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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Cientistas reconstituem ‘camarão predador gigante’ pré-histórico.

Pesquisadores de quatro países reconstruíram pela primeira vez uma espécie semelhante a um camarão gigante que viveu há cerca de 500 milhões de anos nos mares da América do Norte.

Reprodução da 'Hurdia victoria' (Imagem: Science/AAAS)

O animal pré-histórico foi reconstruído com base em pedaços de fósseis recolhidos ao longo de um século no sítio arqueológico de Burgess Shale, no Canadá, considerado pela ONU como patrimônio da humanidade.

Com um corpo formado por vários segmentos e uma espécie de "carapuça" sobre a cabeça, ele teria ainda dezenas de dentes e um par de garras.

Segundo os pesquisadores, o animal teria sido um dos maiores predadores de sua época.

A primeira referência ao animal semelhante aos crustáceos, batizado de Hurdia victoria, é de 1912, mas agora pela primeira vez os cientistas conseguiram descrevê-lo por completo.

'Quebra-cabeça'

Até agora, acreditava-se que algumas das partes descobertas anteriormente pertenciam a outras espécies, mas descobertas recentes de fósseis mais completos ajudaram os pesquisadores a montar o "quebra-cabeça".

Segundo os cientistas, de universidades da Suécia, do Canadá e da Grã-Bretanha, a nova descoberta deve ajudar a coletar informações sobre a origem dos artrópodes, maior grupo de animais existente, com mais de 1 milhão de espécies descritas, e que engloba insetos, aranhas e crustáceos, entre outros.

"Esta estrutura é diferente de tudo o que já se conhecia sobre outros fósseis ou artrópodes vivos", afirma a pesquisadora Allison Daley, da Universidade Uppsala, na Suécia.

"O uso da grande carapaça que se estende na frente de sua cabeça é um mistério. Em muitos animais, uma concha ou carapaça é usada para proteger partes moles do corpo, como acontece com caranguejos ou lagostas, mas esta estrutura na Hurdia é vazia e não cobre nem protege o resto do corpo. Podemos apenas imaginar qual seria sua função", diz Daley.

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Baleia pré-histórica 'dava à luz em terra'.

Cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriram um novo ancestral da baleia que viveu há cerca de 47 milhões de anos e dava à luz seus filhotes não no mar, mas em terra firme.

Representação artística do exemplar macho da Maiacetus inuus

A pesquisa foi possível após a descoberta de dois fósseis da espécie Maiacetus inuus, uma fêmea e um macho, em bom estado de preservação.

Os fósseis foram encontrados no Paquistão em 2000 e 2004. Junto ao fóssil da fêmea, descoberto em 2000, foi encontrado também o de um feto.

Como os demais mamíferos que dão à luz em terra, a cabeça deste feto estava posicionada para ser a primeira parte do corpo do animal a deixar o ventre materno.

Estilo de vida

Este foi o primeiro esqueleto de feto já encontrado do grupo conhecido como arqueocetos, os ancestrais das atuais baleias.

O nome da nova espécie reflete as condições da descoberta: Maiacetus significa "baleia mãe" e inuus era um deus romano da fertilidade.

Após a análise dos fósseis, os pesquisadores também concluíram que os filhotes da espécie já chegavam ao mundo equipados para buscarem comida sozinhos, pois tinham os dentes bem desenvolvidos ao nascer.

O macho, descoberto em 2004, tinha cerca de 2,5 m de comprimento, 12% a mais que a fêmea, e dentes caninos 20% maiores que os dela.

Os pesquisadores dizem acreditar que a diferença de tamanho não era grande o suficiente para indicar que os machos controlassem as fêmeas a ponto de possuir haréns.

"Os dentes grandes, apropriados para agarrar e comer peixes, sugerem que os animais viviam a maior parte do tempo no mar, vindo à terra apenas para descansar, copular e ter filhotes", disse Philip Gingerich, responsável pelo estudo.

Ele afirma que, como outros arqueocetos, os exemplares tinham quatro patas adaptadas para ajudar o nado e, embora esses membros pudessem suportar o peso, os Maiacetus inuus provavelmente não se aventuravam muito longe da água.

"Elas eram claramente atreladas à costa. Viviam entre o mar e a praia", disse Gingerich.

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Imagens tridimensionais revelam detalhes de aranhas pré-históricas.

Cientistas do Imperial College London usaram equipamentos de tomografia computadorizada e programas de computação gráfica para criar imagens tridimensionais de fósseis de duas espécies de aranhas que viveram há 300 milhões de anos.

eophrynus prestvicii

Imagem mostra que E. prestvicii tinha espinhos nas costas (cortesia Museum of Natural History e Imperial College London).

Apesar de tão antigas, as espécies Cryptomartus hindi e Eophrynus prestvicii são "parentes próximas" de aranhas modernas. A tecnologia já havia sido usada antes, mas poucas vezes em fósseis tão antigos, que mostram o início da vida na Terra.

As imagens tridimensionais revelam detalhes até então desconhecidos das criaturas, como mecanismos de defesa e que as aranhas tinham hábitos predadores, e dão aos cientistas uma ideia melhor do que se passava no período, anterior ao dos dinossauros.

Os resultados foram publicados na revista especializada Biology Letters.

Os cientistas fizeram cerca de 3 mil imagens de cada fóssil. O software desenvolvido pelo Imperial College London foi usado para juntar todas as imagens em um modelo virtual único, detalhado e tridimensional das aranhas.

As imagens tridimensionais revelam que as patas dianteiras da Cryptomartus hindi estavam direcionadas para a frente, sugerindo que a aranha poderia usá-las para agarrar suas presas.

Os pesquisadores sugerem que o animal, provavelmente, era "um predador que caçava por emboscada" como a moderna aranha caranguejeira, que aguarda escondida a aproximação da presa.

Os pesquisadores também concluíram que a outra espécie, a Eophrynus prestvicii, tinha espinhos nas costas, provavelmente como medida de defesa para torná-la menos palatável aos anfíbios, que seriam seus predadores naturais.

"Nossos modelos quase trazem essas criaturas de volta à vida e é muito excitante conseguir examiná-las em tantos detalhes", disse o pesquisador Russel Garwood, do Imperial College London e principal autor do estudo.

"Nosso estudo ajuda a construir uma imagem do que estaria acontecendo neste período do início da história da vida na Terra."

A técnica também poderá ser usada para re-examinar fósseis do mesmo período, já analisados pelos meios convencionais, disseram os cientistas.

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Arqueólogos encontram 'tesouro budista' na Mongólia.

Relíquias budistas raras desaparecidas havia mais de 70 anos foram encontradas neste sábado no deserto de Gobi, no sul da Mongólia, por uma equipe de arqueólogos austríacos e mongóis.

Relíquias estavam enterradas no deserto de Gobi havia mais de 70 anos

Entre os artefatos encontrados estão estátuas, obras de arte, manuscritos e objetos pessoais de um importante mestre budista do século 19, Danzan Ravjaa.

O líder da expedição, o austríaco Michael Eisenriegler, disse à BBC que sua equipe já desenterrou duas caixas cheias com "os mais impressionantes objetos de arte budistas".

"(O tesouro) é de extraordinário valor para a cultura da Mongólia, porque o budismo foi quase extinto durante o regime comunista, especialmente na década de 30", disse Eisenriegler. "Estou completamente exausto neste momento, mas também completamente impressionado com o que vi."

Mosteiro

As relíquias encontradas pela equipe pertenciam ao Mosteiro de Khamaryn e haviam sido enterradas no deserto de Gobi nos anos 30 por um monge chamado Tudev.

Na época, durante o regime comunista, centenas de mosteiros foram saqueados e destruídos na Mongólia. O religioso decidiu enterrar o tesouro para escondê-lo dos exércitos da Mongólia e da União Soviética.

Somente Tudev sabia onde os 64 baús com as relíquias estavam escondidos. Antes de morrer, ele passou o segredo a seu neto, o historiador Zundoi Altangerel.

Na década de 90, Altangerel conseguiu desenterrar alguns dos baús com as relíquias e abriu um museu para exibí-las.

Segundo o historiador, como a segurança do museu era mínima, na época ele decidiu deixar o restante do tesouro enterrado no deserto.

Eisenriegler ficou sabendo da história e convenceu Altangerel a participar de uma busca pelo resto do tesouro. Segundo o austríaco, 20 dos 64 baús enterrados por Tudev permanecem escondidos no deserto.

As peças encontradas neste sábado também serão expostas no museu, que fica na cidade de Sainshand, no sul da Mongólia.

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Fotos aéreas revelam cidade precursora de Veneza.

Fotografias aéreas feitas por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Pádua, na Itália, revelaram o mapa da antiga cidade romana de Altinum, que alguns acadêmicos afirmam ser a cidade precursora de Veneza.

A imagem da cidade ancestral de Veneza (foto: Image © Science/AAAS)

A imagem da cidade ancestral de Veneza (foto: Image © Science/AAAS)

Alguns arqueologistas já sabem há décadas que a cidade de Altinum – um importante centro de comércio romano entre os séculos 1 e 5 da era cristã – ficava localizada onde hoje é a região norte de Veneza, próxima do aeroporto da cidade.

Os historiadores não haviam conseguido, no entanto, identificar como a cidade era construída ou qual era sua topografia já que as ruínas das antigas construções desapareceram - muitas peças foram roubadas para serem usadas como material de construção e o restante foi inundado pela lagoa que cerca a região.

Mas a equipe de Andrea Ninfo e Paolo Mozzo aproveitou uma forte seca que atingiu a região em 2007 para fazer fotos aéreas do local. Por conta do baixo nível de água, as imagens permitiram que os cientistas identificassem a presença de rochas, tijolos e e outras estruturas sólidas abaixo da superfície.

Segundo os pesquisadores, o fim de Altinum pode ter representado o começo da cidade de Veneza.

Complexidade

As fotografias revelam os restos das muralhas da cidade, a rede de ruas, residências, teatros e outras estruturas. Além disso, Altinum também possuía uma rede complexa de rios e canais, que revela como os habitantes conseguiam morar no ambiente pantanoso que atualmente é a lagoa de Veneza.

Com base nas imagens, a equipe de Pádua fez a primeira reconstrução detalhada da topografia da antiga cidade usando fotografias que se aproximavam de imagens infravermelhas da região das terras cultiváveis que cobrem a região atualmente, junto com um modelo de computador do terreno local.

As imagens também mostraram que a cidade tinha um grande canal que passavam pelo seu centro e ligava Altinum à lagoa.

Dois portões ou pontes foram construídos nas muralhas que cercavam a cidade, o que fornece mais provas de como os moradores da cidade se adaptaram ao ambiente alagadiço.

Os pesquisadores italianos também conseguiram identificar uma estrutura de um porto na margem da lagoa.

Os autores do estudo, publicado na revista Science, notam que Altinum é a única grande cidade romana no norte da Itália - e uma das poucas da Europa - que não foi soterrada por cidades medievais e modernas.

Segundo a diretora do Museu Nacional de Arqueologia de Altinum, Margherita Tirelli, “antes da pesquisa de Mozzi era impossível imaginar a complexidade e distribuição das principais construções e estruturas do município”.

Os pesquisadores pretendem continuar o estudo utilizando tecnologia avançada para realizar exames mais detalhados de imagem da região, que permitiram a produção de um mapa da topografia da antiga cidade em alta resolução.

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Arqueólogo amador descobre arte pré-histórica de 4 mil anos na Escócia.

Um arqueólogo amador descobriu nas montanhas escocesas exemplos de arte pré-histórica que poderiam datar de 4 mil a 5 mil anos atrás.

Descobertas surpreendem por variedade e quantidade

George Currie, um interessado na ciência da arqueologia, descobriu mais de 90 desenhos escavados em uma rocha na localidade de Ben Lawers, perto de Loch Tay, no centro da Escócia.

As marcas circulares, chamadas de "cup marks" pela semelhanças com as de uma xícara, compõem o grupo de arte pré-histórica observado principalmente no norte da Inglaterra e na Escócia proveniente do período Neolítico e da Idade do Bronze, de 5 mil a 4 mil anos atrás.

Alguns desenhos têm anéis ao redor, razão pela qual são chamadas de "cup and ring marks". Linhas retas também foram escavadas na pedra.

Derek Alexander, arqueólogo da entidade escocesa de conservação e promoção do patrimônio natural e histórico do país, The National Trust for Scotland, disse que a descoberta surpreende pela "quantidade e a variedade" dos símbolos encontrados.

"Através tanto de pesquisas direcionadas conduzidas por arqueólogos profissionais quanto do trabalho de amadores dedicados, como George Currie, sabemos agora que Ben Lawers forma uma das maiores concentrações de marcas circulares e de anéis nas montanhas escocesas, o que indica uma paisagem muito significante na pré-história", afirmou.

"Esta é uma descoberta interessante, porque mostra que ainda existe arte pré-histórica em rocha ainda a ser descoberta nas montanhas escocesas."

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