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sábado, 13 de outubro de 2012

Saiba mais sobre a Cruz Vermelha e as Convenções de Genebra e de Haia



Soldado britânico durante a Primeira Guerra Mundial, munido de máscara de gás e uma baioneta na ponta do rifle. Imagem: Aventuras na História.

A partir de 1864, as Convenções de Genebra e de Haia tentaram impor um pouco de humanidade ao inferno da guerra. Os resultados apareceram, mas bem abaixo do desejado.

"As Armas passam sobre os mortos e feridos, estendidos sobre o solo. Cérebros vazam sob as rodas, membros são quebrados e arrancados, corpos mutilados ao ponto de se tornarem irreconhecíveis - o solo está pantanoso com o sangue." 
Henri Dunant, fundador da Cruz Vermelha

Se o texto acima parece chocante, é porque ainda cumpre seu propósito. Lançado em 1862, o breve livro Un Souvenir de Solferino (Lembrança de Solferino), do empresário suíço Henri Dunant, foi uma dessas obras que mudaram o mundo. Logo no começo, há outra passagem, com soldados invadindo uma capela para matar a pedradas um oficial inimigo sendo socorrido, seguida por enfermeiras sendo alvejadas em campo enquanto tentavam levar cantis a soldados agonizantes. O livro é um relato da Batalha de Solferino (1859), na qual aliados franceses e italianos enfrentaram austríacos, no total de 267 mil combatentes. A derrota austríaca garantiu a unificação da Itália sob o rei Vítor Emanuel II. A batalha em si ocupa só 1/4 das 39 páginas do livro. O que importa é o que vem depois, descrito em detalhes igualmente explícitos: o sofrimento imenso dos feridos e as condições precárias de seu socorro.

Dunant estava numa viagem de negócios na Itália quando acabou em Solferino, no dia 24 de junho de 1859. Ele chegou ao fim do dia, quando os austríacos se retiravam, deixando 40 mil mortos e feridos agonizantes no campo. Os franceses organizaram um esforço médico para tratar feridos de ambos os lados, e Dunant, mesmo não sendo médico, coordenou um intenso esforço civil para salvar os soldados. Daí vem a principal ideia do livro: organizar uma entidade internacional de médicos voluntários, que atendesse feridos independente do lado, e estabelecer regras internacionais para o tratamento de feridos e combatentes.

Dunant retornou à Genebra e lançou a primeira edição pagando do próprio bolso em 1862. As 1,6 mil cópias foram enviadas a figuras políticas e militares da Europa. E o empresário passou a viajar pelo continente para pregar suas ideias. Em 9 de fevereiro de 1863, com 4 outras figuras importantes de Genebra, Dunand fundou o Comitê Internacional de Socorro aos Militares Feridos, que mudaria seu nome para o atual - Comitê Internacional da Cruz Vermelha - em 1876. Com o apoio do governo da Suíça, o comitê organizou encontros diplomáticos, que resultaram na 1ª Convenção de Genebra, documento assinado em 22 de agosto de 1864.
 
"Os artigos estabeleciam o respeito e a proteção das equipes e instalações sanitárias, assim como reconheciam o princípio essencial de que os militares feridos ou enfermos devem ser protegidos e receber cuidados seja qual for sua nacionalidade", diz Gabriel Valladares, da delegação regional da Cruz Vermelha para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. A 1ª Convenção de Genebra previu também a criação de sociedades nacionais filiadas ao Comitê Internacional e adoção da cruz vermelha como símbolo.

A trajetória das Convenções de Genebra 

1859 Henri Dunant presencia a Batalha de solferino
1862 Dunant lança seu livro e inicia a militância.
1864 Primeira Convenção de Genebra, com a criação da Cruz Vermelha.

1899 Primeira Convenção de Haia proíbe armas químicas, ataques aéreos de balão e balas dum-dum.

1906 Segunda Convenção de Genebra define regras para hospitais navais.
 
1907 Segunda Convenção de Haia, sobre regras de combate e bombardeio naval.
 
1925 Protocolo de Genebra, proibindo armas químicas.

1929 Terceira Convenção de Genebra, com detalhes sobre o tratamento de prisioneiros de Guerra. Não é assinada por união soviética e Japão.

1949 Quarta Convenção de Genebra, sobre os direitos dos civis nas guerra. É a que vale hoje em dia.

1977 Protocolos I e II, detalhando o que constitui violações dos direitos dos civis em conflitos internacionais e nacionais. Não são ratificados por Estados Unidos, Israel, Irã, Paquistão e Turquia.

2005 protocolo III, adotando o "cristal vermelho" como símbolo alternativo.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O dilúvio andino. Unu Pachacuti “água que transforma o mundo”



Unu Pachacuti, o dilúvio segundo a tradição andina. Imagem: Os Incas. Mitos e Lendas.

O grande dilúvio andino foi chamado Unu Pachacuti, que significa “água que transforma o mundo”.  O primeiro animal a aparecer após o Unu Pachacuti foi um guanaco. Esse sobrevivente do dilúvio era conhecido como Napa ou Catachillay e identificado na constelação de Lira chamada Urcuchilllay.

Após o dilúvio, a Terra voltou a der povoada por aqueles que sobreviveram ou, segundo algumas versões, foram criados novos homens para repovoá-la.

Guaman Poma de Ayala conta que, após o dilúvio, o deus-pai-de-todas-as-coisas criou os Huari-Viracocha-Runa, ou primitivos homens de Viracocha, que, apesar do nome, não corresponderam devidamente à divindade que os transformou em pedra.

 O deus Viracocha. Imagem: A Ciência Sagrada dos Incas.

O outro povo criado por Viracocha depois do dilúvio foi o Huari-Runa, o “povo primitivo” que se cobria com peles e que seriam, por sua vez, substituídos pelos Purun-Runa (bárbaros, selvagens) na terceira idade, e pelos Auca-Runa, ou “gente de guerra”, dominaram a quarta idade até chegarem os Incas.

Herdeiros da rica e secular tradição cultural andina, os incas revelam – em seus detalhes e mensagens – os valores e símbolos de uma tradição atemporal que identifica e traz de volta o homem à natureza e ao cosmos.

Manco Capac e sua esposa, Mama Ocllo. Imagem: Las Civilizaciones Prehispánicas de América.

Segundo a lenda após as sucessivas tentativas, sucessos e fracassos de Viracocha em criar um povo seu. O antepassado mais antigo dos incas é Manco Capac e sua esposa, Mama Ocllo. Ambos foram enviados de forma divina, saindo lago Titicaca.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Pessoas preconceituosas têm QI menor.



Inteligência e preconceito não cabem na mesma frase. Imagem: flickr.com/38051518@N0.

A pesquisa de psicólogos da Brock Universidade, no Canadá, provou isso. Eles analisaram dois estudos britânicos, com bebês nascidos em 1958 e 1970, que passaram por testes de inteligência aos 10 e 11 anos e depois aos 30 ou 33. As provas exigiam que os participantes encontrassem padrões entre palavras, símbolos e formatos, ou relembrassem números e definissem significado de expressões.

Nessa fase adulta, eles também tiveram de ler uma série de afirmações e dizer quanto concordavam com elas. Eram frases do tipo “a família sofre quando a mãe trabalha o dia inteiro fora”, ou “eu não me importaria em trabalhar com pessoas de outras raças”.

Homem e chimpanzé: desconstruindo o mito



Homem e Chimpanzé. Imagem: Humor Darwinista.

O visitadíssimo blog do incansável Enézio trouxe há algum um tempo um esclarecedor artigo do geneticista e pesquisador da Universidade da Flórida, Richard Buggs, o qual contesta, com novos dados, o famoso mito do 1% de semelhança genética entre o homem e o chimpanzé. 

Segundo esse cientista, o número 98.5% de semelhança entre chimpanzés e humanos, quando comparados à luz do estudo do genoma, é muito enganador. E explica o porquê:

"Para compararmos os dois genomas, a primeira coisa que nós devemos fazer é alinhar as partes de cada genoma que são semelhantes. Quando nós fazemos este alinhamento, nós descobrimos que somente 2.400 milhões das 3.164 milhões de letras do genoma humano se alinham com o genoma do chimpanzé — isto é, 76% do genoma humano. Alguns cientistas argumentaram que os 24% do genoma humano que não se alinha com o genoma do chimpanzé é o inútil DNA “lixo”. Todavia, parece que agora este DNA pode conter 600 genes que codificam proteínas, e codificam também moléculas de RNA funcionais.

Michael Behe, o cientista que aceitou o desafio de Darwin, no Brasil - 22 a 24 de outubro de 2012 Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.



 Por Enézio E. de Almeida Filho


Michael J. Behe, Ph.D.
Professor de Bioquímica
Departamento de Ciências Biológicas 
Iacocca Hall, Room D-221 
111 Research Drive 
Bethlehem, PA 18015 

A Tese da Complexidade Irredutível de Michael Behe.

Com a tese da complexidade irredutível defendida no seu livro A Caixa Preta de Darwin: o desafio da bioquímica à teoria da evolução, Behe aceitou o desafio de Darwin: 

"Se pudesse ser demonstrada a existência de qualquer órgão complexo que não poderia ter sido formado por numerosas, sucessivas e ligeiras modificações, minha teoria desmoronaria por completo". [1]

Behe define assim o seu conceito de complexidade irredutível:

"Com irredutivelmente complexo quero dizer um sistema único composto de várias partes compatíveis, que interagem entre si e que contribuem para sua função básica, caso em que a remoção de uma das partes faria com que o sistema deixasse de funcionar de forma eficiente. Um sistema irredutivelmente complexo não pode ser produzido diretamente... mediante modificações leves, sucessivas de um sistema precursor de um sistema irredutivelmente complexo ao qual falte uma parte é, por definição, não-funcional. Um sistema biológico irredutivelmente complexo, se por acaso existir tal coisa, seria um fortíssimo desafio à evolução darwiniana". [2] 


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Da História à Lenda da Erva-Mate




Árvore IIex Paraguariensis, folhas de Erva-Mate e a deusa Guarani Caá-Yari, deusa dos ervais e protetora dos guaranis. Imagem: Construindo História Hoje.

História da Erva Mate

Plantação de Erva-Mate. Imagem: O Conhecimento.

Assunção havia-se transformado na pérola das colônias espanholas na América. O general Irala, que numa conspiração derrubara o segundo adelantado (governador de província) e estendera seus domínios às planuras do Pampa, aos contrafortes dos Andes e até Sierra Encantada-Peru, ao Norte, investiu para o Leste e chegou, em 1554 , às terras de Guaíra, atual Paraná. Ali foi recebido por 300.000 guaranis com alegria e hospitalidade, como narra Barbosa Lessa em seu livro "História do Chimarrão". 

Além da acolhida, o que chamou a atenção foi que os índios de Guaíra eram mais fortes do que os guaranis de qualquer outra região, mais alegres e dóceis. Entre seus hábitos, havia o uso de uma bebida feita com folhas fragmentadas, tomadas em um pequeno porongo por meio de um canudo de taquara na base um trançado de fibras para impedir que as partículas das folhas fossem ingeridas. Os guaranis chamavam-na de caá-i (água de erva saborosa) e dizem que seu uso fora transmitido por tupã.

Os conquistadores provaram a erva-mate e realmente o acharam saboroso e alguns poucos goles davam uma sensação de bem-estar ao organismo. De volta a Assunção, os soldados de Irala levaram um bom carregamento de erva. Em pouco tempo, o comércio da erva-mate se tornava o mais rendoso da Colônia. O uso da erva-mate se estendeu às margens do Prata, conquistou Buenos Aires, transpôs os Andes, chegou a Potosi, enriquecendo os donos do Paraguai. Assunção dobrou de população e de tamanho. As fortunas se agigantavam.

A erva-mate também fez a riqueza dos jesuítas que se estabeleceram no Guaíra, ao sul do Paranapanema e nos Sete Povos, à margem oriental do Uruguai. Fazendo plantio de ervais, depois de fracassos iniciais para germinar a semente, os jesuítas inventaram a caá-mini, pó grosso de erva- mate, que passou a valer três vezes mais e, com sua exportação, ganharam muito dinheiro, trazendo um período de opulência para os Sete Povos e as Missões.