PESQUISE AQUI!

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Obrigado! Mais de 1 milhão de acessos na página do Construindo História Hoje.


Obrigado ao Deus único e a todos que apoiaram este trabalho desde sua criação em fevereiro de 2010 e que agora no ano de 2016 chega a marca de mais de                 1 milhão de acessos segundo as próprias estatísticas do Blogger. 

E isso é só o começo. Aguardem, pois em breve trarei novidades!

O Construtor



Página de estatísticas do Blogger (clique na imagem para ampliar)! 

A Misteriosa Cidade de Nan Madol


Em Pohnpei, há um mistério fascinante: o sítio arqueológico de Nan Madol.

Nan Madol é o nome dado ao misterioso complexo arqueológico megalítico localizado à uma curta distância da ilha de Pohnpei, parte da atual Micronésia. Descoberto por desbravadores europeus no início de 1800, ficou conhecida com a Veneza do Pacífico.

A cidade cobre uma área superior a 80 hectares e é composto por mais de cem ilhotas artificiais construídas sobre corais e interligadas através de uma rede de hidrovias construídas por seus habitantes, até hoje desconhecidos.

Diversos motivos tornam este complexo de ilhas artificiais um dos maiores mistérios arqueológicos do nosso planeta.

As ruínas de Nan Madol mostram resquícios de uma arquitetura megalítica sem precedentes. Foi construído utilizando gigantescos blocos de basalto, alguns pesando mais de 50 toneladas e alcançando a marca de 10 metros de altura.

Estudiosos estimam que Nan Madol possua cerca de 250 milhões de toneladas de rocha, porém a fonte de origem dessa enorme quantidade de basalto ainda é desconhecida. Como elas foram transportadas até as ilhotas sobre os corais?

Após a Primeira Guerra Mundial, o complexo de Nan Madol foi dominado pelos Japoneses. Eles realizaram um extensivo estudo das ruínas e de uma boa porção da região sumersa mais próxima. Infelizmente, esse estudo foi perdido durante a Segunda Guerra.

Mergulhadores movidos pelo espírito de aventura, outros em busca de tesouros, regressam de mergulhos em volta de Nan Madol maravilhados com a quantidade de construções perdidas no fundo do oceano. Ainda mais surpreendente foi a descoberta de que as ilhotas mais importantes eram conectadas por meio de túneis sub-aquáticos.

Na mitologia do povo nativo da região é contada uma história sobre a construção de Nan Madol por sacerdotes que magicamente transportavam as pesadas rochas através do ar e as organizavam nas pequenas ilhas.

Os nativos praticamente não visitam Nan Madol, pois existe uma antiga lenda que afirma que a morte é certa para aquele que passar uma noite na cidade.

Algumas teorias alegam que Nan Madol é uma pequena parte remanescente do lendário continente perdido de Mu que teria abrigado uma civilização conhecida como Lemúria

Nunca ouviu falar? E essa falta de conhecimento generalizado do mundo com tal preciosidade é indicativo do quanto ainda precisamos melhorar nosso senso histórico do que é importante ser preservado… Pois Nan Madol foi uma cidade construída no meio do mar. Com ilhas artificiais e tudo. Há muitos séculos antes da chegada dos europeus na região. A área hoje é conhecida como a “Veneza do Pacífico”, pelo intricado labirinto de canais que circunda enormes construções de basalto onde um dia habitou uma civilização.

Civilização esta que devia ter um conhecimento tecnológico impressionante, pois não só conseguiram em pleno século XII construir no meio do Pacífico um dique de contenção impressionante, mas estabeleceram uma cidade inteira com prédios enormes estruturados em fundações de corais, algo ÚNICO arquitetônica e arqueologicamente no mundo. É uma espécie de Machu Pichu do meio do Pacífico, imponente e muito, mas MUITO, impressionante.

De acordo com este estudo sobre Nan Madol, essa forma de fazer paredões – com grandes pedaços de basalto intercalados por pequenos pedaços do mesmo basalto e enchimento de coral – é única no mundo.


Estudos geológicos feitos há muitas décadas mostraram que o basalto das construções em Nan Madol é de um tipo encontrado apenas no noroeste de Pohnpei – mas Nan Madol fica no sudeste, ou seja, do lado oposto da ilha, e começa aí o mistério: como essas pedras enormes, de muitas toneladas, foram levadas até o mar para fazer a construção? Não dá pra passar pelo centro super-montanhoso da ilha, que até hoje é desabitado – é uma barreira intransponível, sem túneis ou estradas. Ou seja, o transporte teve que ser feito pelo mar, ao redor da ilha. Mas como?

Há poucos anos, tentou-se fazer uma canoa típica da região para carregar apenas um pedaço de rocha equivalente aos maiores encontrados em Nan Madol, e… nada. Não conseguiram deslocar sequer uma pedra. Obviamente essas pedras foram carregadas de uma forma tecnológica pohnpeiana que se perdeu no tempo, infelizmente.

O início da construção de Nan Madol acredita-se ter acontecido no século VIII, mas a civilização dos Saudeleur (que supostamente habitava Nan Madol) floresceu mesmo do século XII ao XV. Depois disso, houve sua queda, e não sabemos se o contato com os europeus acelerou tal queda, ou se o império dos Saudeleur já estava mesmo enfraquecido por conflitos com outros povos da região – há estruturas menores no estilo de Nan Madol em Kosrae também. E… para que servia tal cidade? Era o povo Saudeleur grandes comerciantes, guerreiros ou apenas ali viviam? Como desapareceram? E por que nada sobrou de seu império a não ser a cidade? Por que os Pohnpeianos não gostam de falar deles, e acreditam que o lugar é amaldiçoado?

sábado, 2 de janeiro de 2016

Pré-história do Rio grande do Sul.



O perfil geográfico do Rio Grande do Sul foi formado por sucessivas transformações que iniciaram há cerca de 600 milhões de anos. Esse território já foi um mar, já foi um deserto, e em várias regiões aconteceram soterramentos massivos por derrames de lava. Crê-se que somente há dois milhões de anos a geografia se definiu mais ou menos como hoje a conhecemos, quando se fixou a faixa arenosa do litoral. A vida na pré-história do Rio Grande do Sul foi rica em espécies animais e vegetais.

Há apenas cerca de 12 mil anos antes do presente (AP) iniciou a ocupação humana, com a chegada de grupos de caçadores-coletores vindos do norte.Várias regiões da América do Sul nesta época já haviam sido povoadas, algumas ao que parece desde alguns milênios antes, por populações de origem asiática. A tese predominante é que elas tenham originalmente cruzado o Estreito de Behring, no extremo norte da América do Norte, que então estava seco por causa de uma glaciação global, migrando em seguida para o sul, ocupando neste percurso muitos espaços ao longo de gerações.

Os pioneiros que chegaram no território do Rio Grande do Sul encontraram uma região bastante diferente da que hoje vemos. Em 12 mil anos AP, a glaciação, que cobrira de gelo toda a Patagônia (região ao sul da Argentina atual) e esfriara o clima global, começava a regredir, e o clima da região, mais seco e frio do que no presente, se aquecia e umedecia. No entanto, provavelmente a neve ainda caía na região todos os invernos. O nível do mar subia, ao derreter o gelo glacial que se acumulara no mundo, e inundava a planície litorânea. A vegetação local provavelmente era esparsa, composta principalmente de savanas, com matas apenas nas terras altas e nas margens dos rios. A fauna local também era outra, composta de muitas espécies gigantes, como os milodontes, gliptodontes e toxodontes.

A penetração humana deu-se aparentemente através da fronteira oeste, ao longo do rio Uruguai, onde o estado hoje faz divisa com a Argentina e o Uruguai. No município de Alegrete, localizado nesta área, às margens do rio Ibicuí, foi encontrado o sítio arqueológico com vestígios humanos mais antigo do estado, cuja datação o situou com 12.770 anos. Esses primeiros povos, que compartilhavam de uma mesma cultura material, conhecida como tradição Umbu, viviam da caça e da coleta nas planícies do pampa, entre seus campos abertos e matas ciliares. Eram nômades, e devem ter estabelecido acampamentos temporários de acordo com a abundância sazonal de determinados recursos naturais, seguindo rotas de migração de animais ou épocas de amadurecimento de vegetais comestíveis.

Deixaram registros relativamente pobres. Os sítios arqueológicos incluem vestígios de assentamentos, restos de alimentação como ossos de animais e sementes, além de adornos pessoais e artefatos líticos como pontas de flecha e lança em pedra lascada, boleadeiras, cortadores, raspadores e outras ferramentas. Sua cultura predominou por cerca de 11 mil anos, ainda que exibisse adaptações regionais ao variado cenário do território, que se compõe de diferentes tipos de ecossistemas.

Deve ser lembrado que as mudanças climáticas que a região atravessou ao longo de milênios determinaram importantes modificações na composição da flora e da fauna, às quais as populações humanas precisaram se adaptar, e isso se refletiu em variações em seus costumes e culturas. Durante o ótimo climático, um período de importante elevação nas temperaturas globais ocorrido a partir de 6 mil anos AP, esses povos passaram a colonizar as matas das serras e a subir o planalto. Aparecem gravuras rupestres e ferramental adaptado ao trabalho com madeira, especialmente machados bifaciais. Formava-se ali a chamada tradição Humaitá.

Enquanto isso, se completava a conquista do litoral, formando-se uma cultura específica, a tradição Sambaqui, adaptada à vida junto ao mar e nas planícies costeiras. São característicos dessa tradição os depósitos de conchas, carapaças de crustáceos e restos de peixes que lhe deram o nome, os sambaquis, onde também são encontrados enterramentos e artefatos indicativos de sua associação com o mar, tais como anzóis e pesos de redes. Também se encontram indícios de práticas agrícolas rudimentares, sugerindo que eram sedentários pelo menos em parte do ano. Outras características que os distinguem são os assentamentos sobre colinas artificiais baixas, conhecidas como cerritos, formadas em zonas alagadiças da planície costeira.

Por volta de 3 mil anos AP o clima esfriou novamente e se estabilizou em uma condição semelhante à do presente, produzindo novas adaptações na vida selvagem e nas culturas humanas que floresciam. Nas serras e no planalto, onde o clima permaneceu relativamente frio, com nevadas e geadas frequentes, os povos da tradição Humaitá, que colonizaram a área durante o ótimo climático, precisaram se adaptar, aparecendo então típicos abrigos subterrâneos cobertos de palha, que podiam se organizar em aldeias com várias unidades.

Pouco mais tarde, coincidindo com o início da era cristã, chega a segunda grande onda humana a atingir a região, composta de indígenas Guaranis procedentes da Amazônia. Cogita-se que eles também devem ter sido impelidos à migração pelas mudanças climáticas globais. Eles tinham uma desenvolvida cultura agrícola, domesticavam animais e dominavam a técnica da terracota e da pedra polida. Colonizaram os vales florestados da depressão central, o litoral e parte das serras, evitando porém as regiões mais altas e frias, e pouco avançaram sobre o pampa, já que preferiam climas mais quentes e o ambiente florestal a que estavam acostumados no norte, mas sua influência cultural foi mais ampla. Seus sítios se distinguem das outras tradições pela forma dos assentamentos, em aldeias mais estáveis e estruturadas, e pela abundância de artefatos em pedra polida como pontas de flecha, machados, maceradores, e vasos em cerâmica de diferentes formatos e decoração, técnicas que se observa doravante aparecer nos sítios de outros grupos. A sua influência também se revelou na expansão da agricultura.

Outro grupo a descer do norte junto com os guaranis foi o dos Jês, de cultura similarmente desenvolvida, deixando uma marca maior no planalto, onde primeiro influenciaram os povos da tradição Humaitá e logo os suplantaram. Mas quando o Brasil foi "descoberto", em 1500, quase todos os índios do estado, que somavam de 100 mil a 150 mil na estimativa dos estudiosos, já eram Guaranis ou estavam misturados a eles. Os grupos menos afetados por essa invasão foram os Jês do planalto médio, e os Charruas e Minuanos, do pampa.

A Lenda da fundação do Camboja, berço da civilização Khmer.



Há muitíssimos séculos, o Camboja era um deserto de areia e de rochedos; não se via o mínimo traço da mais  pequena gota de água, não se ouvia o leve rumor  do mais pequeno riacho. Por todo o lado, enormes montanhas, semelhantes a feras acocoradas, eram calcinadas por um sol ardente. Por vezes, ventos terríveis varriam a terra e engolfavam-se pelas estreitas passagens abertas entre as montanhas, erguendo tornados de poeira. As falésias, pouco a pouco escavadas por estes turbilhões rugidores, abriam-se em cavernas, que imediatamente se enchiam de areia. A própria areia modelava as montanhas, dando-lhes a forma de um leão rugidor ou de uma rã prestes a saltar, esculpia as agulhas entre as quais brincava a luz.

A natureza parecia artificial, demasiado estranha para ser verdadeira. Um dia, dois olhos secos de lágrimas, cobertos por longas pesanas, vagos e desprovidos de sensibilidade, dois olhos que podiam ser os de um cadáver, contemplaram esta paisagem aterradora. Tinham seguido uma pista sem fim, tinham visto inúmeras paisagens, do mar à neve, mas jamais tinham contemplado uma natureza como aquela. Talvez fossem os olhos de um ser humano, talvez os de uma alma sem corpo. Por fim, pela primeira vez desde que abandonara o seu país natal, um sorriso apareceu nos  seus lábios finos e descoloridos. Kambu Svayambhuva tinha finalmente chegado ao termo da sua peregrinação, à terra  onde desejava morrer; a vida era-lhe  demasiado pesada desde que perdera Mera, a mulher que Shiva, a terceira pessoa da Trindade hindu, lhe tinha dado.

Kambu chegou a um vale dominado por rochedos de formas fantásticas e viu m estreito trilho que conduzia a um buraco aberto numa falésia. Entrou numa gruta escura, cujas paredes estavam cobertas de humidade. O sol, a despeito de todo o seu poder, não chegava até ali. Olhou em torno. Estalactites e estalagmites formavam colunas polidas. Acendeu um archote, avançou pela caverna e não tardou em chegar junto de um lago subterrâneo. Deslizou por uma estreita passagem, depois visitou um caos de pedras enormes, por entre as quais murmuravam riachos subterrâneos. A vida, no entanto, não estava ausente dali. Kambu distinguiu incontáveis serpentes, cujos olhos o fixavam. O príncipe era corajoso. Em vez de fugir, puxou da espada e avançou, de arma na mão, para a maior das serpentes, quando esta, para seu grande assombro, se pôs a falar;

---- Quem és tu estrangeiro, que ousas penetrar nas cavernas dos Nagas, os senhores deste País?

----  Sou Kambu Svayambhuva, rei dos Arya-Desha. A minha esposa chamava-se Mera, a mais bela de todas as mulheres. O próprio deus Shiva tinha-me dado. Deixou este mundo, e eu abandonei a minha pátria para morrer no deserto mais selvagem que pudesse encontrar. Acabo de encontra-lo. Agora, podes matar-me.

Esperou a morte com calma, mas, em vez de esmaga-lo entre os seus anéis, a serpente falou novamente:

---- Não conheço o eu nome, estrangeiro, mas falaste de Shiva. Shiva é o meu rei, e eu sou o rei dos Nagas, as serpentes gigantes. Pareces-me corajoso. Fica conosco, neste país que escolheste, e põe fim ao teu desgosto.

Kambu ficou, vivendo numa das grutas, e acabou por amar os Nagas, que eram gênios, amavam os homens e adotavam por vezes a forma humana. Fizeram-se amigos e, a troco da alimentação e hospitalidade que lhe davam, Kambu pôs-se a falar-lhes das belezas do seu país. Descreveu-lhe os vales risonhos onde homens e animais viviam em amizade, onde cresciam o arroz e o algodão, as magníficas cidades atarefadas e felizes, as colinas cobertas de vegetação, o mistério das florestas.

Passaram-se vários anos. Kambu tinha esquecido a sua primeira mulher; desposara a filha do rei dos Nagas. As serpentes desapareceram, depois de terem graças aos seus poderes mágicos, transformado o seu país numa região tão bela como a dos Arya-Desha. O rei pronunciou umas palavras mágicas e gotas de água começaram a cair sobre as rochas. Foi então que Shiva em pessoa se manifestou e exprimiu a sua satisfação. A água tinha aparecido, ia fertilizar e transformar o país. Com a água, manifestou-se a vida, e depois o todo da criação. Kambu estava contente e maravilhado. Dele e dos Nagas ia descender uma nova raça de homens, a que fundaria o reino do Camboja, o reino dos filhos de Kambu.


sábado, 19 de dezembro de 2015

Um pouco da história do livro e da leitura





Podemos dizer que o livro foi um dos primeiros meio de comunicação em massa do mundo; além de ser um dos meios de transmissão de conhecimento mais universais e eficazes que existem. O livro tem aproximadamente 6 mil anos de história, tendo sido feito com os mais diversos tipos de materiais e formatos. A sua história apresenta dois grandes marcos: antes de Gutenberg (quando o livro era manuscrito) e depois de Gutenberg (quando surgiu a tipografia).

O livro manuscrito

Antes do livro surgiu a escrita, há cerca de 40 mil anos, quando o homem pintava imagens de sua realidade nas paredes das cavernas (pictografia). A partir desse momento, a escrita foi adquirindo características muito próprias em diversos povos (escrita mnemônica, escrita fonética e escrita ideográfica). As formas de registro e guarda da memória escrita também variavam bastante. Vemos, então, que a história do livro confunde-se com a própria história da escrita.


Os primeiros suportes utilizados para a escrita – e que podem ser considerados os primeiros livros - foram as tabuletas de argila utilizadas pelos sumérios. A Suméria era uma região semi-árida localizada na Mesopotâmia (atual região sul do Iraque). O estilo de sua escrita era a cuneiforme, que apresentava sinais em forma de cunhas. O escritor Fernando Báez (que estudou a história da destruição das bibliotecas) conta que perto de 2600 a.C. já apareciam, nessa região, formatos inovadores parecidos com o livro que conhecemos atualmente: textos onde na parte superior eram indicados os nomes do redator e do supervisor. Já nessa época existiam diversas grandes bibliotecas que versavam sobre registros econômicos, administrativos, políticos, flora, fauna, poesia, magia, etc.



Mais tarde, os egípcios desenvolveram a tecnologia do papiro, uma planta encontrada às margens do rio Nilo, cujas fibras unidas em tiras - e previamente preparadas por um minucioso processo - serviam como superfície resistente para a escrita hieróglifa (formada por desenhos e símbolos). Os rolos com os manuscritos chegavam a 20 metros de comprimento. O desenvolvimento do papiro deu-se cerca de 3000 a..C. e a palavra papiryrus, em latim, deu origem a palavra papel. O papiro consiste em uma parte da planta, que era liberada ou livrada (em latim libere, que quer dizer livre) do restante da planta - daí surge a palavra liber, libri, em latim, e posteriormente livro em português.
“Livro dos Mortos” de Neferrenpet – cerca de 1250 a.C.

Os romanos usavam os papiros em forma de cilindro, que chamavam de volumen (ou khartés, nome original), facilmente transportados. O volumen era desenrolado conforme ia sendo lido, sendo que o texto era escrito em colunas na maioria das vezes (e não no sentido do eixo cilíndrico, como se acredita). Algumas vezes um mesmo cilindro continha várias obras, sendo chamado então de tomo. O comprimento total de um volumen era de c. 6 ou 7 metros, e quando enrolado seu diâmetro chegava a 6 centímetros. Os romanos, também, chegaram a escrever em tábuas de madeira cobertas com cera.

Devido à escassez natural do papiro e também aos conflitos políticos e às guerras, que impediam a importação deste material, precisou-se recorrer a uma nova matéria-prima que o substituísse. Nesse processo, surgiu o pergaminho, cuja invenção atribuiu-se aos habitantes de uma cidade da Ásia Menor chamada Pérgamo (razão do nome). Porém, alguns estudiosos afirmam que o uso de peles de animais (sobretudo o de carneiro) já era corrente na Ásia há muito tempo e que Pérgamo só aperfeiçoou a técnica.

Ilustração alemã, datada de 1568, que mostra o processo de fabricação do pergaminho

Nesse processo de evolução surgiu o pergaminho feito geralmente da pele de carneiro, que tornava os manuscritos enormes, e para cada livro era necessária a morte de vários animais. A vantagem do pergaminho é que ele se conserva mais ao longo do tempo; porém seu custo acabava sendo altíssimo. Em razão disso, surgiam os palimpsestos, manuscritos reutilizados, onde o texto anterior era apagado para dar lugar a outro. O formato, com o uso do pergaminho, também acabava mudando: passava-se do volumen para o códex (ou códice), que não era mais um rolo, mas sim uma compilação de páginas acompanhada de uma capa. Acredita-se que o sucesso da religião cristã se deve em grande parte ao surgimento do códice, pois o compartilhamento das informações escritas tornou-se mais fácil. A utilização do pergaminho se estende pela Idade Média.

A característica mais marcante da Idade Média é o surgimento dos monges copistas, homens dedicados em período integral a reproduzir as obras, herdeiros dos escribas egípcios ou dos libraii romanos. Nos monastérios era conservada a cultura da Antiguidade. Apareceram nessa época os textos didáticos, destinados à formação dos religiosos. Esses ambientes acabaram se tornando verdadeiras produções em massa de livros manuscritos.

A difusão do papel

À margem dessa trajetória do papiro e do pergaminho, outros povos utilizavam-se dos mais diversos suportes para registrar seus escritos. Os indianos, por exemplo, faziam seus livros em folhas de palmeiras. Os maias e os astecas, antes do descobrimento das Américas, escreviam os livros em um material macio existente entre a casca das árvores e a madeira.

Mas o papel como conhecemos, surgiu na China no início do século II, através de um oficial da corte chinesa, a partir do córtex de plantas, tecidos velhos e fragmentos de rede de pesca. A técnica baseava-se no cozimento de fibras do líber - casca interior de certas árvores e arbustos - estendidas por martelos de madeira até se formar uma fina camada de fibras. Posteriormente, as fibras eram misturadas com água em uma caixa de madeira até se transformar numa pasta. Mas a invenção levou muito tempo até chegar ao Ocidente.

Dados históricos mostram que o papel foi muito difundido entre os árabes, e que foram eles os responsáveis pela instalação da primeira fábrica de papel na cidade de Játiva, na Espanha, em 1150 após a invasão da Península Ibérica. Com o tempo o papel passou a substituir o pergaminho no Ocidente e os elementos mais característicos dos livros atuais foram sendo incorporados, tais como a pontuação no texto, uso de letras maiúsculas, índices, sumários, resumos e gêneros de textos.

A imprensa

Basicamente a tipografia consiste em pequenas peças de madeira ou metal em relevos de letras e símbolos (tipos móveis). Antes de Gutenberg (em 1405), os chineses já haviam inventado tipos rudimentares, mas que não eram reutilizáveis, pois eram de madeira. A revolução realmente veio com a invenção da imprensa com tipos móveis reutilizáveis pelo alemão Johann Gutenberg, em 1455. Seus tipos móveis eram de chumbo fundido, portanto mais duradouros e resistentes do que os fabricados em madeira. O primeiro livro impresso por essa técnica foi a Bíblia em latim.


Não se sabe ao certo o volume de códices em circulação na Europa, na época da invenção da tipografia, mas a resistência e esta nova tecnologia por parte da classe dos copistas faz pensar que empregava muita gente. Também é curioso notar que a própria Igreja teve alguma resistência ao uso da tipografia, pois possuía os seus próprios copistas e continuou a produzir livros litúrgicos manuscritos até ao séc. XIX.

A reutilização dos tipos móveis conferia uma enorme versatilidade ao processo de elaboração de livros e outros trabalhos impressos, permitindo a sua massificação. Além disso, o uso dos tipos pedia um novo desenho de letras. Isso acarretou em uma verdadeira revolução cultural que permitiu o desenvolvimento do livro como primeiro meio de comunicação em massa, tornado acessível pela redução enorme dos custos da produção em série.

Na Idade Moderna aparecem livros cada vez mais portáteis, inclusive os livros de bolso. Estes livros passam a trazer novos gêneros: o romance, a novela, os almanaques. A partir do século 19, aumenta a oferta de papel para impressão de livros e jornais, além das inovações tecnológicas no processo de fabricação. O papel passa a ser feito de uma pasta de madeira, em 1845. Aliado à produção industrial de pasta mecânica e química de madeira - celulose - o papel deixa de ser artigo de luxo e torna-se mais barato. Surgem depois o jornal e outros periódicos, que disseminam as informações de forma cada vez mais rápida.

A leitura e o acesso aos livros

A história do acesso aos livros e à leitura é intimamente ligada à história da cultura e da educação no mundo. Na Antigüidade, o conhecimento era transmitido oralmente. Por isso, a arte da oratória era a base dos ensinamentos, sendo que os mestres ensinavam os aprendizes através do diálogo. A leitura e a escrita ficaram restritas a poucos privilegiados por séculos e séculos. Efetivamente, a educação e o acesso à cultura só foram massificadas a partir da Revolução Francesa. A máxima de que conhecimento é poder é totalmente compreensível, portanto.

Na Grécia, restringia-se aos filósofos e aristocratas, enquanto em Roma a escrita tornou-se uma forma de garantir os direitos dos patrícios às propriedades. Na Idade Média, uma minoria era alfabetizada, as igrejas, os mosteiros e as abadias converteram-se nos únicos centros da cultura letrada. Nos mosteiros e abadias medievais encontravam-se as únicas escolas e bibliotecas da época, e era lá que se preservavam e restauravam textos antigos da herança greco-romana.

De acordo com Wilson Martins, autor do livro “A palavra escrita”, até a Renascença, as bibliotecas não estavam à disposição daqueles que não eram religiosos (ou que não detinham o poder). Elas eram locais mais ou menos sagrados. “O livro, a palavra escrita, eram o mistério, o elemento carregado de poderes maléficos para os não-iniciados”. Com o advento da Renascença e, conseqüentemente, com a ascensão da burguesia e decadência do monopólio da Igreja sobre o poder; o livro perde o seu caráter de objeto sagrado. De acordo ainda com Martins, “foi o livro, ou seja, no fundo, a biblioteca, um dos instrumentos mais poderosos da abolição do ‘antigo regime’.” A partir do século XVIII, com a estimulação das idéias iluministas, tem-se a presença de um pensamento democrático que via na instalação de gabinetes de leitura, bibliotecas públicas e museus uma forma de democratizar o conhecimento ao homem comum que não era alcançado em vista dos privilégios de uma minoria. No século XIX torna-se imperativo a todos a implantação da escola pública.

Durante o século XX e início do XXI, assistimos uma enorme aceleração do desenvolvimento de tecnologias ligadas à comunicação e informação. Ao lado dos tradicionais livros, periódicos (jornais e revistas), rádio e televisão; temos agora a internet, os aparelhos de comunicação móvel e uma crescente convergência de mídias (celulares que transmitem sinais de TV e enviam e-mails; TV digital, e-books, etc.).

E-book

Todo esse panorama nos acostumou a um novo modo de leitura: a leitura através de hipertextos ou hiperlinks, surgidos através dos sistemas informáticos e computacionais, popularizados pela internet. A forma de ler e encontrar as informações na internet, por exemplo, segue uma ordem não-linear, enquanto que o texto impresso ou não adaptado à internet segue uma linha preestabelecida. O próprio modo de pensar do ser humano não é totalmente linear, pois às vezes entrecortamos pensamentos e nos focamos em diversos pontos de atenção. A internet possibilitou, também, o encontro de informações e textos, cujo acesso no mundo real seria quase que impossível ou muito oneroso. Podemos dar como exemplo, os conteúdos localizados fisicamente em outros países, ou mesmo os livros raros ou já esgotados.

É claro que o caminho para a plena democratização da leitura e da informação não foi e não tem sido tão fácil até hoje. A tendência em se transformar os bens de cultura (livros, por exemplo) em bens de consumo, desde o início da era industrialização e da produção de produtos em massa, dificulta o acesso dos mais pobres. As tecnologias de comunicação e informação também sofrem do mesmo mal, sendo que o acesso aos computadores e à internet aos menos privilegiados, muitas vezes, só se dá através de programas de inclusão digital. Por essa razão é tão necessária a discussão de políticas públicas que incentivem a prática da leitura e do acesso a essas tecnologias no Brasil.


Pirâmide de Queóps não é apenas uma tumba, mas um livro de pedra


Existe uma tradição copta que a grande pirâmide foi construída durante o reinado dos deuses antes do dilúvio. Ao seu redor existem conchas, fósseis marinhos, e depósitos de sal no interior.

__Esta alinhada com os pontos cardeais.

__Sua diagonal divide ao meio o delta do nilo.

__Uma linha atravessando seu centro se estende pelo paralelo 30° N.

__A medida da base d pirâmide dividida duas vezes por sua altura dá o valor de Pi 3,1416.

__A soma de duas diagonais da base dá o ano platônico do zodíaco.

__A abertura da galeria do rei aponta para onde estava a Estrela Polar, quando foi 
construída a pirâmide.

__Traçando uma linha reta a partir da base sul, atravessando as diagonais cruzadas ao centro ela deixará de atingir o polo norte por apenas 6,5 quilômetros (desvio causado pelo deslocamento do polo norte  desde a época de sua construção).

Em 1864, o Astrônomo Real da Escócia, Charles Piazzi Smyth, divulgou sua teoria com relação à Grande Pirâmide, baseado em uma unidade de medida que ele chamou de polegada piramidal, equivalente a 1,001 polegadas. O prestígio daquele cientista, sem dúvida, deu um poderoso ímpeto ao movimento em busca da solução de um mistério, o qual, após mais de um século de teoria e contra-teoria não mostra sinais de ter atingido a exaustão. Segundo a piramidologia, como ficou conhecida essa corrente de pensamento, o conjunto estrutural da Grande Pirâmide esconde uma história codificada da raça humana sobre a Terra. Ali estariam revelados não apenas os fatos do passado, mas também os que ainda estão por vir. Medidas exaustivamente tiradas de cada pedra, cada ângulo, cada fiada, cada fresta, são a base dessas hipóteses.

Piazzi Smyth aceitou a data de 2170 sugerida por Herschel como válida, mas estranhou o fato do corredor descendente apontar para uma estrela polar relativamente sem importância. Sua lógica dizia que deveria haver também, na mesma data, uma importante estrela zodiacal ou equatorial alinhada para o sul. Descobriu, então, naquela posição, alinhada diretamente com o vértice da pirâmide, a estrela principal de um grupo de sete estrelas chamadas Plêiades, conhecida como Alcione ou Eta Tauri. Essa coincidência de posicionamento — Alcione sobre o vértice da Grande Pirâmide e Alfa Draconis em linha com o corredor descendente — ocorre apenas uma vez em cada 25.827 anos, ou seja, um ciclo sideral. Smyth concordou, portanto, que no outono do ano 2170 a.C. o ângulo do corredor descendente do monumento estava sendo estabelecido e a obra em andamento.