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segunda-feira, 5 de abril de 2010

A CIVILIZAÇÃO MAIA

Maias



A civilização maia foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana, notável por sua língua escrita (único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo), pela sua arte, arquitetura, matemática e sistemas astronômicos. Inicialmente estabelecidas durante o Período pré-clássico (2000 a.C. a 250 d.C.), muitas cidades maias atingiram o seu mais elevado estado de desenvolvimento durante o Período clássico (250 d.C. a 900 d.C.), continuando a se desenvolver durante todo o período pós-clássico, até a chegada dos espanhóis. No seu auge, era uma das mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas sociedades do mundo.
A civilização maia divide muitas características com outras civilizações da Mesoamérica, devido ao alto grau de interação e difusão cultural que caracteriza a região. Avanços como a escrita, epigrafia e o calendário não se originaram com os maias; no entanto, sua civilização se desenvolveu plenamente. A influência dos Maias pode ser detectada em países como Honduras, Guatemala, El Salvador e na região central do México, há mais de 1000 km da área Maia. Muitas influências externas são encontrados na arte e arquitetura Maia, o que acredita-se ser resultado do intercâmbio comercial e cultural, em vez de conquista externa direta. Os povos maias nunca desapareceram, nem na época do declínio no Período Clássico, nem com a chegada dos conquistadores espanhóis e a subsequente colonização espanhola das Américas. Hoje, os maias e seus descendentes formam populações consideráveis em toda a área antiga maia e mantém um conjunto distinto de tradições e crenças que são o resultado da fusão das ideologias pré-colombianas e pós-conquista (e estruturado pela aprovação quase total do catolicismo romano). Muitas línguas maias continuam a ser falados como línguas primárias ainda hoje; o Rabinal Achí, uma obra literária na língua achi, declarada uma obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2005.

História



Descobertas arqueológicas mostram que os maias começaram a edificar sua arquitetura cerimonial há 3000 anos. Entre os estudiosos, há um certo desacordo sobre os limites e diferenças entre a civilização maia e a cultura mesoamericana pré-clássica vizinha dos olmecas. Os olmecas e os maias antigos parecem ter-se influenciado mutuamente.
Os monumentos mais antigos consistem em simples montículos remanescentes de tumbas, precursoras das pirâmides erguidas mais tarde.
Eventualmente, a cultura olmeca ter-se-ia desvanecido depois de dispersar a sua influência na península de Iucatã, na Guatemala e em outras regiões.
Os maias construíram as famosas cidades de Tikal, Palenque, Copán e Calakmul, e também Dos Pilas, Uaxactún, Altún Ha, e muitos outros centros habitacionais na área. Jamais chegaram a desenvolver um império embora algumas cidades-estado independentes tenham formado ligas temporárias, associações e mesmo rápidos períodos de suserania. Os monumentos mais notáveis são as pirâmides que construíram em seus centros religiosos, junto aos palácios de seus governantes. Outros restos arqueológicos muito importantes são as chamadas estelas (os maias as chamam de tetún, ou "três pedras"), monolitos de proporções consideráveis que descrevem os governantes da época, sua genealogia, seus feitos de guerra e outros grandes eventos, gravados em caracteres hieroglíficos.
Os maias tinham economia preponderantemente agrícola embora praticassem ativamente o comércio em toda a Mesoamérica e possivelmente para além desta. Entre os principais produtos do comércio estavam o jade, o cacau, o sal e a obsidiana.

Decadência

Nos séculos VIII e IX a cultura maia clássica entrou em decadência, abandonando a maioria das grandes cidades e as terras baixas centrais. A guerra, doenças, inundações e longas secas, ou ainda a combinação destes fatores são freqüentemente sugeridos como os motivos da decadência.
Existem evidências de uma era final em que a violência se expandia: cidades amplas e abertas foram então fortemente guarnecidas por muradas, às vezes visivelmente construídas às pressas. Teoriza-se também com revoltas sociais em que classes campesinas acabaram se revoltando contra a elite urbana nas terras baixas centrais.
Os estados maias pós-clássicos também continuaram prosperando nos altiplanos do sul. Um dos reinos maias desta área, Quiché, é o responsável pelo mais amplo e famoso trabalho de historiografia e mitologia maias, o "Popol Vuh".
A conquista pelo império espanhol
Os territórios maias foram absorvidos durante o processo de expansão do império asteca por volta do século XV.
Por fim, no ano de 1519, Hernán Cortez inicia a conquista do território asteca, incluindo as regiões anteriormente pertencentes aos maias.
Algumas cidades ofereceram uma grande e feroz resistência; a última cidade estado não foi subjugada pelos espanhóis senão em 1697.

Panorama das descobertas



Cristóvão Colombo, que tomou posse da ilhota (San Salvador) em nome da Coroa de Castela em 12 de outubro de 1492 e vagou pelas ilhas do Haiti, Cuba e Jamaica, julgava tratar-se das costas ocidentais de Cipango (Japão) e Catai (China). De retorno, a mercadoria mais interessante que trouxe foram habitantes das terras ocidentais, os índios Caraíbas (vendeu 509 deles em Sevilha em 1495 e seu irmão vendeu 300 no ano seguinte em Cádiz) que pela sua nudez e modos logo denunciaram não pertencerem aos reinos das índias, havendo até quem dissesse que nem mesmo descendentes de Adão eram.
Assim, logo se alastrou o preceito de que se chegara apenas nas antilhas ou seja, terra inculta e inóspita a caminho das Índias, razão por que, em 1506, Juan Dias de Solis e Vicente Yáñez Pinzón, quando chegaram ao México, no extremo norte do Iucatã, julgaram tratar-se apenas de mais outra ilha.
Nem no sôfrego desembarque emergencial de um punhado de sobreviventes de uma expedição de Vasco Nuñes de Balboa, em 1511, nas costas do México, nem a chegada de Ponce de León em 1513, mais ao norte, na Flórida, deram notícia dos Maias, que continuaram ignorados mesmo de Fernando Cortez quando se apoderava do Império Asteca no México Central a partir de 1519.

Primeiro contato



Foi somente em 4 de março de 1517 que a flotilha comandada por Francisco Hernandes de Córdoba – que estava à cata de índios para os escravizar nas fazendas de Cuba) –, fugindo a uma tempestade que já durava dois dias, aportou no norte do Iucatã e logo foi assediada por algumas canoas repletas de maias vestidos em túnicas de algodão e (em razão de suas aparências) os espanhóis logo lhes atribuíram mais razão que os habitantes de Cuba.
As sólidas e grandiosas construções ("casas de cal y canto"), visíveis do mar, inspiraram o nome que os espanhóis deram ao lugar: "Gran Cairo" que evocava a cultura islamita da qual os ibéricos eram tradicionais adversários (recorrentemente chamavam as pirâmides de mesquitas). Tratava-se do primeiro contacto entre as duas civilizações.
Entendendo-se por sinais, os espanhóis aceitaram o convite e desembarcaram no dia seguinte e, após duas horas de marcha continente adentro, foram surpreendidos pelo ataque dos maias no qual, já de início, sucumbiram 15 espanhóis. E sucumbiriam todos, se não fora o uso dos mosquetes que, mais pelo barulho que pelo efeito fatal, pôs os atacantes em fuga.
Nos conta Bernal Diaz de Castilho em sua obra História da Conquista da Nova Espanha, que ficaram horrorizados pelo grande número de ídolos de argila, uns com cabeças monstruosas, mulheres de grande estatura, todos em cenas e gestos diabólicos e que …Gonzales, o padre da expedição, passou os cinco dedos em diversos deles e confiscou todo o ouro que encontrou.
Apresando dois maias, a expedição se fez ao mar novamente e navegou a oeste e sul até chegar na atual Campeche cujas duas grandes torres visíveis ao longe do mar inspiraram o nome Punta de las Mujeres dado ao local.
Aí os espanhóis horrorizaram-se, pois o sacerdote local acabara de praticar um sacrifício, e as paredes, assim como os cabelos do sacerdote, estavam ensopados de sangue (e era preceito rigoroso que não se os podia limpar). O mal estar deve ter ficado explícito e o sacerdote, convocando um grande número de guerreiros, fez os espanhóis entenderem que não eram benvindos: acenderam uma pequena fogueira deram a entender que se eles não se fossem até o fogo se extinguir, iria haver violência.
Cautelosa a tripulação retirou-se e rumou mais para o sul até Champoton onde desembarcaram pois a provisão de água dos navios tinha se acabado e era necessário renová-la. Tentando encher suas pipas e vasilhas num poço do maias, estes os hostilizaram e atacaram por dias a fio, flexando-os a distância do fio das espadas e dos tiros de mosquetes, que já não os assustavam.
Sem outra alternativa, os espanhóis romperam o cerco e fugiram em direção aos navios, abandonando as vasilhas de água. Na fuga, os batéis emborcaram e os espanhóis seguiram meio a nado, meio agarrados aos escombros, e depois foram resgatados.
Da centena de homens do início da expedição, neste embate cinqüenta foram mortos e os que não tiveram suas gargantas cortadas com espadas de madeira encravadas de sílex foram capturados para servirem a futuros sacrifícios, e todos os demais ficaram feridos a exceção de um único soldado que surpreendentemente saiu ileso.
O próprio cronista Bernal Diaz de Castilhos, então com 25 anos, havia levado três flechadas, e o chefe da expedição, Hernandes de Córdoba, veio a falecer das complicações dos ferimentos daqueles combates.
Feitos ao mar sem água potável, com pesadas baixas mas com um punhado de ouro, estes primeiros conquistadores foram o estopim para futuras expedições de outros tantos aventureiros. Assim se iniciava a conquista dos estados maias.

Redescoberta dos maias



As colônias espanholas americanas estavam muito afastadas do mundo exterior, e as ruínas das grandes cidades antigas eram pouco conhecidas exceto pelos locais.
Entretanto, em 1839, o explorador americano John Lloyd Stephens, escutando notícias de ruínas perdidas nas selvas, visitou Copán, Palenque, e outras localidades acompanhado do arquiteto e desenhista Frederick Catherwood.
Seu diário de viagem ilustrado sobre as ruínas incendiaram um forte interesse pela região e sua gente promovendo a assimilação do vínculo com a cultura maia entre os dirigentes locais.
A maioria da população rural contemporânea da Guatemala e Belize é maia por descendência e idioma primário; em áreas rurais do México ainda existe uma cultura maia.
Ciência e tecnologia

Urbanismo

Ainda que as cidades maias estivessem dispersas na diversidade da geografia da Mesoamérica, o efeito do planejamento parecia ser mínimo; suas cidades foram construídas de uma maneira um pouco descuidada, como ditava a topografia e declive particular. A arquitetura maia tendia a integrar um alto grau de características naturais. Por exemplo, algumas cidades existentes nas planícies de pedra calcária no norte do Iucatã se converteram em municipalidades muito extensas enquanto que outras, construídas nas colinas das margens do rio Usumacinta, utilizaram os declives e montes naturais de sua topografia para elevar suas torres e templos a alturas impressionantes. Ainda assim prevalece algum sentido de ordem, como é requerido por qualquer grande cidade.
No começo da construção em grande escala, geralmente se estabelecia um alinhamento com as direções cardinais e, dependendo do declive e das disponibilidades de recursos naturais como água fresca (poços ou cenotes), a cidade crescia conectando grandes praças com as numerosas plataformas que formavam os fundamentos de quase todos os edifícios maias, por meio de calçadas chamadas sacbeob (singular sacbe).
No coração das cidades maias existiam grandes praças rodeadas por edifícios governamentais e religiosos, como a acrópole real, grandes templos de pirâmides e ocasionalmente campos de jogo de bola. Imediatamente para fora destes centros rituais estavam as estruturas das pessoas menos nobres, templos menores e santuários individuais. Entretanto, quanto menos sagrada e importante era a estrutura, maior era o grau de privacidade. Uma vez estabelecidas, as estruturas não eram desviadas de suas funções nem outras eram construídas, mas as existentes eram freqüentemente reconstruídas ou remodeladas.
As grandes cidades maias pareciam tomar uma identidade quase aleatória, que contrasta profundamente com outras cidades da Mesoamérica como Teotihuacán em sua construção rígida e quadriculada.
Ainda que a cidade se dispusesse no terreno na forma em que a natureza ditara, se punha cuidadosa atenção à orientação dos templos e observatórios para que fossem construídos de acordo com a interpretação maia das órbitas das estrelas. Afora os centros urbanos constantemente em evolução, existiam os lugares menos permanentes e mais modestos do povo comum.
O desenho urbano maia pode descrever-se singelamente como a divisão do espaço em grandes monumentos e calçadas. Neste caso, as praças públicas ao ar livre eram os lugares de reunião para as pessoas. Por esta razão, o enfoque no desenho urbano tornava o espaço interior das construções completamente secundário. Somente no período pós-clássico tardio, as grandes cidades maias se converteram em fortalezas que já não possuíam, a maioria das vezes, as grandes e numerosas praças do período clássico.

Sistema de escrita



O sistema de escrita maia (geralmente chamada hieroglífica por uma vaga semelhança com a escrita do antigo Egito, com o qual não se relaciona) era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas. É o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo.
As decifrações da escrita maia têm sido um longo e trabalhoso processo. Algumas partes foram decifradas no final do século XIX e início do século XX (em sua maioria, partes relacionadas com números, calendário e astronomia), mas os maiores avanços se fizeram nas décadas de 1960 e 1970 e se aceleraram daí em diante de maneira que atualmente a maioria dos textos maias podem ser lidos quase completamente em seus idiomas originais. Lamentavelmente, os sacerdotes espanhóis, em sua luta pela conversão religiosa, ordenaram a queima de todos os códices maias logo após a conquista.
Assim, a maioria das inscrições que sobreviveram são as que foram gravadas em pedra e isto porque a grande maioria estava situada em cidades já abandonadas quando os espanhóis chegaram.
Os livros maias, normalmente tinham páginas semelhantes a um cartão, feitas de um tecido sobre o qual aplicavam uma película de cal branca sobre a qual eram pintados os caracteres e desenhadas ilustrações. Os cartões ou páginas eram atadas entre si pelas laterais de maneira a formar uma longa fita que era dobrada em zigue-zague para guardar e desdobrada para a leitura.
Atualmente restam apenas três destes livros e algumas outras páginas de um quarto, de todas as grandes bibliotecas então existentes. Freqüentemente são encontrados, nas escavações arqueológicas, torrões retangulares de gesso que parecem ser restos do que fora um livro depois da decomposição do material orgânico.
Relativamente aos poucos escritos maias existentes, Michael D. Coe, um proeminente arqueólogo da Universidade de Yale disse:
Nosso conhecimento do pensamento maia antigo representa só uma minúscula fração do panorama completo, pois dos milhares de livros nos quais toda a extensão dos seus rituais e conhecimentos foram registrados, só quatro sobreviveram até os tempos modernos (como se toda a posteridade soubesse de nós, baseados apenas em três livros de orações e "El Progreso del Peregrino).


Livros maias• Chilam Balam
• Popol Vuh, (que significa livro da reunião ou comunidade, considerado a Biblia maia)
• Rabinal Achí
• Anais dos Caqchiqueles
• Códices maias

Matemática



Os maias (ou seus predecessores olmecas) desenvolveram independentemente o conceito de zero (de fato, parece que estiveram usando o conceito muitos séculos antes do velho mundo), e usavam um sistema de numeração de base 20.
As inscrições nos mostram, em certas ocasiões, que trabalhavam com somas de até centena de milhões. Produziram observações astronômicas extremamente precisas; seus diagramas dos movimentos da Lua e dos planetas se não são iguais, são superiores aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos óticos. Ao encontro desta civilização com os conquistadores espanhóis, o sistema de calendários dos maias já era estável e preciso, notavelmente superior ao calendário gregoriano, muitas vezes reformado depois disto.

Cultura

Artes

Muitos consideram a arte maia da Era Clássica (200 a 900 d.C.) como a mais sofisticada e bela do Novo Mundo antigo. Os entalhes e relevos em estuque de Palenque e a estatuária de Copán são especialmente refinados, mostrando uma graça e observação precisa da forma humana, que recordaram aos primeiros arqueólogos da civilização do Velho Mundo, daí o nome dado à era.
Somente existem fragmentos da pintura avançada dos maias clássicos, a maioria sobrevivente em artefatos funerários e outras cerâmicas. Também existe uma construção em Bonampak que tem murais antigos e que, afortunadamente, sobreviveram a um acidente desconhecido até hoje.
Com as decifrações da escrita maia se descobriu que essa civilização foi uma das poucas nas quais os artistas escreviam seu nome em seus trabalhos.

Religião



Pouco se sabe a respeito das tradições religiosas dos maias, a religião ainda não é completamente entendida por estudiosos. Assim como os astecas e os incas, os maias acreditavam na contagem cíclica natural do tempo. Os rituais e cerimônias eram associados a ciclos terrestres e celestiais que eram observados e registrados em calendários separados. Os sacerdotes maias tinham a tarefa de interpretar esses ciclos e fazer um panorama profético sobre o futuro ou passado com base no número de relações de todos os calendários. A purificação incluia jejum, abstenção sexual e confissão. A purificação era normalmente praticada antes de grandes eventos religiosos. Os maias acreditavam na existência de três planos principais no cosmo: a Terra, o céu e o submundo.
Os maias praticavam a sacrificação de humanos e animais como forma de renovar ou estabelecer relações com o mundo dos deuses. Esses rituais obedeciam diversas regras. Normalmente, eram sacrificados pequenos animais, como perus e codornas, mas nas ocasiões muito exepcionais (tais como adesão ao trono, falecimento do monarca, enterro de algum membro da família real ou períodos de seca) aconteciam sacrificíos de humanos. Acredita-se que crianças eram muitas vezes oferecidas como vítimas sacrificiais porque os maias acreditavam que essas eram mais puras.
Os deuses maias não eram entidades separadas como os deuses gregos. Também não existia a separação entre o bem e do mal e nem a adoração de somente um deus regular, mas sim a adoração de vários deuses conforme a época e situação que melhor se aplicava para aquele deus.

Arquitetura

A arquitetura maia abarca vários milênios; ainda assim, mais dramática e facilmente reconhecíveis como maias são as fantásticas pirâmides escalonadas do final do período pré-clássico em diante. Durante este período da cultura maia, os centros de poder religioso, comercial e burocrático cresceram para se tornarem incríveis cidades como Chichén Itzá, Tikal e Uxmal. Devido às suas muitas semelhanças assim como diferenças estilísticas, os restos da arquitetura maia são uma chave importante para o entendimento da evolução de sua antiga civilização.

Materiais de construção

Um aspecto surpreendente das grandes estruturas maias é a carência de muitas das tecnologias avançadas que poderiam parecer necessárias a tais construções. Não há notícia do uso de ferramentas de metal, polias ou veículos com rodas. A construção maia requeria um elemento com abundância, muita força humana, embora contasse com abundância dos materiais restantes, facilmente disponíveis.
Toda a pedra usada nas construções maias parece ter sido extraída de pedreiras locais; com maior freqüência era usada pedra calcária, que, ainda que extraída e exposta, permanecia adequada para ser trabalhada e polida com ferramentas de pedra, só endurecendo muito tempo depois.
Além do uso estrutural de pedra calcária, esta era usada em argamassas feitas do calcário queimado e moído, com propriedades muito semelhantes às do atual cimento, geralmente usada para revestimentos, tetos e acabamentos e para unir as pedras apesar de, com o passar do tempo e da melhoria do acabamento das pedras, reduzirem esta última técnica, já que as pedras passaram a se encaixar quase perfeitamente. Ainda assim o uso da argamassa permaneceu crucial em alguns tetos de postes e vergas sobre portas e janelas (dintel).
Quando se tratava das casas comuns, os materiais mais usados eram as estruturas de madeira, adobe nas paredes e cobertura de palha, embora tenham sido descobertas casas comuns feitas de pedra calcária, senão total mas parcialmente. Embora não muito comum, na cidade de Comalcalco, foram encontrados ladrilhos de barro cozido, possivelmente solução encontrada para o acabamento em virtude da falta de depósitos substanciais de boa pedra.

Processo de construção

Todas as evidências parecem sugerir que a maioria dos edifícios foi construída sobre plataformas aterradas cuja altura variava de menos de um metro, no caso de terraços e estruturas menores, a até quarenta e cinco metros, no caso de grandes templos e pirâmides. Uma trama inclinada de pedras partia das plataformas em pelo menos um dos lados, contribuindo para a aparência bi-simétrica comum à arquitetura maia. Dependendo das tendências estilísticas que prevaleciam na área e época, estas plataformas eram construídas de um corte e um aterro de entulhos densamente compactado. Como no caso de muitas outras estruturas, os relevos maias que os adornavam, quase sempre se relacionavam com o propósito da estrutura a que se destinavam. Depois de terminadas, as grandes residências e os templos eram construídos sobre as plataformas. Em tais construções, sempre erguidas sobre tais plataformas, é evidente o privilégio dado ao aspecto estético exterior em contra-ponto à pouca atenção à utilidade e funcionalidade do interior.
Parece haver um certo aspecto repetitivo quanto aos vãos das construções nos quais os arcos (como curvas) são raros, mas freqüentemente retos, angulados ou imbricados, tentando mais reproduzir a aparência de uma cabana maia, do que efetivamente incrementar o espaço interior. Como eram necessárias grossas paredes para sustentar o teto, alguns edifícios das épocas mais posteriores utilizaram arcos repetidos ou uma abóbada arqueada para construir o que os maias denominavam pinbal, ou saunas, como a do Templo da Cruz em Palenque. Ainda que completadas as estruturas, a elas iam-se anexando extensos trabalhos de relevo ou pelo menos reboco para aplainar quaisquer imperfeições. Muitas vezes sob tais rebocos foram encontrados outros trabalhos de entalhes e dintéis e até mesmo pedras de fachadas. Comumente a decoração com faixas de relevos era feita em redor de toda a estrutura, provendo uma grande variedade de obras de arte relativas aos habitantes ou ao propósito do edifício. Nos interiores, e notadamente em certo período, foi comum o uso de revestimentos em reboco primorosamente pintados com cenas do uso cotidiano ou cerimonial.
Há sugestão de que as reconstruções e remodelações ocorriam em virtude do encerramento de um ciclo completo do calendário maia de conta larga, de 52 anos. Atualmente, pensa-se que as reconstruções eram mais instigadas por razões políticas do que pelo encerramento do ciclo do calendário, já que teria havido coincidência com a data da assunção de novos governantes. Não obstante, o processo de reconstrução em cima de estruturas velhas é uma prática comum. Notavelmente, a acrópole de Tikal, parece ser a síntese de um total de 1500 anos de modificações arquitetônicas.

• Plataformas cerimoniais

Estas eram comumente plataformas de pedra calcária com muros de menos de quatro metros de altura onde se realizavam cerimônias públicas e ritos religiosos. Construídas nas grandes plataformas, eram ao menos realçadas com figuras talhadas em pedra e às vezes tzompantli ou uma estaca usada para exibir as cabeças das vítimas geralmente os derrotados nos jogos de bola mesoamericanos.

• Palácios

Grandes e geralmente muito decorados, os palácios geralmente ficavam próximos do centro das cidades e hospedavam a elite da população. Qualquer palácio real grande ou ao menos que tivesse várias câmaras ou erguido em vários níveis, tem sido chamado de acrópole. Tais construções consistiam de várias pequenas câmaras ou pelo menos um pátio interno, parecendo propositadas a servirem de residência a uma pessoa ou pequeno grupo familiar decorada como tal.
Os arqueólogos parecem estar de acordo em que muitos palácios são também o lugar de muitas tumbas mortuárias. Em Copán, debaixo de 400 anos de remodelações posteriores, se descobriu a tumba de um de seus antigos governantes e a acrópole de Tikal parece ter sido o lugar de vários sepultamentos do final do período pré-clássico e início do clássico.
Existe, no entanto, alguns arqueólogos que afirmam serem os palácios locais não muito prováveis para a morada da elite governante, uma vez que tais moradas mostram-se demasiadamente infestadas de morcegos e um tanto quanto desconfortáveis; sugerindo - assim - ser um espécie de mosteiro ou quartéis para as comunidades sacerdotais. Nessa linha de pensamento, contudo, caímos em uma outra rua sem saída: não existem comprovações da existência de ordens eclesiásticas ou monásticas nos tempos clássicos. Concluir, portanto, que fossem moradas das classes governamentais - neste contexto - é a solução mais viável; o que não impede a existência de diversas teorias sobre a origem e a função de tais palácios.

• Grupos E

Os estudiosos têm denominado de "Grupo E" à freqüentemente encontrada formação de três pequenas construções, sempre situadas a oeste das cidades, tratando-se de um intrigante mistério a sua recorrência.
Estas construções sempre incluem pelo menos uma pequena pirâmide-templo a oeste da praça principal que tem sido aceita como observatório devido ao seu preciso posicionamento em relação ao Sol, quando observado da pirâmide principal nos solstícios e equinócios. Outras teses sugerem que sua localização reproduz ou pelo menos se relaciona com a história da criação do universo segundo a mitologia maia, posto que vários de seus adornos a ela, freqüentemente, se referem.

• Pirâmides e templos

Com freqüência os templos religiosos mais importantes se encontravam em cima das pirâmides maias, supostamente por ser o lugar mais perto do céu. Embora recentes descobertas apontem para o uso extensivo de pirâmides como tumbas, os templos raramente parecem ter contido sepulturas. A falta de câmaras funerárias indica que o propósito de tais pirâmides não é servir como tumbas e se as encerram isto é incidental.
Pelas íngremes escadarias, se permitia aos sacerdotes e oficiantes o acesso ao cume da pirâmide onde havia três pequenas câmaras com propósitos rituais. Os templos sobre as pirâmides, a mais de 70 metros de altura, como em El Mirador, de onde se descortinava o horizonte ao longe, constituíram estruturas impressionantes e espetaculares, ricamente decoradas. Comumente possuíam uma crista sobre o teto, ou um grande muro que, teorizam, poderia ter servido para a escrita de sinais rituais para serem vistos por todos.
Como eram ocasionalmente as únicas estruturas que excediam a altura da selva, as cristas sobre os templos eram minuciosamente talhadas com representações dos governantes que se podiam ver de grandes distâncias. Debaixo dos orgulhosos templos estavam as pirâmides que eram, em última instância, uma série de plataformas divididas por escadarias empinadas que davam acesso ao templo.

• Observatórios astronômicos

Os maias foram excepcionais astrônomos e mapearam as fases e cursos de diversos corpos celestes, especialmente da Lua e de Vênus.
Muitos de seus templos tinham janelas e miras demarcatórias (e provavelmente outros aparatos) para acompanhar e medir o progresso das rotas dos objetos observados. Templos arredondados, quase sempre relacionados com Kukulcán, são talvez os mais descritos como observatórios pelos mais modernos guias turísticos de ruínas, mas não há evidências que o seu uso tinha exclusivamente esta finalidade.
Em vários templos sobre pirâmides foram encontradas marcações de miras que indicam que observações astronômicas também foram feitas dali.

• Campos de jogo de bola

Um aspecto do estilo de vida mesoamericano é o seu jogo de bola ritual e seus campos ou estádios, que foram construídos por todo o império maia em grande escala.
Estes estádios normalmente situavam-se nos centros das cidades. Tratava-se de espaços amplos entre duas laterais de plataformas ou rampas escalonadas paralelas, em forma de "I" maiúsculo direcionado para uma plataforma cerimonial ou templo menor. Tais campos foram encontrados na maioria das cidades maias, exceto nas menores.

Você quer saber mais?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

terça-feira, 30 de março de 2010

A GLÓRIA DA AMÉRICA CENTRAL

Astecas


Pirâmide do Sol

Os astecas (1325 até 1521; a forma azteca também é usada) foram uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que floresceu principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território correspondente ao atual México.
• Na sucessão de povos mesoamericanos que deram origem a essa civilização destacam-se os toltecas, por suas conquistas civilizatórias, florescendo entre o século X e o século XII seguidos pelos chichimecas imediatamente anteriores e praticamente fundadores do Império Asteca com a queda do Império Tolteca. O idioma asteca era o nahuatl. Os astecas foram derrotados e sua civilização destruída pelos conquistadores espanhóis, comandados por Fernando Cortez.


História


Pirâmide da Lua

O controle político do populoso e fértil vale do México ficou confuso após 1100. Gradualmente, os astecas, uma tribo do norte, assumiram o poder depois de 1200. Os astecas eram um povo indígena da América do Norte, pertencente ao grupo nahua. Os astecas também podem ser chamados de mexicas (daí México). Migraram para o vale do México (ou Anahuác) no princípio do século XIII e assentaram-se, inicialmente, na maior ilha do lago de Texcoco (depois todo drenado pelos espanhóis), seguindo instruções de seus deuses para se fixarem onde vissem uma águia pousada em um cacto, devorando uma cobra.
A partir dessa base formaram uma aliança com duas outras cidades – Texcoco e Tlacopán – contra Atzcapotzalco, derrotaram-no e continuaram a conquistar outras cidades do vale durante o século XV, quando controlavam todo o centro do México como um Império ou Confederação Asteca, cuja base econômico-política era o modo de produção tributário. No princípio do século XVI, seus domínios se estendiam de costa a costa, tendo ao norte os desertos e ao sul o território maia.
Os astecas, que atingiram alto grau de sofisticação tecnológica e cultural, eram governados por uma monarquia eletiva, e organizavam-se em diversas classes sociais, tais como nobres, sacerdotes, guerreiros, comerciantes e escravos, além de possuírem uma escrita pictográfica e dois calendários (astronômico e litúrgico).
Ao estudar a cultura asteca, deve-se prestar especial atenção a três aspectos: a religião, que demandava sacrifícios humanos em larga escala, particularmente ao Deus da guerra, Huitzilopochtli; a tecnologia avançada, como a utilização eficiente das chinampas (ilhas artificiais construídas no lago, com canais divisórios) e a vasta rede de comércio e sistema de administração tributária.
O império asteca era formado por uma organização estatal que se sobrepôs militarmente a diversos povos e comunidades na Meso-América. Segundo Jorge Luis Ferreira, os astecas possuíam uma superioridade cultural e isso justificaria sua hegemonia política sobre as inúmeras comunidades nestas regiões, o que era argumentado por eles mesmos.
No período anterior a sua expansão os astecas estavam no mesmo estágio cultural de seus vizinhos de outras etnias. Por um processo muito específico, numa expansão rápida, passaram a subjugar, dominar e tributar os povos das redondezas, outrora seus iguais. É importante lembrar estes aspectos pelo fato de terem se tornado dominantes por uma expansão militar, e não por uma suposta sofisticação cultural própria e autônoma. Apesar de sacrifícios humanos serem uma prática constante e muito antiga na Mesoamérica, os astecas se destacaram por fazer deles um pilar de sua sociedade e religião. Segundo mitos astecas, sangue humano era necessário ao sol, como alimento, para que o astro pudesse nascer a cada dia. Sacrifícios humanos eram realizados em grande escala; algumas centenas em um dia só não era incomum. Os corações eram arrancados de vítimas vivas, e levantados ao céu em honra aos deuses. Os sacrifícios eram conduzidos do alto de pirâmides para estar perto dos deuses e o sangue escorria pelos degraus. A economia asteca estava baseada primordialmente no milho, e as pessoas acreditavam que as colheitas dependiam de provisão regular de sangue por meio dos sacrifícios.
Durante os tempos de paz, "guerras" eram realizadas como campeonatos de coragem e de habilidades de guerreiros, e com o intuito de capturar mais vítimas. Eles lutavam com clavas de madeira para mutilar e atordoar, e não matar. Quando lutavam para matar, colocava-se nas clavas uma lâmina de obsidiana.
Sua civilização teve um fim abrupto com a chegada dos espanhóis no começo do século XVI. Tornaram-se aliados de Cortés em 1519. O governante asteca Moctezuma II considerou o conquistador espanhol a personificação do Deus Quetzalcóatl, e não soube avaliar o perigo que seu reino corria. Ele recebeu Cortés amigavelmente, mas posteriormente o tlatoani foi tomado como refém. Em 1520 houve uma revolta asteca e Moctezuma II foi assassinado. Seu sucessor, Cuauhtémoc (filho do irmão de Montezuma), o último governante asteca, resistiu aos invasores, mas em 1521 Cortés sitiou Tenochtitlán e subjugou o império. Muitos povos não-astecas, submetidos à Confederação, se uniram aos conquistadores contra os astecas.

A Sociedade



A sociedade asteca era rigidamente dividida. O grupo social dos pipiltin (nobreza) era formada pela família real, sacerdotes, chefes de grupos guerreiros — como os Jaguares e as Águias — e chefes dos calpulli. Podiam participar também alguns plebeus (macehualtin) que tivessem realizado algum ato extraordinário. Tomar chocolate quente (xocoatl) era um privilégio da nobreza. O resto da população era constituída de lavradores e artesãos. Havia, também, escravos (tlacotin).
Havia, na ordem, começando do plano mais baixo:
• Escravos
• maceualli ou calpulli (membro do clã)
• artesãos e comerciantes
• pochtecas (grandes comerciantes)
• sacerdotes, dignitários civis e militares.

O imperador



Os imperadores astecas em língua Nahuatl eram chamados Hueyi Tlatoani ("O Grande Orador"), termo também usado para designar os governantes das altepetl (cidades). Os imperadores astecas foram os maiores responsáveis tanto pelo crescimento do império, como para a decadência do mesmo. Ahuizotl, por exemplo, foi ao mesmo tempo o imperador mais cruel e o responsável pela maior expansão do império. Já Montezuma II (ou Moctezuma II), tendo sido um imperador justo e pacifico, foi também fraco em suas decisões, permitindo que os espanhóis entrassem em seus domínios, mesmo após a circulação de histórias de que estes teriam massacrado tribos, abalando fatalmente a solidez de seu império, e finalmente degenerando na sua extinção.
A sucessão dos imperadores astecas não era hereditária de pai para filho, sendo estes eleitos por um consenso entre os membros da nobreza.

A religião



Eram politeístas (acreditavam em vários deuses) e acreditavam que se o sangue humano não fosse oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria de funcionar.
Os sacrifícios eram dedicados a:
• Huitzilopochtli ou Tezcatlipoca: o sacrificado era colocado em uma pedra por quatro sacerdotes, e um quinto sacerdote extraía, com uma faca, o coração do guerreiro vivo para alimentar seu Deus;
• Tlaloc: anualmente eram sacrificadas crianças no cume da montanha. Acreditava-se que quanto mais as crianças chorassem, mais chuva o Deus proveria.
No seu panteão havia centenas de deuses. Os principais eram vinculados ao ciclo solar e à atividade agrícola. Observações astronômicas e estudo dos calendários faziam parte do conhecimento dos sacerdotes.
O Deus mais venerado era Quetzalcóatl, a serpente emplumada. Os sacerdotes formavam um poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres, fazer previsões e dirigir as cerimônias rituais. A religiosidade asteca incluía a prática de sacrifícios. Segundo o divulgado pelos conquistadores o derramamento de sangue e a oferenda do coração de animais e de seres humanos eram ritos imprescindíveis para satisfazer os deuses, contudo se considerarmos a relação da religião com a medicina encontraremos um sem número de ritos.
Há referências a um Deus sem face, invisível e impalpável, desprovido de história mítica para quem o rei de Texoco, Nezaucoyoatl, mandou fazer um templo sem ídolos, apenas uma torre. Esse rei o definia como "aquele, graças a quem nós vivemos".

A medicina

A antropologia médica situa o conhecimento mítico-religioso como forma de racionalidade médica se este se constitui como um sistema lógico e teoricamente estruturado, que preencha como condições necessárias e suficientes os seguintes elementos:
• Uma morfologia (concepção anatômica);
• Uma dinâmica vital ( "fisiologia");
• Um sistema de diagnósticos;
• Um sistema de intervenções terapêuticas;
• Uma doutrina médica (cosmologia).
Pelo menos parcialmente, o sistema asteca preenche tais requisitos. Apresenta-se como teoricamente estruturado, com formação específica (o aprendizado das diversas funções da classe sacerdotal), o relativo conhecimento de anatomia (comparado com sistemas etnomédicos de índios dos desertos americanos ou florestas tropicais) em função, talvez, da prática de sacrifícios humanos mas não necessariamente dependente dessa condição. Há evidências que soldavam fraturas e punham talas em ossos quebrados.
A dinâmica vital da relação tonal (tonalli) – nagual (naualli) ou explicações do efeito de plantas medicinais são pouco conhecidos, contudo o sistema de intervenções terapêuticas através de plantas medicinais, dietas e ritos são evidentes. A doutrina médica tradicional por sua vez, também não é bem conhecida.
No sistema diagnóstico encontramos quatro causas básicas: Introdução de corpo estranho por feitiçaria; Agressões sofridas ao duplo (nagual); Agressões ou perda do tonal; e influências nefastas de espíritos (ares). Em relação a esse conjunto de patologias, os deuses representavam simultaneamente uma categoria de análise de causa e possibilidade de intervenção por sua intercessão. Tlaloc estava associado aos ares e doenças do frio e da pele (úlceras e lepra) e hidropsia; Ciuapipiltin às convulsões e paralisia; Tlazolteotl às doenças do amor que inclusive causavam a morte (tlazolmiquiztli ); Ixtlilton curava as crianças; Lume, ajudava as parturientes; Xipe Totec era o responsável pelas oftalmias.

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domingo, 28 de março de 2010

A GLÓRIA DA AMÉRICA DO SUL

O IMPÉRIO INCA


Machu Picchu

A civilização inca foi uma cultura andina pré-colombiana e um Estado-nação, o Império Inca (em quíchua: Tawantinsuyu) que existiu na América do Sul de cerca de 1200 até à invasão dos conquistadores espanhóis e a execução do imperador Atahualpa em 1533.
O império incluía regiões desde o extremo norte como o Equador e o sul da Colômbia, todo o Peru e a Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do Chile. A capital do império era a atual cidade de Cusco (em quíchua, "Umbigo do Mundo"). O império abrangia diversas nações e mais de 700 idiomas diferentes, sendo o mais falado o quíchua.

HISTÓRIA

Garpica ruína Inca

Pesquisas ainda em curso (dezembro de 2004) já comprovam a existência de uma civilização avançada "Norte Chico" (Norte Pequeno, em espanhol), estabelecida em três vales ao norte de Lima, capital do Peru, que teriam ascendido em cerca de 3000 a.C. e perdurado por cerca de 1.200 anos até sua queda.
Esta cultura já construía pirâmides de até vinte e seis metros de altura e grandes complexos cerimoniais. Parece certo que mais de vinte centros populacionais competiam entre si para produzir a arquitetura mais impressionante.
Há provas de que a cultura do "Norte Chico" tinha religião de culto antropomórfico, praticava a agricultura irrigada e o comércio, notadamente troca de algodão plantado por peixe, com povos das planícies.
Por volta de 1800 a.C., este povo deixou a região, possivelmente propagando seus avançados conhecimentos, podendo haver alguma relação com o surgimento da cultura posterior que se estabeleceu no vale do rio Casma.
Posteriormente (cerca de 800 a.C.) surge em Chavin de Huantar o embrião do estado teocrático andino; do ano 50 até cerca do ano 700 a civilização mochica floresce, e aproximadamente no ano 1000 explode a cultura Tiahuanaco.
Os incas, originários das montanhas do Peru, expandiram o seu controle a quase toda região dos Andes. A civilização inca alcançou o seu apogeu no século XV, sob Pachacuti. Entre as suas realizações culturais está a arquitetura, a construção de estradas, pontes e engenhosos sistemas de irrigação.

A EXPANÇÃO DO IMPÉRIO INCA

Portal em Machu Picchu

A expansão por Pachacuti.
O imperador Pachacuti foi o homem mais poderoso da antiga América já que enviou várias expedições para conquista de terras. Quando os oponentes se rendiam eram bem tratados mas quando resistiam havia pouca clemência. Com as conquistas, Pachacuti acrescentava não apenas mais terras ao seu domínio como guerreiros sob seu comando. Sendo talentoso diplomata, antes das invasões, Pachacuti enviava mensageiros para expor as vantagens de os povos conquistados se unirem pacificamente ao império Inca.
O período de máxima expansão do Império Inca ocorre a partir do ano 1450 quando chegou a cobrir a região andina do Equador ao centro do Chile, com mais de 3000 quilômetros de extensão.
O primeiro imperador Inca foi Manco Capac, que reinou por volta do ano 1200. Os detalhes de vários dos primeiros imperadores foram perdidos durante a invasão espanhola.

A CONQUISTA ESPANHOLA


Quando Huayna Capac se tornou o imperador inca, houve uma guerra de sucessão que algumas fontes sustentam que durou cerca de doze anos. A causa alegada da guerra é que Huayna fora muito cruel com o povo.
A guerra civil de sucessão se travou entre os dois irmãos, chamada Guerra dos Dois Irmãos, na qual pereceram cerca de cem mil pessoas. Depois de muita luta, Atahualpa derrotou Huascar e então, conta-se, era Atahualpa que estava enlouquecido e violento, tratando os perdedores de forma horrível.
Foi neste momento crítico que o "homem barbado" e seus estranhos chegaram, cena final do Império Inca. Este estranho homem barbudo e estranho veio a ser Francisco Pizarro e seus espanhóis da "Castilla de Oro" que capturaram Atahualpa e seus nobres em 16 de novembro, do ano de 1532.
A dominação espanhola
Atahualpa estava em viagem quando Francisco Pizarro e seus homens encontraram o seu acampamento. Pizarro enviou um mensageiro a Atahualpa perguntando se podiam se reunir. Atahualpa concordou e se dirigiu ao local onde supostamente iriam conversar e quando lá chegou, o local parecia deserto. Um homem de Pizarro, Vicente de Valverde interpelou Atahualpa para que ele e todos os incas se convertessem ao cristianismo, e se ele recusasse, seria considerado um inimigo da Igreja e de Espanha.
Além disto, Huáscar ainda estava vivo e Atahualpa, percebendo que ele poderia representar um governo fantoche mais conveniente para a dominação por Pizarro, ordenou a execução de Huáscar.
Já era noite alta quando Francisco Pizarro decidiu executar Atahualpa. Depois de ser conduzido ao lugar da execução, Atahualpa implorou pela sua vida. Valverde, o padre que havia presidido o processo propôs que, se Atahualpa se convertesse ao cristianismo, reduziria a sentença condenatória. Atahualpa concordou em ser batizado e, em vez de ser queimado na fogueira, foi morto por estrangulamento no dia 29 de agosto de 1533. Com a sua morte também acabava a "existência independente de uma raça nobre".
A morte de Atahualpa foi o começo do fim do Império Inca.
A instabilidade ocorreu rapidamente. Francisco Pizarro nomeou Toparca, um irmão de Atahualpa, como regente fantoche até a sua inesperada morte. A organização inca então se esfacelou.
A proliferação de doenças comuns da Europa para as quais os incas não tinham defesa se disseminaram e fizeram o seu papel no morticínio de centenas de milhares de pessoas.

ECONOMIA

Vale dos Incas

O Império Inca tinha uma organização econômica de caráter próximo ao modo de produção asiático, na qual todos os níveis da sociedade pagavam tributos ao imperador, conhecido como O Inca. O Inca era divinizado sendo carregado em liteiras com grande pompa e estilo. Usava roupas, cocares e adornos especiais que demonstravam sua superioridade e poder. Ele reivindicava seu poder dizendo-se descendente de deuses (origem divina do poder real). Abaixo d'O Inca havia quatro principais classes de cidadãos. O Império Inca foi dividido em quatro partes. Todas as atividades dos habitantes eram supervisionadas pelos funcionários do Império.

RELIGIÃO


Os Incas eram extremamente religiosos e viam o Sol e a Lua como entidades divinas às quais suplicavam suas bençãos, fosse para melhores colheitas, fosse para o êxito em combates com grupos rivais. O Deus Sol era o deus masculino e acreditavam que o Rei descendia dele. Atribuíam ao Deus Sol qualidades espirituais, transmitidas à mente pela mastigação da folha de coca, daí as profecias que justificaram a criação de templos sagrados construídos nas encostas íngremes das montanhas andinas.[1]
Os incas construíram diversos tipos de casas consagradas às suas divindades. Alguns dos mais famosos são o Templo do Sol em Cusco, o templo de Vilkike, o templo do Aconcágua (a montanha mais alta da América do Sul) e o Templo do Sol no Lago Titicaca. O Templo do Sol, em Cusco, foi construído com pedras encaixadas de forma fascinante. Esta construção tinha uma circunferência de mais de 360 metros. Dentro do templo havia uma grande imagem do sol. Em algumas partes do templo havia incrustações douradas representando espigas de milho, lhamas e punhados de terra. Porções das terras incas eram dedicadas ao deus do sol e administradas por sacerdotes.
Os sumo-sacerdotes eram chamados Huillca-Humu, viviam uma vida reclusa e monástica e profetizavam utilizando uma planta sagrada chamada huillca ou vilca [1] (Acácia cebil) com a qual preparavam uma chicha de propriedades enteógenas que era bebida na "Festa do Sol", Inti Raymi. A palavra quíchua Huillca significa, simplesmente, algo "santo", "sagrado".

SACRIFICIO

Altar de Sacrificio; A Pedra Sagrada Inca.

Os incas ofereciam sacrifícios tanto humanos como de animais nas ocasiões mais importantes, maioria das vezes em rituais ao nascer do sol. Grandes ocasiões, como nas sucessões imperiais, exigiam grandes sacrifícios que poderiam incluir até duzentas crianças. Não raro as mulheres a serviço dos templos eram sacrificadas, mas a maioria das vezes os sacrifícios humanos eram impostos a grupos recentemente conquistados ou derrotados em guerra, como tributo à dominação. As vítimas sacrificiais deviam ser fisicamente íntegras, sem marcas ou lesões e preferencialmente jovens e belas.

OS QUIPOS


Se bem que o império fosse muito centralizado e extremamente estruturado – e até, pode dizer-se, burocrático –, não havia um sistema de escrita. Para gerir o império eram utilizados os quipus (quipus), cordões de lã ou outro material onde são codificadas mensagens.
Destinavam-se os quipos a manterem estatísticas permanentemente actualizadas. Regularmente procedia-se a recenseamentos da população extremamente completos (por exemplo, número de habitantes por idade e sexo). Registava-se ainda o número de cabeças de gado, os tributos pagos ou devidos aos diversos povos, o conjunto de entradas e saídas dos armazéns estatais, etc. Mediante os registos procurava-se equilibrar a oferta e a procura, numa tentativa de planificação da economia.
Mais concretamente, o quipo é constituído por um cordão a que se liga a cordões menores de diferentes cores, tanto paralelamente como partindo de um ponto comum. Os números eram dados pelos nós e as significações pelas cores. Os quipos serviam ainda para o registo de factos históricos e ritos mágicos. No entanto, ao contrário dos estatísticos, estes quipus ainda não foram decifrados.

MEDICINA

Os incas fizeram muitas descobertas farmacológicas. Usavam o quinino no tratamento da malária com grande sucesso. As folhas da coca eram usadas de modo geral como analgésicos, e para minorar a fome, embora os mensageiros Chasqui as usassem para obter energia extra. Outra terapia comum e eficiente era o banho de ferimentos com uma cocção de casca de pimenteiras ainda morna.

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quinta-feira, 25 de março de 2010

LEIA. POÍS A HISTÓRIA ESCLARECE OS FATOS!

NOVUS ORDO SECLORUM

A frase Novus Ordo Seclorum (do latim, que significa Nova Ordem dos Séculos) aparece no verso do Grande Selo dos Estados Unidos, desenhado pela primeira vez em 1782 e impresso na parte de trás do dólar americano desde 1935, aprovado pelo Presidente Americano Franklin Roosevelt.
A frase também aparece no escudo de armas da Yale School of Management, Universidade Yale Escola de Negócios. A frase é frequentemente mal traduzida como Nova Ordem Mundial, mas se assim fosse, a frase em Latim seria Novus Ordo Mundi.
Origem e significado
A expressão é retomada a partir da quarta écloga de Virgílio, que contém uma passagem (linhas 5-8), que diz :

Latim---Português

Ultima Cumaei venit iam carminis aetas;
Agora vem a fase final da canção de Sibila;

Magnus ab integro saeclorum nascitur ordo.
O grande objetivo das Eras nasce novamente.

iam redit et Virgo, redeunt Saturnia regna,
E agora a justiça retorna,as regras retornam honradas;

iam nova progenies caelo demittitur alto;
agora, uma nova linhagem é enviado para baixo para o alto céu.

Os versos saecla, saeclorum, foram as alternativas mais comuns para saecula etc, em toda a história dos países latinos para poesias e prosas. É impossível em versos hexâmetros saeculorum : o ae é o que mais há, o u é curta por sua posição. Para o intercâmbio medieval entre ae, æ e e, ver Æ medieval entre outros exemplos.
Os cristãos medievais, interpretaram na época o poema de Virgílio, como uma profecia da vinda de Cristo. Na idade (ou Era) Augusta, embora considerada pré-Cristã, foi visto como uma idade dourada para preparar o mundo para a vinda de Cristo. Dos quais, os grandes poetas eram vistos como uma fonte de revelação e de luz sobre os mistérios cristãos que se aproximavam.

A palavra seclorum não significa "secular", como se poderia supor, mas é o genitivo (possessivo) forma plural da palavra saeculum, significando (neste contexto) geração, século, ou idade. Saeculum chegaram a dizer "idade, o mundo", no final, no latim Cristão, e "secular" é derivado do mesmo, através da palavra secularis. No entanto, o adjetivo "secularis", significa "mundanos", não é equivalente ao nominativo plural possessivo "seclorum", que significa "da idade".

Assim, o lema Novus ordo seclorum pode ser traduzido como "A nova ordem dos séculos".
Foi proposto por Charles Thomson, o perito latino, que esteve envolvida na concepção do Grande Selo dos Estados Unidos, para significar "o início da nova Era americana", a partir da data da Declaração de Independência dos Estados Unidos.

ANNUIT COEPTIS

Annuit cœptis, (no Anglo latim é pronunciado / ˈænjuːɪt ˈsɛptɨs /), é um dos dois lemas, (sendo o outro Novus ordo seclorum), no verso do Grande Selo dos Estados Unidos. Tomadas a partir da expressão latina annuo (aprovar) e cœpta (começar, empreender), literalmente significa "Ele aprova (ou tenha aprovado) [nosso] empreendimento (s)".
Em 1782, o Congresso nomeou um artista em desenho, Willian Barton, de Filadélfia, para trazer uma proposta para o selo nacional. Para o reverso, Barton sugeriu uma pirâmide de treze camadas abaixo do Olho da Providência. O lema que Barton escolheu para acompanhar o desenho era Deo Favente Perennis, "Perenne (eterno) pela graça de Deus".


Desenho de Willian Barton, com o título "Deo Favente Perennis".

Barton explicou o lema referente ao Olho da Providência: "Deo favente que alude o Olho nos braços (ao redor), voltados para o Olho da Providência." Para Barton, God (Deus) e o Olho da Providência são a mesma entidade.
À luz de fato, de que o tema "13" foi incluído em ambos os lados do selo[carece de fontes?], um mês mais tarde, Charles Thomson corrigiu o lema de Barton com uma frase de 13 letras. O lema da parte da frente do selo (E pluribus unum) já tinha 13 letras. Thomson sugeriu uma frase que era sinônimo de Deo favente mas com treze letras: Annuit Coeptis.[carece de fontes?]
Quando Charles Thomson tornou como oficial a sua explicação sobre o significado do lema, ele escreveu: "O Olho sobre ela [a pirâmide], e o lema Annuit Cœptis alude as muitas interposições e sinais da providência em favor da causa americana."
Assim, tanto o lema e o Olho da Providência, faz alusão à mesma realidade. O Olho da Provedência, era comumente entendido como um símbolo de Deus e o destino.

1-NOVUS ORDO SECLORUM: A NOVA ORDEM DOS SÉCULOS.

2-ANNUIT COEPTS: ELE APROVA NOSSO EMPREENDIMENTO.

3-E PLURIBUS UNUM: DE MUITOS, UM.

4-DEO FAVENTE PERENNIS: ETERNO PELA GRAÇA DE DEUS.

Então agora que está tudo esclarecido, que ninguêm quer matar 80% da população mundial ou obrigalo a seguir uma religião. Isso é só mais um processo de evolução historico-cultural-humano. Se você estudassem um pouco mais de história saberiam disso. Chega de paranóia.

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LEIA ISTO E VEJA QUE A PERSEGUIÇÃO AS VACINAS NÃO É NOVA.





OSVALDO GONÇALVES CRUZ

Osvaldo Gonçalves Cruz (São Luiz do Paraitinga, 5 de agosto de 1872 — Petrópolis, 11 de fevereiro de 1917) foi um cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro.

Foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Nacional no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, transformado em Instituto Oswaldo Cruz, respeitado internacionalmente.

Filho de cariocas, nasceu no interior de São Paulo. Aos cinco anos, acompanhou a família no retorno ao Rio de Janeiro. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, formando-se em 1892. Casou-se aos 20 anos, com jovem de família rica. Em 1896, estagiou durante três anos no Instituto Pasteur, em Paris, sendo discípulo de Émile Roux, seu diretor. Voltou ao Brasil em 1899 e organizou o combate ao surto de peste bubônica registrado em Santos (SP) e em outras cidades portuárias. Demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o emprego do soro adequado. Como a importação era demorada, propôs ao governo a instalação de um instituto para fabricá-lo.

Foi então criado o Instituto Soroterápico Federal (1900), cuja direção assumiu em 1902.

Diretor-geral da Saúde Pública (1903), nomeado por José Joaquim Seabra, Ministro da Justiça, e pelo Presidente Rodrigues Alves, coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro. A nomeação foi uma surpresa geral. Organizou os batalhões de "mata-mosquitos", encarregados de eliminar os focos dos insetos transmissores. Convenceu Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra o que consideram uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada, o que ficou conhecido como Revolta da Vacina. A cidade era uma das mais sujas do mundo, pois dos boletins sanitários da época se lê que a Saúde Pública em um mês vistoriou 14.772 prédios, extinguiu 2.328 focos de larvas, limpou 2.091 calhas e telhados, 17.744 ralos e 28.200 tinas. Lavou 11.550 caixas automáticas e registos, 3.370 caixas d´água, 173 sarjetas, retirando 6.559 baldes de lixo e dos quintais de casas e terrenos 36 carroças de lixo, gastando 1.901 litros de petróleo (são dados do livro indicado abaixo, de Sales Guerra). Houve um momento em que foi apontado como «inimigo do povo», nos jornais, nos discursos da Câmara e do Senado, nas caricaturas e nas modinhas de Carnaval. Houve uma revolta, tristemente célebre como a revolta do «quebra-lampeão», em que todos foram quebrados pela fúria popular, alimentada criminosamente durante meses pela demagogia de fanáticos e ignorantes.
Premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia, em Berlim (1907), deixou a Saúde Pública (1909).

Dirigiu a campanha de erradicação da febre amarela em Belém do Pará e estudou as condições sanitárias do vale do rio Amazonas e da região onde seria construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Em 1916, ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências e, no mesmo ano, assumiu a prefeitura de Petrópolis. Doente, faleceu um ano depois, não tendo completado o seu mandato. O mundo inteiro lamentou sua morte no dia, com mais de que um minuto de silêncio.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

TOMAR A VACINA É QUESTÃO DE SEGURANÇA NACIONAL, SEJA UM CIDADÃO CONCIENTE.

A VACINA NÃO MATA, MAS A IGNORÂNCIA SIM





Perguntas e Respostas - Estratégia de vacinação contra o vírus Influenza Pandêmica (H1N1) 2009.

TOMAR A VACINA É QUESTÃO DE SEGURANÇA NACIONAL, NÃO DEIXE DE SE VACINAR.
Ao não tomar a vacina vocês estará incorrendo em crime, pois a vacinação é obrigatória, pois se você contrair a doença por falta da vacina e por isto contaminar outras pessoas, pode ser considerado homicídio culposo. A lei N° 484 de 13 de Novembro de 1948 e no Estatuto da Criança e do Adolescente na Lei N° 8.069 de 13 de Julho de 1998, que afirma no Artigo 14- O sistema único de saúde promoverá sistemas de assistência médica e odontologicas para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitárias para o país. Parágrafo Único- É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. O decreto Nº 78.231, de 12 de Agosto de 1976, determina:

•Artigo 13: Parágrafo único. Consideram-se de notificação compulsória:

I - As doenças que podem implicar medidas de isolamento ou quarentena, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional;

Art 27. Serão obrigatórias, em todo o território nacional, as vacinações como tal definidas pelo Ministério da Saúde, contra as doenças controláveis por essa técnica de prevenção, consideradas relevantes no quadro nosológico nacional.

Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo o Ministério Saúde elaborará relações dos tipos de vacina cuja aplicação será obrigatória em todo o território nacional e em determinadas regiões do País, de acordo com comportamento epidemiológico das doenças.

1) O que é influenza A (H1N1)?
É uma doença respiratória aguda , causada pelo vírus pandêmico (H1N1) 2009. Este novo subtipo do vírus da influenza, do mesmo modo que os demais, e é transmitido de pessoa a pessoa, principalmente por meio da tosse ou espirro e do contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas.

2) O que significa H1N1?
As letras correspondem às duas proteínas da superficie do vírus: H: Hemaglobulina e N: Neuraminidase . O numero 1 corresponde a ordem em que cada uma das proteínas foi registrada, significando que ambas as proteínas tem semelhanças com os componentes do vírus que já circulou anteriormente, quando da pandemia de 1918-1919.

3) Qual a diferença entre a gripe comum e a influenza pandêmica (H1N1) 2009?
Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, ao apresentar estes sintomas, seja pela gripe comum ou pela nova gripe, deve-se procurar seu médico ou um posto de saúde.

4) Esse vírus influenza pandêmico (H1N1) 2009 é mais violento e mata mais do que o vírus da gripe comum?
Até o momento, o comportamento da nova gripe se assemelha ao da gripe comum. Ou seja, o vírus pandêmico (H1N1) 2009 não se apresentou mais violento ou mortal, na população geral. A maioria absoluta das pessoas que adoece, seja pela gripe comum, seja pela gripe pandêmica, desenvolvem formas leves da doença e se recuperam, mesmo sem uso de medicamentos. Para ambas as gripes pessoas com doenças crônica, gestantes e crianças menores de dois anos são mais vulneráveis. Mas quando consideramos a população jovem previamente saudável, este vírus pandêmico tem um maior potencial de causar doença grave, quando comparado com o vírus da gripe comum. Por outro lado, o vírus pandêmico tem acometido menos as pessoas maiores de 60 anos. Mas ainda são necessários estudos mais aprofundados que estão sendo realizados, em todo o mundo, para esclarecer o comportamento do novo vírus.

5) Qual vacina será utilizada contra o vírus influenza pandêmica (H1N1) 2009?
O Ministério da Saúde adquiriu as doses de três laboratórios: Glaxo Smith Kline (GSK), SANOFI Pasteur (em parceria como Instituto Butantan) e Novartis. Esses laboratórios são fornecedores de vacinas para todos os países.


6) Se o processo de desenvolvimento de uma vacina costuma ser longo, como foi possível produzir a vacina pandêmica tão rapidamente?
Os laboratórios já tinham experiência com a produção da vacina contra os vírus de influenza sazonal (vacina administrada anualmente nos idosos no Brasil), e estes investiram em tecnologia num processo de preparação para a produção de uma vacina para a prevenção do vírus pandêmico (H1N1) 2009. O Brasil, por exemplo, fez investimentos na adequação do processo de produção pelo Instituto Butantan.


7) A vacina a ser utilizada no Brasil é segura?
A vacina a ser utilizada é segura e já está em uso em outros países. Não tem sido observada nesses paises uma relação entre o uso da vacina e a ocorrência de eventos adversos graves.
Ressalte-se, entretanto, que a garantia da vacinação segura está relacionada, também: (i) ao uso de seringas e agulhas apropriadas; (ii) à adoção de procedimentos seguros no manuseio, no preparo e na administração da vacina, conforme normas técnicas estabelecidas; (iii) à conservação da vacina na temperatura adequada, conforme preconizado; (iv) ao manejo e ao destino adequado dos resíduos da vacinação (seringas, agulhas etc.); e (v) à qualidade da capacitação do pessoal envolvido, bem como da supervisão ao trabalho de vacinação.
Além disso, considera-se como fundamental o monitoramento de eventos adversos associados temporalmente à vacinação, identificando-os, notificando-os, investigando-os e confirmando a sua real vinculação à vacina contra a influenza pandêmica.


8) A vacina a ser utilizada no Brasil é efetiva?
A vacina registra uma efetividade média maior que 95%. A resposta máxima de anticorpos se observa entre o 14º e o 21º dia após a vacinação.

9) Como a vacina é apresentada?
A vacina é acondicionada em frascos múltidoses, contendo 10 doses. Uma dose correspondendo a 0,5 ml.
a) A do Laboratório Sanofi Pasteur/Instituto Butantan é apresentada na forma de suspensão (líquido opalescente, transparente e incolor).
b) A do Laboratório GSK vem acondicionada em dois frascos (um com a suspensão (antígeno) e o outro com a emulsão (adjuvante) - líquido esbranquiçado homogêneo), sendo preparados momentos antes da administração.
c) A da Novartis é apresentada em frasco multidoses (10 ou 17 doses), na forma de suspensão.

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