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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Tempestade desenterra estátua romana em Israel.

Embora danificada, escultura tem sandálias esculpidas com delicadeza

Uma tempestade que atingiu a cidade israelense de Ashkelon revelou uma estátua romana que estava enterrada havia séculos.

A escultura feminina de mármore branco foi encontrada por um transeunte depois que uma tempestade na costa israelense derrubou parte de um rochedo.

A obra tem 1,2 m de altura e pesa 200 kg. Segundo a autoridade que cuida das antiguidades de Israel, a estátua tem entre 1,8 mil e 2 mil anos.

A porta-voz da entidade, Yoli Schwartz, disse que, embora sem os braços e a cabeça, a estátua conta com "sandálias delicadamente esculpidas" e intactas.

O órgão de antiguidades já levou o achado para uma série de testes e estudos.

Por outro lado, a tempestade danificou outros sítios arqueológicos, como o porto romano de Caesarea. As autoridades devem visitar a área para avaliar os danos.

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http://www.bbc.co.uk/

Alemanha reduz Forças Armadas e suspende serviço militar obrigatório

Os líderes da coalizão de governo da Alemanha concordaram em suspender o serviço militar obrigatório a partir de julho próximo e em reduzir o contingente. A decisão marca uma mudança profunda para o país.

As lideranças do governo de coalizão da Alemanha concordaram em suspender o serviço militar obrigatório a partir de 1° de julho de 2011. A proposta do ministro da Defesa, Karl Theodor zu Guttenberg, foi aceita durante as conversações realizadas a portas fechadas na noite desta quinta-feira (9/12) em Berlim.

A União Democrata Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, e seu partido-irmão bávaro, a União Social Cristã (CSU), já haviam aprovado a ideia em suas convenções, realizadas nas últimas seis semanas. O Partido Liberal (FDP), parceiro de coalizão, já tinha incluído a proposta em seu programa de governo, divulgado durante as eleições parlamentares do ano passado.

O próximo passo será a aprovação de um projeto de lei, a ser preparado durante uma reunião de gabinete na próxima quarta-feira, para posteriormente ser levado à aprovação do Parlamento alemão.

Menos soldados

O plano prevê ainda a redução do contingente militar dos quase 250 mil soldados, que os país possui atualmente, para 185 mil. Destes, 170 mil seriam soldados profissionais, com voluntários compondo o restante. O governo espera economizar com a reforma até 8,3 bilhões de euros.

Reforma foi proposta pelo  ministro GuttenbergBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Reforma foi proposta pelo ministro GuttenbergEntretanto, a suspensão do serviço militar obrigatório pode criar alguns problemas novos. O serviço comunitário prestado por aqueles que se recusam a servir as Forças Armadas também seria prejudicado.

Instituições sociais e de assistência temem que a medida leve à falta de pessoal, já que essas entidades dependem em grande parte da mão de obra de jovens que cumprem o serviço civil como alternativa ao serviço militar obrigatório. A suspensão significa também que o número de estudantes tende a crescer, o que eventualmente causaria problemas para as universidades.

O período do serviço militar obrigatório na Alemanha fora encurtado em 2010, ficando com a duração de seis meses. A obrigatoriedade aplicava-se apenas aos rapazes. As mulheres podiam ingressar nas Forças Armadas alemãs, a Bundeswehr, como profissionais ou voluntárias, não sendo obrigadas a se alistar.

A proposta apresentada pelo ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, é uma das maiores reformas da história da Bundeswehr. Será a primeira vez que não haverá alistamento militar obrigatório desde a reintrodução do serviço militar, em 1957. A exigência do serviço militar permanece, porém, prevista na Lei Fundamental (Constituição) alemã, podendo ser reativada, caso necessário.

Durante a Guerra Fria, a Bundeswehr tinha cerca de 500 mil soldados, e o chamado Exército Nacional do Povo, da Alemanha Oriental, dispunha de cerca de 170 mil homens. Após a queda do Muro de Berlim, o exército oriental foi dissolvido e parcialmente integrado às forças da Alemanha reunificada. Estas foram inicialmente reduzidas a 370 mil integrantes, sendo enxugadas paulatinamente nas décadas seguintes.

MD/dpa/ap/rtr
Revisão: Alexandre Schossler

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Europa no difícil caminho para a liberdade e a democracia

Brasil amplia presença nos países africanos de língua portuguesa

Presença das novelas brasileiras nos países africanos de língua portuguesa é só o lado visível de um fenômeno que tem também aspectos econômicos e políticos: o crescente interesse do Brasil pelas ex-colônias de Portugal.

Quem anda pelas ruas de Maputo, capital de Moçambique, pode facilmente ouvir jovens usando gírias tiradas de novelas da Globo, como "Eu sou chique, bem!" e "Tá podendo!".

Nas bancas de jornais de Luanda, capital de Angola, revistas especializadas em televisão estampam atrizes brasileiras na capa, como Taís Araújo e Juliana Paes.

Também em Luanda é fácil encontrar franquias de redes populares no Brasil, como Bob's, Mundo Verde e O Boticário. Isso sem falar nos templos da Igreja Universal do Reino de Deus, presente em todos os países africanos de língua portuguesa.

As novelas da Globo, as lanchonetes do Bob's e os templos da igreja de Edir Macedo são apenas a face visível de um fenômeno relativamente recente: a crescente presença brasileira nas antigas colônias portuguesas na África. Além do visível aspecto cultural, essa presença possui um viés econômico e outro político.

Relações econômicas priorizam Angola e Moçambique

Atriz Taís Araújo na capa de uma revista de AngolaBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Atriz Taís Araújo na capa de uma revista de Angola

O lado econômico é especialmente forte na relação com Angola – cuja independência, em 1975, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer. Apenas quatro anos depois, a Petrobras chegava ao país africano, hoje o terceiro maior produtor de petróleo da África.

Mas, segundo o site da petrolífera, foi só recentemente – a partir de novembro de 2006 – que a empresa passou a atuar de forma mais agressiva em Angola, como operadora em três blocos de exploração de petróleo.

Também forte em Angola é a Construtora Norberto Odebrecht, que está no país desde 1984, quando iniciou a construção da hidrelétrica de Capanda, com capacidade de geração de 520 megawatts.

Hoje a empresa atua em diversos setores, como a construção de rodovias e em projetos de pavimentação, saneamento e urbanização, empregando mais de 24 mil pessoas.

"As relações do Brasil com Angola são muito mais intensas e muito mais antigas", afirma o sociólogo alemão Gerhard Seibert, do Centro de Estudos Africanos de Lisboa. "Mas Moçambique também desempenha um papel econômico cada vez maior."

Na província de Tete, no centro de Moçambique, a mineradora brasileira Vale está investindo 1,3 bilhão de dólares para extrair carvão de uma das maiores minas não exploradas do mundo. A produção anual deverá chegar a 11 milhões de toneladas a partir de dezembro de 2010 e empregar 1,5 mil pessoas. O contrato foi assinado em 2007.

Brasil busca papel maior no cenário internacional

No aspecto político, Seibert vê uma clara mudança na política brasileira para a África com a chegada à presidência de Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2003.

Lula foi o presidente brasileiro que mais viagens fez à África – foram dez até o final de 2009, incluindo todos os países de língua portuguesa, alguns mais de uma vez. Também no seu governo, o número de países africanos nos quais o Brasil possui representação diplomática passou de 18 para 34.

Na opinião de Seibert, essa valorização da África na política externa brasileira segue objetivos econômicos: a busca de mercados para produtos e empresas brasileiras e a garantia de matérias-primas.

Mas há, também, objetivos políticos: "As relações com a África fazem parte de uma política externa que tenta dar um papel maior ao Brasil no contexto internacional, e isso inclui a ambição de ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU".

Para o especialista, a África é só uma parte da política externa "mais expansiva" adotada pelo governo Lula. Ela inclui ainda a maior presença do país em fóruns internacionais como o G20 ou as reuniões com os países BRIC (Rússia, Índia e China).

Já Lula apresenta sua política africana como o pagamento de uma dívida, afirmando que o Brasil tem um compromisso moral e ético com o continente, uma referência ao passado escravagista brasileiro. O presidente gosta de repetir que o Brasil é o país com a maior população negra fora da África.

Estudar no Brasil

As frequentes visitas à África trouxeram popularidade a Lula no continente, o que, somado ao mundo idílico apresentado em várias novelas televisivas, acaba por reforçar uma imagem positiva do Brasil.

Primeiro-ministro Maria Neves estudou na FGVBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Primeiro-ministro Maria Neves estudou na FGV

"A imagem que temos do Brasil é muito boa, até porque a mídia que vem do Brasil são as novelas", conta o universitário são-tomense Edileny Lima de Souza, que estuda administração de empresas na PUC em Porto Alegre.

O guineense Francisco Ialá, que cursa Direito na mesma universidade, diz que também no seu país a imagem do Brasil é muito boa. "As novelas que mais passam na Guiné-Bissau são as brasileiras. Toda a cultura brasileira influencia a Guiné-Bissau."

Ambos encontraram um Brasil diferente do que aquele que conheciam pela televisão. "As novelas brasileiras não retratam a situação como ela é. É mais glamour, praia e coisas boas, sem os problemas de infraestrutura, desigualdade e preconceito. São coisas que eu vivenciei e não esperava", diz Edileny

Edileny e Francisco estão entre os quase 4 mil africanos selecionados para estudar no Brasil entre os anos de 2000 e 2009. Eles receberam uma bolsa de estudos do programa PEC-G, do Ministério das Relações Exteriores.

Na África, os principais beneficiados pelo programa são os países de língua portuguesa, Cabo Verde e Guiné-Bissau à frente. A maioria dos estudantes volta ao seu país de origem. Estudar no Brasil é algo comum entre os cabo-verdianos – até o primeiro-ministro do país, José Maria Neves, estudou na Fundação Getúlio Vargas (FGV) nos anos 1980.

Para Edileny e Francisco, o Brasil desempenha um importante papel no ensino superior. "Para os países lusófonos em desenvolvimento, o Brasil desempenha um papel importante na formação de quadros profissionais", diz Edileny, que afirma: "Volto para São Tomé porque quero ajudar meu país a crescer."

Autor: Alexandre Schossler

Revisão: Roselaine Wandscheer


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Lula diz em Lisboa que Brasil pode alavancar economia portuguesa.

Países firmam acordos, entre outras coisas, para impulsionar a língua comum

O Brasil vive no século 21 um momento mágico e excepcional de crescimento econômico e o potencial de que dispõe o país pode contribuir para alavancar a economia portuguesa, afirmou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, no encerramento da 10º Cúpula Luso-Brasileira na noite desta quarta-feira (19/05).

As relações entre Portugal e o Brasil ganharam novo fôlego com a assinatura de cinco acordos institucionais e dois na área empresarial, que deverão ter forte impacto econômico. No final da sessão plenária, foram rubricados acordos e memorandos de entendimento abrangendo as áreas de luta contra a dopagem, igualdade de gênero, tecnologia para a exploração de hidrocarbonetos na bacia do Atlântico, energias renováveis e meio ambiente.

Portugal oferece aos brasileiros seus conhecimentos no domínio do saneamento básico. No plano empresarial, ganhou destaque a parceria entre a Petrobras e sua congênere portuguesa Galp, com um suporte financeiro de 350 milhões de euros em projetos tecnologicamente avançados de produção de biocombustíveis. Um salto qualitativo sublinhado por Lula.

"Além de produzir um combustível limpo, nós vamos recuperar áreas degradadas, gerar empregos. Uma parte desse óleo será utilizada pela Petrobras numa refinaria lá mesmo, no estado do Pará, para atender a região norte do país, mas a grande parte vai ser refinada aqui em Portugal", disse Lula.

Em tempos de crise, que obrigam à adoção de medidas duras, o presidente brasileiro questionou a falta de uma governança global, já que as dificuldades são globais. E assegurou que o potencial que o Brasil tem pode ajudar a alavancar a economia portuguesa.

"Passamos por uma fase de afirmação dessa cooperação econômica. E os tempos exigem de nós um empenho nesse domínio. Eu quero que saiba, senhor presidente, do empenho de todas as empresas portuguesas e do governo português para receber investimentos brasileiros e também para afirmar investimentos português no Brasil", disse o primeiro-ministro português, José Sócrates, no Palácio das Necessidades.

Apesar das diferenças, atualmente são poucos os desacordos que marcam as relações entre os dois países. Ainda por resolver está a contenda entre a Portugal Telecom e a Telefônica, que quer comprar da empresa portuguesa a participação desta na Vivo, no Brasil. Mas, por outro lado, Bruxelas acaba de dar luz verde aos projetos da Embraer, fabricante aeronáutica brasileira, que quer construir duas unidades em Évora.

Ainda durante a visita, que deve ser a última que Lula faz a Portugal como chefe de Estado e de governo, teve bastante espaço o componente cultural. Os dois países acordaram impulsionar o Plano de Ação para a Promoção, Difusão e Projeção da Língua Portuguesa.

Antes do encontro com Sócrates, o presidente brasileiro foi recebido pelo seu homólogo, Cavaco Silva, com quem, pouco depois, participou da cerimônia de entrega do Prêmio Camões de 2009 ao poeta e romancista cabo-verdiano Arménio Vieira.

Autor: João Carlos (np)
Revisão: Rodrigo Rimon

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Os brancos que se entendam.

Essa expressão nasceu de uma pendenga ocorrida no comando militar do Rio de Janeiro do século 18 e remonta a uma das primeiras punições por racismo no Brasil. Segundo o folclorista Luiz da Câmara Cascudo, certo dia o capitão do Regimento dos Pardos do Rio de Janeiro, Manuel Dias de Resende, foi queixar-se a seu superior por ter sido desrespeitado por um soldado. Diante da reclamação, o major Melo, comandante do Regimento, nada fez a não ser desprezar: “Vocês são pardos, lá se entendam!”. “No século 18, era comum esse tipo de divisão racial entre os regimentos”, diz Célia Azevedo, historiadora da Unicamp.

Ofendido novamente, o capitão Manuel recorreu a dom Luís de Vasconcelos e Souza, vice-rei (governador) da província entre 1779 e 1790. O governador logo mandou prender o major que não levara a reclamação a sério. Sem entender por que estava sendo preso, o major Melo perguntou: “Preso, eu? E por quê?” A resposta foi na mesma medida: “Nós somos brancos, cá nos entendemos”. Com o passar dos anos, a frase tomou a forma atual.

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http://historia.abril.com.br/fatos/brancos-se-entendam-433863.shtml