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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Madrugada do Espírito: Epicuristas e Estóicos (1934).


Democracia Corporativa. Imagem: Comunidade da Frente Integralista Brasileira no Facebook. Adaptação: CHH.

O que distingue a liberal-democracia como aspecto de civilização é a coexistência de dois pensamentos filosóficos, ambos materialistas, ambos presos aos dias remotos da antiga Grécia.

A liberal-democracia é , ao mesmo tempo, “estoica” e “epicurista”.

Em última análise, toda a obra dos pensadores e filósofos anteriores à Revolução Francesa, está impregnada dessas duas orientações do naturalismo helênico. Ambas negadoras do Espírito, ambas ateístas.

A subordinação ás chamadas leis naturais informa toda a cultura política moderna. Desde o otimismo de Locke e da apologia do “homem natural” de J.J. Rousseau, até às mais recentes doutrinas sociais, a ausência de um “fim moral” teve como consequência a generalização de um epicurismo baseado nos apetites do indivíduo e na liberdade licenciosa.

A filosofia do êxito, traduzida no pragmatismo inspirador da pedagogia e das realizações pessoais, não passa, examinada a fundo, de uma tradução atualizada da filosofia do prazer, ensinada pelo velho Epicuro.

Ora, uma sociedade epicurista, materialista, gozadora individualista, libertária, como poderia conceber o governo?

Evidentemente que, pesando a concha da balança para o lado da sociedade, eleva-se a outra, que está do lado do poder público. À áreas de excessivas liberdades facultadas ao individualismo correspondem restrições de âmbitos de ação para os governos.

Daí o motivo por que, em matéria de Economia, o estudioso encontra, nítidas e paralelas, as duas orientações: ao Estado estóico corresponde uma Sociedade epicurista.

Quanto Turgot destrói as corporações e com elas a estrutura moral e social das monarquias, esboça em matéria econômica, o ressurgimento das velhas filosofias gregas. São os fisiocratas que focalizam o organismo nacional segundo o mesmo critério experimentalista com que apreciavam o funcionamento dos órgãos do corpo humano.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Escritor Philip Kindred Dick, o mestre da ficção cientifica.


Escritor Philip K. Dick. Imagem: http://www.philipkdick.com/.

Philip Kindred Dick nasceu nos Estados Unidos em 1928. Embora não tenha tido o justo reconhecimento em vida, a excelência de sua obra tornou Philip K. Dick é uma referência da ficção científica do século XX. Vários de seus trabalhos tornaram-se mundialmente conhecidos ao serem roterizados e transformados em grandes sucessos do cinema, como Blade Runner: o caçador de androides, O Vingador do Futuro, Minority Report: a nova lei e O Pagamento.

É autor de cinco coletâneas de contos e 36 romances, dentre eles O Homem do Castelo Alto , VALIS, Ubik e Os Três Estigmas de Palmer Eldritch. Morreu em 1982, aos 53 anos.
Ele também era conhecido pelas iniciais PKD, foi um escritor de ficção científica que alterou profundamente este gênero literário. Apesar de ter tido pouco reconhecimento em vida, à adaptação de várias das suas novelas ao cinema acabou por tornar a sua obra conhecida de um vasto público, sendo aclamado tanto pelo público como pela crítica.

Filho de um funcionário do governo federal, a sua irmã gêmea morreu quase à nascença. Os seus pais divorciaram-se quando Philip contava quatro anos de idade. Acompanhou a mãe na sua mudança para a Califórnia, onde estudou, ingressando na Escola Secundária de Berkeley, onde permaneceu até 1945. Matriculou-se então na Universidade da Califórnia, onde estudou Filosofia e Alemão, abandonando o curso para trabalhar como disc-jockey numa emissora de rádio, mantendo, ao mesmo tempo, uma loja discográfica.

Começou a escrever nesta época, publicando o seu primeiro conto de ficção científica na revista Planet Stories. Chegou a terminar alguns romances de índole autobiográfica, mas não conseguiu encontrar quem os editasse. Decidiu portanto dedicar-se inteiramente à ficção científica, convicto de que este gênero poderia melhor abarcar as suas especulações filosóficas.

Solar Lottery, primeira obra publicada por Philip K. Dick em 1955. Image:  http://www.philipkdick.com/. 

A sua primeira obra publicada foi Solar Lottery de 1955. A ação da obra decorria no século XXIII, num tempo em que a democracia como forma de eleição foi substituída por um sistema de loteria que decide as funções dos indivíduos na sociedade. No entanto, vem-se a descobrir que a sorte está viciada. Após o aparecimento de obras como Eye In The Sky de 1956, Dr Futurity de 1960 e Vulcan's Hammer de 1960, Philip K. Dick conseguiu ser reconhecido como escritor, sobretudo com a publicação de The Man In The High Castle (O Homem do Castelo Alto) de 1962. O romance recriava um mundo em que a Alemanha e o Japão haviam vencido a Segunda Guerra Mundial.

Vulcan's Hammer de 1960obra publicada por Philip K. Dick em 1955. Imagem: http://www.philipkdick.com/.

A visão quase paranóica da realidade que Dick demonstrou em muitos dos seus trabalhos não seria portanto de todo infundada. Inspirando-se em ideias do Budismo, Cabalismo, Gnosticismo e outras doutrinas herméticas, e combinando-as com certos aspectos das novas crenças na parapsicologia, extraterrestres e percepção extra-sensorial, o autor criou mundos alternativos nos quais acabou eventualmente por julgar viver. O autor acreditava ter sido contatado, em março de 1974, por uma "mente racional transcendental", o que ele julgava ser uma teofania. Detalhes sobre este evento são detalhados no romance Valis, publicado em 1978.

Philip K. Dick em meados dos anos de 1970. Imagem:http://www.philipkdick.com/.

PKD explorou em muitas das suas obras temas como a realidade e a humanidade, utilizando normalmente como personagens pessoas comuns e não os normais heróis galácticos de outras obras do gênero. Precursor do gênero cyber punk, o seu livro Do Androids Dream of Electric Sheep? Inspirou o filme Blade Runner que, já perto da sua morte por um AVC (Acidente Vascular Cerebral), serviu como introdução a Hollywood e levou a que outras obras suas fossem adaptadas ao cinema.

O Romance de Ficção Androids Dream of Electric Sheep? De Philip K. Dick,  Inspirou o filme Blade Runner. Imagem:http://www.philipkdick.com/.

domingo, 25 de novembro de 2012

Selo messiânico (cristianismo messiânico)


Inscrição em pedra do primeiro século da Era Cristã. Imagem: Acervo Pessoal CHH.

O “Selo Messiânico”, foi adotado como um emblema do movimento messiânico cristão. Trata-se de grupos religiosos cristãos que adotam certas práticas judaicas em uma tentativa de praticar uma anterior, suposta mais pura, forma de cristianismo, e muitas vezes o foco (geralmente sem sucesso) sobre a conversão de judeus ao cristianismo, uma prática considerada altamente ofensiva por muitos seguidores do judaísmo.
Recipiente para unção, datado do Primeiro século da Era Cristã. Imagem: Acervo Pessoal CHH.

sábado, 24 de novembro de 2012

Entendendo o Monograma IHS



Ostensório, representa mais comumente na atualidade a hóstia da comunhão. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

IHS é uma monograma simbólica do Cristo usada pela Igreja Católica Romana. Este monograma consiste nas letras gregas iota, eta e sigma, as três primeiras letras do nome Iesous (Jesus, em grego), também são usados ​​para soletrar a frase em latim "Salvator Hominem Iesous", "Jesus, salvador do homem ." Relaciona-se com a história de Constantino, cuja visão da Chi-Rho foi gravada por Eusébio Padre da Igreja. Na visão, Constantino relata ter ouvido uma voz proclamar: "Por este símbolo, tu conquistarás." Portanto, a IHS também ficou para "In Hoc Signo"por este símbolo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Dicas de Leitura. Deus é Vermelho: a história secreta de como o cristianismo sobreviveu e floresceu na China comunista.


Este livro é uma prova da coragem e fé de pessoas dispostas a tudo pelo que acreditam. Dispostas a se entregarem de corpo e alma, mesmo diante das mais horrendas ameaças. Indo de casa em casa, reunindo-se em porões e sótãos, vivendo à margem da religião oficial do Estado, assim caminham os cristãos chineses. Correndo perigo de prisão, castigos e até morte, assim vivem os que desafiam o regime para manter e cultivar a fé em Jesus Cristo. Conversas sussurradas, códigos cifrados, bíblias e material evangelísticos contrabandeados, assim o evangelho é pregado cotidianamente. Deus é vermelho é o relato tocante e desafiador de uma Igreja viva que não só sobrevive, mas também cresce num dos regimes mais fechados do planeta.

Não esqueça que esse Marcador Dicas de Leitura, contará com a participação de todos. Basta enviar através do Formulário de Contato o Título do Livro e Autor que o Construindo História Hoje realizará uma postagem no Marcador Dicas de Leituras sobre ele. Já realizei uma postagem sobre o livro de Liao Yiwu no Desconstruindo o Comunismo já realizou uma postagem sobre o livro em O CAMINHO ATÉ A MONTANHA ÉVERMELHO, passe lá também para conferir!

Sobre a obra:

Na China comunista, sob o regime de Mao Tsé-tung, todas as práticas religiosas foram banidas. O comunismo tornou-se a religião nacional e Mao foi entronizado, deificado e adorado. Apenas a igreja oficial era permitida, mas em seus cultos, apenas palavras de honra e louvor ao regime e ao líder Mao. Mas debaixo de tanta opressão e massacre, a semente do cristianismo brotou e floresceu. 

QUAL A ORIGEM E O SIGNIFICADO DA ESTRELA DE DAVI (MAGEN DAVID) QUE APARECE NA BANDEIRA DE ISRAEL?



Estrela de Davi na bandeira de Israel. Imagem: Numinosumteologia.

Circula no youtube um vídeo que afirma que a Estrela de Davi, símbolo que aparece na bandeira de Israel, foi uma imposição de uma seita secreta chamada illuminati aos judeus por ocasião da formação do Estado de Israel em 1948.  O símbolo, diz ainda o vídeo, teria origem pagã e não judaica.

É verdade que o símbolo não é originalmente judaico (aliás, a cruz também não é um símbolo originalmente cristão), mas a versão que afirma ser o hexagrama uma imposição de uma suposta seita chamada illuminati não passa de um delírio sem fundamento.

Abaixo uma explicação sobre a origem do símbolo num livro especializado em cultura e religião judaica:

A estrela de Davi, de seis pontas, ou selo de Salomão, também chamada de “Magen Davi”, tornou-se um símbolo dos judeus no fim da Idade Média (grifo nosso). Em tempos anteriores, ela figurava também em símbolos cristãos e islâmicos. Foi, mais tarde, adotada pelo movimento sionista e na bandeira de Israel [1].

Sinagoga, séc. III. Imagem: Numinosumteologia.
Ronald Eisenberg diz que o símbolo remonta a uma época ainda mais antiga. Ele afirma que a Estrela de Davi já era um símbolo popular na Europa e no Oriente Médio desde os tempos antigos por causa de sua simetria geométrica. O primeiro uso conhecido do hexagrama judaico foi encontrado em um selo de cerca do século VI a.C. Na sinagoga de Cafarnaum, em Israel (segundo ou terceiro século d.C.), o hexagrama aparece como decoração em um friso de pedra, que também possui um pentagrama (estrela de cinco pontas) e uma suástica [2].

Hexagrama em colar assírio (centro). Imagem: Numinosumteologia.

Uma investigação mais atenta confirma que o hexagrama não é um símbolo originalmente judaico. Ele aparece em gravuras budistas e até mesmo em relevos assírios[3] feitos algumas dezenas de séculos antes de Cristo. Ao que parece, o movimento sionista resgatou esse emblema antigo e lhe deu novo significado. Seja como for, em dado momento os judeus viram no símbolo uma ótima representação para a nação judaica.

Muitas tentativas foram feitas para explicar o emprego da estrela da Davi pelos judeus, que em hebraico transliterado aparece como “magen David” (lê-se maguén David), literalmente “escudo de Davi”. Segundo Elza Galdino há uma tradição judaica [em minha opinião, pouco crível] que diz que os soldados do rei Davi tinham em seus escudos a estrela de seis pontas [4]. Outra tradição, continua Elza Galdino, diz que os dois triângulos seriam formados pelo entrelaçamento de duas letras gregas “delta” (Δ), equivalente à letra hebraica “dalet” (ד), que aparece no começo e no fim da grafia hebraica do nome desse rei. Esta última explicação faz sentido, desde que o símbolo seja admitido que uma assimilação cultural e não uma criação judaica. É possível que algum judeu tenha notado que o hexagrama lembra dois deltas entrelaçados e acabou achando que seria um bom emblema para a nação judaica. Acho esta uma explicação aceitável, ainda assim carece de provas.

Os dois deltas no nome de Davi. Imagem: Numinosumteologia.

Sobre o primeiro uso do hexagrama como símbolo dos judeus, recorro a Grace Cohen:

O principal símbolo que representa o povo judeu hoje é a estrela de seis pontas. Embora geralmente referido como Magen David (escudo de David), não há nenhuma referência bíblica ou talmúdica para esta associação. Amplamente utilizado como um motivo geométrico ou amuleto em outras culturas, a estrela de seis pontas foi oficialmente usada como um símbolo judaico em Praga, em 1354, quando o imperador Carlos IV concedeu o privilégio aos judeus de exibirem a sua própria bandeira em ocasiões especiais [5].