazê-lo, foi o único que expressou a verdade, outorgada pela autoridade de Deus. Posto que Deus nunca muda, quem teria a ousadia de ser tão audaz e negar que Deus faz o mesmo hoje como fez antes, legando a Seu representante autorizado na terra, a totalidade da verdade doutrinal?

"Porque Deus há de ser reconhecido como veraz, e todo homem como mentiroso (...)" (Romanos 3,4).

Agora que sabemos o que diz a Sagrada Escritura, o que fazem os protestantes a respeito?

Dizem seguir a Escritura ao pé da letra e todo o Protestantismo está baseado somente em opiniões pessoais, não na verdade doutrinal. "Que se sinta bem é o que importa", dizem eles. E aonde leva uma atitude como esta, senão a opiniões diferentes, disputas e, finalmente, a uma separação sem fim do Corpo de Cristo? Voltemos e revisemos os versículos anteriores.

Deus não se interessa por opiniões pessoais de ninguém, senão daqueles que falam a verdade de Sua Doutrina.

Os protestantes atacam a Igreja catolica dizendo que NÃO SE NECESSITA DE UM PAPA. Pois bem, deveríamos primeiro observar seu próprio jardim, já que cada protestante atua como se fosse o próprio papa. Existem milhões de papas em todo o Protestantismo, e todos correm de um lugar para o outro, proclamando como verdadeira a sua opinião pessoal a respeito de sua interpretação da Sagrada Escritura. Realmente será correto que exista milhões de verdades? Tenho entendido que a Sagrada Escritura diz ter somente uma verdade.

Martinho Lutero, o fundador do Protestantismo, depois de haver observado o dano causado pela interpretação individual da Escritura em seu movimento, se lamentou dizendo o seguinte:

"Este não quer o batismo, aquele nega os sacramentos; há quem admita outro mundo entre este e o juízo final, quem ensina que Cristo não é Deus; uns dizem isto, outros aquilo, em breve serão tantas as seitas e tantas as religiões quantas são as cabeças" (Luthers M. In. Weimar, XVIII, 547 ; De Wett III, 61).

"Nenhum camponês é tão rude como quando sonha e fantasia que foi inspirado pelo Espirito Santo e deve ser profeta" (De Wette III, 61. dicho en O'Hare, Los hechos de Lutero, 208)

"Homens, cidadãos, camponeses, todos as classes entendem o Evangelho melhor que eu ou São Paulo; agora são sábios e se pensam mais inspirados que todos os ministros" (Walch XIV, 1360. dicho en O'Hare, Ibid, 209).

Então, o que fazer?

As Escrituras anunciam com vento em popa e instrui explicitamente sobre o que fazer e o que não fazer:

- DETENHA-SE "antes de tirar suas próprias conclusões";

- DETENHA-SE antes de aceitar a mentalidade de que "se me sinto bem, então há de ser a verdade."

- CUIDADO com a incessante e destrutiva interpretação individual da Sagrada Escritura, pois a mesma o proíbe.

- OBEDEÇA ao que a Sagrada Escritura te admoesta fazer.

Então como podem voltar a verdade doutrinal, como Deus ordena a todos?

A verdade é uma e é uma pessoa; só existe uma verdade. Para ter uma verdade, é necessário somente uma autoridade. A mesma e UNICA autoridade dada somente a Simão Pedro.

Por acaso, o Espirito Santo está sugerindo a milhões de protestantes, que interpretem a Escritura individualmente e com tantos pontos de vistas opostos?

Esta pergunta nos conduz ao seguinte tema: O ERRO DE QUE O "ESPIRITO SANTO ME DISSE".

* * *

2. O erro de que o "Espírito Santo me disse!"

Existem três "Espiritos" dos quais recebemos estimulos:

1. O Espírito Santo, Espirito da Verdade (1João 4,6).
2. O espírito humano, intríseco em cada um (1Tessalonicenses 5,23; Hebreus 4,12).
3. O demônio, espírito diabólico proveniente de Satanás, o espírito do erro (1João 4,6).

Toda a Sagrada Escritura foi escrita por pessoas inspiradas pelo Espirito Santo, razão por que a Biblia é inerrante. Tem que ser visto que nos chegou por inspiração divina.

O Salmo 127,1 foi inspirado pelo Espírito Santo e diz que há somente uma Igreja, a única fundada pelo próprio Deus e os membros de qualquer outra, que não seja a verdadeira, trabalham em vão. Não lhes parece interessante que exista ensinamentos no Antigo Testamento que proclamam a nova do Novo Testamento? Efésios 4,1-6 repete o que diz em Salmos, com uma lista de muitos "UM", incluindo somente "UMA" fé no versículo 5. Estes versículos têm estipulado claramente que o Espírito Santo guia somente "A" ÚNICA IGREJA FUNDADA POR DEUS e nenhuma outra mais.

Em João 16,13 diz-se:

"Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão".

Existem milhões de protestantes, cada um interpretando as Escrituras individualmente sob sua própria opinião pessoal declarando: "O Espirito Santo me disse (inspirou)...".

Como isto pode ser possível, se a doutrina que cada seita ensina é negada por outra, exceto quanto a existência de Deus? Um afirma que o "espírito" lhe disse que Deus exaltou o dia de Sábado e a outra afirma o mesmo, com a diferença de que é o Domingo. Uma diz que o "espírito" lhe inspirou que não se batizassem crianças e a outra diz que a instrução do "espírito" foi totalmente o oposto: que se batizassem.

Uma declara que "lhe foi inspirado" celebrar a ceia do Senhor uma vez por semana e outra, que lhe foi "inspirado" que havia de ser uma vez por mês; e outras, ainda, dizem que tem que ser a cada três meses. Se poderia muito falar para se continuar com toda esta lista de crenças, encontrando uns ensinando de uma forma e outras de forma oposta.

Sendo que Deus é UM, com UMA verdade e UM só Espírito Santo. Como é que este mesmo Espírito da verdade estaria inspirando a cada um com pontos de vista contraditórios? Novamente, iremos à Sagrada Escritura para saber a resposta:

"Deste fato nós somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus deu a todos aqueles que lhe obedecem" (Atos 5,32); ver também Atos 15,8).

Portanto, o Espírito Santo é dado somente a aqueles que obedecem a Deus. E quem são estes? Pelo o que lhe foi mostrado até agora, como é possível que qualquer destas seitas, com pontos de vistas tão opostos, possam estar obedecendo a um ÚNICO Deus verdadeiro?

Por acaso Martinho Lutero obedeceu aos seus superiores (Hebreus 13,17) quando iniciou a Reforma Protestante, blasfemando ao mesmo tempo contra seus superiores?

Quem se supõe que esteja criando toda esta confusão entre as seitas protestantes?

A resposta é que definitivamente não é o Espirito Santo; nunca será usada a afirmação de que Deus nos engana (Isaías 53,9; Hebreus 6,18; 1Pedro 2,22) e certamente Ele não se pode contradizer a Si mesmo. Visto que a verdade é uma, Deus não mente (Tito 1,2). Não pode haver pontos de vista opostos enquanto cada um afirma ter a verdade. O senso comum nos diz que pelo menos na metade dos pontos de vistas opostos a verdade está sendo comprometida.

Então, quem é o mentiroso e pai da mentira? A resposta está em João 8,44.

E 1Corintios 14,33: "Porquanto Deus não é Deus de confusão, mas de paz".

Se Deus não é autor da confusão, então quem é?

Sugiro voltar a ler o Salmo 127,1 e Efésios 4,1-6, pois das três alternativas de "espíritos que inspiram", excluímos o Espírito Santo; então, a quem damos a autoria da confusão? Qual deles estaria motivando o Protestantismo?

Isso nos leva a refletir no proximo tema: a autoridade.

* * *

3. O erro protestante de rejeitar a autoridade

"Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou" (Lucas 10,16)

Esta é a autoridade!

Palavras poderosas dos lábios de Jesus Cristo a seus discipulos, os líderes da sua Igreja. Aqueles que escutam a Sua Igreja, escutam a Ele; é o que nos diz Jesus Cristo neste versículo. Igualmente aqueles que não escutam a Sua Igreja, não escutam a Ele. Se te interessar saber qual será o fim daqueles que rejeitam a sua Igreja, vale a pena ler o versiculo de  Lucas 10,1-15.

A Sagrada Escritura tem muito o que dizer sobre a autoridade: quem a tem, quem a exerce e quão importante é a autoridade central para se compreender a verdade.

De qualquer forma, os protestantes têm rejeitado toda a autoridade consistentemente.

Simplesmente renunciaram ao que nunca puderam ter desde a aurora de sua Reforma. E assim vemos que o abandono da autoridade é anti-cristão e anti-bíblico. Visto que estes excluem a sua Igreja, não rejeitam também ao mesmo tempo Jesus Cristo e, com Ele, também ao Pai? Lucas 10,16 estipula claramente que é assim.

"Cada qual seja submisso às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram instituídas por Deus. Assim, aquele que resiste à autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por Deus; e os que a ela se opõem, atraem sobre si a condenação" (Romanos 13,1-2).

"Sede submissos e obedecei aos que vos guiam (pois eles velam por vossas almas e delas devem dar conta). Assim, eles o farão com alegria, e não a gemer, que isto vos seria funesto" (Hebreus 13,17).

Martinho Lutero e outros líderes da Reforma Protestante foram obedientes às demandas destes versículos?

"Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano" (Mateus 18,15-17).

O que nos diz estes versículos acerca de onde reside a autoridade final? Qual é o nome dessa Igreja, visto que ainda está conosco? A qual Igreja teriam ido para obedecer o mandato destes versiculos de Jesus Cristo aqueles que viveram nos anos 110, ou 450, ou 1025, ou 1490 ? Poderia denominá-la?

Existem muitos versículos que nos advertem contra a insubordinação à autoridade ordenada por Deus: desde a sua assembléia conferida a profetas como Moisés (Êxodo 3,40) até a Sua Igreja aos apostolos (João 20,21-23) e seus sucessores (Hebreus 13,7-8.17).

Leia também sobre Maria e Aarão quando renegam a autoridade de Moisés em Números 12,1-15...

Números 12,2: "'Porventura é só por Moisés - diziam eles - que o Senhor fala? Não fala ele também por nós?' E o Senhor ouviu isso"

Deus se enfureceu com este detalhe, visto que previamente havia disposto a falar por meio de Sua única figura paterna, seu "vigário" na terra: Moisés. Consequentemente, Ele transformou Maria em uma leprosa.

Veja a rebelião de Coré contra a autoridade divina de Moisés, em Números 16, colocando atenção especial ao acontecido a Coré e seus seguidores em Números 16,31-35.

Seu final e o de seus seguidores, por dizer o mesmo sobre a autoridade, não é nada desejável.

* Que pessoa, em alguma dessas 35.500 seitas protestantes, detém alguma autoridade?

* Quem tem toda a autoridade para separar a verdade doutrinal da desgraça do erro?

A Rejeição da autoridade no protestantismo é meramente um mecanismo de defesa. Visto que para iniciar, obviamente sabiam que não a teriam, então resolveram simplesmente anulá-la. De qualquer forma, sua refutação à autoridade é altamente anti-cristã e anti-bíblica, como foi mostrado.

Para aqueles que dizem seguir somente a Biblia, como não podem ver isto?

* * *

4. O erro do "Somente a Biblia"

Os protestantes, que dizem seguir a Sagrada Escritura literalmente, praticam uma doutrina falsa, um mandamento de homens, intitulada "Sola Scriptura" ou "Somente a Bíblia", expressão virtualmente desconhecida antes da Reforma do século XVI. Em outras palavras, dizem que a Bíblia é tudo o que querem e necessitam porque contém todo o necessário para a salvação e que, fora dela, é imaterial e simplesmente deve ser descartado e rejeitado. Ao aceitarem essa tão limitada versão sobre a História da Salvação têm ocasionado um restrito conhecimento da Cristandade. Esta restrição tão limítrofe os expõe a adquirir um erro ainda maior, pois para que estes acreditem em algo devem encontrar antes na Biblia. No entanto, a mesmíssima doutrina da Sola Scriptura não é encontrada em nenhuma parte da Biblia. Sendo assim, como alguém pode ser praticante de tal doutrina sem ser acusado de hipócrita?

"O Senhor disse: Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro" (Isaías 29,13).

"Jesus disse-lhes: Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos (cf. Isaías 29,13)" (Marcos 7,6-7).

O fato de a "regra" da Sola Scriptura não poder ser encontrada nas Escrituras, prova que é somente um mandamento de homens e isto a põe no sentido oposto da Sagrada Escritura e das palavras de Jesus Cristo.

Visto que a Escritura não se auto-autentica, não se auto-ensina e não especifica quais livros foram inspirados (Atos 8,30-31; 2Pedro 3,16), como podem os protestabtes afirmar que o livro em suas mãos é de todo inspirado?

A "Sola Scriptura" foi reprovada nestes exames bíblicos. Não é biblica. Certamente tampouco é histórica antes da Reforma Protestante. É impossivel que houvesse existido antes da invenção da imprensa, pois não havia muitas Bíblias disponíveis. É impossivel que tivesse funcionado, se 95% do povo era analfabeto. Simplesmente não pode ser, não é e nunca funcionará. O protestantismo fabricou esta falsa doutrina da "Sola Scriptura" - mandamento de homens - simplesmente porque não lhes restava nada mais com que trabalhar.

* * *

5. O erro protestante da infinita separação do Corpo de Cristo

Os erros da "norma da opinião pessoal", do "Espírito Santo me inspira", "Sola Scriptura" e "rejeiçao da autoridade" resultam em caos, confusão e divisão do Único Corpo de Cristo.

Onde existem regras criadas por milhões de opiniões pessoais só pode haver caos.

Onde todos e cada um pensa estar correto porque o "Espírito Santo me inspirou" é certo que algum dos três espíritos está intervindo. Será possivel definir qual destes três espíritos estaria agindo?

Quando todos praticam a "Sola Scriptura", se limitando somente às Escrituras, e de novo as opiniões pessoais entram em cena, qual opinião é aceitavel?

Onde não existe autoridade outorgada divinamente e as disputas entre os membros não podem ser solucionadas amigavelmente, os grupos de opiniões pessoais se fragmentam, criando assim mais divisões. Precisamente por isso Jesus Cristo fundou somente uma Igreja educadora, conferindo-lhe Sua autoridade (Mateus 18,17-19) para resolver controvérsias, às quais as Escrituras anunciam que surgiriam inevitavelmente (1Corintios 11,19).

Onde existe a autoridade divina, um debate se soluciona por seu corpo autorizado.

Onde não existe a autoridade divina, os problemas não se solucionam. Os de opiniões opostas simplesmente se separam e formam novas seitas. Isto comprova a razão principal da existência atual de mais de 35.500 frações do Protestantismo, além da sua separação do Corpo de Cristo.

Quando Martinho Lutero se insurgiu, separando-se da Igreja fundada por Jesus Cristo, com existência de quase 1500 anos e seguindo sua linha de Papas desde São Pedro, a Igreja estava em seu 218º Papa. Lutero criou a primeira afiliação protestante. Era o ano de 1521. E não o fazia sozinho; imediatamente ele e Tomaz Münzer tiveram uma "diferença de opiniões" e Munzer se desligou de Lutero para formar o segundo grupo Protestante, também em 1521. As frações no Protestantismo iniciaram e continuam em uma marcha atroz até os nossos dias. No ano de 1600, já havia 100 rupturas. Em 1900 havia mais de 1.000 rupturas. Hoje, mais de 35.500 divisões (ano base: 2002) em todo o Protestantismo; e não vemos o fim desta divisão interminável.

"Então estaria Cristo dividido?" (1Coríntios 1,13), como questiona outro versículo ignorado pelos protestantes. Esta é a herança que se recebe como "prêmio" das regras das "opiniões pessoais" (proibida pela Sagrada Escritura, insistindo que o "Espirito Santo inspirou" quando Ele não falou), da "Sola Scriptura" que não é biblica e da "a rejeição do corpo governante" autorizado, indo contra as palavras da Biblia (Mateus 18,18; Hebreus 13,17).

"Quem não está comigo está contra Mim; e quem não recolhe comigo, espalha" (Mateus 12,30; Lucas 11,23).

Com mais de 35.500 diferentes seitas protestantes atualmente, quem está espalhando? É obvio que pelos versículos listados aqui, quem "espalha" está contra o Recolhedor, Jesus Cristo.

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6. O erro de reduzir Deus ao nosso nível meramente humano

1. A Santíssima Virgem Maria não pode ter sido imaculadamente concebida.
2. Ela não pode ter sido sempre virgem.
3. Ela não pode ter sido assumpta aos céus.
4- Não existiu o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes; cada uma das 5.000 pessoas tinha um sanduiche em suas bolsas.
5. "Isto é o Meu Corpo" não pode ser Seu Corpo, pois já teria acabado com tantas comunhões; é somente um gesto simbólico.

Estas e muitas outras negações dos ensinamentos da Igreja Católica provêm dos duvidosos protestantes ao desejarem converter os feitos divinos (milagres) em gestos terrenos.

O que estes burlões e incrédulos realmente querem dizer é que "Ele - que do nada criou o universo e tudo o que nele existe e sustenta, por virtude de Sua vontade - achou impossível fazer estes milagres".

Nas negações destes exemplos, os protestantes não têm feito nada mais além de impor restrições a um Deus ilimitado.

Os mesmos incrédulos e libertinos, com seus augustos e limitados discernimentos, ignoram estas palavras de Deus:

"Pois meus pensamentos não são os vossos e vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor; mas tanto quanto o céu domina a terra, tanto é superior à vossa a minha conduta e os meus pensamentos ultrapassam os vossos" (Isaías 55,8-9).

* * *

7. O erro de sair do contexto

Os protestantes têm o mau hábito de tirar do contexto a Sagrada Escritura quando tratam de analisar um ponto.

CONTEXTO: A parte de um texto ou declaração que entrelaça uma palavra ou passagem "determinando seu significado".

Os protestantes invariavelmente selecionam um versiculo ou dois das Escrituras no vão intuito de "provar" seu ponto de vista. Se estes esquecerem o texto, circunstancialmente darão um significado diferente ou usualmente oposto ao versiculo ou frase selecionados. Igualmente costumam omitir informações chave e, ao fazê-lo, distorcem a verdade.

Alguns exemplos são:

- Sola Scriptura: usam 2Timóteo 3,16-17 como justificativa para tal doutrina; mas dentro do contexto, estes versiculos mostram um significado totalmente diferente do que eles propõem. Não há justificativa alguma para a Sola Scriptura nestes versículos.

- Um Mediador: usam 1Timóteo 2,5 para "provar isto", mas dentro do contexto de 1Timóteo 2,1 indica-se muitos intercssores. E a Santissima Virgem Maria é uma intercessora.

- Não chamem ninguém de Padre: fora de contexto.

- Os "irmaos e irmãs" do Senhor: fora dos devidos contextos.

Um texto fora do contexto é simplesmente um pretexto.

* * *

8. O erro de interpretar mal a Sagrada Escritura

Existem varios elementos a se considerar quando se interpreta a Sagrada Escritura e muitos deles são ignorados pelos protestantes.

1. Os Sentidos da Escritura: em qual sentido deverá ser tomada a passagem? Literalmente, alegoricamente, como parabola, etc.?

2. O significado das palavras usadas na época em que foram escritas não é necessariamente o mesmo que hoje.

3. A História tem um papel transcendental na interpretação apropriada da Escritura. Deve-se considerar a natureza e os costumes de quem está falando na Escritura.

4. Os verdadeiros significados do que os autores tinham em mente algumas vezes se perderam na traduções de uma linguagem para outra. Em algumas ocasiões, as palavras não têm o peso certo, mas apenas o mais "aproximado" no signficado conforme o tradutor. Frequentemente, deve-se consultar os textos antigos em grego e em hebraico para encontrar o verdadeiro significado das palavras da Escritura.

5. Muitas seitas protestantes tentaram adaptar a Sagrada Escritura aos seus falsos ensinamentos, ao invés de adaptar seus ensinamentos à Sagrada Escritura.

As acusações dos Protestantes contra a Igreja Católica são, em sua maioria, devido às suas interpretações equivocadas da Sagrada Escritura. Alguns dos casos são:

- Maria teve outros filhos.
- Observar o sábado ao invés do domingo.
- Negação do primado de Pedro.
- O Papado não é Bíblico.
- A Igreja Católica não pode ser a Igreja fundada por Jesus Cristo fundou, pois não coincide com o que diz as Escrituras sobre a Igreja Primitiva.

- A Sagrada Eucaristia é meramente um símbolo e não pode ser o corpo de Cristo.

Mas por acaso Jesus não disse em vários versiculos que É SEU CORPO? Em alguma parte diz que é somente um simbolismo?.

- As sete igrejas mencionadas em Apocalipse 2 e 3 são diversas igrejas protestantes.

Esta é uma das mais extravagantes afirmações que os protestantes vêm dando aos últimos chutes de um enforcado, utilizando a idéia como bem lhes convém. Para simplificar, usando o português puro, estas sete igrejas são paróquias, localizadas em diferentes cidades, da mesma e única Igreja fundada por Jesus Cristo.

Em termos fáceis de se entender, todas elas foram estabelecidas pelos mesmos APÓSTOLOS em quem se infundiu a mesma VERDADE ao MESMO TEMPO pelo mesmo ESPIRITO SANTO no Pentecostes.

Todos eles ensinaram UMA SÓ VERDADE; portanto, todas estas Igrejas pertencem a UM SÓ E MESMO REBANHO e não a sete diferentes e opostos rebanhos de Protestantes.

As sete Igrejas são meramente uma extensão de Atos 1,8, onde Jesus disse a seus apostolos:

"Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém (local), em toda a Judéia e Samaria (expandindo-se às zonas limite) e até os confins do mundo (expandindo-se a todo globo terrestre)"

Como isto poderia ser entendido, a não ser que se estabelecesse igrejas em todas as áreas do mundo?

* * *

9. O erro de aceitar e refutar a Sagrada Escritura

Erro conhecido como "Cristianismo de cafeteria". São apresentados vários versículos que são ignorados ou rejeitados pelos protestantes.

Dizem: "Aceitarei este versiculo porque me faz sentir bem e rejeito aquele porque não vai de acordo com o que eu creio". Contradizem assim, com seus atos, sua proclamação verbal de seguir as Escrituras ao pé da letra.

Temos aqui uns exemplos dos versículos mais ignorados ou rejeitados pelos Protestantes, embora já mencionados  anteriormente:

- Mateus 16,18: Jesus diz que fundou "UMA" Igreja. Não disse "igrejas", não é mesmo?

- Mateus 18,15: A Igreja é a autoridade final. Por que os Protestantes dizem ser a Bíblia a autoridade final? De onde tiraram isso? Em que parte a Biblia afirma ser a autoridade final?

- João 10,16: e haverá UM só rebanho e UM só pastor. Onde Jesus diz que haveriam mais de 35.000 rebanhos, como temos atualmente dentro do Protestantismo?

- Lucas 1,48: "e desde agora, todas as gerações me PROCLAMARÃO BEM-AVENTURADA" - "Desde agora" significa a partir do momento em que foi dito. "Todas a gerações" inclui toda a humanidade, desde o momento em que foi dito até o final dos tempos. A palavra "me proclamarão" não é uma sugestão e sim um mandato. "Bem aventurada" significa: "Santa", "Bendita", "cheia de graça", "ditosa".

Ora, em toda correspondência recebida dos protestantes (de muitos anos anteriores até o momento) referente à Mãe de Deus, nem um só protestante a chamou de bendita. Devo advertir, pela segunda vez, que este versículo não é uma sugestão e sim um mandato vindo de Deus.

O Arcanjo Gabriel a chamou de "Cheia de Graça" em Lucas 1,28. Os anjos falam por Deus. Isabel a chamou de "Bendita" em Lucas 1,42 e suas palavras surgiram por estar "cheia do Espírito Santo". Deus a chamou de "Bendita" mais de uma vez; então que desculpa tem os protestantes para também não a chamá-la de Bendita? E ainda dizem seguir as Escrituras ao pé da letra? Caros protestantes: se estiverem lendo este artigo, vocês a chamam de bendita? Não? Então porque desobedecem as Escrituras?

- João 6,53: "Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos" - Mandou Ele comer e beber um símbolo de Seu Corpo e Seu Sangue? O que significa "em verdade em verdade vos digo"? Já esclarecemos anteriormente que a verdade é uma pessoa. A pessoa de Jesus Cristo. Quando surge a palavra "Verdade" - Ele mesmo disse "em verdade", duas vezes neste versículo - isto é um indício de frase simbólica ou uma realidade? Vocês "Em verdade em verdade" crêem na "Verdade" que Ele mesmo disse aqui? Ou talvez sejam um destes que, em João 6,66, resistem em crer n'Ele, caminhando para o lado oposto e abandonando a Sua verdade? Notou a conexão com o número 666 neste versículo?

Que pena que os protestantes não observam as conexões de tipologia entre o Antigo e o Novo Testamento! Os hebreus e os judeus "simbolicamente" sacrificaram animais? Ou, de fato, realmente sacrificaram animais verdadeiros? No livro do Levitico se poderá encontrar a resposta...

- 1Corintios 10,16: "O cálice de bênção que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?" - Onde está o simbolismo neste versículo? Ou o contexto é o mesmo?

- 1Corintios 11,29: "Aquele que o come e o bebe SEM DISTINGUIR o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação" - Como um mero símbolo pode causar condenação?

- Malaquias 1,11: "Porque do nascente ao poente, meu nome é grande entre as nações e em todo lugar se oferecem ao meu nome o incenso, sacrifícios e oblações puras. Sim, grande é o meu nome entre as nações - diz o Senhor dos exércitos" - Quantas seitas Protestantes oferecem sacrificio no total? Quanto menos diariamente!

- Mateus 28,19-20: diz que Jesus Cristo estará com sua Igreja todos os dias até o final dos tempos. Este tema se repete em Efésios 3,21 e em João 14,16. Então porque os protestantes insistem dizer que a Igreja que Jesus Cristo fundou apostatou da verdade em uma determinada época depois de ter morrido o primeiro apostolo? Ao afirmarem isso, não estariam chamado a Cristo de mentiroso?

- 1João 5,10: "Aquele que não crê em Deus, o faz mentiroso" - Existem mais de 50 versículos na Bíblia que mencionam o inferno. Mateus 23,33; Marcos 9,43; e Lucas 10,15 são três exemplos. Ainda assim, algumas seitas protestantes negam sua existência. Imagine quanto espaço na Sagrada Escritura cobrem estes 50 versiculos! A esta altura, é facil observar que grande parte da mesma é negada por eles.

- 1Coríntios 11,22: nos adverte a não depreciar a Igreja de Deus. "Porventura não tendes casa onde comer e beber? Ou menosprezais a Igreja de Deus, e quereis envergonhar aqueles que nada têm? Que vos direi? Devo louvar-vos? Não! Nisto não vos louvo..." Mas adiante mostrarei como as seitas protestantes depreciam de fato a Igreja de Deus, caluniando-a e levantando falsos testemunhos contra Ela.

Temos aqui outro versículo muito ignorado, dentro da mesma linha:

- 1Coríntios 10,32: "Não vos torneis causa de escândalo, nem para os judeus, nem para os gentios, nem para a Igreja de Deus"

Ao longo deste artigo vamos listar mais uma série de versículos que são ignorados pelos protestantes.

* * *

10. O erro de dizer: "Uma vez salvo, sempre salvo"

"És salvo?". Típica pergunta dos protestantes. Quem quer que pense que está automaticamente "salvo" simplesmente por declarar que "Jesus é seu Senhor e Salvador" está mal-interpretando totalmente a Sagrada Escritura, cometendo ao mesmo tempo um pecado de presunção. Somente Deus sabe quem será "salvo" e quem não será. Nenhuma criatura humana pode se declarar "salva" por conta própria. Esta falsa doutrina é fabricação do Protestantismo e não pode ser encontrada em nenhum lugar antes da Reforma Protestante.

A salvação é um processo constante através da vida, como a Sagrada Escritura nos diz claramente. Leia Corintios 13,13 que aponta que devemos ter fé, esperança e caridade. Se somos automaticamente "salvos", então, qual é o propósito da esperança?

A "Sola Fide" ou "salvo somente pela fé" é ensinada por muitos protestantes. De qualquer forma, essa doutrina, falsa e humana, não pode ser encontrada na Bíblia. De fato, o único lugar na Biblia inteira onde encontramos a palavra "fé" e "somente" juntas são em Tiago 2,24 e diz:

"Vedes como o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé?"

Este versículo foi uma espinha na garganta para Martinho Lutero, que chamou a Epistola de São Tiago de "epístola de palha", significando assim que mereceria ser queimada, removida da Sagrada Escritura.

Devia representar uma vergonha para ele, posto que se atraveu a adicionar a palavra "somente" em Romanos 3,28 em sua tradução da Bíblia para o alemão, com o fim de apoiar sua falsa doutrina de "justificação somente pela fé". Tiago 2,24 é totalmente ignorado e desdenhado por muitos protestantes.

- João 15,14: "Vós sois meus amigos se fazeis o que vos mando".

- Filipenses 2,12: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, TRABALHAI na vossa salvação com temor e tremor".

Para aqueles que pensam sem "salvos" somente pelá fé, como podem ignorar sempre estes versiculos? Ambos dizem claramente que as obras são necessárias e sem elas não é amigo de Jesus.

Igualmente ignoram grande parte de Mateus 25, referente ao juízo final. Leiam os versículos 31 a 46 cuidadosamente, como falou Jesus sobre o juízo dos grupos, as ovelhas e os cabritos. Note que os dois grupos creram, mas somente um grupo trabalhou e esse foi o das ovelhas; as ovelhas é que seriam salvas.

Assegure-se de ler os versiculos 41 a 46; pode-se descobrir aí onde viveriam eternamente as cabras que creram mas não trabalharam. As cabras, que também creram, foram salvas somente por crer sem trabalhar? Aqueles que praticam a doutrina do "uma vez salvo sempre salvo" querem fazer-nos crer que foram...

* * *

11. O erro do "buraco negro" em sua história

Em certa ocasião, perguntaram ao sr. Isaac Newton como ele poderia juntar tanto conhecimento sobre a sua matéria no transcurso de sua vida. E prontamente respondeu: "Porque estive apoiado nos ombros dos gigantes".

Adquirir conhecimento sobre qualquer campo, inclusive da Teologia, é um processo contínuo (João 16,33), onde um funda a base e a partir daí outros constroem sobre ela (1Coríntios 3,10).

Cometem-se erros pelo caminho, mas os seguidores conscientes se beneficiam desses equívocos e o conhecimento se incrementa. O Protestantismo de qualquer forma, estando em severa desvantagem com a bola e a corrente da Sola Scriptura, não utiliza destes "gigantes" que caminharam muito antes deles, durante os primeiros mil e quinhentos anos do Cristianismo. O progresso teológico, os erros e equívocos do passado são ignorados como se não houvessem existido jamais.

Os protestantes estão exilados em um Buraco Negro de mil e quinhentos anos.

Para ser vitorioso em qualquer projeto, não se deve ignorar os triunfos e fracassos na História, pois é assim que cresce o conhecimento.

Aqueles que não se beneficiam dos erros dos outros no passado estão condenados a repetir os mesmos erros novamente e, ao fazê-lo, tomam passos que os atrasam ao invés de progredir no conhecimento.

Aqueles que fracassam em beneficiar-se dos triunfos históricos estão sentenciados a reinventar a roda uma e outra vez.

"Todas as coisas se afadigam mais do que se pode dizer. A vista não se farta de ver, o ouvido nunca se sacia de ouvir. O que foi é o que será: o que acontece é o que há de acontecer. Não há nada de novo debaixo do sol. Se é encontrada alguma coisa da qual se diz: 'Veja, isto é novo', ela já existia nos tempos passados. Não há memória do que é antigo, e nossos descendentes não deixarão memória junto daqueles que virão depois deles" (Eclesiastes 1,8-11).

Os protestantes têm medo de ler documentos históricos escritos antes da Reforma do século XVI, em razão do que podem encontrar neles.

Uma das conversões mais famosas do Protestantismo ao Catolicismo é a do Cardeal John Henry Newman, que escreveu em sua introdução ao tratado "Do Desenvolvimento da Doutrina":

"Adentrar na historia é deixar de ser protestante". Newman desejava "provar" por meio de documentos históricos, que o Anglicanismo era a Igreja "verdadeira", a fundada por Jesus Cristo. Depois de uma dedicada investigação extensiva de documentos históricos genuínos, descobriu que a igreja Anglicana não era a Igreja fundada por Jesus Cristo, mas sim a Igreja Católica. Ante a tanta evidência irresistível, imediatamente se converteu à Igreja verdadeira: a Igreja Católica.

O que aconteceu com a Igreja Cristã depois de Atos 28,30? Não interessa saber nem um pouquinho? Por acaso o progresso histórico da Igreja acabou por ai mesmo? Absolutamente não.

Mostre-me algum período da História da Igreja em que os eventos não foram registrados por historiadores e escritores!

Convido a todos os protestantes a ler os registros da História do Cristianismo, iniciando com os escritos históricos do primeiro e segundo séculos que se tem disponíveis na Internet e em alguns artigos deste site.

Por acaso não está um pouco interessado em sua herança cristã, nas dificuldades e martírios de nossos ancestrais cristãos que nos levaram onde estamos atualmente?

Se você se diz chamar "Cristão", certamente deveria sê-lo. Pegue Joao 16,12-13 e observe o tempo futuro usado nos versículos, revelando verdades vindouras reveladas pelo Espirito Santo. É o desenvolvimento da doutrina nas Escrituras através dos séculos. Estes passos que aumentam o conhecimento século após século, foram registrados por muitos documentos históricos autênticos e estão disponiveis para a sua leitura. Neles você verá o progresso do conhecimento da Igreja Cristã Primitiva através dos séculos.

Devo acrescentar que: se você resiste a ler a História do Cristianismo, mantendo uma mentalidade fechada, deve temer o  que tratarei no decorrer deste artigo.
12. O erro de buscar tirar as duvidas na própria fonte do erro

Ao debater os ensinamentos da Igreja Catolica, os protestantes invariavelmente se casam com o que escutaram dizer de outros protestantes, fracassando assim, ao mesmo tempo, em ir à fonte dos ensinamentos católicos (na própria Igreja Católica) com o fim de encontrar a verdade sobre o que ela realmente ensina.

Se fosse comprar um Ford, buscaria assessoria sobre o Ford junto a um vendendor da Chevrolet? O que me diria? Não, uma pessoa inteligente iria à fonte, à concessionária Ford.

Então, por que os protestantes não procuram a Igreja Católica para encontrar a verdade sobre os ensinamentos catolicos?

Ignorar a Igreja Católica é ignorar a Cristo, pois a Igreja Catolica é Seu corpo.

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13. O erro de buscar uma igreja por conveniência

Em meu jornal apareceu um artigo sobre uma mulher que tem buscado durante muito tempo uma igreja que "encaixe" com suas crenças.

- Ah, perdão!!!! Suas Crenças???

Não estaria equivocada? Devemos buscar a Igreja que tem a verdade objetiva, não uma que se conforme com a nossa verdade individual e subjetiva. Devemos nos acomodar à vontade de Deus e não às nossas opiniões pessoais e crenças.

Essa mulher caiu na mentalidade de que "se me sinto bem, então está bem pra mim".

Os protestantes elegem suas igrejas por todas as razões equivocadas e quero expor algumas delas:

1. Esta tem um melhor cuidado infantil enquanto eu estou no culto. Sim, mas Jesus pediu que deixassem as crianças ir a Ele (Mateus 19,13-15). Como podem fazê-lo se não as levamos aos cultos?

2. Eu gosto mais da musica nesta outra igreja. Sim, mas não se pode cantar no teu caminho para o céu.

3. A minha tem uma melhor classe de evangelização. Sim, mas somente se ensinar a verdade.

4. Eu gosto do pastor da minha igreja. Sim, mas existem muitos pastores agradáveis em todo lugar.

5. Desfruto de muitas amizades. Sim, mais Deus vem antes das amizades.

6. Suas doutrinas são mais cômodas, pois se casam com as minhas crenças. Preciso dizer algo mais?

7. As coisas incômodas, como a existencia do inferno e outros temas, não são mencionados. Algumas vezes a verdade dói, mas a verdade não pode ser coibida (Romanos 1,18).

8. Não é autoritaria e é rigidamente estruturada. Sim, mas a ausência da autoridade respira caos, como já vimos no Protestantismo.

9. Acreditem ou não, eu já escutei: "Eu gosto da minha igreja porque é mais fácil de se estacionar". O que você acha desta afirmação?

10. Também há o erro da heresia do indiferentismo, a falsa crença de que todas as religiões são igualmente válidas. Portanto, não importa em qual frequente: escolherei a mais próxima...

A unica razão válida para eleger uma igreja, é encontrar a verdadeira e única Igreja, a que nosso Senhor Deus, Jesus Cristo, fundou. Não devemos trabalhar em vão nessas igrejas que não foram fundadas por Deus, mas por criaturas meramente humanas, como adverte claramente o Salmo 127,1.

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14. O erro de ingressar em uma igreja baseando-se em sentimentos

- Sentimentos: opiniões baseadas mais em emoções do que na razão.

Deus deseja exatamente o oposto: a verdade baseada na razão em lugar da emoção.

Através da "razão" podemos encontrar a verdade. Através da "emoção" podemos cair no erro.

Quantas vezes não escutamos alguém dizer que "não sente nada" na outra igreja que freqüenta, mas que tem um "nivel emocional muito alto"?

Por que esta deveria ser a correta ? Onde na Sagrada Escritura diz que a Igreja fundada por Jesus Cristo está baseada em sentimentos e emoções [pessoais]? Sua verdade está baseada na verdade e na fé ou em hiper-emoções?

Muitas seitas deliberadamente esboçam seus cultos para obter isto: despertar os sentimentos, para poder ganhar terreno emocional. Até porque sentem que devem fazer algo diferente para poderem se sobressair do amontado de milhares de seitas e ganhar, assim, uma maior audiência. Pois é, e uma maior audiência significa um maior aporte monetário em seus caixas.

O atual estado mental de muitas pessoas, independetemente da verdade é:

"Naquele tempo não havia rei em Israel, e cada um fazia o que lhe parecia melhor" (Juízes 21,25).

Assim não é Deus, pois a Deus não lhe interessa as opiniões dos homens (Marcos 12,14).

* * *

15. O erro do menosprezo e degradação da Mãe de Deus

Até o tempo da "Deforma Protestante" (deforma com "D" mesmo), a santíssima Virgem Maria era honrada pelos cristãos desde o primeiro século. Incluindo os reformadores originais, que a amaram e a honraram: Lutero, Calvino, Zwínglio e outros. Mas o que se passou com o Protestantismo então?

Os protestantes de hoje não deixam ensinar o que seus fundadores de muitas formas ensinaram com relação à Mãe de Jesus Cristo. Agora a caluniam e degradam afirmando que:

1. Ela não pode ser perpetuamente virgem, visto que teve outros filhos.
2. Ela não pode ter sido imaculadamente concebida.
3. Ela não pode ter sido assumpta ao céu de corpo e alma.
4. Ela não pode ter sido Mãe de Deus.
5. Ela é uma pecadora igual a todos nós, porque a Biblia diz que todos pecaram.

Infelizmente, os protestantes consistentemente tratam de rebaixar Deus ao nosso nível humano, na débil intenção de explicar estas acusações com termos meramente humanos, como mencionamos anteriormente.

Fracassam em contemplar que as leis que os ligaria a Deus NÃO os ligam a Ele.

Tenho uma resposta circunscrita para os protestantes, para cada uma destas falsas acusações anteriormente mencionadas contra a Mãe de Deus.

Dizem que Deus, que do nada criou tudo e sustenta por virtude de Sua Vontade, não pode fazer tais coisas?

Quando todos nós nos encontrarmos diante de nosso Criador após a morte, prefiro que me diga:

- "Bem vindo, pois minha Mãe tem me falado de ti frequentemente"

Em lugar do que possa falar aqueles que a caluniaram e degradaram:

- "Porque disseste isso da Minha Mãe?"

O que diria um bom filho e uma boa filha àqueles que se atreveram a degradar sua mãe?

Jesus honra Sua Mãe. Até porque foi Ele mesmo que escreveu os Dez Mandamentos, incluindo este:

"Honrarás teu pai e tua mãe".

Você acredita que Ele não obedeceu seus próprios mandamentos? Ou honrou a sua própria Mãe, deixando-nos um exemplo a seguir? Por acaso não obedeceu as ordens maternas por pelo menos por 30 anos (Lucas 2,51)?

Me diga o nome de outra mulher com a habilidade de dizer ao Criador do Universo o que Ele deveria fazer e que Ele a obedecesse... Por que, então, os protestantes, que dizem seguir as Escrituras ao pé da letra, falam tão miseravelmente quando o assunto é honrar a Santissima Virgem Maria?

Podem fazer menos do que o Filho, Jesus Cristo, por sua Mãe?

Não estão sujeitos a seguir Seus passos da mesma maneira que fazem os Católicos (Mateus 16,24)?

O que acham que ganharão degradando e caluniando a Mãe de Jesus Cristo?

* * *

16. O erro de caluniar os católicos e a Igreja Católica

Na Reforma Protestante do século XVI, os transgressores perderam toda a autoridade dada por Deus à Sua única Igreja, como ja foi explicado. Visto que ao rejeitá-la não tinham autoridade de nenhuma forma, não puderam tampouco recorrer à Tradição Apostólica, como mostra 2Tessalonicenses 2,15, e igualmente a recusaram. Portanto, aí estiveram, desprovidos de toda a autoridade e 1.500 anos de Tradição, desolados e sem forma alguma de conseguir delinear sua herança ascendente até Jesus Cristo.

O que podiam fazer para se justificar, visto que haviam se separado da Igreja Católica? Passaram a  caluniá-la e infernizá-la e, igualmente, aos fiéis católicos. Se fosse possível demonstrar (o que não é) que a Igreja Catolica era de Satanás, possivelmente haveriam encontrado uma justificação válida para as suas ações.

Falaram miseravelmente porque tiveram que "inventar" acusações que simplesmente não eram verdadeiras.

Nunca entenderam que poderiam "provar" uma verdade, mas somente os crédulos e mal informados aceitariam a mentira. Em seguida, tambem criaram algumas "invenções" anticatolicas, as mesmas que têm fracassado...

1. O Papa e o Papado é a "Babilônia" do Apocalipse 17,18:

Esta mentira foi primeiramente promovida por Martinho Lutero, em sua linguagem acusatória contra a Igreja Católica.

É uma fabricação total, como mostrei pela Sagrada Escritura em um artigo anterior sobre Lutero. A Sagrada Escritura nos diz que a "Grande Babilonia" é uma "Grande Cidade" e não é Roma, mas Jerusalém.

2- O Papa é a "Besta do Apocalipse" e a "Prostituta" é a Igreja Catolica:

Os inventores desta nota diabólica foram negligentes em não dar atenção à passagem da Sagrada Escritura. Veja Apocalipse 17,15-16:

"O anjo me disse: As águas que viste, à beira das quais a Prostituta se assenta, são povos e multidões, nações e línguas. Os dez chifres que viste,' assim como a Fera, odiarão a Prostituta. Hão de despojá-la e desnudá-la. Hão de comer-lhe as carnes e a queimarão ao fogo'".

Visto que a Prostituta era Jerusalem, como mostrei no artigo sobre Lutero, então a "Besta" que odeia Jerusalém e a destroi com fogo somente pode ser o tirano Império Romano, que odiou os judeus e a Jerusalém, destruindo-a, de fato, pelo fogo no ano 70 d.C.

Pois bem. Se a besta fosse o Papa, por que ele odiaria a prostituta, sua propria instituição? Por que ele destruiria a si mesmo? Satanás destrói a Satanás? Em Lucas 11,18, Jesus diz:

"Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que expulso os demônios por Beelzebul".

3. A Igreja Catolica foi fundada pelo imperador romano Constantino no século IV.

Falso. Constantino não fundou igreja alguma; simplesmente permitiu que o Cristianismo existisse sem a perseguição do Império Romano, como o disse claramente em seu "Edito de Milão".

Nenhum Protestante pode produzir um só documento histórico autêntico que "prove" esta falsa acusação.

4- A Igreja Catolica é um extensão do Paganismo.

Outra mentira, visto que cada igreja protestante tem algum ser humano por fundador e nenhuma pode dispor de um nome para a Igreja Católica, a menos que aceitem admitir a verdade: que foi o próprio Jesus Cristo quem a fundou.

Qual a melhor forma de se obedecer ao mandato de Jesus Cristo, de converter o mundo inteiro (Mateus 28,19-20 e Atos 1,8), a não ser situando a Igreja em Roma, o próprio centro do paganismo? Não é justamente o que ocorreu depois de algumas centenas de anos? O endemoniado Império Romano sucumbiu e a Roma pagã se converteu ao Cristianismo. Este é um fato histórico inegável.

5- Os Católicos vão para o inferno.

Veremos! Para começar, aqui exponho vários versículos ignorados pelos mesmos que fazem semelhante acusação:

- Mateus 7,1: "Não julgueis para que não sejas julgados".

- Lucas 6,37: "Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados".

- Romanos 14,13: "Deixemos, pois, de nos julgar uns aos outros; antes, cuidai em não pôr um tropeço diante do vosso irmão ou dar-lhe ocasião de queda".

- Tiago 4,11: "Meus irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de seu irmão, ou o julga, fala mal da lei e julga a lei. E se julgas a lei, já não és observador da lei, mas seu juiz".

Como é que aqueles que promovem mentiras e calunias contra a Igreja Católica nunca têm nenhum documento histórico fidedigno para "provar" suas falsas acusações? Durante os anos que tenho pedido, não recebi nenhum.

Por que os católicos, podem dispor de documentos históricos, que os protestantes recusam-se a ler, e os protestantes não podem mostrar quando solicitados? A razão de sua falta de "evidência" certamente é que a mentira não pode ser "provada".

Eu sugiro abrir a sua Bíblia e ler Apocalipse 21,27.

Aqueles que perserguem a Igreja Católica, perseguem mesmo a Jesus, visto que a Igreja é seu corpo (Efésios 1,22-23), independentemente do que os protestantes aceitem crer ou não.

Em Atos 7,54 e 8,1-3, Saulo havia perseguido a Igreja fundada por Jesus Cristo (Atos 8,3); e em Atos 9,4, Jesus Cristo diz:

"Saulo, Saulo: por que me persegues?"

Poderia ser dito: "Por que persegues a minha Igreja?"

"Mas estes, quais brutos destinados pela lei natural para a presa e para a perdição, injuriam o que ignoram, e assim da mesma forma perecerão. Este será o salário de sua iniqüidade" (2Pedro 2,12).

Outro versiculo muito ignorado pelos protestantes que caluniam o Catolicismo:

"Nada temas, porque estou contigo; não lances olhares desesperados, pois eu sou teu Deus; eu te fortaleço e venho em teu socorro, eu te amparo com minha destra vitoriosa (já são 2000 anos!). Vão ficar envergonhados e confusos todos aqueles que se revoltaram contra ti (o protestantismo dividido em 35.500 peças!); serão aniquilados (Salmo 127 novamente!) e destruídos aqueles que te contradizem (os hereges, caluniadores e mentirosos do passado, presente e futuro)." (Isaías 41,10-11).

* * *

17. O erro protestante de sensacionalizar os "aparentes" contratempos católicos

Quando digo "aparente", quero dizer exatamente isso.

Praticamente cada notícia que aparece para mostrar negativamente a Igreja Católica é apresentada exageradamente fora de proporção com o "nós dissemos" protestante. Alguns casos a mencionar:

1. O descobrimento de um aparente ossuário com a inscrição que diz: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus".

Os protestantes se regozijaram nas ruas gritando: "Não dissemos? Maria teve filhos!!". Se eles somente lessem a Bíblia,  como dizem fazê-lo, se dariam conta que não há nada novo aqui referente ao irmão de Jesus.

"Dos outros Apóstolos não vi mais nenhum, a não ser Tiago, irmão do Senhor" (Gálatas 1,19).

Este versiculo tem estado por mais de 1900 anos na Sagrada Escritura. Então, por que tanto escândalo pelo ossuário, se não é apenas para realizar mais um outro ataque com falsas acusações contra a Igreja Católica?

Notou que o "Tiago" mencionado neste versículo é também Apóstolo? Houve dois Apóstolos chamados Tiago e a Sagrada Escritura nos apresenta o nome dos pais de ambos e nenhuma de suas mães foi a Santissima Virgem Maria. Portanto, há algo em desacordo com esta inscrição e é o fato de o Tiago mencionado no ossuário ter tido um pai chamado José. Que lástima, a Sagrada Escritura nos dizer que nenhum dos pais dos Apóstolos Tiago se chamou José e sim, Zebedeu e Cléofas!

Algum protestante tentou indagar os fatos antes de continuar com suas falsas acusações contra a Igreja Católica,  regozijando-se depois de suas mentiras que acabamos de desmentir?

Por que não usam primeiramente o que acabo de fazer, sua inventada "Sola Scriptura" para descobrir sua falta de fundamentos nas acusações contra a Igreja Catolica, de que Maria teve outros filhos?

Este é um exemplo primordial mostrando como a falsa doutrina da "Sola Scriptura" pode ser uma ferramenta vantajosa utilizada pelos católicos também, com desvantagem para os protestantes, provando somente pela Escritura o fato da inscrição do ossuário não ter nada a ver com Jesus Cristo, os dois Apóstolos de nome Tiago, a Santissima Virgem Maria ou São José.

Pois bem. Por que os protestantes, que baseam sua fé somente na biblia, não o encontraram primeiro? Será que é porque não quiseram encontrar a verdade, preferindo assim crêr na mentira?

2. Os escândalos sexuais no meio católico.

Ao se escutar um protestante falar, se pode pensar que cada sacerdote católico é um pedófilo. Se somente verificassem os fatos, descobririam que o número ascende aproximadamente a 1,8 % de sacerdotes católicos acusados de abuso sexual e dessa porcentagem, menos da metade é acusado de pedofilia (cerca de 0,3 %). Vale lembrar que ser acusado não é ser culpado. Pareceria de qualquer forma que bastaria um sacerdote ser acusado para que automaticamente o julgassem culpado enquanto não provassem sua inocência. Tem-se provado que muitos sacerdotes têm sido falsamente acusados por pessoas sem escrúpulos, buscando simplesmente uma alta soma de dinheiro e suas falsas denúncias têm sido descartadas. Não somente isso, também muitas das acusações ocorreram há 30 anos ou mais e muitos dos sacerdotes indiciados já até faleceram.

"Jesus disse também a seus discípulos: É impossível que não haja escândalos, MAS AI DAQUELES POR QUEM ELES VÊM!" (Lucas 17,1)

Por acaso Jesus não disse: "Quem de vocês estiver livre de pecado, que atire a primiera pedra..."?

Pois bem. Se os protestantes dessem uma olhada em seus próprios jardins, descobririam que a porcentagem de seus ministros acusados pelos mesmos abusos sexuais é muito mais alto do que entre os sacerdotes católicos. De qualquer forma, não se escutam muitos desses casos, visto que os meios de comunicação sempre têm prioritariamente enfatizado humilhar a Igreja Católica em tudo o que podem.

Recordemos os tremendos escândalos perpetrados por Jimmy Swaggart, James Baker, Jim Jones e Jesse Jackson, somente para nomear algumas figuras protestantes involucradas.