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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Discurso do Cacique Guaicaípuro Cuatemoc, aos Líderes da Comunidade Europeia.



Imagem ilustrativa de um Cacique. Fonte: Fotolog Escarniohc.

22 de fevereiro de 2008.

O Discurso do século

Um surpreendente discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, advogando o pagamento da dívida externa do seu país, o México, deixou embasbacados os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia. A conferência dos chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caribe, em maio de 2002 em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.

"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a descobriram só há 500 anos”.

 O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento - ao meu país -, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros.

Consta no Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.

Teria sido isso um saque?

Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!
Teria sido espoliação?

Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.

Teria sido genocídio?

Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização europeia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.

Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano 'MARSHALL MONTEZUMA', para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, e de outras conquistas da civilização.

Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar:
Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?

NÃO. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar.

Ao dizer isto, esclarecemos que NÃO NOS REBAIXAREMOS A COBRAR DE NOSSOS IRMÃOS EUROPEUS, AS MESMAS VIS E SANGUINÁRIAS TAXAS 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O Rei está nu!


A Roupa Nova do Rei. Imagem: Hans Christian Andersen.

Era uma vez, no palácio de um reino distante, um monarca muito vaidoso, mas muito amado pelo seu povo. Suas grandes virtudes: a generosidade e a persuasão. Pela generosidade, queria que todos os pobres ficassem ricos como ele. Pela persuasão, a todos convencia. E todos o ouviam, e todos acreditavam no que ele dizia. Era tido por sábio, principalmente quando dizia que não sabia.

O antigo desejo por “eterno poder”

Mas, desde que foi coroado, se angustiava com o pesadelo de um dia não ser mais rei. Afinal, à coroa tudo devia, pois com ela tudo podia. Adorava viajar. Tudo com o dinheiro arrecadado dos súditos que pagavam rigorosamente os impostos ao tesouro do rei, temerosos de que, caso os sonegassem, ele mandasse soltar os leões famintos que mantinha, para esse fim, numa jaula junto á estrebaria do palácio. Mas o de que ele mais gostava mesmo era de passear pelas terras do seu reino numa bela carruagem que de tão grande tinha até um compartimento escuro do lado oposto àquele do cocheiro. Lá – cochichavam as fofoqueiras do reino – se ele quisesse (?) até que poderia levar alguma cortesã, que no palácio elas eram abundantes. Era preciso eternizar o governo.

Bolsinhas de pano

A melhor ideia foi encomendar aos tecelões da aldeia milhares de bolsinhas de pano, que mandou distribuir aos mais pobres. Cheias de moedinhas, para que, segundo se dizia, não precisassem mais trabalhar, nem escolher outro rei. Com isso, aumentou o número de cavalos e de carretas pelas trilhas do reino – embora continuassem péssimas -, dando muito trabalho aos seleiros, carpinteiros e a todos os trabalhadores.

Panteão Maia



Panteão Maia. Imagem: Seu History.

O panteão maia, que fundamenta a crença mitológica da cultura maia, possui um conjunto de deuses adorados em uníssono. Os maias basearam suas crenças na observação de fenômenos naturais, o que foi traduzido em um caráter místico com expressões naturalistas, em que tanto o conhecimento cientifico quanto as crenças religiosas, constituem um todo indissolúvel, sobre o qual estão organizadas a sociedade, a politica e as mais diferentes atividades humanas. Hunab Ku, principal divindade no Universo Maia, centro da galáxia, mente e coração do Criador, reúne em si o aspecto masculino e feminino da natureza sendo a divindade criadora, por excelência.

YUMKAX

O senhor do milho jovem, é o deus maia da agricultura, da prosperidade, da abundância e da vida. É representado como um jovem com uma espiga de milho nas duas mãos. Durante o período clássico foi considerado uma invocação de Hunahpú (gêmeo divino de Popol Vuh), que ao morrer, ressuscita na forma de Yumkax e é comumente representado surgindo da terra, emergindo do casco de uma tartaruga, imagem que é narrada na “ressurreição do milho”. É o deus do milho, das montanhas, dos bosques, da selva e da juventude, atacado constantemente pelo deus da seca e defendido pelo deus das chuvas.

Entre os maias de Yucatán, era considerado filho de Itzamná e Ixchel e vigia da selva. É o governante, a inteligência diretriz da agricultura e da vida na natureza. Segundo os maias, a alma, antes de tomar o corpo humano, atravessa diferentes partes do reino da natureza, adquirindo consciência plena; por isto, todo ser humano possui em seu interior um instrutor elementar, feito com substâncias básicas da natureza, que conhecem a sabedoria de milhões de espécies. A doutrina maia de Yumkax revela os mistérios da evolução e da relação íntima entre a vida elementar e a humana; considera impossível separar nossa vida do grande oceano da vida universal, e, que o ser humano preparado pode desencadear uma tempestade de fazer tremer a terra, curar ou fazer prodígios.

CHAAC

Chaac, uma das manifestações de Itzmaná, é uma importante divindade associada à água e, sobretudo à chuva. Representado com um grande tronco inclinado até o alto, tinha grande importância e o povo o invocava para obter boas colheitas. Segundo relatos, esse deus vivia nas cavernas ou nos “cenotes” (depressões aquíferas muito comuns na península), que eram também consideradas a entrada para o inferno. Por vezes, é representado como quatro deuses, separado pelos quatro pontos cardiais, e como um homem velho com aparência semelhante a um anfíbio ou um réptil, com seu característico nariz grande e curvado, carregando um machado que representa o trono, o raio. Já o associaram com a rã ou sapo. Diante de seu poder está à seca, a chuva, o granizo, o gelo e o raio, motivo pelo qual, os feiticeiros antigos, temiam sua cólera. Seu nome provém de fontes escritas na época colonial, nas quais aparece também como herói cultural; o Dicionário de Motul diz que Chaac “... foi um homem de grande estatura que ensinou a agricultura, e que também foi conhecido como deus dos pães, da água, dos trovões e relâmpagos”. Efetivamente, Chaac é uma das divindades quádruplas, que são as que dominam os quatro rumos do cosmos. É importante no cultivo do milho e outros produtos, e, por sua vez, também é o símbolo da fertilidade. A esse deus também se relacionavam as águas internas do ser humano, ou seja, a energia criadora.


AH PUCH


Ah Puch é o rei e Deus de Xibalbá, o inferno. Descrito como um esqueleto ou cadáver com um rosto de jaguar adornado com sinos, é o deus da morte. Tem como cabeça um crânio, e as costas nuas mostrando partes da coluna vertebral; se seu corpo está coberto de carne, ela aparece inchada e com círculos negros que sugerem a sua decomposição. Os acessórios imprescindíveis de sua vestimenta são ornamentados em forma de cascavéis. Ah Puch, antítese de Itzamná, tem, como ele, dois hieróglifos de seu nome, e é depois dele, a única divindade que se distingue desta maneira. O primeiro representa um cadáver com os olhos fechados pela morte, e o segundo, é a própria cabeça do deus com seu nariz longo, as mandíbulas descarnadas e como prefixas, uma faca de sílex (vidro vulcânico) para os sacrifícios. O deus da morte era a divindade padroeira do dia Cimí, que significa morte, em maia. No caso de Ah Puch, estamos diante de uma divindade de primeira classe, fato comprovado pela frequência em que é representado nos códigos. Como chefe dos demônios, reinava no mais baixo dos nove mundos subterrâneos dos maias.

sábado, 15 de dezembro de 2012

PANTEÃO ASTECA



Panteão Asteca. Imagem: Seu History.

A religião asteca, assim como as de outras civilizações, representava uma síntese de diversas culturas e tradições milenares dos diferentes povos que dela faziam parte. Sua cosmogonia foi tão profunda quanto complexa, buscando resolver os eternos dilemas com relação à existência, criação do cosmos e da raça humana, explicação de fenômenos naturais e sua ligação aos astros. Os deuses estavam em constante comunicação com os homens e, como estes, tinham características tanto positivas quanto negativas. Aliás, tudo e todos os que habitavam o mundo possuíam esta dualidade, que afinal, estabelecia um equilíbrio dinâmico entre o micro e o macrocosmo, relação que era mantida através de cultos e oferendas.

QUETZALCOATL

Quetzalcoatl, filho de Ometeotl, é a principal divindade do panteão pré-hispânico. Seu nome é composto por duas palavras: "coatl", que quer dizer serpente e "quetzal", significando ave de rica plumagem. De acordo com a filosofia asteca, esta divindade possui também diferentes conotações, "dupla rica", "ave dos tempos", "gema dos séculos", "umbigo ou centro sagrado", "serpente aquática fecundadora", "o das barbas da serpente", "o grande aconselhador", "divina dualidade", "feminino e masculino", "pecado e perfeição", "movimento e tranquilidade". Em função da dualidade de sua natureza ela tanto cria, quanto destrói o mundo. Sua parte destruidora tem o nome de Tezcatlipoca, "o Senhor do Espelho Fumegante". Quetzalcoaltl também representa a dualidade inerente à condição humana: a serpente representa o corpo, com suas limitações; as penas representam os princípios espirituais. Os ensinamentos de Quetzalcoatl ficaram registrados em certos documentos conhecidos como "Huehuetlahtolli", "palavras antigas", transmitidos verbalmente através dos tempos e depois registrados pelos primeiros cronistas espanhóis. Uma das representações desta divindade é um homem branco e barbado, razão pela qual, durante a conquista, os indígenas acreditaram que Hernan Cortez era Quetzalcoatl. Segundo a lenda, entre suas conquistas e feitos, Quetzalcoatl chegou à região maia e foi reconhecido como um grande chefe e guerreiro. Fundou a Liga de Mayapan e conquistou a cidade de Chichen Itza.

 TEZCATLIPOCA


Filho de Ometeotl, Tezcatlipoca, "O Senhor do Espelho Fumegante", é o senhor do céu e terra. fonte de vida, amparo do homem, origem de todo o poder e da felicidade, dono das batalhas, onipresente, forte e invencível. Era representado como um jovem com arranjo na cabeça e no rosto e as pernas enfeitadas com listras. Trazia postas pulseiras de penas coloridas de quetzal e um escudo na mão, também feito de penas, além de uma bandeira de papel. Quetzalcoatl e Tezcatlipoca, sendo irmãos, representam a dualidade e a antagonia. Em uma das lendas, Tezcatlipoca e Quetzalcoatl criaram o mundo. No começo existiam apenas o oceano e a terra, onde vivia o monstro Cipactli. Tezcatlipoca ofereceu seu pé como isca e o monstro da terra apareceu e o devorou. Foi assim que ambos o dominaram e o estiraram para que fosse transformado em solo. Os espíritos dos mortos tinham que se apresentar diante de Tezcatlipoca para receber seu destino. Trazia no peito um espelho onde podia ver os atos e pensamentos da humanidade e de onde brotava uma fumaça que matava seus inimigos. Portava também uma faca, representando o vento negro e cortante, como as palavras que criam desarmonia. Era considerado o senhor do norte do Universo, região do descanso, destino dos mortos. Deus da noite e da tentação; provedor e juiz da riqueza. Protetor dos escravos. 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

PANTEÃO INCA



Panteão Inca. Imagem: Seu History.

A cosmovisão andina se caracterizou pelo fato de ser totêmica e animista voltada para a adoração dos fenômenos naturais. Apesar de Inti ser considerado o deus principal, fonte de toda a existência e criador de todos os deuses, cabe destacar que na verdade o culto foi difundido por Sapa Inca Pachacútec, que o hierarquizou com religião oficial do Tahunatinsuyo (Império Inca). Entretanto, Viracocha foi o deus primordial para toda a região dos Andes e figura central do culto dos nobres de Cuzco que estabeleceram a base do povo inca. O mito tribal o descreve como criador do Céu e da Terra, após emergir das águas do sagrado lago Titicaca.

INTI

Inti era o deus sol, na mitologia inca. Pouco a pouco, foi evoluindo até transformar-se numa divindade mais complexa e universal. Terminou por absorver a divindade, sem nome, da criação e incorporou-se a Viracocha, que é a definição mais ampla de seu poder, já que este nome representa a enumeração de seus poderes (supremo ser da água, da terra e do fogo), sobre os elementos em que baseou a criação do Universo. Inti era acompanhado por sua esposa e irmã, a lua, que também era chamada, Mama Quilla. Apresentava-se como um elipsóide de ouro, de onde saíam raios, representando os atributos de seu poder. Inti, como criador, era adorado e reverenciado, mas também, recorria-se a ele, em busca de ajuda e favores, para resolver problemas e aliviar necessidades, já que, somente ele, podia fornecer colheitas, curar doenças e dar a tranquilidade e segurança que o ser humano necessita. Os incas adoravam Inti, pois acreditavam que o sol, através de sua energia, alimentava a terra. Era a origem e a definição do povo inca, em si. Inti e sua esposa eram considerados divindades benéficas. Segundo um antigo mito inca, Inti ensinou seu filho, Manco Capac e sua filha, Mama Ocollo, a arte da civilização, enviando-os a Terra para ensinar à humanidade o que haviam aprendido. Inti ordenou aos filhos que construíssem uma capital inca num lugar onde um selo de ouro, que transportavam, caísse no chão. Os incas acreditavam que isto aconteceu em Cuzco.

MAMA QUILLA

Mama Quilla é a irmã e esposa do Deus Inti. Esta deusa, representada pela lua, dividia com Inti o poder na corte celestial. Era simbolizada, durante os rituais, por um disco de prata, de onde saíam raios, como outro atributo de seu poder. Era a mãe do firmamento e, no Templo do Sol, mantinha-se uma estátua dela a qual uma ordem de sacerdotisas lhe prestava homenagem. Naturalmente, Mama Quilla era cultuada fervorosamente pelas mulheres, que formavam seu fiel núcleo de seguidoras, já que ela podia compreender como ninguém, seus temores e desejos concedendo o amparo buscado. Os incas acreditavam que ela reinava sobre todas as estrelas, que estavam todas a seu serviço. Depois do sol, para os incas, estava a lua. Este segundo lugar era devido ao fato de a lua não ter o mesmo brilho do sol e, portanto, governava apenas a noite. Enquanto o sol representava o ouro, a lua representava a prata. Isto correspondia ao brilho do sol e o branco resplandecente da lua. Mama Quilla e Pachamama estão muito ligadas, já que ambas são divindades femininas, uma do céu e outra da terra. Naturalmente também porque as fases da lua estão totalmente ligadas ao plantio e colheita. O calendário solar, apesar de sua precisão, não é tão determinante na hora de iniciar uma plantação.

VIRACOCHA

Viracocha é o deus criador e organizador do mundo, o mais reverenciado na cultura andina. Uma das lendas conta que, no começo, Viracocha criou o céu e a terra, povoando-a com plantas, animais e homens primitivos que viviam em total desordem e obscuridade. Um dia, emergiu do Lago Titicaca, juntamente com alguns ajudantes e castigou os primeiros homens por seus desvarios, transformando-os em pedras. Dividiu o cosmos em três partes: Hanan Pacha (“mundo de cima”), Kay Pacha (“mundo daqui”) e Uqu Pacha (“mundo interior”). Para povoar o Kay Pacha, criou uma nova geração de homens e mulheres, usando como molde, rochas e pedras que ganharam vida e povoaram os diferentes povoados e reinos. Satisfeito com a raça humana, este deus deu continuação a seu projeto, deixando em seu lugar seus filhos, o sol (Inti), a lua (Mama Quilla) e todas as estrelas do infinito, cobrindo todo o céu. Depois, Viracocha dirigiu-se para o norte e chamou todas as criaturas a quem havia dado vida própria. Depois de determinar as funções de povos, plantas, animais, rios e todos os seres do mundo, Viracocha e seus ajudantes dirigiram-se até o mar e partiram, caminhando sobre as espumas. Viracocha foi um nômade e tinha um companheiro alado, o pássaro Inti, uma espécie de pássaro-mago, conhecedor do presente e do futuro, que é simbolizado em histórias, como um beija-flor de asas de ouro. O Deus todo poderoso, tem o poder de reger a construção ou criação de tudo, visível ou invisível.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Os vikings não passavam de meros saqueadores?



Vindos de um mundo pagão, eles ganharam a fama de bestas violentas por não respeitarem igrejas e mosteiros. Imagem: Revista História Viva.

Esses “homens do norte” ou nordmanni, como eram chamados nos séculos IX e X, não eram meros selvagens que atacavam as pobres populações cristãs indefesas. Seus objetivos eram variados; poderiam ser comerciais, trabalhos como mercenários protegendo reinos europeus. O esquema empregado foi o mesmo que opôs os romanos a bárbaros. Uma imagem negativa, pois revela mais sobre as representações do “outro” por parte dos clérigos carolíngios que sobre a realidade histórica dos próprios vikings.
O termo viking designa os homens que surgiram no litoral da Europa ocidental no fim do século VIII. Oriundos da Escandinávia, eles organizavam expedições a bordo de seus navios, os knorr, pelas margens do Báltico e do Mar do Norte.

Seus objetivos eram variados. Praticavam atividades comerciais importantes, mas também pilhavam as populações costeiras, às vezes subindo rios como o Reno, o Sena e o Loire. A primeira grande incursão teve como alvo as ilhas britânicas na década de 790. Pouco depois, os vikings chegaram à costa do continente europeu.

Durante grande parte do século IX, o reino da Frância Ocidental foi particularmente visado, e Carlos, o Calvo, foi obrigado a lhes pagar tributo. Em certos casos, eles se instalavam em terras estrangeiras. Foi assim com a Normandia, concedida ao líder viking Rollo por Carlos, o Simples, em 911. Em troca, o chefe viking comprometeu-se a proteger o litoral franco contra futuros ataques.

No entanto, convém relativizar a oposição entre francos e vikings. Estes não eram os únicos que praticavam a pilhagem. No século VIII, os pipinidas, à frente do reino dos francos, promoveram expedições contra os saxões ou os turíngios que não se distinguiam dos ataques vikings.

O saque representava uma ação heroica para os reis carolíngios. O butim era frequentemente exibido como prova de valor guerreiro. Pode-se dizer que, durante muito tempo, o "viking" foi o franco. Afinal, as pilhagens do século IX nada tinham de novo. Incomum foi o fato de os francos passarem a ser as vítimas.