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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Pelos Pampas Ecoa o Canto do Hino Riograndense!

O Hino
I.
Como aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o 20 de Setembro
O precursor da liberdade


Refrão
Mostremos valor e constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
II.
Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo
Refrão
Mostremos valor e constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra

Trecho suprimido

Durante o Regime Militar a segunda estrofe foi retirada oficialmente.

Que entre nós, reviva Atenas
para assombro dos tiranos
Sejamos gregos na glória
e na virtude, romanos
Letra: Francisco Pinto da Fontoura
Música: Comendador Maestro Joaquim José Mendanha
Harmonização: Antônio Corte Real

Você quer saber mais?

http://www.youtube.com/watch?v=1lCGPG1D8_s&NR=

http://www.estado.rs.gov.br/

http://www.35ctg.com.br/

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Burguesia, Burguesia...Gaúcha!

Assim como ocorria com os trabalhadores que no inicio da revolução industrial morriam sob suas máquinas satisfeitos, lembrando que outrora eram escravos, assim está acontecendo nos dias de hoje, com o medo do desemprego, aceitamos condições sub-humanas de trabalho, onde somos usados de todas as maneiras, em função do bem dos acionistas e donos de consultorias de fachada, quando na verdade, deveriam se chamar companhias escravagistas S.A.

Autor: Leandro CHH

Abordando o desenvolvimento da burguesia gaúcha ao longo da República Velha temos por premissa o fato que o país não reproduz, ao industrializar-se, os padrões europeus, o empresariado que decorre desse processo é o agente de uma nova ordem, mas não o seu introdutor; não cabe a ele o nascer do capitalismo no Brasil. Porque a mesma já nasce subordinada a um contexto agrário predominante.

À herança colonial/escravista e à dependência do capital estrangeiro, a burguesia somaria mais um condicionante no seu processo formativo: a ambivalência da mescla de uma tradição senhorial, dos longos anos de predomínio da ordem agrária na sociedade.


Por meio da afirmação classista procuram sua identidade por meio da dominação do capital sobre o trabalho e da viabilização dos interesses do empresariado no interior da sociedade civil. Definindo os pontos de vista e interesses específicos do setor e da sua organização classista. A burguesia industrial busca firmar-se em um contexto agropastoril dentro do qual se desenvolve um setor industrial.


Máquina à vapor.

No Rio Grande do Sul as primeiras fábricas ligadas ao meio de acumulação de capital comercial na área do chamado complexo colonial imigrante. A liderança empresarial, com origens sociais marcadas pela influência imigrante e do capital mercantil, constitui-se basicamente de grupos familiares ligados pelo casamento.


Em relação aos aspectos sociais e políticos buscavam a dominação do capital sobre o trabalho, obtendo o domínio e disciplina do operário na empresa e expropriando o trabalhador do seu “saber” particular.


Quando o Rio Grande do Sul começou a industrializar-se a Europa já exportava máquinas para a América Latina. Este processo de mecanização altera a planta industrial obrigando a criação de métodos de fiscalização do trabalho, a imposição de normas reguladoras das tarefas fabris e o treinamento dos operários para a nova situação.


A maquinaria além de aumentar a produtividade destitui o trabalhador de seu controle sobre o próprio trabalho. Com a mecanização aplicasse técnicas como o taylorismo que difundia-se entre a burguesia gaúcha, que visa racionalizar a produção, aumentar a produtividade, economizar tempo, suprimindo gastos desnecessários e comportamentos supérfluos, aperfeiçoar a divisão social do trabalho e o controle do tempo do trabalhador pela classe dominante.


Mesmo diante dessa pratica desumana os burgueses procuravam fazer propaganda positiva sobre o trabalhador do novo modelo criando no proletariado um “relógio moral interno” que orientaria seu comportamento pelos padrões fabris.


Mas isso não significou que no Rio Grande do Sul o trabalhador abandonou de imediato suas características artesanais, as quais permaneceram por muito tempo antes de progressivamente irem se combinando com o uso das máquinas.


Máquina de costura Wheeler & Wilson.

O pensamento fordista veio completa o taylorista no Rio Grande do Sul com as idéias de que os operários devem ser os seus melhores consumidores.


Periódicos do inicio do século XX divulgam os interesses empresariais, mostrando as fábricas como modernas e higiênicas e o trabalho era harmônico e cordial e os operários referidos como sadios e ordeiros, mas não era o retrato completo da verdade.


Surge a necessidade de pessoal técnico para operar e montar as máquinas que cada vez mais estão atuantes na industria gaúcha. Desencadeando o processo qualificação/desqualificação do operariado. A lógica técnica faz com que ocorra uma divisão entre o trabalho manual e o intelectual, acentuando o controle hierárquico do processo de trabalho.


A industria busca no exterior mão de obra qualificada para os novos maquinários. Esta categoria de empregados atuava como um representante da do chefe da fábrica, investido de uma parcela de autoridade enquanto o operário só executava e produzia mercadorias. Em suma o trabalhador era despojado de seu saber técnico característico do ofício artesanal, fase ao enquadramento ás novas condições. Tornando sua mão de obra mais barata e considerada desqualificada e isso também permitiu a inserção da mão de obra de crianças e mulheres.


O empresariado tenta passar uma visão de ordem reinante nas fábricas, mas o processo de industrialização gaúcho é repleto de greves, tumultos, reivindicações operárias, contradizendo a aparência de tranqüilidade na fábrica.


O discurso nos jornais burgueses sobre as fabricas diverge muito dos boletins divulgados pelos operários onde é descrito um ambiente desumano de vigilância, repressão, salários baixos, acidentes de trabalho e longas horas de trabalho.


Os empresários procuram então um meio de projetar a industria para a vida do operário, reorganizando as estruturas e as relações reais entre os homens e o mundo econômico ou da produção. Buscando estender a ação burguesa além dos muros das fábricas, mascarando ideologicamente a coerção econômica, fazendo com que a empresa e o empregador assumam um papel de conotação paternalista na medida em que as atividades ligadas á educação, assistência social, habitação e lazer são mediadas pela figura do “bom patrão” que como pai, decide, orienta e ampara seus subordinados, regulando as relações capital-trabalho.


Moedor de carne usado na segunda metade do século XIX.

Trata-se, de estender a dominação na vida operária, subtraindo-a às influências do mundo “de fora” da fábrica. Surge a preocupação em manter o operário sob a influência de seus camaradas de fábrica e de educá-los segundo os interesses da fábrica para evitar que sua agitação venha atrapalhar ou modificar a ordem social, o mais seguro era educá-lo e moralizá-los por intermédio da escola, particularmente a profissionalizante. A escola revela-se um importante instrumento de socialização, treinamento e CONTROLE da força de trabalho.


Outra pratica para estabelecer o domínio do capital sobre o trabalho foi a das práticas de assistência social, efetivadas pela empresa, envolvendo a criação de sociedades beneficentes, seguros contra acidentes, caixas de socorros, assistência médica, creches, casas para alugar ou comprar diretamente com o empregador dentre outros “benefícios”. Vale lembrar que eram iniciativas individuais da industria e de cada empresário em sua fábrica e não estava vinculadas a nenhuma legislação trabalhista na época. É necessário, contudo verificar que nada era absolutamente gratuito, ou seja sempre havia retenção de parcela do ordenado do trabalhador para alguns ou todos os benefícios.


Deste modo a burguesia industrial criou no emprego o “seguro” para o empregado e a sua garantia de domínio sobre o mesmo. Porque perde o emprego significava perder a habitação, assim como todos os outros benefícios sociais.


Com o propósito de manter o funcionário ligado a empresa a nova elite burguesa vinda da industrialização, procurava fortificar os laços que unem seus funcionários e a empresa por meio do auxilio aos funcionários, para que os mesmo tenham conforto material e da assistência espiritual e cultural, abdicando mesmo que inconscientemente de maiores realizações pessoais e profissionais.

Você quer saber?

PESAVENTO, Sandra Jatahy. A Burguesia Gaúcha. Porto Alegre: Ed. Mercado Aberto, 1988.

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Os Riscos da Liberdade e a Compulsão ao Trabalho.

É inaceitável que homens "civilizados", façam atrocidades como essa com seus semelhantes.

Autor: Leandro CHH

Na escravidão a compulsão ao trabalho acontece por meio da coerção física e da vigilância. Sendo um processo brutal de dominação por meio da violência para conseguir a sujeição do trabalhador direto.

Já o capitalismo impele o individuo ao trabalho por meio da coerção econômica, pois é um mercado que possui pessoas que não tem nada além de sua própria mão de obra para vender e garantir sua sobrevivência.

Para mover o mercado da escravidão para o capitalismo foi preciso difundir ideologias novas de ética de valorização do trabalho e condenação da vagabundagem. O trabalhador livre surge no Brasil por meio tanto da coerção violenta como da transformação cultural e do uso de mecanismos de controle social da classe trabalhadora típicos de uma sociedade capitalista.
Mas quais eram esses mecanismo?

Podemos citar as praticas coercitivas puras, como a prisão, os castigos ou a condenação à morte se obtinha o controle, mas sem desses meios vivia os mecanismo capitalista de formação das massas trabalhadoras. Havia também a religiosidade como veículo ideológico da acomodação e ajuste dos indivíduos às posições que ocupam na sociedade. Outra forma de coerção, mais ou menos explicita impostas pela elite eram os códigos de posturas municipais prevendo em suas legislações preservar, fiscalizar e reter a mão-de-obra servil que progressivamente ia se libertando da escravidão.

Com todo o respeito as demais correntes de pensamento, que afirmam: "que os senhores de escravos eram homens de seu tempo", mas acredito que tratavasse de carrascos de seu tempo.

A principio as cidades iam tornando os escravos em artesãos que até então era a força bruta. Esses centros urbanos transformaram-se em espaços preferenciais da regulamentação ao longo prazo de todo o processo de formação do mercado de trabalho livre.

As elites formadoras do modelo capitalistas procuraram sempre relacionar o escravo fugitivo com a figura do vagabundo e do homem que abandonava sua razão de ser: o trabalho. Deixando bem claro que a ociosidade era algo condenável. Tornando desclassificado o trabalho ocasional e irregular, o biscate, o crime e o vício ao trabalho disciplinado. Procurando sempre associar o escravo fugitivo a prática do roubo para sobreviver inculcando na população o mecanismo de controle social sobre os escravos fugidos, incentivando a delação, punindo os coniventes e gratificando os delatores.

Essa imagem me traz uma pergunta. Até aonde o homem "moderno" pode ir em nome do "progresso"?

A necessidade da ordem instituída, uma vez que nos centros urbanos se concentravam, como se viu, negros de ganho ou de aluguel, negros forros e escravos domésticos, no meio dos quais poderia se diluir ou passar despercebido aquele que se evadisse.

O comércio ambulante era uma tarefa por excelência os escravos, em suma o comércio ambulante foi um ponto importante de regulamentação do trabalho. Pois o comércio varejista, que se considerava prejudicado pela concorrência dos mascates pedia para que os mesmos fossem tributados.

Em suma era preciso coibir a preguiça e os meios “fáceis” de ganhar a vida, compelindo ao trabalho, de preferência regular e produtivo, honrado e dignificado pela nova ética. Devendo haver um controle do trabalho e dos de todos os aspectos da vida os escravos libertos. Um dos meios utilizados para controlar o trabalhador era submetê-lo a um registro, quantificando e identificando o seu local de atividade.

A elite dominante ensaiava novas formas de dominação sobre os subalternos, mas o alvo da disciplina era a mão-de-obra nacional livre e liberta e não a imigrante considerada superior e adequada as novas condições do trabalho dentro do sistema capitalista.

Aos poucos, achava-se em construção uma nova ética, que opunha o mundo do trabalho, sede da sociedade civil organizada, da ordem, da tranquilidade e do progresso, ao mundo da ociosidade, do crime, do vício e da marginalidade, que era preciso controlar. Tornando o domino do escravo-mercadoria em domínio contratual de trabalho.
Os homens libertos sempre eram relacionados ao vício e ao crime, como herdeiro das práticas associadas à condição servil. Uma curiosa inversão, aqueles que eram vistos como força de trabalho passaram a ser vistos como vagabundos.

No Rio Grande do Sul havia relatos da relação entre abolição e a perturbação da tranquilidade pública desde 1888 em relatório Provincial. Havia a necessidade de saber o que fazer como os libertos. Além de fiscalizar e regulamentar o seu acesso ao mercado de trabalho a elite resolveu procurar na colonização estrangeira uma solução para a falta do trabalho escravo ao invés de cuidar de sua prole legitima.

Propondo a criação de colônias agrícolas, com a concessão de terra aos egressos da escravidão e aos imigrantes, mas havia um porém a Lei de Locação de Serviços de 1879, que se referia à parcerias agrícolas e pecuária tinha como destinatários os imigrantes. Era a eles que se buscava atingir, procurando atraí-los com garantias e proteção legal. Quanto aos libertos, a referida lei só seria aplicável a eles após cinco anos de tutela governamental. A elite acreditava que era preciso facilitar meios honestos de trabalho, sob pena de os vermos amanhã no exercício da pilhagem para se sustentarem. Era preciso formar o bom indivíduo, o bom cidadão e o bom trabalhador: dócil, ordeiro, cônscio de seus deveres. Mas a emancipação dos escravos estava ameaçada por dois perigos: o instinto da ociosidade e o abismo da ignorância. Para tanto deveria haver um esforço em educar e moldar o bom cidadão trabalhador da forma desejada pela elite dominante.

Desde o principio da abolição da escravatura havia o temor na sociedade de o que fazer com essa mão-de-obra liberta. O Estado comandando pelas elites procurava condenar qualquer tipo de ócio como vagabundagem e relacioná-lo aos recém libertos. Usando de meios de coerção diversos procurou moldar essa mão-de-obra livre segundo os interesses do capitalismo. Atuando tanto nos escravos como nos cidadãos livres, as idéias de escravo livre igual a ladrão e vagabundo. Levando a sociedade por si só a criar socialmente modelos repressivos aos homens sem emprego “formal”. Levando de forma veemente a idéia do vagabundo baderneiro.Procurando solucionar o problema da falta da mão de obra a elite busca na imigração soluções para o seu problema ao invés de investir mais nos escravos recém libertos. Uma burrice sem tamanho !

Você quer saber mais?

PESAVENTO,Sandra Jatahy. Emergência Dos Subalternos: Trabalho Livre E Ordem Burguesa, Porto Alegre:Editora Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1989 .

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terça-feira, 19 de julho de 2011

O ESCRAVO NO RIO GRANDE DO SUL

Autor: Leandro CHH
Para a historiografia sulina durante décadas o escravo africano inexistiu, sendo esse um consenso entre os historiadores a pouca importância que teria tido o escravo na formação do Rio Grande do Sul. Avaliavam ser o homem livre o fator preponderante na formação de nosso Estado.
Acreditavam que os escravos eram pouco utilizados, e quando se falava neles era para ressaltar que aqui, se houve escravismo, ele foi paternal, benigno. Pelo conceito vigente acreditavam que havia sido pequena a contribuição de sangue africano na etnia rio-grandense. Diante desses fatos cria-se então o difuso mito da Província libertária, obra do braço livre, inocente, ou quase, da pecha da escravidão. Mas os primeiros escritos sérios sobre o assunto irão provar o contrário. Participando do amplo movimento da década de 30, que reiniciará o estudo mais sistemático da “africanologia” brasileira, aparecerão os primeiros trabalhos do advogado Dante de Laytano que procurará, nos documentos, relatos e mapas estatísticos do século XVIII e XIX, o traço da passagem da escravidão pelo Rio Grande do Sul. Tece duras palavras sobre a benignidade do tratamento aos escravos, pois enquanto os negros estavam no pastoril do Rio Grande tiveram um tratamento mais humano, mas ao habitar a senzala dos granjeiros ou as charqueadas esse tratamento foi modificado pelas chicoteadas do feitor e pela barbárie escravagista.

Na verdade, a história do escravo no sul está, ainda, por escrever-se. Isso deve-se a resistência dos historiadores gaúchos a escrever a história como ela é, pois tornará pouco simpático os heróis aparecerem como senhores-de-escravos. Junta-se a esse problema a raridade das fontes históricas, pois muitas foram propositalmente destruídas. A saga do escravo no Rio Grande do Sul não deve ser esquecida, pois ali nas fétidas e úmidas senzalas das charqueadas, nos suicídios do escravo desesperado, no negro aquilombado, nas tentativas de fuga e insurreições está o passado do nosso povo.

No fim do século XVII, Portugal funda a Colônia de Sacramento e uma das mercadorias procuradas que mais chegavam à mesma colônia era o negro. Era um gigantesco mercado de mão-de-obra servil devido a sua posição geográfica que facilitava tanto o recebimento como a distribuição pela região. O comercio com o homem escravizado será uma realidade cotidiana na Colônia. Outra atividade importante para a Colônia de Sacramento além do contrabando era o couro, sebos carnes salgadas e os escravos africanos como citados anteriormente. A caça ao gado da Banda Oriental, pelo seu couro, será permanentemente, um dos pilares econômicos da Colônia. Conseguindo o couro, era ele secado e exportado para o Brasil, ou para o exterior.

Com a abertura do ciclo mineiro, com o descobrimento dos campos auríferos em Minas Gerais. As “vacarias” do sul serão agora valorizadas não somente pelo couro que se podia extrair. O gado vale como animal de carga, como fonte de suprimento.
Nos primeiros anos do novo século, começarão a descer, em direção ao sul, tropeiros vicentinos em busca do valorizado e abundante gado. Isso possibilita a fixação do homem: as primeiras “estâncias”, os primeiros povoados. A ocupação do sul, que vinha dando-se em função da Colônia de Sacramento, torna-se independente desta, toma uma razão em si. Mas isso não significa que a ocupação do Rio Grande do Sul tenha-se dado baseada essencialmente sobre o braço livre. Mesmo sendo obvio que a caça ao gado selvagem não se combinava com o trabalho compulsório. Os peões que trabalhavam na courama eram senhores de seus destinos, pois se encontravam com boas montarias e armados. Coisas que não se encaixavam com o homem escravizado. Alguns escravos que participavam dessas atividades transformavam-se em acompanhantes de seus senhores como guarda-costas e pajens. A escravidão era meramente jurídica.

A abundância de mão de obra para estas atividades estava relacionada com a dificuldade de obter terras e o orgulho impedia os colonos de competir com os escravos índios e negros pela agricultura, pois isso os faria manchar a honra espanhola. O negocio do gado era diferente. Era “Sport”, não trabalho. O mesmo era válido para o lusitano. Desse modelo social nasce o gaudério, changador ou gaúcho. Em regra homens de má índole, vagabundos e fugitivos. O gaúcho foi parte fundamental de nossa história que esqueceu do eterno presente : o escravo. Embora, até quase o início do século XIX não tivéssemos um regime social de produção escravista a presença do homem escravizado era constante e significativa. O nosso território começa a ser ocupado durante um período aonde a sociedade brasileira esta toda alicerçada sobre a exploração do trabalho servil. A posse de um escravo significava status social.

A presença do escravo em nossas primeiras estâncias e algo pouco estudado, mas seu papel importante esta presente na analise de mapas estatísticos da Capitania. A agricultura ocupará, também, nesses primeiros anos o braço escravo. Não o fará porém com exclusividade. O regime social de escravidão se estrutura com a expulsão dos espanhóis e a fundação da primeira charqueada, ao nível industrial, que teremos uma atividade produtiva de primeira ordem, baseada na exploração do trabalho escravo. Iniciando a introdução sistemática de escravos para a exploração na atividade produtiva.

O ato de charquear era uma pratica artesanal e o próprio peão podia preparar o couro e carneá-lo, estender as carnes. O começo da produção industrial de charque no Rio Grande do Sul deve-se as secas do final do século XVIII, no nordeste que até então era o produtor da carne seca. Desse modo o mercado do produtor; o Rio Grande do Sul o substituirá. O ciclo da charqueada inaugura a definitiva estruturação do escravismo como modo social de produção dominante de uma ampla região de nosso território. As conseqüências e determinação que isso trará para a nossa história não foram, ainda, nem mesmo delineadas.

Por mais de cem anos, a classe economicamente mais dinâmica viverá da exploração direta do trabalho escravo. Teremos então nossas senzalas, feitores, tronco, nossas “casas grandes” e nelas frente a frente, o senhor e o escravo. Pode-se dizer que o limite da jornada de trabalho na charqueada era a resistência física do escravo. A violência na charqueada era extrema, o escravo mau trabalhador era na maioria das vezes castigado e torturado. Era um nodo de coerção muito eficiente para os senhores das charqueadas.


Com a supressão “Legal” da entrada de novos escravos em 1850, pressionado pela marinha inglesa, o império começa efetivamente a reprimir o tráfico negreiro. Teremos porém ainda os desembarques clandestinos. O contrabando de escravos que desembarcaram em Montevidéu no

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

História da Cidade de Porto Alegre.

Usina do Gasômetro

OS PRIMITIVOS HABITANTES


Os grupos silvícolas que habitaram a região onde surgiria Porto Alegre pertenciam ao grande grupo indígena guarani. Ao sul, pelas margens do Guaybe haviam grupos da tribo guarani. Ao norte, pelas margens do Gravataí (atual Passo da Areia) localizavam-se os Tapi-mirim (moradores da pequena aldeia), adversários dos Tapi-guaçú (moradores da grande aldeia), residentes outra margem do Rio Gravataí.
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A LENDA DE OBIRICI

O filho do cacique dos Tupi-mirim freqüentemente fazia visitas à tribo Tupi-guaçu. Jovem e de boa aparência, conquistou o amor de duas cunhãs (moças) tipi-mirins. A bela Obirici, filha do cacique, e outra moça, filha de um índio simples. Para decidir com quem ficaria, o jovem tupi-mirim fez um torneio entre as duas: a que acertasse maior número de flechaços em um alvo seria sua eleita. Obirici perdeu, e vencida pela tristeza, passou a chorar. Suas lágrimas, inundaram a região, formando um riacho que correu pelas areias até o Rio Gravataí. Nasceu o Ibicuiretã. Hoje na região localiza-se o próspero bairro Passo da Areia, onde foi construído um viaduto que foi batizado como Viaduto Obirici, homenagem à bela índia tupi-mirim.
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O PRIMEIRO POVOADO

No século XXVII o Rio Grande do Sul era grande produtor de gado. Por isso, vinham de São Paulo, tropeiros, em busca dessa riqueza. Em suas andanças pelo Rio Grande usavam certas localidades para seus pousos, que paulatinamente transformavam-se em povoados. Porto Alegre nasceu dessa forma.

Um tropeiro, chamado Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos, originário da Ilha da Madeira, casado com Lucrécia Leme Barbosa, instalou-se, por volta de 1732, nos Campos de Viamão, às margens da Lagoa de Viamão (Guaybe dos indígenas). Assim o fazendo, Jerônimo conquistou direitos sobre essas terras. Em 1939 requereu a posse das terras, recebendo a carta de sesmaria em 5 de novembro de 1740. Jerônimo trouxe, assim, para cá seus parentes e agregados, firmando uma comunidade de aproximadamente 100 almas, construindo sua casa no alto do Morro Santana.
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AS TRÊS SESMARIAS QUE DERAM ORIGEM A PORTO ALEGRE

Em 1732 Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos estabeleceu-se no Porto de Viamão, no Morro Santana. Em 5 de novembro de 1740 Jerônimo obteve a legalidade de sua posse. A Sesmaria de Santana foi destinada à criação de gado, e tinha uma área aproximada de 14.000 hectares. A Sesmaria foi vendida mais tarde a Inácio Francisco de Melo, e desapropriada, em abril de 1769, pelo governador do Rio Grande, José Marcelino de Figueiredo, para a fundação da cidade de Porto Alegre.

A Sesmaria de São José pertenceu a Sebastião Francisco Chaves, que em maio de 1733 requereu os direitos sobre as terras situadas logo ao sul do Arroio Jacareí, recebendo a concessão em 30.3.1736. A sede da sesmaria era próximo ao local onde hoje se situa a Gruta da Glória. Tinha duas léguas da frente a fundos. Estão compreendidos nessa extensão os atuais bairros Praia de Belas, Menino Deus, Azenha, Santana, Partenon, Santo Antônio, Medianeira, Glória, Teresópolis, Nonoai, Santa Teresa e Cristal. Dionísio Rodrigues Mendes era o dono da Sesmaria de São Gonçalo, com sede no local onde se formou Belém Velho. Tinha duas léguas de frente a fundos, e correspondia aos atuais bairros da Vila Assunção, Vila Conceição, Pedra Redonda, Camaquã, Cavalhada, Tristeza, Ipanema (parte), Vila Nova e Belém Velho.
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A CHEGADA DOS AÇORIANOS

Em 1745, devido à insistência do Brigadeiro José da Silva Paes, governador da Capitania de Santa Catarina, o Rei de Portugal autorizou a emigração dos primeiros casais oriundos das Ilhas dos Açores, naquela época com excesso de população. O Rio Grande do Sul, todavia, não foi beneficiado, pois aqui ainda ocorriam lutas entre lusos-brasileiros e espanhóis. Somente mais tarde, após a celebração do Tratado de Madrid, o Governo Metropolitano de Lisboa ordenou ao novo governador de Santa Catarina, Manoel Escudeiro de Souza, que enviasse ao povoado da Lagoa do Viamão alguns casais que estavam por chegar ao Brasil. Em vez disso, o Manoel Escudeiro mandou casais já radicados em Santa Catarina, no que foi censurado pelo rei. Foi então que um grupo de açorianos deixou a Vila do Desterro (hoje Florianópolis) em meados de abril de 1751, chegando no porto do Rio Grande, expalhando-se pelo interior.

Somente um casal decidiu seguir até o Porto do Dorneles: Francisco Antônio da Silveira, o Chico da Azenha, que recebeu um lote de terras além do Arroio Dilúvio, construindo sua casa onde mais tarde seria construído o Cinema Castelo. Francisco também construiu uma azenha (moinho movido a água) para moagem do trigo (daí a origem do nome do bairro Azenha), no local onde está o Hospital Ernesto Dorneles, plantando toda a região, até a beira do morro onde atualmente se encontram os cemitérios.

No final de 1751 chegou ao Desterro novo grupo de açorianos. O Governador Manoel Escudeiro selecionou, então, sessenta casais, que com seus filhos formava um grupo de aproximadamente 300 pessoas, que no início do ano seguinte seguiram para o Rio Grande do Sul, na nau Nossa Senhora da Alminha. No final de janeiro desembarcavam todos no Porto do Dorneles indo instalar-se no Morro de Santana e adjacências. O local, contudo, tinha pouca água. Em razão disso terminaram por se deslocar para as margens da Lagoa do Viamão, estabelecendo chácaras próximas ao povoado e estâncias um pouco mais longe.
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O PORTO DE SÃO FRANCISCO DOS CASAIS

No início o Porto de Viamão constituía-se por um aglomerado de casas de palha ao longo de três ou quatro ruas, que tinham os nomes do principal morador ou do mais antigo. Entretanto, quando chegaram os casais açorianos passaram a construir olarias, surgindo então as primeiras casas de pedra, cobertas de telhas, que se foram localizando na Rua da Praia, próximo à atual ponta do Gasômetro, naquele tempo conhecida como Ponta de Pedra.

Começou a surgir a São Francisco dos Casais, com ruas e suas casinhas brancas com janelas e portas azuis. O povoado localizava-se onde atualmente se encontram a Rua dos Andradas, a Washington Luiz, a Duque de Caxias e Riachuelo. Mais tarde surgiram chácaras ao longo da Estrada da Azenha, até a ponte de madeira construída por Chico da Azenha, ocupando um e o outro lado do atual Parque Farroupilha.

A primeira igrejinha do povoado foi construída onde atualmente está a Praça da Alfândega. Ali também ficava o porto. Alguns casais instalaram suas casas nos altos da atual Avenida Independência, onde plantavam e moiam trigo. Os moinhos que construíram é que deram nome ao bairro Moinhos de Vento.
Na Praia de Belas, já no século XIX, estabeleceu-se com uma chácara Antônio Rodrigues de Belas, que deu nome ao lugar.

O Guaíba, então, ia até a Praça da Alfândega (hoje Senador Florêncio). Sua margem prosseguia por onde passa atualmente a Rua Siqueira Campos, prosseguindo até o Navegantes junto a Rua Voluntários da Pátria (antigo Caminho Novo).
Nos atuais bairros do Partenon, Medianeira, Glória, até Itapuã haviam estâncias, de onde vinha a carne e o leite para o povoado. Assim, o primitivo Porto do Viamão deu lugar ao povoado do Porto do Dorneles, ao qual seguiu-se a Freguesia do Porto de São Francisco dos Casais.
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A NOVA CAPITAL

Quando José Marcelino de Figueiredo tomou posse da Comandância da Capitania de São Pedro do Sul, em 23 de abril de 1769, não lhe agradou do local onde estava a capital. Foi então visitar o Porto dos Casais. Desde então passou a trabalhar para que ali se instalasse a capital. Em 1771 foi autorizado pelo então Vice-Rei para preparar a localidade para sediar a capital.

José Marcelino então determinou que seu substituto, o Ten. Cel. Antônio da Veiga de Andrada passasse a tratar da urbanização do Porto dos Casais. O Cap. Eng. Alexandre José Montanha ficou encarregado dessa tarefa. Foi preciso desapropriar as terras de Inácio Francisco, localizadas na colina, o melhor ponto para a construção da Igreja Matriz, do Palácio e da casa da Real Fazenda. As obras passaram a ser realizadas, enquanto que José Marcelino, no Rio, procurava obter as leis necessárias à instalação da nova capital.

Finalmente foi assinada a Provisão Régia de 26 de março de 1772, desmembrando o Porto dos Casais de Viamão, criando a freguesia do Porto dos Casais e anexando Viamão à nova freguesia. No mesmo dia foi editada a Provisão Eclesiástica, sendo nomeado primeiro vigário da nova freguesia o padre José Gomes de Farias, que iniciou suas atividades no dia 29 de setembro do mesmo ano. Em 18 de janeiro de 1773 foi publicado o Edital Eclesiástico mudando o orago de São Francisco dos Casais para Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre, que por alvará de 20 de outubro de 1795 passou a ser Paróquia Perpétua.

José Marcelino de Figueiredo renomeado em 5 de abril de 1773, retornou do Rio, realizando detalhada inspeção nas obras de transferência da capital, transferindo sua residência para o Porto dos Casais, no dia 25 de julho de 1773, data em que a localidade transformou-se em capital da província.
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A CRIAÇÃO DA VILA DE PORTO ALEGRE

Porto Alegre transformou-se em capital da capitania quando ainda era mera freguesia. Isso perdurou até 1808. Foi o Governador Paulo José da Silva Gama quem, através de cartas dirigidas à Coroa, obteve uma Carta Régia, datada de 19 de agosto de 1806, autorizando-o a regulamentar as quatro vilas que integrariam a capitania: Rio Grande, Vila Príncipe (Rio Pardo), Vila Anádia (Santo Antônio de Patrulha) e Porto Alegre. Entretanto, antes da criação das quatro vilas, O Príncipe D. João elevou a capital da capitania à categoria de vila, pelo Alvará de 23 de agosto de 1808. Todavia, a instalação da nova vila só ocorreu em 11 de dezembro de 1810, quando a Câmara Municipal lavrou o “Auto de Criação desta Vila de Porto Alegre”. E no dia 13 do mesmo mês foi lavrado o “auto de Demarcação e Declaração dos limites que ficam pertencendo a esta Vila de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre”.
No ato de instalação da vila, levantou-se um pelorinho. Tosco, de pedra bruta, não tinha mais do que um metro e meio. Ignora-se onde foi localizado.
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ORIGEM DO NOME PORTO ALEGRE

Nossa cidade teve diversos nomes: Primeiramente, Porto do Viamão, depois Porto do Dorneles, em seguida Porto de São Francisco dos Casais, ou Porto dos Casais, e, ao ser criada a Freguesia, Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre. Não se sabe ao certo como surgiu a expressão Porto Alegre na denominação da freguesia, de onde, por certo, veio o nome de nossa cidade.

Segundo o historiador Walter Spalding, Porto dos Casais passou a se denominar Porto Alegre “por inspiração patriótica portuguesa, e religiosa” escolhidos por D. Frei Antônio do Desterro, que assinou o ato de criação da Freguesia. Na época, a cidade de Portoalegre, localizada no Alto Alantejo, em Portugal, se notabilizara pela luta entre portugueses e espanhóis pelas fronteiras dos dois países. Por isso teria seu nome sido lembrado para a nova freguesia. Há historiadores que afirmam, entretanto, que a origem do nome está na bela localização à margem do Guaíba e no encantamento dos morros que cercam a cidade.
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PORTO ALEGRE SE TORNA CIDADE

Pela Carta de Lei, de 14 de novembro de 1822, o Imperador D. Pedro I elevou a Vila de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre à categoria de cidade. Apesar da importância do evento para a cidade não houve qualquer solenidade, como também não foi lavrada nenhuma ata de elevação da vila à categoria de cidade.

Nessa época Porto Alegre ainda era uma vila colonial, com cerca de 12.000 habitantes. Ainda existiam os muros da cidade, mandados construir por José Marcelino de Figueiredo, para defesa contra as incursões espanholas. Já o portão colonial, localizado onde atualmente situa-se o Viaduto José Loureiro da Silva encontrava-se parcialmente destruído. Além dos muros, chácaras, pelas estradas da Azenha, da Aldeia, Praia de Belas e Moinhos de Vento. A vida social se resumia a bailes e teatro amador.
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A REVOLUÇÃO FARROUPILHA EM PORTO ALEGRE

Na madrugada de 20 de setembro de 1835 travou-se o primeiro combate, na Ponte do Chico da Azenha. A resistência dos legalistas todavia foi de pouca monta. Assim, no dia seguinte os farrapos entravam na cidade, chefiados pelos coronéis José Gomes de Vasconcelos Jardim e Onofre Pires da Silveira.

Ao se aproximarem da entrada da cidade, os insurrentos tiveram uma surpresa: O 8º BC a eles se uniu em lugar de combatê-los. Com isso, o Presidente Rodrigues Braga e todos os seus auxiliares, entre os quais o Comandante de Armas e o Chefe de Polícia, meteram-se em debandada, seguindo para o Rio de Janeiro.

No dia 25 de setembro de 1835 entrou solenemente em Porto Alegre o General Bento Gonçalves da Silva, sendo então empossado o novo presidente, Dr. Marciano Pereira Ribeiro, que foi empossado pela Câmara Municipal e a Assembléia Provincial Legislativa. Somente em 15 de junho de 1836 a cidade foi definitivamente retomada pelos legalistas.

No período da invasão ocorreu uma insurreição de escravos, que passaram a fugir de seus donos para incorporar-se a unidades militares negras criadas pelos farroupilhas, que prometiam liberdade em troca do serviço militar.
Este trabalho foi feito com base nas seguintes fontes bibliográficas:
Pequena História de Porto Alegre, de Walter Spalding.
Porto Alegre, A Cidade e sua Formação, de Clóvis Silveira de Oliveira

Você quer saber mais?

http://www.poasite.com/

http://www2.portoalegre.rs.gov.br/

http://www.observapoa.palegre.com.br/default.php?p_secao=4


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Queda da Natalidade no RS.

Berçario Vazio

Censo 2010 - Primeiros Resultados

Total da população 10.695.532 pessoas
Total de homens 5.205.705 pessoas
Total de mulheres 5.489.827 pessoas
Total da população urbana 9.102.241 pessoas
Total da população rural 1.593.291 pessoas
Total de domicílios particulares 4.236.671 domicílios
Total de domicílios particulares ocupados 3.584.940 domicílios
Total de domicílios particulares não-ocupados fechados 19.700 domicílios
Total de domicílios particulares não-ocupados de uso ocasional 306.905 domicílios
Total de domicílios particulares não-ocupados vagos 325.126 domicílios
Total de domicílios coletivos 5.676 domicílios
Total de domicílios coletivos com morador 3.016 domicílios
Total de domicílios coletivos sem morador 2.660 domicílios
Taxa média de crescimento anual 0,49 %
Fonte: IBGE, Primeiros Resultados do Censo 2010.

Taxa de crescimento zero no RS deve ocorrer até 2030, projeta coordenador do Censo 2010.



O Rio Grande do Sul deve verificar uma taxa de crescimento populacional zero até 2030, projetou o coordenador de dilvulgação do Censo 2010 no Estado, Ademir Koucher. Apenas na década seguinte o Brasil deve não ter um aumento de crescimento de pessoas, quando o país atingiria 219 milhões de pessoas.

A tendência de cresciemento zero até 2030 pôde ser traçada após a verificação do aumento populacional de apenas 0,49% entre 2000 e 2010.

— O RS tem uma taxa de fecundidade muito baixa que vem se verificando nos últimos 20 anos, o Estado vem dimunindo gradativamente o número de filhos por mulher fértil. Por outro lado, aumenta-se a expectativa de vida — explicou Koucher.

Os dados, no entanto, não chegam a níveis de envelhecimento como os verificados na Alemanha:

— O nosso Estado passa a ter um padrão muito próximo dos países mais desenvolvidos, mas não chegamos ao porte de uma Alemanha - que para cada grupo de 100 crianças tem mais de 100 idosos. Aqui no RS estamos em torno de 80 — detalhou o coordenador de dilvulgação do Censo 2010 no RS.

Você quer saber mais?

http://www.saude.rs.gov.br/

http://zerohora.clicrbs.com.br/

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

JOÃO CARLOS D'ÁVILA PAIXÃO CÔRTES.

JOÃO CARLOS D'ÁVILA PAIXÃO CÔRTES


O renascimento do tradicionalismo gaúcho confunde-se com a figura de João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes. Em uma época em que as tradições rio-grandenses eram ignoradas, ele foi atrás das raízes de seu povo e, junto com Barbosa Lessa, cruzou a Argentina, o Uruguai, Paraguai e Peru. Como pesquisador, sua preocupação centrou-se em promover e desenvolver a cultura popular dentro da história do Rio Grande do Sul.


Nascido em 12 de julho de 1927, na cidade de Santana do Livramento, fronteira do Brasil com o Uruguai, Paixão Côrtes tem suas heranças ligadas à agricultura e pecuária. De sua infância nas estâncias familiares veio o interesse pelo campo, o qual o levou a formar-se em Agronomia, com especialização em Ovinotecnia.
O distanciamento da vida do campo, fez Paixão notar a necessidade de fixar certos valores que havia aprendido de ancestralidade. Em 1947, com Glauco Saraiva, Barbosa Lessa, e Orlando Degrazia, grupo de estudantes secundaristas do Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, deu origem ao Movimento Tradicionalista Gaúcho, que hoje congrega mais de 1.500 entidades. Na época, como relata , só se ouvia, nos galpões, a gaita, os versos de improviso e especialmente o Boi Barroso. Já Prenda Minha, era ouvida em um ambiente mais urbano. Neste mesmo ano, os rapazes saíram às ruas pilchados para escoltar os restos mortais do herói Farroupilha David Canabarro. Assim, surgiram as Rondas Crioulas, que mais tarde, originaram a Semana Farroupilha, em 11 de dezembro de 1964. Paixão também fundou o primeiro Centro de tradições Gaúchas, chamado de 35, em 24 de abril de 1948.
O primeiro contato de Paixão Cortes com o rádio foi em 1953, na rádio Farroupilha. Ele levou um grupo do Centro de Tradições Gaúchas 35 para uma apresentação ao vivo no programa de J. Antônio D’Ávila . Acabou sendo convidado pelo comunicador para apresentar, em estúdio, Festa no Galpão, programa que ficou no ar até 1957. Em primeiro de maio de 1955, ainda na rádio Farroupilha, Augusto Vampré diretor da emissora, convidou-o a apresentar um programa de auditório de caráter puramente regional. Paixão chamou o amigo Darci Fagundes, com quem formou uma dupla. Juntos lançaram o programa Grande Rodeio Coringa, que foi ao ar até 1957 e reformulou toda a história da fonografia riograndense, na comunicação dos temas regionais, abrindo caminho para músicos, cantores e compositores populares.
Em 1958, Paixão Côrtes foi convidado por Maurício Sirotsky e Frederico Arnaldo Balvé para apresentar "Festança na Querência", na rádio Gaúcha, programa de auditório, com uma hora de duração. Paixão dividia com Dimas Costa a animação do programa que era veiculado aos domingos. Festança na Querência foi ao ar de 1958 a 1967.
No ano de 1968, Paixão estava na Europa, levando o folclore do Rio Grande do Sul. Na ocasião encontrou Flávio Alcaraz Gomes, então diretor da rádio Guaíba. Ele convidou o tradicionalista para apresentar um programa de na emissora. Paixão passou, então, a apresentar dois programas na Guaíba; Querência, programa diário de lançamentos musicais, com dez minutos de duração e, Domingo com Paixão Côrtes, programa temático, com meia hora de duração.
De acordo com Paixão, a rádio Guaíba, com seu perfil de programação e audiência qualificados, foi importantíssima para a transformação de "grossura em cultura". Nesta época, a indústria fonográfica, já desenvolvida pela repercussão dos programas regionais no rádio, apresentava uma grande diversidade de artistas ligados à cultura do Rio Grande, o que facilitava a seleção musical dos programas de Paixão, que veio, também, a gravar, como intérprete, oito LPs (Long Plays ). Paixão Côrtes recebeu dois importantes prêmios fonográficos: Melhor Realização Folclórica Nacional (1962) e Melhor Cantor Masculino (1964).


Há 40 anos, meados da década de 50, existiam apenas cinco músicas gauchescas catalogadas. Essa pobreza de sons moveu Paixão Côrtes a promover novos grupos musicais. Em seus programas foram lançados Os Gaudérios, o conjunto vocal Farroupilha e outros. O comunicador viajava com freqüência para pesquisar e identificar novos valores, liderando um processo de desenvolvimento da cultura regional. Isto foi essencial para a ampliação da cobertura e expansão dos centros de tradições. No final de 1999 contava-se, aproximadamente,4200 Centros de Tradições Gaúchas espalhados pelo mundo.
Paixão Côrtes permaneceu na Rádio Guaíba até 1995. É convidado com reqüência para falar sobre assuntos ligados à cultura regional. O pesquisador possui um acervo de milhares de slides, centenas de fitas gravadas, filmes super 8 e vídeos sobre os costumes rio-grandenses. Todo esse material foi reconhecido e aprovado em vários Congressos Tradicionalistas. Suas investigações estenderam-se, também, a documentos e peças originais nos Museus do Louvre e Les Invalides, em Paris, no Museu do Trajo Português, em Lisboa, nos Museus Militar e do Padro, em Madrid, no Victória e Albert, em Londres e no Museu Militar da Escócia.
Por sua importância dentro da história gaúcha, a figura de Paixão Côrtes ficou eternizada em bronze na estátua do Laçador, reproduzida pelo escultor pelotense Antônio Caringi, instalada, em 1954, na rótula de entrada de Porto Alegre ( confluências das avenidas Farrapos, Ceará e dos Estados), frente ao Aeroporto Salgado Filho. Pelos seus mais de 50 anos de dedicação aos estudos sobre a cultura rio-grandense-do-sul, que lhe renderam mais de 30 obras sobre ovinocultura e folclore, recebeu a Ordem de Mérito Cultural.

Você quer saber mais?

http://www.pucrs.br/famecos/vozesrad/paixao.htm