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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Contragolpe cristão dentro do Terceiro Reich: bispo franciscano Alois Hudal e a trama do Vaticano para dividir o movimento nazista, infundindo a caridade cristã.



Um exemplar de Fundamentos do nacional-socialismo, de Alois Hudal, entregue a Hitler em novembro de 1936 como parte de uma conspiração pra dividir o movimento nazista. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Em 1936 o bispo Católico Alois Hudal, com então 49 anos escreveu o livro Fundamentos do nacional-socialismo.  A primeira vista poderia parecer mais um livro dentre tantos que apoiavam e instruíam os cidadãos dentro das políticas do nacional-socialismo. O livro era apresentado com uma capa marrom estridente que lembra os uniformes das Tropas de Assalto, com seu título e autor escritos em um tom dourado atenuado em uma capa de linho. A principio parece um tratado conspiratório, assim como a fotografia brilhante em página inteira de seu autor, mal parece a imagem do artífice de uma trama do Vaticano para dividir o movimento nazista de dentro, purificá-lo das toxinas antissemitas, infundi-lo de caridade cristã e despertar em seus seguidores o catolicismo romano latente que os conspiradores tinham certeza de que jazia dormente dentro de suas almas.

O herege livro “O Mito do Século XX”.

Um plano que parecia tão ingênuo quanto ambicioso, mas por algumas horas em novembro de 1936, quando Hitler recebeu o livro, aquele plano pareceu cambalear à beira do sucesso, uma conspiração de um homem só (bispo franciscano Alois Hudal) iniciado dois anos e meio antes, na tarde de 7 de fevereiro de 1934, por um estudioso do Antigo Testamento.


Exemplar do livro O Mito do século XX de Alfred Rosenberg. Hitler certa vez descreveu o livro como algo impenetrável. Esta edição de 1940 contém o Ex-Libris de Hitler, mas não mostra sinais de ter sido lida. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Naquela tarde especial de 1934, Hitler recebeu o cardeal Karl Joseph Schulte, , bispo de Colônia, em seu escritório na Chancelaria do Reich. O cardeal viera a Berlim para expressar sua preocupação com a agitação anticristã crescente entre os nazistas locais e, em particular, com a recente nomeação de Alfred Rosenberg como o “Ideólogo principal.” de Hitler, responsável pelo bem-estar “espiritual” do povo alemão. Agora o cardeal Karl Joseph Schulte vinha levantando a questão com o próprio Hitler. Este foi lembrado de que Shulte era responsável pelo bem-estar espiritual de 7 milhões de católicos, que inicialmente apoiaram a tomada do poder pelos nazistas e o acordo firmado com o Vaticano. Schulte disse que havia observado um aumento preocupante da retórica anticristã e anticlerical entre os líderes nazistas, tendências agravadas ainda mais pela nomeação de Rosenberg como “representante” do ensino “ideológico e espiritual”. Não apenas monitoramento do ensino Religioso violava os termos do acordo com o Vaticano, como Rosenberg era um conhecido militante crítico da Igreja, fato que ficava bem claro em seu livro o Mito do século XX.

Rosenberg estava entre os nazistas anticristãos mais militantes, seu livro O mito do século XX constituindo um compêndio de heresias, incluindo a defesa da poligamia, a esterilização forçada e a propagação do “quinto Evangelho”, que revelaria a verdadeira natureza de Jesus Cristo. De acordo com aquele “Evangelho perdido”, Jesus era revoltado contra seu próprio povo, era um profeta irado propenso a destruição. Em seu livro Rosenberg alegou que “São Pedro, agindo como um agente judeu, mudou seu nome para de Saulo para Paulo e ocultou o quinto Evangelho como meio de escravizar os povos da Europa” (A mais pura paranoia antissemita).

Rosenberg falou de uma ética cristã “judaizada” e imaginou o surgimento de uma nova religião. Com símbolos de culto voltados a soldados tombados em batalha, como símbolos do mito eterno do sangue e vontade, deram a vida pela honra do nome alemão.

E novembro de 1933, o Vaticano havia feito um protesto formal contra a inclusão do Mito de Rosenberg nos currículos escolares, mas em vão. Em janeiro o ministro da Educação prussiano incluiu o livro numa lista de títulos “recomendados” a bibliotecas escolares. Os bispos fizeram soar o alarme.

“Recentemente, soube que o livro O mito do século XX deveria ser incluído nas bibliotecas escolares das escolas de nível médio. Esse livro de Rosenberg não condiz com tal biblioteca no mínimo caberia no Index [o Index Librorum Probitorum do Vaticano, a famosa lista de livros proibidos].”

Cardeal Karl Joseph Schulte

À menção do livro de Rosenberg fez Hitler interromper Shulte.

“Não quero aquele livro, Rosenberg sabe disso! Eu mesmo lhe disse que não quero nenhuma relação com aquelas coisas pagã”.
Adolf Hitler

O cardeal Schulte respondeu que Hitler não podia mais falar assim sobre Rosenberg e seu livro, Herr chanceler do Reich, porque, há poucos dias o senhor nomeou oficialmente esse mesmo Herr Rosenberg como instrutor ideológico do Partido Nazista e, portanto como instrutor de grande parte do povo alemão e portanto quer goste ou não o senhor será identificado com Herr Rosenberg! Hitler respondeu que se identificava com Herr Rosenberg, mas com o autor do livro O Mito. Hitler Repetiu que sua convicção de que sua convicção de nomear Rosenberg nada tinha a ver com seu livro o Mito. O livro repetiu Hitler era assunto particular. E destacou que se alguém devia ser responsabilizado pelo livro, era a Igreja Católica, pois foram os bispos que tornaram o livro de Rosenberg tão conhecido. Sem eles, ninguém ele teria dado a menor atenção. Quando Schulte disse que Hitler estava “distorcendo” os fatos, este mudou de assunto. O encontro chegou a um final nervoso.
O Contragolpe Cristão com o livro “Fundamentos do Nacional-socialismo”.

            Em 1933, Hitler foi nomeado por Paul Von Hindenburg com o 16º chanceler da República de Weimar. Na noite de 30 de junho de 1934, numa operação conhecida como “Noite dos Longos Punhais”, Hitler mandou eliminar líderes do Partido Nazista que discordavam de suas opiniões, muitos foram presos e executados. Hitler agora detinha a autoridade absoluta, e a natureza implacável do seu regime era evidente a todos.

            Mas enquanto Hitler eliminava a dissidência em seu país e no próprio partido, a trama do bispo católico Alois Hudal para solapar a movimento nazista já estava em andamento. Na mesma tarde em que Hitler discutiu com o cardeal Schulte sobre o livro o Mito de Rosenberg, uma assembleia de cardeais conhecida como Santo Ofício se reunia em Roma para tomar uma decisão que pôs em marcha os projetos ambiciosos do bispo Hudal.

          Nas negociações com o Partido Nazista que culminaram no acordo da primavera e verão de 1933, o bispo Hudal havia identificado duas facções dentro do movimento nazista: os “conservadores” como Goering e Goebbels, preocupados principalmente com o poder político, e os “radicais” do partido, como Rosenberg, que promoviam uma ideologia ariana fanática e estranha. Completando a inclusão do livro o Mito de Rosenberg no Index, o bispo Hudal recomendou uma campanha de relações públicas para expor essas divisões e forçar Hitler a tomar partido.

            Para o bispo Hudal, a expectativa pública poderia obrigar Hitler e Von Papen a se distanciarem dos radicais e adotar plenamente os termos do acordo como parte de seu “dever com a felicidade” do povo alemão. Desse modo disse o bispo Hudal, a posição do Vaticano e de todos os jornais católicos possíveis no exterior deve ser a exigência idêntica no espírito idêntico: Von Papen e Hitler, Hitler e Von Papen! Só assim segundo Hudal um clima potencialmente benéfico pode ser criado.

            Segundo o bispo Hudal, uma vez que o movimento nazista tivesse sido polarizado, os “radicais” apartados na extrema esquerda e os “conservadores” atraídos para a ala cristã, Hudal pretendia propor um projeto teológico combinado à crença católica romana com a doutrina nacional-socialista. Hudal via grande potencial nisso.

            Se os nazistas pudessem ser persuadidos a abandonar o “antissemitismo” a favor do “antijudaismo”, ou seja, incomodar-se com a comunidade religiosa, em vez da racial, o bispo Hudal acreditava que os alemães pudessem criar uma forma catequizada de fascismo que representaria a força política e social mais poderosa da Europa: a disseminação do bolchevismo. Hudal se referiu a certa “Wermacht do espírito” e notou que o ministro do Exterior soviético, Viatcheslav Mólotov, declarara que a maior ameaça ao comunismo seria a fusão do fascismo com o catolicismo romano.

            Quando o bispo Hudal delineou sua estratégia durante uma audiência privada com Pio XI, o papa ouviu pacientemente e depois disse ao bispo austríaco que este julgara mal Hitler e seu movimento ao achar que o nacional-socialismo representava um sistema de crenças.

“Ai você cometeu seu primeiro erro bispo Hudal. Você não pode falar de nada espiritual nesse movimento. É um materialismo total.”
Papa Pio XI

Para o Papa Pio XI, não havia desejo por parte dos nazistas de entrar em acordo com o cristianismo, e nunca haveria. O movimento envia táticas e poder, não fé ou crença. No final da audiência, Pio XI informou Hudal que não acreditava na “possibilidade de uma compreensão” entre nazistas e católicos, mas desejava a Hudal “boa sorte” em sua iniciativa. Hudal ignorou o conselho papal, pois acreditava que existia dentro de Hitler ainda aquele menino que um dia recebeu lições de canto no coro paroquial de Lambach e que via na posição de pároco de aldeia o ideal de vida e que deseja no mais  a situação de abade uma grande aspiração (Estas palavras o bispo Hudal extraiu lendo Mein Kampf).

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Análise comparativa da Revolução de 30, tendo por base os textos de Sandra Jatay Pesavento, Sônia Regina Mendonça e Luis Roberto Lopez.




Getúlio Vargas (centro) durante a Revolução de 1930, que deu fim ao comando político das oligarquias rurais. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Nessa análise comparativa procurarei por meio dos textos de Sandra Jatay Pesavento, “A Revolução de 30: os anos de transição”, Sônia Regina Mendonça em “Da Revolução de 30 ao Estado Novo” e Luis Roberto Lopez, com o texto “Os caminhos da Revolução de 30”. Trabalharei em estabelecer os pontos comparativos relevantes entres os autores sobre a Revolução de 30, baseado nas obras elaboradas pelos mesmos que acabo de citar. Usarei por base o cruzamento de informações fornecidas pelos autores para estabelecer se suas opiniões se assemelham ou não em relação aos respectivos temas dentro da temática estabelecida.

Quando analisamos o texto de Sandra J. Pesavento, vemos que ela procura especificar que a dita “Revolução” de 30, foi na realidade um Movimento e não Revolução, pois não mudou a classe dominante nem o sistema político vigente. Ela vê uma “Revolução” que ocorreu devido ao esgotamento do padrão capitalista baseado na agroexportação de um só produto, o café. Já o autor Roberto Luis Lopez, nos mostra em seu texto que já nos fins da década de 1920, o descontentamento existente podia levar a uma conflagração, mas para que ela pudesse ocorrer deveria haver uma cisão a nível das oligarquias. O autor Roberto Luis Lopez também quando trata da questão “Revolução”, ele nos destaca o fato que a “Revolução” de 1930 não foi uma “Revolução Nacional”, como dizem, a não ser pelos desdobramentos de seu núcleo desencadeador original. Ela teve por base um movimento regional, partindo sobretudo do Rio Grande do Sul, Minas e Paraíba, embora a conspiração tivesse se processado em nível nacional. A escritora Sônia Regina de Mendonça, estuda a chamada “Revolução” de 30, como um Golpe de Estado e não uma Revolução. Definindo como um período de crise política aberta (Sônia Regina de Mendonça, 237). Ela também nos passa uma visão do golpe de outubro de 1930, como um deflagrador do deslocamento da tradição oligárquica paulista do epicentro do poder, enquanto que os demais setores sociais a ele articulados e vitoriosos não tiveram condições, individualmente, nem de legitimar o novo regime, nem, tampouco, de solucionar a crise econômica (Sônia Regina de Mendonça, p. 237).

Isto deveria ocorrer a fim de que as hesitações pudessem desembocar numa ação concreta. Essa cisão no bloco oligárquico que manipulava a presidência da República veio quando em 1929, Washington Luís, escolheu para sucedê-lo um paulista, Júlio Prestes, ao invés do mineiro, como seria de esperar em vista do rodízio tradicional prescrito no acordo “Café-com-leite”. Desses acontecimentos se formou por meio da aliança entre Minas Gerais e Rio Grande do Sul a Aliança Liberal, uma facção dissidente das oligarquias, que apresentou uma chapa oposicionista nas eleições de 30, com Getúlio Vargas para Presidente e João Pessoa para vice-presidente (Luis Roberto  Lopez, p. 60) .

 A autora nos mostra que essa hegemonia do café tornava os cafeicultores politicamente poderosos. Devido a esse fator o grupo que empolgou o poder imediatamente pós-30 era constituído por membros dos setores agropecuários nãoexportadores associados com militares da oficialidade tenentista (Sandra Jatay Pesavento, p. 41). Essa mudança no sistema de agroexportação, permitiu que os agropecuaristas nãoexportadores conseguissem estabelecer maiores alicerces do modelo capitalista no Brasil que por consequência gerou um maior desenvolvimento do país. Isto tudo seguido da falência dos produtores cafeicultores que deixaram um vácuo no mercado internacional de agroexportação. Nas vias políticas o assassinato de João Pessoa, vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas para presidente pela Aliança Liberal, foi decisivo contrapeso à apatia dos oposicionistas que conspiravam para fazer uma revolução depois de terem perdido as eleições de março. O governo foi acusado do crime e a tensão reacendeu a chama conspiratória e facilitou a decisão para a ação. Enfim, o assassinato de João Pessoa funcionou como um aglutinador de forças e um mobilizador de vontades (Luis Roberto Lopez, p. 62) .
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Havia a necessidade dar nova legitimidade ao Estado, ampliando-o enquanto participação dos diferentes setores sociais. Achava-se ainda o problema dos interesses regionais e setoriais das várias facções da burguesia brasileira. Do mesmo modo havia a aliança com o Exército e expectativa das camadas médias urbanas e a necessidade de incorporar de modo tutelado a massa popular das cidades (Sandra Jatay Pesavento, p. 41). Vemos que o  Exército insatisfeito com o governo civil se antecipou aos revoltosos da Aliança Liberal e aliados que derrubaram o presidente Washington Luis e entregou o poder aos revolucionários que procuravam medidas para legitimar seu poder. E para tanto entregaram o cargo máximo da República ao chefe da Revolução, Getúlio Vargas, que tomou posse em 3 de março de 1930 (Luis Roberto Lopez, p. 63) .

Segundo autora Sandra Pesavento, a “Revolução” de 30 solidificou o capitalismo e as estruturas do poder burguês, pois foi mais uma etapa da revolução burguesa que se desenvolvia no país, construindo progressivamente um modo capitalista de produção e solidificando as estruturas políticas e administrativas de constituição da burguesia. Para buscar novas saídas para o Brasil que não a agroexportação, o governo recorreu à emissão e desvalorização da moeda, a destruição de safras de café para aumentar seu valor no exterior, mas paralelamente a tais medidas o governo empenhou-se na diversificação da economia brasileira. Esta diversificação das exportações brasileiras devido ao recuo da posição ocupada pelo café, faria entrar divisas e a nação restabeleceria o equilíbrio da sua balança comercial. Como também nos mostra Luis Roberto Lopez, que com a “Revolução” de 1930, surgiu um novo Estado, um Estado liberto do controle das antigas oligarquias e que seria obrigado a levar em consideração e a exprimir outros anseios. Um Estado mais complexo, mais heterogêneo em seus objetivos, em condições de assumir uma posição arbitral em momentos de crise da sociedade brasileira (Luis Roberto Lopez, p. 64). Como nos mostra em seu texto Sônia Regina de Mendonça ao avaliar sobre suas palavras o Golpe (“Revolução”) de 1930 e do Estado dele resultante que se distingue historicamente por se dividir em torno do caráter burguês ou não da “Revolução”, responsável pela emergência de uma atuação estatal modernizadora – ou conservadora – da economia brasileira (Sônia Regina de Mendonça, p. 237).

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Líderes judeus exigem da Comunidade Europeia a criação de leis que proíbam a atuação de partidos nacionalistas



Discurso do Presidente do Congresso Mundial Judaico Ronald S. Lauder em Budapeste na Hungria em maio de 2013. Imagem: World Jewish Congress.

Líderes do Congresso Mundial Judaico (WJC - World Jewish Congress) exigiu que o governo europeu utilize todas as medidas legais, incluindo a proibição, em resposta ao crescente apoio popular aos partidos nacionalistas no continente.

A WJC acha que foi a falta de "medidas adequadas e resolutas pelos democratas alemães, que levou ao estabelecimento do regime nazista, de modo que esse medo era motivo para exigir dos parlamentos e governos das nações Europeias para promulgar e aplicar leis contra ameaças de violência, ódio e ofensas racistas e a negação do Holocausto”.

Partidos como Amanhecer Dourado da Grécia Svoboda na Ucrânia e Jobbik na Hungria têm causado temores em organizações judaicas devido a sua crescente representação parlamentar em seus países sem precedentes.

A Jobbik e o Amanhecer Dourado, segundo a resolução da WJC, "glorificam abertamente o regime nazista de Hitler; usam terminologias nazistas em relação aos judeus e outras minorias", e acusa-os de usar a retórica extremamente ultranacionalista, anti-capitalista e anti-semita.

O Congresso Mundial Judaico também pediu aos líderes europeus para assinarem a Declaração de Londres para combater o anti-semitismo, um documento de 2009, que instrui os deputados a "expor, confrontar e isolar os atores políticos envolvidos no ódio aos judeus e que possuem  como alvo o  Estado de Israel e a comunidade judaica. "


Discurso do primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán na abertura do Congresso Mundial Judaico em Budapeste na Hungria em maio de 2013. Imagem: World Jewish Congress.

O Partido Húngaro Jobbik, que denunciou a intromissão de Israel em assuntos nacionais e do genocídio palestino, é atualmente o terceiro maior partido da Hungria, com 44 deputados. Pesquisas recentes mostram que se tornou a segunda força política da nação.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Kits anti-vampiros do século XIX são vendidos em leilões.



Fotografia do kit anti-vampiro completo que foi leiloado nos Estados Unidos. Imagem: Gizmodo. 

Observação: Está postagem está marcada na categoria Mitos, Geral, Personagens da História.

Um kit anti-vampiro autêntico completo construído por Jimmy Weeks  Pippen  (1815-1868), nascido nos Estados Unidos no Estado de Arkansas. Dizem os rumores que ele acreditava de fato na existência destes seres mitológicos e para tanto construiu o kit para sua proteção e de sua família e quando necessário prestar serviços à comunidade em caça a estes lendários seres da escuridão. O Kit foi feito em torno do ano 1800, foi vendido em um leilão nos EUA por $14.850, cerca de R$ 33.700.

A caixa portátil feita em nogueira e contém:

1-  Cruz.

sábado, 4 de maio de 2013

Joseph Stalin: o “Tio Joe” da Rússia. Parte III.



Joseph Stalin testando um fuzil de franco atirador Mosin-Nagant. Imagem: http://www.gazeta.ru/column/latynina/3360598.shtml

Chegamos a Terceira Parte de nosso estudo sobre Joseph Stalin e sua ideologia desumana, mas que foi alimentada pelo governo dos Estados Unidos durante toda a Segunda Grande Guerra Mundial. Fato este que os levou a criar a alcunha de “Tio Joe” para tornar o Homem de Aço Soviético um pouco mais amistoso aos olhos do povo estadunidense. Nesta parte de nosso estudo veremos a situação da população diante da estatização das fazendas e das indústrias, o antissemitismo de Stalin, os expurgos e os milhões de russos mortos devido à personalidade paranóide de Stalin ou será “Tio Joe”?

Gulags do inferno

A frase “inferno na terra” poderia muito bem ter sido cunhada para descrever a situação das fábricas estatais da Rússia Pós-revolução, quanto aos gulags (abreviatura de Glávnoie Upravliênie Láguerei, ou Administração Geral dos Campos), nenhuma descrição desta terra poderia traduzir a miséria que geravam. Em geral ficavam nas regiões mais áridas da União Soviética, como a Sibéria, onde a temperatura caía frequentemente abaixo de zero; mesmo assim, os prisioneiros tinham de viver em cabanas sem nenhum tipo de aquecimento e eram obrigados a construir estradas, canais e fábricas. Tinham de sobreviver com a mais magra das dietas, e o menor erro poderia custar-lhes a vida ou espancamento até a morte.

Para piorar as coisas, só uma parte mínima dos internos era realmente de criminosos no sentido antigo da palavra – os outros eram presos políticos. Milhares de médicos, professores, cientistas e artistas foram mandados para os campos de trabalhos forçados por se “oporem” ao regime e, se um membro de uma família fosse encarcerado, e eram  prováveis que outros parentes também fossem detidos e condenados.

Stalin o antissemita

Stalin também alimentava ideias antissemitas e, quando subiu ao poder, a pressão sobre os judeus aumentou. Eliminados dos postos de comando do regime, os judeus eram vítimas de uma vigilância implacável da polícia secreta. “É verdade”, escreveu Trótski a Bukhárin no dia 4 de março de 1926, “é possível que em nosso partido, em Moscou, nas células operárias, haja agitação antissemita sem impunidade?”

Mas Stalin não se importava com judeus ou até mesmo com seu próprio povo. Longe disso. Quanto mais mortes e destruição, tanto melhor, era o que parecia. “O maior de todos os prazeres”, disse ele certa vez a uma de suas vítimas, “é marcar o inimigo, preparar tudo, vingar-se inteiramente e depois dormir”. Para ele, o fim justificava os meios, e o que ele tinha em mente era submeter um povo inteiro à sua vontade apenas.

Os grandes expurgos

Entre 1933-1939, Stalin começou a expurgar o partido de todos os que haviam se oposto a ele nos últimos anos. Alguns eram inimigos de verdade, mas ele também começou a perseguir inimigos imaginários, deixando somente homens subservientes a seu redor, aqueles apavorados demais para levantar a voz ou dizer o que pensavam.


Corpos de várias pessoas mortas nos expurgos de Stalin e enterrados em grandes covas comuns. Imagem: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=9975

Foi também durante esse período que Stalin começou a criar uma tropa de elite da política secreta, chamada NKVD ( Naródni Kommissariat Vnutriênnikh Diel, ou Comissariado do Povo do Interior). Em troca dos serviços prestados por esses capangas, ele dava apartamentos, casas de campo, carros e choferes, mas para que nenhum deles traísse sua confiança e para mantê-los na linha Stalin assassinava um punhado deles todo ano.

Em 1934, no décimo sétimo congresso do partido, mais de trezentos delegados estavam tão descontentes com Stalin que votaram contra ele para o cargo de líder do partido, apoiando Serguei Kirov (Líder do Partido Comunista de Leningrado). Stalin ficou arrasado, enfurecido  com o que considerava uma traição em massa, e, menos de um ano depois, Kirov foi assassinado em circunstâncias misteriosas, provavelmente por ordem de Stalin, embora não houvesse nenhuma prova que o ligasse a essa morte. Stalin assumiu o controle da investigação que se seguiu e imediatamente transformou dissensão no congresso do partido numa grande conspiração contra o Estado, conseguindo assim o pretexto de que necessitava para se livrar de mais oponentes.

 A campanha de terror que se seguiu culminou em julgamentos espetaculosos que duraram de 1936 a 1938, em que mais de mil delegados foram executados ou mandados para os gulags e quase todos os membros do Comitê Central forma fuzilados. Entre eles estavam líderes como Bukhárin e kámeniev, que foram torturados para confessar crimes ridículos antes de serem julgados e fuzilados. Além disso, entre 1934 e 1938, estima-se que pelo menos sete milhões de pessoas “desapareceram”, entre as quais os oficiais de escalão superior do Exército Vermelho (Stalin matou três dos cinco marechais, quinze dos dezesseis comandantes, sessenta dos sessenta e sete comandantes de corpos do exército e todos os dezesseis comissários), para não falar dos oficiais da Marinha Vermelha. Caminhões que ostentavam letreiros como “carne” ou “legumes e verduras” saíam carregados de vítimas, que eram despejadas em buracos cavados nas florestas próximas. As vítimas eram alinhadas ao lado dos buracos e fuziladas para que os corpos caíssem nos “túmulos”.

Ficava cada vez mais claro que Stalin gostava de saber exatamente como seus oponentes tinham morrido, e vários de seus homens de confiança faziam encenações para mostrar como as vítimas haviam implorado pela vida antes de serem fuziladas.

Com o passar dos anos Stalin foi se tornando cada vez mais cruel e cada vez mais paranoico, e até alguns daqueles homens e mulheres com os quais tinha tido, se não um contato pessoal íntimo, ao menos um grande companheirismo político, acabaram mortos. Ele não confiava sequer nos membros da própria família. Um grande número de membros de sua família foram executados por “traição” a ele ou ao Estado. A família dos companheiros políticos mais próximos também não estava a salvo.

Em 1939, o grosso dos expurgos políticos de Stalin já tinha sido feito, mas isso não significou o fim da morte e da destruição na Rússia. Apesar de ter assinado um tratado de não agressão com Hitler, que, na verdade, aprovava a invasão da Polônia pelos alemães.

A invasão nazista

No dia 22 de junho de 1941 o Führer lançou a Operação Barbarrossa e invadiu a União Soviética. Stalin foi pego de surpresa e, em virtude dos expurgos no Exército Vermelho e na Marinha Vermelha durante a década de 1930, suas forças armadas não tinham a liderança necessária para enfrentar aquele ataque. Por causa disso, o Exército Vermelho foi praticamente aniquilado pelos nazistas, que estavam mais bem treinados, mais bem equipados e mais bem dirigidos. Em menos de seis meses, quase 4 milhões de soldados russos tinham sido capturados, um número enorme se pensarmos o que só foram necessários 3 milhões de soldados alemães para isso.

Stalin foi implacável, atormentando seu próprio povo. Ordenando às unidades especiais da NKVD que seguissem a esteira das tropas russas, todo soldado surpreendido na tentativa de desertar era fuzilado pela polícia secreta. Stalin também fez saber que se algum membro das forças armadas decidisse se render ao inimigo, a família dele perderia as pensões do Estado, ou seria presa e executada.

Ascensão do Exército Vermelho

Em 1945, o Exército Vermelho estava em ascensão e fez as forças de Hitler recuarem tanto que, em maio, as tropas russas entraram em Berlim. Foi um grande momento, que seria estragado por Stalin, que, temeroso de que suas tropas se deixassem seduzir por ideias ocidentais, ordenou a todos os que estivessem voltando da Alemanha que fossem enviados aos gulags para reeducação.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Joseph Stalin: o “Tio Joe” da Rússia. PARTE II.



Winston Churchill (esquerda), presenteando Joseph Stalin com a Espada de Stalingrado, em reconhecimento da posição heroica do povo soviético na vitória da batalha de Stalingrado, dezembro de 1943.

Nessa postagem estaremos dando continuidade aos estudos históricos sobre esse emblemático personagem da História russa e as pretensões em comum que ele compartilhava com os países do ocidente. Adentraremos em sua carreira política e seu modus operandi como político comunista. Stalin foi para as pessoas de sua época e sua nação uma figura de dupla personalidade político-social: em uma viam o homem que tirou a Rússia da simples produção agrícola para um país altamente industrializado, mas também viam o homem que desconfiava de todos ao seu redor e não possuía nenhum remorso em matar, tortura ou exilar quem se opôs a suas ideias.


Fome que matou milhões de russos no processo de coletivização das fazendas 1. Imagem: http://veja.abril.com.br/

Em 1922, talvez percebendo que Stalin fosse uma força a ser considerada e achando que a melhor coisa a fazer era manter os inimigos perto de si, Lênin o nomeou secretário-geral do partido. Foi um erro fatal, mas antes que pudesse corrigir a situação ele sofreu uma série de derrames. Isso deu a Stalin a oportunidade pela qual sempre havia esperado e, com Lênin incapacitado, assumiu rapidamente o controle do partido.

Finalmente Lênin, ao se dar conta de que se havia equivocado ao pensar que Stalin poderia ser um bom líder conseguiu ditar uma carta a uma de suas secretárias. Ele pretendia que essa declaração fosse lida em voz alta durante o próximo congresso do partido, mas, como quis o destino, ele sofreu uma hemorragia cerebral fatal no dia 21 de janeiro de 1944. Stalin adiou imediatamente o congresso e desapareceu com o documento.

Nesse interem, instigou a remoção de praticamente todos os que estavam em seu caminho, até mesmo Trótski (que foi deportado e depois assassinado), Zinóviev e Kámeniev (ambos expulsos do partido e depois assassinado), bem como Bukhárin.


Fome matou milhões de russos no processo de coletivização das fazendas 2. Imagem: http://veja.abril.com.br/