A Revolução Espiritual. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.
Revolução e Espírito –
Antes de procurar traçar o perfil
psicológico da Revolução Brasileira, desejo por em evidência os valores reais
da Revolução Universal. E quando digo valores, não me refiro a méritos, muito
menos a pessoas, e sim aos fenômenos que me parecem mais expressivos nos
acontecimentos históricos.
Não
condeno nem louvo as revoluções. Aceito-as, considerando-as uma necessidade tão
permanente nos povos como todos os movimentos na natureza.
Não
se invectiva uma tempestade ou um terremoto.
O
progresso do Espírito Humano realiza-se ao ritmo das revoluções. Esta afirmativa não exclui a concepção finalista
da Sociedade e do Estado: toma entretanto, as civilizações como fisionomias em
perpétua mobilidade.
Considero
o fenômeno histórico necessário, pelo simples motivo de se ter verificado. Todo
acontecimento social realizado torna-se imediatamente um ponto de partida,
estabelecendo uma intransponível barreira a qualquer tentativa de regresso.
Os
fatos e experiências anteriores ao último sucesso histórico servem apenas como
fontes subsidiárias de contribuição ao novos rumos.
A História - A História é a crônica do desenvolvimento e da
transformação do Espírito dos Povos lnuma aspiração de perfectibilidade.
A
consideração, entretanto, do fato histórico segundo o critério da necessidade
não deve implicar na aceitação do fatalismo cego a que se reduz, em última
análise, a concepção determinista.
É
aqui que devemos reivindicar à ação da Idéia a sua capacidade de interferência
transformadora.
O
critério evolucionista da História aprecia o homem segundo o impositivo da
seleção natural da Espécie; o hegeliano
segundo a dinâmica dos contrários do movimento social; o individualista estampa nas figuras de Carlyle o poema solitário dos heróis.
Nenhum
desses critérios aprecia a jornada ininterrupta do Espírito e ela me parece tão evidente como a
transformação das Espécies.
É
preciso visionar a Humanidade em conjunto, nos lineamentos gerais de suas
expressões, para se verificar que todos os movimentos revolucionários forma
úteis e parece terem obedecido a leis imprescritíveis.
Essas
leis dizem respeito, evidentemente, à capacidade modificadora do Espírito
Humano.
Os heróis - O “heróis” de Carlyle, como
o Super-Homem de Nietzsche, não é mais do que o intérprete oportuno na hora de
ruptura de um equilíbrio social anterior, determinando a angústia da procura de