Karl Marx com a mascará de Hitler. Imagem:MISES.
O marxismo afirma que a
forma de pensar de uma pessoa é determinada pela classe a que pertence.
Toda classe social tem sua lógica própria. Logo, o produto do pensamento
de um determinado indivíduo não pode ser nada além de um "disfarce
ideológico" dos interesses egoístas da classe à qual ele pertence. A
tarefa de uma "sociologia do conhecimento", segundo os marxistas, é
desmascarar filosofias e teorias científicas e expor o seu vazio
"ideológico". A economia seria um expediente
"burguês" e os economistas são sicofantas do capital. Somente a
sociedade sem classes da utopia socialista substituirá as mentiras
"ideológicas" pela verdade.
Este
polilogismo, posteriormente, assumiu várias outras formas. O historicismo
afirma que a estrutura lógica da ação e do pensamento humano está sujeita a
mudanças no curso da evolução histórica. O polilogismo racial atribui a cada
raça uma lógica própria.
O
polilogismo, portanto, é a crença de que há uma multiplicidade de
irreconciliáveis formas de lógica dentro da população humana, e estas formas
estão subdivididas em algumas características grupais.
Os nazistas
fizeram amplo uso do polilogismo. Mas os nazistas não inventaram o
polilogismo. Eles apenas criaram seu próprio estilo de polilogismo.
Até a metade
do século XIX, ninguém se atrevia a questionar o fato de que a estrutura lógica
da mente era imutável e comum a todos os seres humanos. Todas as
interrelações humanas são baseadas nesta premissa de que há uma estrutura
lógica uniforme. Podemos dialogar uns com os outros apenas porque podemos
recorrer a algo em comum a todos nós: a estrutura lógica da razão.
Alguns homens
têm a capacidade de pensar de forma mais profunda e refinada do que outros.
Há homens que infelizmente não conseguem compreender um processo de
inferência em cadeias lógicas de pensamento dedutivo. Mas,
considerando-se que um homem seja capaz de pensar e trilhar um processo de
pensamento discursivo, ele sempre aderirá aos mesmos princípios fundamentais de
raciocínio que são utilizados por todos os outros homens. Há pessoas que
não conseguem contar além de três; mas sua contagem, até onde ele consegue ir,
não difere da contagem de Gauss ou de Laplace. Nenhum historiador ou viajante
jamais nos trouxe nenhuma informação sobre povos para quem A e não-A fossem
idênticos, ou sobre povos que não conseguissem perceber a diferença entre
afirmação e negação. Diariamente, é verdade, as pessoas violam os
princípios lógicos da razão. Mas qualquer um que se puser a examinar suas
deduções de forma competente será capaz de descobrir seus erros.
Uma vez que
todos consideram tais fatos inquestionáveis, os homens são capazes de entrar em
discussões e argumentações. Eles conversam entre si, escrevem cartas e
livros, tentam provar ou refutar. A cooperação social e intelectual entre
os homens seria impossível se a realidade não fosse essa. Nossas mentes
simplesmente não são capazes de imaginar um mundo povoado por homens com
estruturas lógicas distintas ente si ou com estruturas lógicas diferentes da
nossa.
Mesmo assim,
durante o século XIX, este fato inquestionável foi contestado. Marx e os
marxistas, entre eles o "filósofo proletário" Dietzgen, ensinaram que
o pensamento é determinado pela classe social do pensador. O que o
pensamento produz não é a verdade, mas apenas "ideologias".
Esta palavra significa, no contexto da filosofia marxista, um disfarce
dos interesses egoístas da classe social à qual pertence o pensador. Por
conseguinte, seria inútil discutir qualquer coisa com pessoas de outra classe
social. Não seria necessário refutar ideologias por meio do raciocínio
discursivo; ideologias devem apenas ser desmascaradas, denunciando
a classe e a origem social de seus autores. Assim, os marxistas não discutem os
méritos das teorias científicas; eles simplesmente revelam a origem
"burguesa" dos cientistas.
Os marxistas
se refugiam no polilogismo porque não conseguem refutar com métodos lógicos as
teorias desenvolvidas pela ciência econômica "burguesa"; tampouco
conseguem responder às inferências derivadas destas teorias, como as que
demonstram a impraticabilidade do socialismo. Dado que não conseguiram
demonstrar racionalmente a validade de suas idéias e nem a invalidade das
idéias de seus adversários, eles simplesmente passaram a condenar os métodos
lógicos. O sucesso deste estratagema marxista foi sem precedentes.
Ele tornou-se uma blindagem contra qualquer crítica racional à
pseudo-economia e à pseudo-sociologia marxistas. Ele fez com que todas as
críticas racionais ao marxismo fossem inócuas.