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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Psicopatia: Conceitos e Definições


Lesson of the Evil.

Psicopatia

Psicopatia é um construto psicológico que descreve um padrão de comportamento anti-social crónico. A expressão é muitas vezes utilizada sem distinção com o termo sociopatia.

A psicopatia tem sido a perturbação de personalidade mas atualmente o termo pode legitimamente ser utilizado no sentido jurídico, “transtorno de personalidade psicopática” no âmbito da saúde mental.. Pode também sevir como um descritor de transtorno de personalidade anti-social definido pela Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R).

A psicopatia é frequentemente co-mórbida com outros distúrbios psicológicos (especialmente transtorno de personalidade narcísico).

A psicopatia é diferente da sociopatia. Embora quase todos os psicopatas tenham transtorno de personalidade anti-social, apenas alguns indivíduos com transtorno de personalidade anti-social são psicopatas. Muitos psicólogos acreditam que a psicopatia recaia sobre um espectro de narcisismo patológico.

A Psicopatia é frequentemente confundida com outros distúrbios de personalidade, tais como transtorno de personalidade dissocial, narcísica e esquizóide (bem como outros).

Também é importante notar que “psicopatia” é uma síndrome ou um construto psicológico, enquanto o transtorno de personalidade anti-social é um diagnóstico.

O interesse em características de índole psicopática remonta a Teofrasto, um estudante de Aristóteles, cuja descrição dos homens inescrupulosos personifica as características do transtorno de personalidade anti-social.

O interesse em características psicopáticas remonta à época colonial. Nesses tempos, uma pessoa com esta doença mental seria considerada como algo relacionado com posse demoníaca.

As origens do TPaS, é significativamente semelhante ao daquelas pessoas com Transtorno Narcísico da Personalidade. Assim como os pacientes narcísicos, pacientes com TPaS, têm história de negligencia e abuso na infância por parte de seus pais. Os psicopatas não alcançaram o nível evolutivo da constância objetal (Mahler, 1975) e assim, eles não possuem uma introjeção materna tranqüilizadora, como acontece com as pessoas comuns.


Lesson of the Evil. 

Como os pacientes com TNP, eles têm um self grandioso e patológico. Normalmente o que se pode observar na história do paciente psicopata é que, segundo Kohut, ele teve uma experiência de relacionamento inicial com uma mãe estranha, que não merecia confiança talvez, por suas instabilidade, e nutria certa maldade em relação à criança (característica comum às mães narcísicas). A falta de confiança básica, associada à ausência de experiências amorosas com a figura materna, apresentam graves implicações no desenvolvimento do psicopata. O processo de amadurecimento do psicopata, é interrompido de maneira abrupta, antes que se complete o processo de separação e individuação e de desenvolver-se a constância objetal. Um movimento semelhante ocorre com o paciente narcísico.

Os psicopatas têm um Ego grandioso e patológico e seu Super Ego que é a instância moral parece completamente ausente ou então, está frouxa. O Super Ego é um poderoso agente da realidade e que vai formar-se, não à imagem dos pais, mas à imagem do Super Ego deles de forma que os valores morais de nossos pais passam a ser os nossos valores morais. Pensando assim, temos que concluir que o psicopata teve pais que não tinham nenhum valor moral ou, foram tão insidiosamente ruins que impediram qualquer tentativa de identificação por parte criança. Não havendo tal identificação, não há Super Ego e assim, temos indivíduos que parecem destituídos de qualquer humanidade. Seu único sistema de valores é o exercício do poder e da agressão condições que caracterizam o narcisismo patológico.

Sociopatia

As características dos sociopatas englobam, principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais, teatrais e falsas, pouco ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância à frustração, baixo limiar para a descarga de agressão; irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos, ausência de sentimentos de remorso e de culpa em relação ao seu comportamento. Essas pessoas geralmente são cínicas, incapazes de manter uma relação leal e duradoura, manipuladoras e incapazes de amar.

Eles mentem exageradamente sem constrangimento ou vergonha, subestimam a insensatez das mentiras, roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares e parentes, colocam em risco a vida de outras pessoas e, decididamente, nunca são capazes de se corrigirem. Esse conjunto de caracteres faz com que os sociopatas sejam incapazes de aprender com a punição ou incapazes de modificar suas atitudes.

Quando os sociopatas descobrem que seu teatro já está descoberto, eles são capazes de darem a falsa impressão de arrependimento, falseiam que mudarão "daqui para frente", mas nunca serão capazes de suprimir sua índole maldosa. Não obstante eles são artistas na capacidade de disfarçar de forma inteligente suas características de personalidade. Na vida social, o sociopata costuma ter um charme convincente e simpático para as outras pessoas e, não raramente, ele tem uma inteligência normal ou acima da média.

O Cérebro Psicopata


         Recentes resultados de pesquisas em neurociências começam a lançar algumas luzes no que se refere à psicopatia. A falta de empatia, a falta da culpa, as emoções superficiais, a mentira compulsória e manipuladora, a crueldade e o sangue frio são características de todos os psicopatas.

Em alguns estudos os psicopatas, diferente das pessoas que não têm esse Transtorno de Personalidade, respondiam à estímulos carregados emocionalmente da mesma forma que respondiam a estímulos neutros. Isso demonstra que os psicopatas são destituídos de afetos, em várias áreas. Em outros estudos, se observou que os psicopatas não reagem com alterações fisiológicas a mudanças surpreendentes no ambiente. Pessoas normais reagem fisiologicamente diante de um fato surpreendente podendo piscar, por exemplo. Tais resultados podem sugerir que os psicopatas causam dor sem sentirem-se incômodos ou constrangidos, ao contrário, parecem fazê-lo de boa vontade e até mesmo com certo prazer. Geralmente eles sabem que estão ferindo por causa de um sentimento intelectual abstrato (intenção), já que lhes falta a empatia para compreender o efeito do que causam naqueles a quem agridem.

Um exemplo bem claro desse comportamento sádico, pode ser observado no caso Jason, publicado no ano de 2000 (veja seção Arquivo/Narcisismo). Recentes estudos feitos com imagens do cérebro, através de aparelhos modernos como Ressonância Magnética, sugerem, segundo Hare, uma possível base neurofisiológica para o fracasso da significação emocional nos indivíduos com esse tipo de transtorno. No cérebro dos psicopatas, os mecanismos que normalmente afetam os processos cognitivos podem ser ineficientes ou inoperantes.

A neurociência tem demonstrado que a relação emocional da mãe com o bebê, podem causar danos neurológicos importantes e talvez, a psicopatia, seja um desses danos. Da mesma forma que uma alteração física causa modificações no comportamento, uma modificação de comportamento, pode causar alterações fisiológicas importantes. Esse é outro aspecto sob observação e parece muito promissor.

Tipos de Psicopatas

O Psicopata Social


Dentre as variações da Psicopatia, o Psicopata Social é aquele que causa sofrimento a um grupo de pessoa, uma comunidade ou até mesmo a sociedade como um todo, sem esboçar qualquer arrependimento. Nada deixa esses indivíduos com peso na consciência. Não existe ramo de atuação humana onde se encontra mais esse tipo do que na política(com honradas exceções é claro). Estes manipuladores sociais roubam, mentem, trapaceiam, caluniam, e nunca acham que faz alguma coisa de errado; não estão nem aí para o sofrimento alheio. Geralmente possuem uma esperteza superior, uma inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está a sua volta. Não são Sábios, são inteligentes, porque o sábio usa o seu raciocínio e o seu saber para a resolução dos problemas dele e de todos, pensando sempre no crescimento e na felicidade coletiva.

Justamente por achar que não faz nada de errado, o Psicopata Social repete seus erros e não conhece emoções e sentimentos nobres tais como o arrependimento, a solidariedade, o amor ao próximo e a compaixão. O país que se dane, a cidade que se dane, o povo que se dane! É assim que ele pensa no seu íntimo. A habilidade de mentir e manipular despudoradamente, muitas vezes sem levantar suspeitas, de hipinotizar platéias com sua lábia, seu dom de oratória, faz com que ele se saia bem na política e na liderança de grupos. Vide: Mussolini, Hitler, Nero, Átila, Collor, etc. são tecnicamente incapazes de frear seus impulsos sacanas e se munem de desculpas para justificar seu comportamento quando necessário, com a destreza e o talento de um brilhante ator.

Os Psiquiatras defendem que, apesar desta mentalidade doentia, eles devem ser responsabilizados pelos seus erros, porque possuem plena consciência de que seus atos não são corretos. E se cometem crimes, devem ir para  cadeia como os outros criminosos por ameaçar a convivência sadia, justa e harmônica da sociedade.

O Psicopata Carente de Princípios



Este tipo de psicopata se apresenta freqüentemente associado às personalidades narcisistas e histéricas. Podem até conseguir manter-se com êxito nos limites do legal. Estes psicopatas exibem com arrogância um forte sentimento de autovalorização, indiferença para com o bem estar dos outros e um estilo social continuamente fraudulento. Existe neles sempre a expectativa de explorar os demais (esse traço pode corresponder ao estilo dominante dos Psicopatas Primário e Secundário de Blackburn).

Há neles uma consciência social bastante deficiente e se faz notória uma grande inclinação para a violação das regras, sem se importarem com os direitos alheios. A irresponsabilidade social se percebe através de fantasias expansivas e de grosseiras, contumazes e persistentes mentiras.

Falta, nesses Psicopatas Carentes de Princípios, o Superego. Essa falta é responsável pelos seus relacionamentos inescrupulosos, amorais, desleais e exploradores. Podem estar presentes entre sociedades de artistas e de charlatões, muitos dos quais são vingativos e desdenhosos com suas vítimas.

O psicopata sem princípios mostra sempre um desejo de correr riscos, sem experimentar temor de enfrentar ameaças ou ações punitivas. São buscadores de novas sensações. Suas tendências maliciosas resultam em freqüentes dificuldades pessoais e familiares, assim como complicações legais.

Estes psicopatas narcisistas funcionam como se não tivessem outro objetivo na vida, senão explorar os demais para obter benefícios pessoais. Eles são completamente carentes de sentimentos de culpa e de consciência social. Normalmente sua relação com os demais dura tempo suficiente em que acredita ter algo a ganhar.

Os Psicopatas Carentes de Princípios exibem uma total indiferença pela verdade, e se são descobertos ou desmascarados, podem continuar demonstrando total indiferença. Uma de suas maiores habilidades é a facilidade que têm em influenciar pessoas, ora adotando um ar de inocência, ora de vítima, de líder, enfim, assumindo um papel social mais indicado para a circunstância. Podem enganar a outros com encanto e eloqüência. Quando castigados por seus erros, ao invés de corrigirem-se, podem avaliar a situação e melhorar suas técnicas em continuar a conduta exploradora.

Carentes de qualquer sentimento de lealdade, juntamente com uma extrema competência em desempenhar papéis, os psicopatas normalmente ocultam suas intenções debaixo de uma aparência de amabilidade e cortesia.

O Psicopata Malévolo

Os Psicopatas Malévolos são particularmente vingativos e hostis. Seus impulsos são descarregados num desafio maligno e destrutivo da vida social convencional. Eles têm algo de paranóico na medida em que desconfiam exageradamente dos outros e, antecipando traições e castigos, exercem uma crueldade fria e um intenso desejo de vingança.

Além desses psicopatas repudiarem emoções ternas, há neles uma profunda suspeita de que os bons sentimentos dos demais são sempre destinados a enganá-los. Adotam uma atitude de ressentimento e de propensão a buscar revanche em tudo, tendendo a dirigir a todos seus impulsos vingativos. Alguns traços desses psicopatas se parecem com os sádicos e/ou paranóides, com características beligerantes, mordazes, rancorosos, viciosos, malignos, frios, brutais, truculentos e vingativos, fazendo, dessa forma, com que muitos deles se revelem assassinos e assassinos seriais.

Quando os Psicopatas Malévolos enfrentam à lei e sofrem sanções judiciais, ao invés de se corrigirem, aumentam ainda mais seu desejo de vingança. Quando se situam em alguma posição de poder, eles atuam brutalmente para confirmar sua imagem de força.

Irritados pelo freqüente repúdio social que despertam, esses Psicopatas Malévolos estão continuamente experimentando uma necessidade de retribuição agressiva, a qual pode, eventualmente, expressar-se abertamente em atentados coletivos ou atitudes anti-sociais (a luta sociedade versus eu). De qualquer forma, nunca demonstram o mínimo sentimento de culpa ou arrependimento por seus atos violentos. Ao invés disso, mostram uma arrogante depreciação pelos direitos dos outros.

É curioso o fato de esses psicopatas serem capazes de dar uma explicação racional aos conceitos éticos, capazes de conhecerem a diferença entre o que é certo e errado, mas, não obstante, são incapazes de experimentar tais sentimentos.

A noção ética faz com que o Psicopata Malévolo defina melhor os limites de seus próprios interesses e não perca o controle de suas ações. Esse tipo de psicopata se encontra entre os mais ameaçadores e cruéis. Ele é invariavelmente destrutivo, sem misericórdia e desumano.

A noção de certo-errado faz com que esses psicopatas sejam oportunistas e dissimulem suas atitudes ao sabor das circunstâncias, ou seja, diante da autoridade jamais atuam sociopaticamente. Portanto, eles são seletivos na eleição de suas vítimas, identificando sujeitos mais vulneráveis a sua sociopatia ou que mais provavelmente se submetam aos seus caprichos. Mais que qualquer outro bandido, este psicopata desfruta prazer em proporcionar sofrimento e ver seus efeitos danosos em suas vítimas.

O Psicopata Dissimulado (CID-10. Cód. F60.2. [R.L.S])

Seu comportamento se caracteriza por um forte disfarce de amizade e sociabilidade. Apesar dessa agradável aparência, ele oculta falta de confiabilidade, tendências impulsivas e profundo ressentimento e mau humor para com os membros de sua família e pessoas próximas.

Na realidade, poderíamos comparar o Psicopata Dissimulado como uma mistura bastante piorada dos transtornos Borderline e Histérico da Personalidade. Isso significa que ele pleiteia um estilo de vida socialmente teatral, com persistente busca de atenção e excitação, permeada por um comportamento muito sedutor.

O Psicopata Dissimulado é considerado como uma variante da Personalidade Histriônica, continuamente tentando satisfazer sua forte necessidade de atenção e aprovação. Essas características não estão presentes no Psicopata Carente de Princípios ou no Malévolo, os quais centram em si mesmo sua preocupação e são indiferentes às atitudes e reações dos outros.
Esse subtipo dissimulado costuma exibir entusiasmo de curta duração pelas coisas da vida, comportamentos imaturos de contínua busca de sensações. Seguindo as características básicas e comuns a todos os psicopatas, o dissimulado também tende a conspirar, mentir, a ter um enfoque astuto para com a vida social, a ser calculista, insincero e falso. Muito provavelmente ele não admite a existência de qualquer dificuldade pessoal ou familiar, e exibe um engenhoso sistema de negações. As dificuldades interpessoais são racionalizadas e a culpa é sempre projetada sobre terceiros.

A contundente falsidade é a característica principal deste subtipo. O Psicopata Dissimulado age com premeditação e falsidade em todas suas relações, fazendo tudo o que for necessário para obter exatamente o que quer dos outros. Por outro lado, diferentemente do Psicopata Carente de Princípios ou do Psicopata Malévolo, parece desfrutar prazerosamente do jogo da sedução, obtendo excitação nas conquistas.

Mesmo aparentando intenções de proteger certas pessoas, o Psicopata Dissimulado é frio, calculista e falso, caracterizando mais ainda um estilo fortemente manipulador. Essa característica pode ser consequência da convicção íntima de que ninguém poderá amá-lo ou protegê-lo, a menos que consiga manipular a todos. Apesar de reconhecer que está manipulando seu entorno social, tenta convencer aos outros de que suas intenções são boas e que suas atitudes são, no mínimo, bem intencionadas.

Quando as pessoas com esse tipo de psicopatia são pressionadas ou confrontadas, sentem-se muito encabuladas e suas reações oscilam entre a explosão agressiva e vingança calculista. A característica afabilidade dos Psicopatas Dissimulados é superficial e extremamente precária, estando sempre predispostos a depreciarem imediatamente a qualquer um que represente alguma ameaça à sua hegemonia, chegando mesmo a perderem o controle e explodirem em cólera.

O Psicopata Ambicioso

sábado, 25 de janeiro de 2014

A verdade histórica sobre o mito dos Anunnakis.




ENKI e seus descendentes, entre eles seu filho NINGISHSIDA (Senhor da Árvore da Vida).

            Muito se tem falado atualmente sobre os Anunnakis, e teorias das mais diversas são frequentes sobre o tema. Muitas teorias indo além do mito e levando ao extremo dos teóricos alternativos. Mas, realmente oque sabemos historicamente falando sobre esses seres mitológicos, tão importantes para os sumérios, seres que são colocados no mais alto escalão das divindades sumérias. Neste pequeno texto traremos um pouco de luz sobre os abusos escritos e documentários sensacionalistas que não prestam serviço ao conhecimento humano, mas servem unicamente para propósitos egoístas e gananciosos de seus escritores e produtores.

Os Anunnaki são um grupo de divindades sumérias, acádias e babilônicas. O nome é alternativamente escrito "a-nuna", "a-nuna-ke-ne, ou "a-nun-na", ou seja, algo no sentido de "aqueles de sangue real" ou "prole do príncipe". Sua relação com o grupo de deuses conhecido como Igigi não é clara - às vezes os nomes são usados como sinônimos, mas, no mito do dilúvio de Atrahasis, têm de trabalhar para os Anunnaki, rebelando-se após 40 dias e substituídos com a criação dos seres humanos. De acordo com um mito babilônico, os Anunnakis eram filhos de Anu, o céu. Anu, por sua vez, era o filho de Anshar (deus do céu), irmão de Kishar  (deus da terra), respectivamente. Portanto, Anu era neto de deuses lamacentas Lahm e Lahmu , guardiões do templo em Eridu , que teve lugar a criação . O que torna o Anunnaki nos bisnetos dos guardiões do Templo da Criação.


Deus Anunnaki, Enki (Senhor da Terra).

Breve genealogia:

Tiamati e Apsu

(Tiamati, era uma deusa serpente marinha e Apsu, era o deus das águas doces).
Lahm e Lahmu

(Senhores das terras abaixo dos oceanos ou “lodo marinho).

Anshar e Kishar

(Pais dos primeiros deuses. Anshar,  era o deus do horizonte celeste e Kishar era a deusa do horizonte terreno).

Anu e Ki

(Anu era o deus do céu e juiz dos homens, Ki era a deusa da terra)

Anunnakis

(Grupo de divindades dos quais o mais importante é Enlil, deus do ar. De acordo com as lendas, o céu e a terra eram inseparáveis, até o nascimento de Enlil, que dividiu o céu e a terra em dois).


Enlil , senhor do ar e Anu seu filho e sucessor como chefe do conselho Anunnaki iniciou uma disputa entre ele e seu irmão Enki , o senhor da terra, o deus da sabedoria e de água doce magia, considerado por muitos como um alquimista. Enlil (En = senhor | Lil = ar) vieram de Nippur , enquanto seu irmão Enki (En = senhor | Ki = Terra) fez de Eridu .

Os Igigi’s, os deuses menores, se recusaram a continuar a trabalhar para manter a harmonia do universo e Enki, no Shabat ou Shappatu, criou a humanidade para que esta assuma a responsabilidade para a realização de tarefas que os deuses menores tinham abandonado. Os Anunnaki, e o alto conselho dos deuses e de Anu, foram distribuídos pelo planeta Terra e pelo submundo. Alguns eram o próprio Enki, Asaru, Asarualim, Asarualimnunna, Asaruludu, Namru, Namtillaku ou Tut.

Na mitologia caldeia, os deuses Igigi’s eram deuses menores, mas também na literatura da antiga Mesopotâmia está palavra era usada para designar o conselho supremo dos deuses celestiais. Os Igigi, trabalhavam para os Anunnakis, cavando valas de drenagem e canais. Um dia, cansado, rebelaram-se como as lendas de épicos Enuma Elish e Atrahasis. Depois se tornaram uma espécie de demônios ou entidades do mal.

Alguns significados mais minuciosos da palavra Anunnaki:

ANUNNAKI
An = forma reduzida de "anachnu", que significa NÓS
Nu = também significa "céu"
Naki = limpo, puro
Significado: “Nós somos puros”
Ki = Terra
Ampliando o significado para: "Nós do céu, na Terra", ou ainda "Puros do Céu na Terra”.

Jeremy Black e Anthony Green oferecem uma perspectiva ligeiramente diferente sobre os Igigi e Anunnaki, escrevendo que "lgigu ou Igigi é um termo introduzido no período babilônico antigo como um nome para os (dez)"grandes deuses". Embora, por vezes, mantivesse esse sentido em períodos posteriores, desde o período Babilônio Médio é geralmente usado para se referir aos deuses do céu coletivamente, assim como o termo Anunnakku (Anúna) foi posteriormente usado para se referir aos deuses do submundo. No épico de criação, dizem que há 300 lgigu do céu.".

Curiosamente, os sumérios tinham uma gradação para os seus deuses: Igigi era classe das divindades dos céus, ou do paraíso – compostos por dez seres, os “grandes deuses”; Anunnaki era o nome dado aos deuses terrestres, aqueles que supostamente viviam entre nós.

Entretanto, vale a pena pontuar que na Antiguidade os governantes eram vistos como verdadeiros deuses na Terra. Os faraós do Egito Antigo eram deuses regendo os seres humanos. Os governantes da Pérsia, da Babilônia, da Suméria também tinham tais características entre seus plebeus.

O mito cosmogônico dos babilônicos diz que os Anunnaki construíram as coisas da terra, como a organização social humana. Mas os historiadores apontam que esta é apenas uma versão das várias existentes da mesma mitologia. De acordo com um mito babilônico posterior, os Anunnaki eram filhos de Anu e Ki, irmão e irmã deuses.

É interessante conhecermos essas vertentes do conhecimento, uma vez que abrem nossa mente para questionamentos sobre como a humanidade fundamentou seu pensamento moral em cima da religião, e como o próprio homem inventou os deuses com suas semelhanças.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Construindo História Hoje: Download de livros gratuitos.



O Construindo História Hoje esta abrindo uma iniciativa de incentivo e popularização da leitura. O projeto visa popularizar a distribuição de grandes clássicos da literatura brasileira e mundial, disponibilizando versões digitais para download gratuito. No decorrer do projeto, serão incorporados novos títulos distribuídos gratuitamente.

*Todos os livros encontrados para baixar no site Construindo História Hoje não violam direitos autorais. Disponibilizarei diversos livros que já estão com direitos autorais liberados, segundo as leis brasileiras.


# Para maiores informações acesse (Página de download):



Construtor CHH

Criador e administrador do
Projeto Construindo História Hoje.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Construção e queda do Muro de Berlim


Em 13 de agosto de 1961, guardas da Alemanha Oriental começaram a separar com arame farpado e concreto os lados oriental e ocidental de Berlim, isolando Berlim Ocidental dentro do território da Alemanha Oriental.

Início da construção do maior símbolo da Guerra Fria

O funcionário do Serviço de Defesa da Constituição de Berlim que estava de plantão no segundo final de semana de agosto de 1961 não esperava ocorrências extraordinárias. Mas já na madrugada de sábado para o domingo, dia 13, ele foi surpreendido à 1h54 pela notícia de que o tráfego de trens entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental fora suspenso.


A abrangência do fato, porém, só ficou clara quando o dia amanheceu. A República Democrática Alemã (RDA) dera início à construção de um muro entre as duas partes de Berlim, cortando o acesso de 16 milhões de alemães ao lado ocidental. "A fronteira em que nos encontramos, com a arma nas mãos, não é apenas uma fronteira entre um país e outro. É a fronteira entre o passado e o presente", era a interpretação ideológica do governo alemão oriental.

Queda após 28 anos

A RDA via-se com razão ameaçada em sua existência. Cerca de 2 mil fugas diárias haviam sido registradas até aquele 13 de agosto de 1961, ou seja, 150 mil desde o começo do ano e mais de 2 milhões desde que fora criado o "Estado dos trabalhadores e dos camponeses". O partido SED puxou o freio de emergência com o auxílio de arame farpado e concreto, levantando um muro de 155 quilômetros de extensão que interrompia estradas e linhas férreas e separava famílias.

Ainda dois meses antes, Walter Ulbricht, chefe de Estado e do partido, desmentira boatos de que o governo estaria planejando fechar a fronteira: "Não tenho conhecimento de um plano desses, já que os operários da construção estão ocupados levantando casas e toda a sua mão de obra é necessária para isso. Ninguém tenciona construir um muro".


Nos bastidores, porém, corriam os preparativos, sob a coordenação de Erich Honecker e com a bênção da União Soviética. Guardas da fronteira e batalhões fiéis ao politburo encarregaram-se da tarefa. Honecker não tinha a menor dúvida: "Com a construção da muralha antifascista, a situação na Europa fica estabilizada e a paz, salvaguardada".

As potências ocidentais protestaram, mas nada fizeram. Para os berlinenses de ambos os lados da fronteira, a brutalidade do muro passou a fazer parte do cotidiano. Apenas 11 dias após a construção, morreu pela primeira vez um alemão-oriental abatido a tiros durante tentativa de fuga. A última vítima dos guardas da fronteira foi Chris Gueffroy, morto em fevereiro de 1989.

Reação às fugas

Até 1989, o Muro de Berlim foi o símbolo por excelência da Guerra Fria, da bipolarização do mundo e da divisão da Alemanha.

Ainda no início de 1989, Honecker, no poder desde 1971, manifestava confiança em sua estabilidade: "O muro ainda existirá em 50 ou em cem anos, enquanto não forem superados os motivos que levaram à sua construção".


Apenas dez meses depois, em 9 de novembro daquele ano, os habitantes de ambas as partes da cidade caíam incrédulos nos braços uns dos outros, festejando o fim da muralha que acabou sendo derrubada pouco a pouco e vendida aos pedaços como suvenir.

Menos de um ano depois, o país dividido desde o fim da Segunda Guerra foi unificado, mas a verdadeira integração entre as duas partes é um processo que ainda não terminou.

1962: Peter Fechter morria ao tentar pular o Muro de Berlim

Em 17 de agosto de 1962, jovem de 18 anos foi morto ao tentar fugir para Berlim Ocidental pulando o Muro. Ele foi baleado por soldados de fronteira da Alemanha comunista e morreu de hemorragia na "zona da morte".


Atingido por tiros, jovem de 18 anos foi carregado por guardas de fronteira da RDA

O Muro de Berlim dividia a cidade há apenas um ano, quando um incidente chocou a opinião pública alemã. Sob o olhar de centenas de pessoas indignadas, o jovem alemão oriental Peter Fechter, de 18 anos, morreu baleado na chamada "faixa da morte", próxima ao Checkpoint Charlie. Junto com seu colega de trabalho de mesma idade, o pedreiro havia planejado fugir de Berlim Oriental para Berlim Ocidental.


Ele queria procurar sua irmã, que vira pela última vez pouco antes da construção do Muro. Por volta do meio-dia de 17 de agosto de 1962, eles tentaram executar o plano. Pularam a primeira cerca de arame farpado sem serem percebidos mas, quando corriam os últimos metros para chegar ao Muro, foram descobertos.

Morte acompanhada pela multidão

O colega conseguiu saltar o Muro sem ser ferido. Mas Peter levou vários tiros na barriga e nas costas e caiu a poucos metros do Muro. Centenas de berlinenses ocidentais chegaram perto do local e imploraram aos guardas de fronteira que socorressem o jovem gravemente ferido, mas ninguém fez nada. Os soldados da tropa de ocupação norte-americana não podiam intervir, e os guardas alemães orientais visivelmente esperavam uma ordem superior.



Os estojos de primeiros-socorros jogados por cima do Muro chegaram tarde para Peter Fechter. Por volta das 15 horas, ele foi recolhido, morto, pelos guardas de fronteira e levado para um hospital militar. O resultado da autópsia, mais tarde, seria destruído pelas autoridades. Os soldados responsáveis pela morte de Fechter receberam prêmios em dinheiro – como era comum.

Número desconhecido de vítimas

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Por que os nazistas estavam interessados em uma estátua esculpida em um meteorito?




Como muitos meios de comunicação estão relatando atualmente, uma análise de uma estátua antiga descoberta pelos nazistas em 1938, mostra que ela foi esculpida a partir de um fragmento de meteorito. Datada do século XI, a impagável escultura do "Homem de Ferro" pesa 10 kg e acredita-se ser a primeira escultura de um humano em um meteorito - que colidiu com a Terra há mais de 15.000 anos atrás. É claro que os nazistas não sabia que a estátua foi feita a partir de um meteorito - então por que trazê-la para a Alemanha? E o que eles estavam fazendo no Tibete, em primeiro lugar?

De acordo com alguns especialistas, a estátua é um híbrido estilístico entre a cultura budista e pré-budista Bon que retrata o deus Vaisravana, o rei budista do Norte, também conhecido como Jambhala no Tibete. Ele também possui uma suástica aparente na frente - algo que certamente teria atraído à atenção dos nazistas que a descobriram.


A expedição de 1938 para o Tibete foi liderada pelo renomado zoólogo Ernst Schäfer. Após a guerra, Schäfer afirmou que a expedição da SS era promover suas investigações sobre a vida selvagem e da antropologia do Tibete. Os historiadores, por outro lado, suspeitam que Heinrich Himmler - Chefe da SS - apoiou a expedição por suas próprias razões.

E, de fato, ele forçou todos os arqueólogos para se tornarem membros da SS, a fim de tomar parte na expedição. Isto foi para garantir que a teoria pseudocientífica de Hans Hörbiger de "Cosmogonia Glacial" (uma teoria bizarra sugere que o gelo era a substância fundamental de todos os processos cósmicos). Além disso, ele poderia usar a expedição para promover o seu interesse no misticismo asiático.


Na verdade, Himmler, que era fascinado pelo misticismo e ocultismo, estava interessado em encontrar a prova da superioridade ariana e nórdica desde os tempos antigos. Ele suspeitava que parte dessa "prova" poderia ser encontrada no Tibete, daí a expedição. Arqueologia nazista, raramente foi realizada para fins de investigação genuína. Em vez disso, era uma ferramenta de propaganda usada para perpetuar o orgulho nacionalista alemão e fornecer justificativas científicas para a conquista.

Dezoito anos antes, o partido nazista havia adotado a suástica como sua insígnia oficial. Era um símbolo antigo, que remonta ao período Neolítico e foi descoberto pela primeira vez no Vale do Indo e Índia. Foi usado mais tarde no hinduísmo, budismo, jainismo para simbolizar boa sorte. Outros significados incluem "ser bom", "estar com eu superior", e mesmo "a eternidade."


domingo, 24 de novembro de 2013

Socialismo é bom?


Ta certo que o capitalismo não é lá essas coisas, mas veja como esse professor de economia convenceu seus alunos que o socialismo não funciona.

Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.

Esta classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.” Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e, portanto seriam ‘justas’. Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um “A”.

Depois de calculada a média da primeira prova todos receberam “B”. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como um resultado, a segunda média das provas foi “D”. Ninguém gostou.


Depois da terceira prova, a média geral foi um “F”. As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina… Para sua total surpresa.

sábado, 23 de novembro de 2013

"É possível acreditar em Deus usando a razão", afirma William Lane Craig.


William Lane Craig: "Sem Deus, não é possível explicar a existência de valores e deveres morais objetivos"

O filósofo e teólogo defende o cristianismo, a ressurreição de Jesus e a veracidade da Bíblia a partir de construção lógica e racional, e se destaca em debates com pensadores ateus

"Se você acha que a religião é um conto de fadas, não acredite. Mas se o cristianismo é a verdade — como penso que é — temos que acreditar nele independente das consequências. É o que as pessoas racionais fazem, elas acreditam na verdade. A via contrária é o pragmatismo. 'Isso Funciona? Não importa se é verdade, quero saber se funciona'"

Quando o escritor britânico Christopher Hitchens, um dos maiores defensores do ateísmo, travou um longo debate nos Estados Unidos, em abril de 2009, com o filósofo e teólogo William Lane Craig sobre a existência de Deus, seus colegas ateus ficaram tensos. Momentos antes de subir ao palco, Hitchens — que morreu em dezembro de 2011. aos 62 anos — falou a jornalistas sobre a expectativa de enfrentar Craig.

"Posso dizer que meus colegas ateus o levam bem a sério", disse. "Ele é considerado um adversário muito duro, rigoroso, culto e formidável", continuou. "Normalmente as pessoas não me dizem 'boa sorte' ou 'não nos decepcione' antes de um debate — mas hoje, é o tipo de coisa que estão me dizendo". Difícil saber se houve um vencedor do debate. O certo é que Craig se destaca pela elegância com que apresenta seus argumentos, mesmo quando submetido ao fogo cerrado.

O teólogo evangélico é considerado um dos maiores defensores da doutrina cristã na atualidade. Craig, que vive em Atlanta (EUA) com a esposa, sustenta que a existência de Deus e a ressurreição de Jesus, por exemplo, não são apenas questões de fé, mas passíveis de prova lógica e racional. Em seu currículo de debates estão o famoso químico e autor britânico Peter Atkins e o neurocientista americano Sam Harris (veja lista com vídeos legendados de Craig). Basta uma rápida procura no Youtube para encontrar uma vastidão de debates travados entre Craig e diversos estudiosos. Richard Dawkins, um dos maiores críticos do teísmo, ainda se recusa a discutir com Craig sobre a existência de Deus.

Em artigo publicado no jornal inglês The Guardian, Dawkins afirma que Craig faz apologia ao genocídio, por defender passagens da Bíblia que justificam a morte de homens, mulheres e crianças por meio de ordens divinas. "Vocês apertariam a mão de um homem que escreve esse tipo de coisa? Vocês compartilhariam o mesmo palco que ele? Eu não, eu me recuso", escreveu. Na entrevista abaixo, Craig fala sobre o assunto.

Autor de diversos livros —  entre eles Em Guarda – Defenda a fé cristã com razão e precisão (Ed. Vida Nova), lançado no fim de 2011 no Brasil, — Craig é doutor em filosofia pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, e em teologia pela Universidade de Munique, Alemanha. O filósofo esteve no Brasil para o 8º Congresso de Teologia da Editora Vida Nova, em Águas de Lindóia, entre 13 e 16 de março. Durante o simpósio, Craig deu palestras e dedicou a última apresentação a atacar, ponto a ponto, os argumentos de Richard Dawkins sobre a inexistência de Deus.

Perfil

Nome: William Lane Craig

Profissão: Filósofo, teólogo e professor universitário na Universidade de Biola, Califórnia.
Nascimento: 23 de agosto de 1949

Livros destacados: Apologética Contemporânea – A veracidade da Fé Cristã; Em Guarda, Defenda a fé cristã com razão e precisão; ambos publicados no Brasil pela editora Vida Nova.

Principal contribuição para a filosofia: Craig foi responsável por reformular o Argumento Cosmológico Kalam (variação do argumento cosmológico que defende a existência de uma primeira causa para o universo) nos seguintes termos: 1) Tudo que começa a existir tem uma causa de existência. 2) O universo começou a existir. 3) Portanto, o universo tem uma causa para sua existência.

Informações pessoais: William Lane Craig é conhecido pelo trabalho na filosofia do tempo e na filosofia da religião, especificamente sobre a existência de Deus e na defesa do teísmo cristão. Escreveu e editou mais de 30 livros, é doutor em filosofia e teologia em universidades inglesa e alemã e desde 1996 é pesquisador e professor de filosofia na Universidade de Biola, na Califórnia. Atualmente vive em Atlanta, nos EUA, com a esposa. Craig pratica exercícios regularmente como forma de combater a APM (Atrofia Peronial Muscular) uma doença degenerativa do sistema nervoso que lhe causou atrofiamento dos nervos das mãos e pernas. Especialista em debates desde o ensino médio, o filósofo passa a maior parte do tempo estudando.

Por que deveríamos acreditar em Deus?

Porque os argumentos e evidências que apontam para a Sua existência são mais plausíveis do que aqueles que apontam para a negação. Vários argumentos dão força à ideia de que Deus existe. Ele é a melhor explicação para a existência de tudo a partir de um momento no passado finito, e também a para o ajuste preciso do universo, levando ao surgimento de vida inteligente. Deus também é a melhor explicação para a existência de deveres e valores morais objetivos no mundo. Com isso, quero dizer valores e deveres que existem independentemente da opinião humana.

Se Deus é bondade e justiça, por que ele não criou um universo perfeito onde todas as pessoas vivem felizes?

Acho que esse é o desejo de Deus. É o que a Bíblia ensina. O fato de que o desejo de Deus não é realizado implica que os seres humanos possuem livre-arbítrio. Não concordo com os teólogos que dizem que Deus determina quem é salvo ou não. Parece-me que os próprios humanos determinam isso. A única razão pela qual algumas pessoas não são salvas é porque elas próprias rejeitam livremente a vontade de Deus de salvá-las.

Alguns cientistas argumentam que o livre-arbítrio não existe. Se esse for o caso, as pessoas poderiam ser julgadas por Deus?

Não, elas não poderiam. Acredito que esses autores estão errados. É difícil entender como a concepção do determinismo pode ser racional. Se acreditarmos que tudo é determinado, então até a crença no determinismo foi determinada. Nesse contexto, não se chega a essa conclusão por reflexão racional. Ela seria tão natural e inevitável como um dente que nasce ou uma árvore que dá galhos. Penso que o determinismo, racionalmente, não passa de absurdo. Não é possível acreditar racionalmente nele. Portanto, a atitude racional é negá-lo e acreditar que existe o livre-arbítrio.

O senhor defende em seu site uma passagem do Velho Testamento em que Deus ordena a destruição da cidade de Canaã, inclusive autorizando o genocídio, argumentando que os inocentes mortos nesse massacre seriam salvos pela graça divina. Esse não é um argumento perigosamente próximo daqueles usados por terroristas motivados pela religião?

A teoria ética desses terroristas não está errada. Isso, contudo, não quer dizer que eles estão certos. O problema é a crença deles no deus errado. O verdadeiro Deus não ordena atos terroristas e, portanto, eles estariam cometendo uma atrocidade moral. Quero dizer que se Deus decide tirar a vida de uma pessoa inocente, especialmente uma criança, a Sua graça se estende a ela.

Se o terrorista é cristão o ato terrorista motivado pela religião é justificável, por ele acreditar no Deus ‘certo’?

Não é suficiente acreditar no deus certo. É preciso garantir que os comandos divinos estão sendo corretamente interpretados. Não acho que Deus dê esse tipo de comando hoje em dia. Os casos do Velho Testamento, como a conquista de Canaã, não representam a vontade normal de Deus.

O sr. está querendo dizer que Deus também está sujeito a variações de humor? Não é plausível esperar que pelo menos Ele seja consistente?

Penso que Deus pode fazer exceções aos comandos morais que dá. O principal exemplo no Velho Testamento é a ordem que ele dá a Abraão para sacrificar seu filho Isaque. Se Abraão tivesse feito isso por iniciativa própria, isso seria uma abominação. O deus do Velho Testamento condena o sacrifício infantil. Essa foi uma das razões que o levou a ordenar a destruição das nações pagãs ao redor de Israel. Elas estavam sacrificando crianças aos seus deuses. E, no entanto, Deus dá essa ordem extraordinária a Abraão: sacrificar o próprio filho Isaque. Isso serviu para verificar a obediência e fé dele. Mas isso é a exceção que prova a regra. Não é a forma normal com que Deus conduz os assuntos humanos. Mas porque Deus é Deus, Ele tem a possibilidade de abrir exceções em alguns casos extremos, como esse.

O sr. disse que não é suficiente ter o deus certo, é preciso fazer a interpretação correta dos comandos divinos. Como garantir que a sua interpretação é objetivamente correta?

As coisas que digo são baseadas no que Deus nos deu a conhecer sobre si mesmo e em preceitos registrados na Bíblia, que é a palavra d’Ele. Refiro-me a determinações sobre a vida humana, como “não matarás”. Deus condena o sacrifício de crianças, Seu desejo é que amemos uns ao outros. Essa é a Sua moral geral. Seria apenas em casos excepcionalmente extremos, como o de Abraão e Isaque, que Deus mudaria isso. Se eu achar que Deus me comandou a fazer algo que é contra o Seu desejo moral geral, revelado na escritura, o mais provável é que eu tenha entendido errado. Temos a revelação do desejo moral de Deus e é assim que devemos nos comportar.

O sr. deposita grande parte da sua argumentação no conteúdo da Bíblia. Contudo, ela foi escrita por homens em um período restrito, em uma área restrita do mundo, em uma língua restrita, para um grupo específico de pessoas. Que evidência se tem de que a Bíblia é a palavra de um ser sobrenatural?

A razão pela qual acreditamos na Bíblia e sua validade é porque acreditamos em Cristo. Ele considerava as escrituras hebraicas como a palavra de Deus. Seus ensinamentos são extensões do que é ensinado no Velho Testamento. Os ensinamentos de Jesus são direcionados à era da Igreja, que o sucederia. A questão, então, se torna a seguinte: temos boas razões para acreditar em Jesus? Ele é quem ele diz ser, a revelação de Deus? Acredito que sim. A ressurreição dos mortos, por exemplo, mostra que ele era quem afirmava.

Existem provas que confirmem a ressurreição de Jesus?

Temos boas bases históricas. A palavra ‘prova’ pode ser enganosa porque muitos a associam com matemática. Certamente, não temos prova matemática de qualquer coisa que tenha acontecido na história do homem. Não temos provas, nesse sentido, de que Júlio César foi assassinado no senado romano, por exemplo, mas temos boas bases históricas para isso. Meu argumento é que se você considera os documentos do Novo Testamento como fontes da história antiga, — como os historiadores gregos Tácito, Heródoto ou Tucídides — o evangelho aparece como uma fonte histórica muito confiável para a vida de Jesus de Nazaré. A maioria dos historiadores do Novo Testamento concorda com os fatos fundamentais que balizam a inferência sobre a ressurreição de Cristo. Coisas como a sua execução sob autoridade romana, a descoberta das tumbas vazias por um grupo de mulheres no domingo depois da crucificação e o relato de vários indivíduos e grupos sobre os aparecimentos de Jesus vivo após sua execução. Com isso, nos resta a seguinte pergunta: qual é a melhor explicação para essa sequência de acontecimentos? Penso que a melhor explicação é aquela que os discípulos originais deram — Deus fez Jesus renascer dos mortos. Não podemos falar de uma prova, mas podemos levantar boas bases históricas para dizer que a ressurreição é a melhor explicação para os fatos. E como temos boas razões para acreditar que Cristo era quem dizia ser, portanto temos boas razões para acreditar que seus ensinamentos eram verdade. Sendo assim, podemos ver que a Bíblia não foi criação contingente de um tempo, de um lugar e de certas pessoas, mas é a palavra de Deus para a humanidade.

O textos da Bíblia passaram por diversas revisões ao longo do tempo. Como podemos ter certeza de que as informações às quais temos acesso hoje são as mesmas escritas há 2.000 anos? Além disso, como lidar com o fato de que informações podem ser perdidas durante a tradução?

Você tem razão quanto a variedade de revisões e traduções. Por isso, é imperativo voltar às línguas originais nas quais esses textos foram escritos. Hoje, os críticos textuais comparam diferentes manuscritos antigos de modo a reconstruir o que os originais diziam. O Novo Testamento é o livro mais atestado da história antiga, seja em termos de manuscritos encontrados ou em termos de quão próximos eles estão da data original de escrita. Os textos já foram reconstruídos com 99% de precisão em relação aos originais. As incertezas que restam são trivialidades. Por exemplo, na Primeira Epístola de João, ele diz: “Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra”. Mas alguns manuscritos dizem: “Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo se cumpra”. Não temos certeza se o texto original diz ‘vosso’ ou ‘nosso’. Isso ilustra como esse 1% de incerteza é trivial. Alguém que realmente queira entender os textos deverá aprender grego, a língua original em que o Novo Testamento foi escrito. Contudo, as pessoas também podem comprar diferentes traduções e compará-las para perceber como o texto se comporta em diferentes versões.

É possível explicar a existência de Deus apenas com a razão? Qual o papel da ciência na explicação das causas do universo?

A razão é muito mais ampla do que a ciência. A ciência é uma exploração do mundo físico e natural. A razão, por outro lado, inclui elementos como a lógica, a matemática, a metafísica, a ética, a psicologia e assim por diante. Parte da cegueira de cientistas naturalistas, como Richard Dawkins, é que eles são culpados de algo chamado ‘cientismo’. Como se a ciência fosse a única fonte da verdade. Não acho que podemos explicar Deus em sua plenitude, mas a razão é suficiente para justificar a conclusão de que um criador transcendente do universo existe e é a fonte absoluta de bondade moral.

Por que o cristianismo deveria ser mais importante do que outras religiões que ensinam as mesmas questões fundamentais, como o amor e a caridade?

As pessoas não entendem o que é o cristianismo. É por isso que alguns ficam tão ofendidos quando se prega que Jesus é a única forma de salvação. Elas pensam que ser cristão é seguir os ensinamentos éticos de Jesus, como amar ao próximo como a si mesmo. É claro que não é preciso acreditar em Jesus para se fazer isso. Isso não é o cristianismo. O evangelho diz que somos moralmente culpados perante Deus. Espiritualmente, somos separados d’Ele. É por isso que precisamos experimentar Seu perdão e graça. Para isso, é preciso ter um substituto que pague a pena dos nossos pecados. Jesus ofereceu a própria vida como sacrifício por nós. Ao aceitar o que ele fez em nosso nome, podemos ter o perdão de Deus e a limpeza moral. A partir disso, nossa relação com Deus pode ser restaurada. Isso evidencia por que acreditar em Cristo é tão importante. Repudiá-lo é rejeitar a graça de Deus e permanecer espiritualmente separado d’Ele. Se você morre nessa condição você ficará eternamente separado de Deus. Outras religiões não ensinam a mesma coisa.

A crença em Deus é necessária para trazer qualidade de vida e felicidade?