PESQUISE AQUI!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

CALENDÁRIO MAIA NÃO APONTA FIM DO MUNDO EM 2012!


Calendário Maia. Imagem: UFPA
Com a chegada do final do ano, as teorias sobre fim do mundo começam a surgir, principalmente no ano de 2012, com a intensa divulgação em filmes e livros a respeito da profecia Maia. De acordo com essa teoria, os calendários maias indicam que, no dia 21 de dezembro de 2012, vai ocorrer um evento catastrófico que destruirá o mundo e dizimará sua população.
De acordo com a professora Leila Mourão, da Faculdade de História, a ideia do desconhecido, do fantástico e do outro sempre despertou a curiosidade humana e seduziu as pessoas.  "Em especial, quando pressupõe um fim, ou melhor, a extinção da vida como a conhecemos no planeta Terra, o apagamento do que existe. Esta não é a primeira vez que aparecem teorias sobre o final do mundo. Na virada do ano de 1999 para o ano de 2000, muitas pessoas afirmavam que aconteceria o bug do milênio, quando os computadores reconheceriam os dígitos do ano seguinte como o do ano de 1900, o que geraria um caos em empresas e bancos", conta a pesquisadora especialista em comunidades pré-colombianas.
O Calendário Maia - O calendário maia é um sistema de calendários e almanaques distintos, usados pela civilização maia da Mesoamérica pré-colombiana, e por algumas comunidades maias modernas dos planaltos da Guatemala. Estes calendários podem ser sincronizados e interligados, suas combinações dando origem a ciclos adicionais mais extensos. Os fundamentos dos calendários maias baseiam-se em um sistema que era de uso comum na região, datando pelo menos do século VI a.C.. Tem muitos aspectos em comum com calendários empregados por outras civilizações mesoamericanas anteriores, como os zapotecas e olmecas, e algumas civilizações suas contemporâneas ou posteriores, como o dos mixtecas e o dos astecas. Apesar de o calendário mesoamericano não ter sido criado pelos maias, as extensões e refinamentos por eles efetuados foram os mais sofisticados. Junto com os dos astecas, os calendários maias são os melhores documentados e compreendidos.

Com o desenvolvimento do calendário da contagem longa e sua notação posicional (que se acredita herdada de outras culturas mesoamericanas), os maias tinham um sistema elegante no qual os eventos podiam ser registrados de forma linear uns relativamente aos outros, e também com respeito ao próprio calendário ("tempo linear"). Em teoria, este sistema pode ser estendido para delinear qualquer extensão de tempo desejado, simplesmente aumentando o número de marcadores de maior ordem usados (gerando assim uma sequência crescente de múltiplos de dias, cada dia na sequência identificado univocamente por seu número da contagem longa). Na prática, a maioria das inscrições maias da contagem longa limitam-se em registrar somente os primeiros 5 coeficientes neste sistema (uma contagem b'ak'tun), que era mais do que adequado para expressar qualquer data histórica ou atual (20 b'ak'tuns são equivalentes a cerca de 7885 anos solares). Mesmo assim, existem inscrições que apontavam ou implicavam sequências maiores, indicando que os maias compreendiam bem uma concepção linear do tempo (passado-presente-futuro).

Contudo, e em comum com outras sociedades mesoamericanas, a repetição dos vários ciclos calendáricos, os ciclos naturais de fenômenos observáveis, e a recorrência e renovação da imagética de morte-renascimento em suas tradições mitológicas eram influências importantes e ominpresentes nas sociedades maias. Esta visão conceitual, em que a "natureza cíclica" do tempo é destacada, era preeminente, e muitos rituais estavam ligados à conclusão e recorrência dos vários ciclos. Como as configurações particulares do calendário eram novamente repetidas, também o eram as influências "sobrenaturais" a que elas estavam associadas. Desta forma, cada configuração particular do calendário tinha um "caráter" específico, que influenciaria o dia que exibia tal configuração. Divinações poderiam então ser feitas a partir dos augúrios associados com uma certa configuração, uma vez que os eventos em datas futuras seriam sujeitos às mesmas influências conforme as datas correspondentes de ciclos prévios. Eventos e cerimônias eram marcados para coincidir com datas auspiciosas, e evitar as inauspiciosas.

O final de ciclos de calendário significativos ("finais de período"), como um ciclo k'atun, geralmente eram marcados pela ereção e dedicação de monumentos específicos (principalmente inscrições em estelas, mas algumas vezes complexos de pirâmides gêmeas como as de Tikal e Yaxha), comemorando o final, acompanhado por cerimônias dedicatórias.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Estado Totalitário e Estado Integral (1936)



Estado Integral e Estado Totalitário. Imagem: Adaptação CHH.

Hoje trarei aos amigos do Blogue Construindo História Hoje um interessantíssimo estudo histórico sobre as distinções entre um Estado Totalitário e um Estado Integral.  Espero que este texto possa auxiliar muitos de vocês em suas pesquisas e na incansável busca pelo conhecimento, sabedoria e discernimento.

Os integralistas querem o Estado Totalitário?

__ Não; os integralistas querem o Estado Integral.

__ O Estado Totalitário não é a mesma coisa que o Estado Integral?

__ Não. O Estado Totalitário tem uma finalidade em si próprio; absorve todas as expressões nacionais e sociais, econômicas, culturais e religiosas; subordina a “pessoa humana” e os grupos naturais ao seu império. O Estado Integral, ao contrário, não tem uma finalidade em si próprio; não absorve as expressões nacionais e sociais, econômicas, culturais e religiosas; não subordina a “pessoa humana” e os grupos naturais ao sue império; o que ele objetiva, é a harmonia entre todas essas expressões, a intangibilidade da “pessoa humana”.

__ Por que motivo os integralistas não querem o Estado Totalitário?

__ Os integralistas não querem o Estado Totalitário, porque os integralistas adotam uma filosofia TOTALISTA, isto é, têm do mundo uma concepção totalitária.

__ Não há uma contradição nisso?

Se os integralistas concebem o universo de um ponto de vista totalitário, como é que não concebem o Estado da mesma maneira?

__ Os integralistas são lógicos, tendo uma concepção totalitária do mundo e uma concepção não totalitária do Estado. É evidente que, sendo o Estado uma das expressões do mundo, se este é considerado em seu conjunto, o Estado tem de ser considerado como uma “parte” do conjunto. Se adotarmos o Estado Totalitário, então é que ficamos em contradição, fazendo uma “parte” absorver as outras partes.

__ Mas um jornalista escreveu, há dias que os integralistas ensinam uma doutrina confusa, porquanto o Estado Forte, o Estado Leviatã de Hobbes compreende a absorção de todos os elementos sociais pela autoridade estatal... Como respondem os integralistas?

__ O jornalista ouviu falar em Hobbes, sem ter a menor noção do assunto. Basta dizer que Hobbes é um materialista, um naturalista, ao passo que nós somos espiritualistas. A conclusão a que Hobbes chegava, era a de que o homem não presta, é inclinado aos vícios e à maldade e, por conseguinte, a sociedade tinha de ser governada com pulso de ferro, por um Estado absorvente de todas as liberdades, impondo a disciplina pela Força. Este é o Estado Leviatã hipertrofiado e gigantesco.  Ao contrário de Hobbes, um  outro filósofo chamado Locke, também materialista, também naturalista, pensava que o homem é bom, que as leis, o arbítrio do Estado é que o tornam mau.

Baseado no mesmo materialismo experimental de Hobbes, chegava Locke à conclusão de que cumpria dar a máxima liberdade aos indivíduos, competindo ao Estado assegurar essa máxima liberdade. Basta isso para que tudo corresse no melhor dos mundos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Discurso do Cacique Guaicaípuro Cuatemoc, aos Líderes da Comunidade Europeia.



Imagem ilustrativa de um Cacique. Fonte: Fotolog Escarniohc.

22 de fevereiro de 2008.

O Discurso do século

Um surpreendente discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, advogando o pagamento da dívida externa do seu país, o México, deixou embasbacados os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia. A conferência dos chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caribe, em maio de 2002 em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.

"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a descobriram só há 500 anos”.

 O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento - ao meu país -, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros.

Consta no Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.

Teria sido isso um saque?

Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!
Teria sido espoliação?

Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.

Teria sido genocídio?

Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização europeia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.

Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano 'MARSHALL MONTEZUMA', para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, e de outras conquistas da civilização.

Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar:
Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?

NÃO. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar.

Ao dizer isto, esclarecemos que NÃO NOS REBAIXAREMOS A COBRAR DE NOSSOS IRMÃOS EUROPEUS, AS MESMAS VIS E SANGUINÁRIAS TAXAS 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O Rei está nu!


A Roupa Nova do Rei. Imagem: Hans Christian Andersen.

Era uma vez, no palácio de um reino distante, um monarca muito vaidoso, mas muito amado pelo seu povo. Suas grandes virtudes: a generosidade e a persuasão. Pela generosidade, queria que todos os pobres ficassem ricos como ele. Pela persuasão, a todos convencia. E todos o ouviam, e todos acreditavam no que ele dizia. Era tido por sábio, principalmente quando dizia que não sabia.

O antigo desejo por “eterno poder”

Mas, desde que foi coroado, se angustiava com o pesadelo de um dia não ser mais rei. Afinal, à coroa tudo devia, pois com ela tudo podia. Adorava viajar. Tudo com o dinheiro arrecadado dos súditos que pagavam rigorosamente os impostos ao tesouro do rei, temerosos de que, caso os sonegassem, ele mandasse soltar os leões famintos que mantinha, para esse fim, numa jaula junto á estrebaria do palácio. Mas o de que ele mais gostava mesmo era de passear pelas terras do seu reino numa bela carruagem que de tão grande tinha até um compartimento escuro do lado oposto àquele do cocheiro. Lá – cochichavam as fofoqueiras do reino – se ele quisesse (?) até que poderia levar alguma cortesã, que no palácio elas eram abundantes. Era preciso eternizar o governo.

Bolsinhas de pano

A melhor ideia foi encomendar aos tecelões da aldeia milhares de bolsinhas de pano, que mandou distribuir aos mais pobres. Cheias de moedinhas, para que, segundo se dizia, não precisassem mais trabalhar, nem escolher outro rei. Com isso, aumentou o número de cavalos e de carretas pelas trilhas do reino – embora continuassem péssimas -, dando muito trabalho aos seleiros, carpinteiros e a todos os trabalhadores.

Panteão Maia



Panteão Maia. Imagem: Seu History.

O panteão maia, que fundamenta a crença mitológica da cultura maia, possui um conjunto de deuses adorados em uníssono. Os maias basearam suas crenças na observação de fenômenos naturais, o que foi traduzido em um caráter místico com expressões naturalistas, em que tanto o conhecimento cientifico quanto as crenças religiosas, constituem um todo indissolúvel, sobre o qual estão organizadas a sociedade, a politica e as mais diferentes atividades humanas. Hunab Ku, principal divindade no Universo Maia, centro da galáxia, mente e coração do Criador, reúne em si o aspecto masculino e feminino da natureza sendo a divindade criadora, por excelência.

YUMKAX

O senhor do milho jovem, é o deus maia da agricultura, da prosperidade, da abundância e da vida. É representado como um jovem com uma espiga de milho nas duas mãos. Durante o período clássico foi considerado uma invocação de Hunahpú (gêmeo divino de Popol Vuh), que ao morrer, ressuscita na forma de Yumkax e é comumente representado surgindo da terra, emergindo do casco de uma tartaruga, imagem que é narrada na “ressurreição do milho”. É o deus do milho, das montanhas, dos bosques, da selva e da juventude, atacado constantemente pelo deus da seca e defendido pelo deus das chuvas.

Entre os maias de Yucatán, era considerado filho de Itzamná e Ixchel e vigia da selva. É o governante, a inteligência diretriz da agricultura e da vida na natureza. Segundo os maias, a alma, antes de tomar o corpo humano, atravessa diferentes partes do reino da natureza, adquirindo consciência plena; por isto, todo ser humano possui em seu interior um instrutor elementar, feito com substâncias básicas da natureza, que conhecem a sabedoria de milhões de espécies. A doutrina maia de Yumkax revela os mistérios da evolução e da relação íntima entre a vida elementar e a humana; considera impossível separar nossa vida do grande oceano da vida universal, e, que o ser humano preparado pode desencadear uma tempestade de fazer tremer a terra, curar ou fazer prodígios.

CHAAC

Chaac, uma das manifestações de Itzmaná, é uma importante divindade associada à água e, sobretudo à chuva. Representado com um grande tronco inclinado até o alto, tinha grande importância e o povo o invocava para obter boas colheitas. Segundo relatos, esse deus vivia nas cavernas ou nos “cenotes” (depressões aquíferas muito comuns na península), que eram também consideradas a entrada para o inferno. Por vezes, é representado como quatro deuses, separado pelos quatro pontos cardiais, e como um homem velho com aparência semelhante a um anfíbio ou um réptil, com seu característico nariz grande e curvado, carregando um machado que representa o trono, o raio. Já o associaram com a rã ou sapo. Diante de seu poder está à seca, a chuva, o granizo, o gelo e o raio, motivo pelo qual, os feiticeiros antigos, temiam sua cólera. Seu nome provém de fontes escritas na época colonial, nas quais aparece também como herói cultural; o Dicionário de Motul diz que Chaac “... foi um homem de grande estatura que ensinou a agricultura, e que também foi conhecido como deus dos pães, da água, dos trovões e relâmpagos”. Efetivamente, Chaac é uma das divindades quádruplas, que são as que dominam os quatro rumos do cosmos. É importante no cultivo do milho e outros produtos, e, por sua vez, também é o símbolo da fertilidade. A esse deus também se relacionavam as águas internas do ser humano, ou seja, a energia criadora.


AH PUCH


Ah Puch é o rei e Deus de Xibalbá, o inferno. Descrito como um esqueleto ou cadáver com um rosto de jaguar adornado com sinos, é o deus da morte. Tem como cabeça um crânio, e as costas nuas mostrando partes da coluna vertebral; se seu corpo está coberto de carne, ela aparece inchada e com círculos negros que sugerem a sua decomposição. Os acessórios imprescindíveis de sua vestimenta são ornamentados em forma de cascavéis. Ah Puch, antítese de Itzamná, tem, como ele, dois hieróglifos de seu nome, e é depois dele, a única divindade que se distingue desta maneira. O primeiro representa um cadáver com os olhos fechados pela morte, e o segundo, é a própria cabeça do deus com seu nariz longo, as mandíbulas descarnadas e como prefixas, uma faca de sílex (vidro vulcânico) para os sacrifícios. O deus da morte era a divindade padroeira do dia Cimí, que significa morte, em maia. No caso de Ah Puch, estamos diante de uma divindade de primeira classe, fato comprovado pela frequência em que é representado nos códigos. Como chefe dos demônios, reinava no mais baixo dos nove mundos subterrâneos dos maias.

sábado, 15 de dezembro de 2012

PANTEÃO ASTECA



Panteão Asteca. Imagem: Seu History.

A religião asteca, assim como as de outras civilizações, representava uma síntese de diversas culturas e tradições milenares dos diferentes povos que dela faziam parte. Sua cosmogonia foi tão profunda quanto complexa, buscando resolver os eternos dilemas com relação à existência, criação do cosmos e da raça humana, explicação de fenômenos naturais e sua ligação aos astros. Os deuses estavam em constante comunicação com os homens e, como estes, tinham características tanto positivas quanto negativas. Aliás, tudo e todos os que habitavam o mundo possuíam esta dualidade, que afinal, estabelecia um equilíbrio dinâmico entre o micro e o macrocosmo, relação que era mantida através de cultos e oferendas.

QUETZALCOATL

Quetzalcoatl, filho de Ometeotl, é a principal divindade do panteão pré-hispânico. Seu nome é composto por duas palavras: "coatl", que quer dizer serpente e "quetzal", significando ave de rica plumagem. De acordo com a filosofia asteca, esta divindade possui também diferentes conotações, "dupla rica", "ave dos tempos", "gema dos séculos", "umbigo ou centro sagrado", "serpente aquática fecundadora", "o das barbas da serpente", "o grande aconselhador", "divina dualidade", "feminino e masculino", "pecado e perfeição", "movimento e tranquilidade". Em função da dualidade de sua natureza ela tanto cria, quanto destrói o mundo. Sua parte destruidora tem o nome de Tezcatlipoca, "o Senhor do Espelho Fumegante". Quetzalcoaltl também representa a dualidade inerente à condição humana: a serpente representa o corpo, com suas limitações; as penas representam os princípios espirituais. Os ensinamentos de Quetzalcoatl ficaram registrados em certos documentos conhecidos como "Huehuetlahtolli", "palavras antigas", transmitidos verbalmente através dos tempos e depois registrados pelos primeiros cronistas espanhóis. Uma das representações desta divindade é um homem branco e barbado, razão pela qual, durante a conquista, os indígenas acreditaram que Hernan Cortez era Quetzalcoatl. Segundo a lenda, entre suas conquistas e feitos, Quetzalcoatl chegou à região maia e foi reconhecido como um grande chefe e guerreiro. Fundou a Liga de Mayapan e conquistou a cidade de Chichen Itza.

 TEZCATLIPOCA


Filho de Ometeotl, Tezcatlipoca, "O Senhor do Espelho Fumegante", é o senhor do céu e terra. fonte de vida, amparo do homem, origem de todo o poder e da felicidade, dono das batalhas, onipresente, forte e invencível. Era representado como um jovem com arranjo na cabeça e no rosto e as pernas enfeitadas com listras. Trazia postas pulseiras de penas coloridas de quetzal e um escudo na mão, também feito de penas, além de uma bandeira de papel. Quetzalcoatl e Tezcatlipoca, sendo irmãos, representam a dualidade e a antagonia. Em uma das lendas, Tezcatlipoca e Quetzalcoatl criaram o mundo. No começo existiam apenas o oceano e a terra, onde vivia o monstro Cipactli. Tezcatlipoca ofereceu seu pé como isca e o monstro da terra apareceu e o devorou. Foi assim que ambos o dominaram e o estiraram para que fosse transformado em solo. Os espíritos dos mortos tinham que se apresentar diante de Tezcatlipoca para receber seu destino. Trazia no peito um espelho onde podia ver os atos e pensamentos da humanidade e de onde brotava uma fumaça que matava seus inimigos. Portava também uma faca, representando o vento negro e cortante, como as palavras que criam desarmonia. Era considerado o senhor do norte do Universo, região do descanso, destino dos mortos. Deus da noite e da tentação; provedor e juiz da riqueza. Protetor dos escravos.