quarta-feira, 29 de julho de 2020

Conheça as origens da milenar civilização Maia.

Restos de um palácio Maia em Palenque.

Povo da América Central, distribuído numa área partilhada entre a América Central e o México. Esse território foi dividido em três zonas: meridional (Costa do Pacífico e terras altas da Guatemala e do Chiapas), central (do Estado do Tabasco a Honduras), setentrional ( Península de Iucatan). As descobertas arqueológicas nas terras altas do Chiapas revelaram a instalação, por volta  der meados do III milênio a.C., de populações que estiveram na origem da civilização maia. No período pré-clássico (1500 a.C. - 250 d.C.) eram agricultores, fabricavam cera (ornamentação de cordões) e usavam pedras de moer - o que supõe a cultura do milho. Agrupavavam-se em aldeias (Kaminalaljuyú, ou, nas terras baixas, Altar de Sacrifícios e Seibal). Uaxactún Tikal têm camadas inferiores que remontam ao séc. V., e desde o ano 300 a.C. percebem-se as características fundamentais  da civilização maia:  arquitetura com uma espécie de abóbada em balanço, inscrições hieroglíficos, uso de um calendário "a longo prazo", e ereção de estelas comemorativas.

 O período clássico (250-950) corresponde ao florescimento dessa civilização; os grandes centros cerimoniais (Tikal, Uaxactún e Seibal, na Guuatemala; Copán em Honduras, Palenque, Uxmal, Bonampak e Chichén Itzán, no México, etc) multiplicaram-se. As grandes metrópoles religiosas compreendiam edifícios típicos, templos construídos sobre uma plataforma piramidal, cobertos por uma espécie de abóbada em balanço e encimados por  uma crista com cumeeira; palácios (residências principescas ou lugar de reunião, dotados de numerosas galerias) cuja disposição - em grupos distintos ligados por calçadas elevadas - em torno de amplas pra;as atesta certo sendo de urbanismo;  e conjunto monumental monolítico, composto de um altar com estela ornada de uma decoração esculpida. Nunca reunidos sob a hegemonia de um poder central, cada centro conservou um estilo individual. A escrita hieroglífica não foi inteiramente decifrada. Depois do auto-de-fé dos conquistadores cristãos, apenas três manuscritos (Codex) subsistem e são datados do pós-clássico. O primeiro refere-se a rituais religiosos; o segundo, à adivinhação; e o último, à astronomia, que, sem usar nenhum instrumento óptico, era , de uma precisão espantosa. Em seu apogeu, essa civilização - que ignorava a roda e o animal de tração, e só conhecia instrumentos de madeira e de pedra - foi, por razões obscuras, brutalmente interrompida, por volta do séc. IX, zona central, que contudo não foi totalmente abandonada. O pós-clássico (do séc. IX, na zona central, que contudo não foi  totalmente abandonada. O pós-clássico (do séc. X à conquista espanhola) testemunha certo renascimento devido aos toltecas, vindos de Tula. Quando chegaram, por volta do séc. X, supõe-se que algumas graandes cidades de Iucatán existissem ainda. A associação das duas tradições originou um novo estilo artístico "maia-tolteca", caracterizado por uma arquitetura mais  ampla e arejada (colunatas, grandes jogos de bolas) e pelo amálgama dos panteões e dos motivos decorativos (Chac, o deus  maia da chuva, representado alternadamente com Quetzalcoatl, a serpente  emplumada, transformada em Kukulkan). Chichén Itzá foi logo substituído por Mayapán, que foi cercada por uma muralha defensiva. Daí em diante, a influência mexicana dominou uma produção artística muito decadente. 

A Literatura maia é ainda bastante obscura em razão da diversidade de línguas e e de uma escrita pictográfica cujo sistema não é em conhecido. Alguns códices se conservaram até nossos dias, bem como numerosas inscrições de caráter, histórico, mitológico e profético. A literatura maia-guichê é mais conhecida graças ao Popol-Vuh e ao drama Rabinal Achi, e a literatura maia-iucateque, graças ao livro ChiamaBalam. Da literatura maia-cakchiqueles restam os Annales de los cakchiqueles ou Memorial de Sololá.

Você quer saber mais? 

Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo: Enciclopédia Larousse, 1999. Vol. 14.

 


terça-feira, 28 de julho de 2020

Parcerias com outros blogues e portais


Boa noite, mentes ávidas do amanhã!

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Os temas abordados pelos parceiro podem ser variados, desde que se mantenham dentro do tema educação, estudos e curiosidades factuais!

Saudações cordiais.

Leandro Claudir Pedroso

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Saiba História


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Blog do Doutor Rodrigo Luz


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Libesfera Libertatum







segunda-feira, 27 de julho de 2020

Estátuas Moai da ilha de Páscoa.

Um dos mais impressionantes conjuntos monumentais do mundo são estas enormes estátuas, chamadas pelos nativos moai, da ilha da Páscoa, dependência do Chile, do qual dista 3.900km, no Pacífico Sul, logo abaixo do trópico de Capricórnio. Ninguém sabe qual o seu significado, quem as esculpiu, quando chegaram ao local e onde s e acham e como ali os primitivos habitantes da ilha conseguiram levantá-las e pô-las em posição. As mais altas de 18m de altura, o que corresponde a de um moderno edifício de seis andares. Feitas de lava basáltica, encontram-se em número de 193 de pé, e 80 deitadas no solo, como se estivessem no curso do transporte desde o Rano Raraku, um dos três grandes vulcões da ilha, e algum motivo tivesse obrigado a interromper o penoso trabalho de seu deslocamento.

Você quer saber mais?

“Grandes Monumentos da Humanidade”. In. Novíssima Enciclopédia Delta- Larousse. Rio de Janeiro: Ed. Delta S.A, 1981.


quinta-feira, 23 de julho de 2020

As estátuas misteriosas dos olmecas


Implantada na costa do Golfo do México, a cultura olmeca produziu, entre 1500 400 a.C., mais de 300 monumentos de basalto e centenas de estatuetas de grande beleza. Apesar de seu pequeno número, as enormes cabeças monolíticas atestam o domínio dos escultores olmecas. O conjunto conta 22 peças monumentais, a maioria proveniente do sítio arqueológico de San Lorenzo, 3 delas de Tres Zapotes , ao sul de Veracruz, e 4 de La Venta, no Tabasco. 

Embora todas representem rostos masculinos, nariz achatado e lábios carnudos, cada uma tem seu estilo próprio. A expressão pode ser séria, calma ou feliz. Ignora-se se as estátuas representam guerreiros ou dirigentes, mas todos usam jóias, plumas, motivos antropomórficos e zoomórficos que atestam elevada condição social. Muitas delas são marcadas por mutilações antigas, feitas talvez para fins rituais ou para desfigurar a imagem de um chefe difamado. 

Medem de 1,47 a 3,40 metros de altura e seu peso varia entre 6 e 50 toneladas. O local de extração dos blocos de pedra era provavelmente as montanhas de Tuxtlas ao sul do Estado de Veracruz. Levar esses blocos para cada local, o mais próximo dos quais é Tres Zapotes, situado em seus contrafortes, e  o mais afastado, La Venta, a 100 quilômetros, necessitava de uma rede de comunicações complexa. Isso implicava uma organização social e política capaz de coordenar a mão-de-obra necessária para tal empresa, bem como o controle da navegação porque as vias de transporte mais acessíveis eram os cursos de água. Junto a muitos parceiros comerciais, os olmecas obtinham as pedras finas que utilizavam como instrumentos (obsidiana), objetos cerimoniais, pequenas imagens e jóias (jadeíta em particular). 

Por razões ainda ignoradas, a civilização olmeca desapareceu por volta de 400 a.C., depois de haver transmitido à maioria das culturas mesoamericanas um substrato cultural comum.

 Você quer saber mais?

SALLES, Catherine. Larousse das Civilizações Antigas: Vol. I – Dos Faráos à Fundação de Roma, 2006.


quarta-feira, 22 de julho de 2020

A origem dos Astecas segundo os relatos de Sahagún

Num tempo muito antigo, um grupo de embarcações trazendo seus ancestrais chegou, através do atual golfo do México, proveniente de Tamoanchán, ficasse onde ficasse. Seus deuses vieram com eles.

Esses imigrantes desembarcaram num lugar costeiro, que chamaram de Panutla, localizado na região da atual Sierra Madre Oriental. (Panutla que dizer “Lugar dos que chegaram pela água”).

Algum tempo depois, orientados pelos deuses, costearam o litoral, “descendo” em direção ao sul, até fundarem Tamoanchán, em homenagem à “Tamoanchán mítica” de onde vieram.

Nessa Tamoanchán terrena viveram muito tempo, até que os deuses resolveram, sabe-lá o porquê, abandoná-los, regressando todos por mar “ao oriente, para a sua “Tamoanchán celestial”.

Junto com eles, os deuses levaram os sábios e os livros mágicos que eles haviam trazido consigo de além-mar – os amoxtli ou códices -, prometendo retornar quando o mundo estivesse para acabar.

Felizmente, nem todos os sábios se foram. Quatro anciões dos quais temos os seus nomes:

Oxomoco

Cipactonal,

Tlaltetecuin

Xuchicahuaca

Permaneceram em terra. Esses quatro sábios reescreveram alguns livros, dos quais o mais importante era o Tonalpohualli, um calendário ritual do qual os astecas e mesoamericanos em geral iriam se servir por toda a vida.

Muito tempo se passou, até que, numa certa época, talvez por condições climáticas adversas, vários grupos começaram a abandonar Tamoanchán. Os Olmecas foram os primeiros a fazê-lo.

Não podendo regressar por mar à sua pátria mítica, os olmecas regressaram a Panutla, o local onde haviam desembarcado pela primeira vez. Em pouco tempo se espalharam pelos arredores, tornando-se a primeira grande civilização mesoamericana.

Outros grupos também partiram e fundaram Teotihuacán (“Lugar dos Homens que se tornaram deuses”), a cidade mais importante e misteriosa da “Antiguidade” mesoamericana.

Subindo em direção ao Norte, os povos da etnia nahua se instalaram num lugar que chamaram de Chicomoztoc (“As Sete Cavernas”), onde viveram durante muitíssimo tempo, até se tornarem esquecidos dos que haviam ficado nas regiões mais ao Sul. A esse importantíssimo grupo pertenciam os astecas.

Passado um largo tempo, os povos que habitavam as Sete Cavernas passaram a ser conhecidos como “Chichimecas”, ou “bárbaros”, pois haviam se tornado caçadores rudes e incultos. Seus deuses lhes ordenaram, então, que retornassem a Panutla, o local onde haviam desembarcado os seus ancestrais.

Grandes levas migratórias deixaram o Norte em direção ao Vale do México – então chamado Anahuac (“O Vale às Margens do Lago”) -, sendo que os astecas foram o último povo a retornar.

Durante o tempo em que estiveram instalados no Norte, nas “Siete Cuevas” (Chicomoztoc), os astecas haviam desenvolvido um novo mito: o de que seriam naturais de um lugar chamado Aztlán. (Ninguém até hoje sabe precisar onde fica este lugar, mas o nome permaneceu na memória dos astecas como sua pátria de origem nas vastidões ermas do Norte, dando origem inclusive, à própria denominação “asteca”, que significa “habitante de Aztlán”.) De Aztlán eles partiram, guiados por seu deus particular Huitzilopochtli (“Colibri Esquerdo”), que os instruiu na prática dos sacrifícios humanos.

Após longa peregrinação, os astecas estavam de volta ao coração da América Central. Mas como haviam sido os últimos a retornar, já ninguém mais os reconheceu e foram tratados como estranhos pelas outras etnias (“o povo cujo rosto ninguém conhecia”, dizia-se deles).

Após infinitos trabalhos e grandes feitos guerreiros, os astecas conquistaram finalmente o Vale do México, tornando-se a última grande civilização pré-colombiana da América Central.

 

 Você quer saber mais?

FRANCHINI. A.S. As Melhores Histórias das Mitologias Astecas, Maia e Inca. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2014 , pg.22-23.

 


segunda-feira, 20 de julho de 2020

TRABALHO AMÉRICA III. POLIGRAFO O CAPITALISMO DIFÍCIL , CAPITÚLO 1-3, pg. 113-129.



  Elabore uma síntese do pensamento de Octavio Ianni, acerca do Imperialismo e as relações de dependência nele implicadas. Em seu texto procure deixar claro as questões de ordem empírica, levantadas pelo autor e as questões teórico-metodológicas.

Octavio Ianni, demonstra que o malogro da política de desenvolvimento econômico destinada a elaborar um capitalismo nacional na América Latina, levou também ao fracasso da política de interdependência ou capitalismo associado. Esses malogros levaram segundo aponta o autor as instabilidades políticas latino-americanas que culminaram com a deposição de presidentes de várias nações. Nesse mesmo contexto encaixam-se as mudanças nas políticas da econômica da América Latina em relação ao livre comercio principalmente com os Estados Unidos. A problemática da dependência esta ligada diretamente como esclarece Octavio Ianni, a brecha econômica e científico-tecnologica, entre o mundo em desenvolvimento e as nações desenvolvidas. Segundo observado no texto a noção de dependência não substitui a de imperialismo ao contrario uma se desdobra na outra se integrando ambas tanto empírica como teoricamente.

Analisando o imperialismo este sempre esteve ligado às perspectivas oferecidas pela nação dominante, sejam nos processos econômicos e políticos como analisa o autor. Os estudos baseados nesses pressupostos procuram demonstrar a relação capital entre os países industrializados e os produtores de matérias-primas. Com  à atuação dos processos econômicos resultantes da Revolução Industrial levaram ao Capitalismo monopolístico em conseqüência aliasse aos interesses do governo metropolitanos. O resultado foi à criação dos impérios, como o britânico e outros. Visando barrar o avanço desses novos impérios econômicos os Estados Unidos elabora a Doutrina Monroe dentre outras, com o objetivo de proteger seus interesses na América Latina. Nesse contexto desenvolvesse as noções entre os países industrializados e os exportadores de matéria prima e todos os demais princípios antagônicos entre países dependentes e metrópoles. Mas o imperialismo prolonga-se internamente na própria nação dominante, pois os mesmos fundamentos governam sua política interna como explica Octavio Ianni. Um exemplo no próprio Estados Unidos é a clara distinção entre as cidades do sul aonde a grande maioria da população formada por negros, descendente de mexicanos ou porto-riquenhos é onde impera a pobreza, miséria e o abandono em relação ao governo. Em contradição nas cidades do norte prevalece uma maioria branca aonde a riqueza, luxúria e amparo do governo estão presentes. O motivo: uma sociedade de classes existente dentro do próprio Estados Unidos. Neste colonialismo interno encontramos os mesmos processos que levam ao imperialismo.
A alienação cultural das nações dominadas pelo imperialismo ocorre pelo controle e manipulação das massas através da mídia como demonstra o autor. É um dos fatores que os coloca diante da dependência estrutural, a forma como o imperialismo se insere no interior da nação subordinada, gerando conseqüências sociais, culturais e também psíquicas provocadas pela própria situação de dependência. Em resumo Octavio Ianni nos mostra que o imperialismo deve ser examinado em todas as suas dimensões principais, para compreendermos as contradições que produz e desenvolve em âmbito global.

O autor aponta a dependência estrutural como característica das sociedades latino-americanas porque historicamente e constitutivamente sempre foram dependentes. Foram criadas como colônias organizadas para atender os interesses mercantilistas das metrópoles.  Sua independência foi devido ao surgimento de uma força política e econômica interna e ao fim do mercantilismo. Sua independência política não foi seguida da econômica, pois passaram a funcionar conforme os interesses ingleses que investiram em suas “independências”. Com a expansão dos Estados Unidos para o sul eliminava a presença inglesa e estabelecia suas políticas de imperialismo na América Latina. Dentro desse sistema de dependência estrutural criada no sistema imperialista formam-se grupos parasitários que se utilizam de situações criticas em suas próprias nações para obter vantagens particulares dentro do sistema de relações de dependência.
Como demonstra o autor às classes dominantes nativas nunca se libertaram politicamente devido as intervenções externas sejam militares, diplomáticas ou econômicas devido a sua correlação com o fluxo da taxa do dólar e da libra esterlina.
Em resumo as sociedades latino-americanas não conseguiram superar a contradição entre sociedade nacional, por um lado, e economia dependente, por outro.

Leandro Claudir Pedroso

OS REGIMES MILITARES SUL-AMERICANOS


Leandro Claudir Pedroso

            Ao procurarmos traços comuns a regimes militares das décadas de 1960 a 1980 e situações políticas diversas notamos que o nacionalismo e “populismo” de Velasco Alvaro no Peru e de Ovando Candia na Bolivia diferem em muito dos regimes repressivos e entreguitas de Pinochet no Chile, de Costa e Silva no Brasil e de Videla na Argentina. Mas nunca havemos de esquecer os pontos comuns entres eles: dissolução das instituições representativas, falência ou crise dos partidos políticos tradicionais, militarização da vida política e social em geral.

            Nos três golpes militares na década de 1960, houve a influência determinante da diplomacia norte-americana. Devido aos seus interesses na América Latina e ao iminente confronto com a URSS por áreas de influência no mundo. Impregnaram a América Latina da idéia de que as democracias eram incapazes de conter o comunismo.

                        No Brasil o golpe militar de 1964 contou como apoio do governo dos Estados Unidos que apoiou a derrubada do governo Goulart. Nesse período o embaixador norte-americano era assíduo freqüentador do palácio presidencial. Onde sugeria nomes para compor ministérios e censurava as escolhas de “esquerdistas.

            É evidente o grau de envolvimento dos Estados Unidos na preparação e execução do golpe de abril de 1964. Examinemos  a Operação Brother Sam que consistiu  no envio às costas brasileiras de um porta-aviões, destróieres dentre outros artefatos bélicos como o objetivo de fornecer apoio logístico, material e militar aos golpistas. Mas para surpresa dos gringos os nossos militares deram conta do recado de acabar com o regime democrático contrariando os prognósticos da CIA que previa uma guerra civil prolongada.

            O Estado militar instaurando credenciava-se principalmente como guardião do capital internacional e defensor da “restauração econômica, com foco constante na luta contra o comunismo internacional que pretendia acabar coma propriedade privada.

            Em 9 de abril de 1964 como AI-1 decretou a morte do regime baseado na Constituição de 1946, na harmonia e independência dos Poderes, na inviolabilidade do mandato parlamentar. Com a criação da SNI (Serviço Nacional de Informação, com o objetivo de levar adiante os “princípios” da Doutrina de Segurança Nacional que tinha por objetivo principal caçar os “inimigos internos”.

            Em 1966 foi a vez da Argentina ser tomada por um governo militar com os iguais ares de “refundação institucional” que o exército argentino tomou o poder comandado por Juan Carlos Onganía.

            O projeto de penetração norte-americana na América Latina tinha exigido a deposição de vários governos civis para garantir a “calma” necessária ao andamento dos negócios e o combate à Revolução Cubana. Bolivia, Brasil em 1964 e Argentina em 1966 eram elos de um processo comum, que por toda parte se auto-intitulava “revolução”.

            Nos anos de 1968-1969 os governos militares entraram em profunda crise, devido à onda de mobilizações populares que percorreu toda a América Latina, desde o México até a Argentina e o Uruguai. Na realidade esses eventos estavam relacionados com uma crise mundial que se instaurava como posso citar: “o maio francês”, a Primavera de Praga, a Ofensiva Tet pelos Vietcongs e do Vietnã do Norte contra a ocupação da Indochina pelo exército dos Estados Unidos, todos esses eventos deram-se no ano de 1968.

            Neste mesmo ano houve no Brasil importantes manifestações estudantis contra a ditadura militar brasileira, as manifestações foram violentamente reprimidas. Haviam no Brasil grupos organizados e oposição ao regime, atuando na clandestinidade, empreendendo ações armadas em todo o país. Podemos citar a Ação Libertadora Nacional (ALN), e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Grupos armados como os citados eram duramente perseguidos e eliminados, com enorme mobilização de tropas do aparelho repressivo do Estado.

            Ainda no inesquecível ano de 1968, depois de atacar e reprimir os movimentos grevistas em São Paulo, foi decretado o Ato Institucional de número 5 (AI-5), que restringia mais as liberdades políticas. Documentos liberados em 2001pelo governo brasileiro revelam que, em dezembro de 1968, o governo norte-americano viu o fechamento do Congresso e a suspensão dos direitos políticos no Brasil como uma “reação lógica” ao perigo comunista. Temiam um Brasil comunista, pois como afirma Henry Kissinger, então conselheiro de Nixon: “Se o Brasil se perder, não será uma outra Cuba. Será uma outra China.”

            Uma questão que não pode deixar de ser salientada é a ocorrida em agosto de 1971 na Bolívia, que vivia por uma situação de “duplo poder”, com um governo militar do general Juan José Torres e um poder real concretizado na Assembléia Popular. Nesse beco sem saída o exército pelo comando do general Hugo Banzer Suárez, deflagrou um golpe militar singularmente brutal. Aonde as Forças armadas ocupavam todo o espaço político e econômico. Com uma crise econômica galopante devido ao declínio das exportações, a Bolívia viu-se obrigada a reciclar-se em torno do narcotráfico, que passou a ser crescentemente administrado pelos próprios militares donos do poder. Mesmo sabendo dessa situação o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger em viagem a Bolívia para aplacar diplomaticamente o ímpeto narcoexportador, agradeceu, no entanto, o empenho no combate contra o “comunismo” do governo boliviano.

            Diferentemente das ditaduras da década de 1960, que possuíam um caráter mais “preventivo” de um eventual contágio de Revolução Cubana, as ditaduras da década de 1970 possuíam um caráter evidentemente contra-revolucionário. Esse ciclo golpista latino-americano da década de 1970 marcou a passagem definitiva do “caudilhismo” militar da primeira metade do século XIX que eram baseadas em um líder para o domínio. Agora o poder seria imposto por meio institucional das Forças Armadas, por toda parte governavam juntas militares.

            Foi nessa década que os Estados Unidos tornou-se o maior exportar de armamento para o terceiro mundo, superando a URSS. Mesmo assim ainda os gastos militares latino-americanos eram baixos por ficarmos longe dos pontos de maior conflito do planeta.

            Ainda assim o fortalecimento das forças militares era uma evento a notar-se. Fato esse que provinha do acirramento dos conflitos de fronteira e a proliferação dos enfrentamentos internos. Um dos maiores objetivos desses gastos era a “contra-insurgência” e o combate aos eventuais conflitos regionais, mas também fazia parte da corrida armamentista mundial. Em grande parte deve-se também a briga dos países industrializados pelo mercado de armamentos na América Latina.  Nessa área a hegemonia política dos Estados Unidos, porém, continuou sendo incontestável. A submissão política do exército argentino, por exemplo, à política hemisférica norte-americana era histórica e condicionou os militares argentinos, inclusive no diz respeito à produção e compra de armamentos. Criando um militarismo dependente que anulava não só a Argentina, mas todos os países da América Latina, pois o modus operanti era praticamente o mesmo para todas as nações em relação aos Estados Unidos.

            No Chile em 1973, o golpe de Pinochet se destaca pela selvageria com a qual destrói seus opositores e toma o poder, pois não perdoou representantes da cultura chilena reconhecidos internacionalmente. Foi um governo extremamente violento, voltado para torturas e assassinatos.

            No Brasil, no mesmo período procurava-se legitimar o Estado Militar, aplicando uma repressão seletiva para a sustentação do Estado. Com o resultado das eleições de 1974 favoráveis ao partido da oposição o MDB. A oposição teve sua representação no Congresso significativamente aumentada. Ainda assim quem mandava era o regime ditatorial que reprimia greves com assassinatos.

            Na Argentina, o governo peronista (1973-1974) vivia em crise permanente. Em 1974 Perón deu seu aval ao golpe policial que derrubou o governo a esquerda peronista de Córdoba e a AAA (Aliança Anti-comunista Argentina) conhecida como esquadrão da morte, operava com toda força.

            Com o golpe militar na Argentina, todo o Cone Sul e parte do resto do subcontinente estava sob controle de ditaduras militares. A segunda metade da década de 1970 seria a etapa mais sombria da história da América do Sul.

            O componente decisivo da instauração das ditaduras foi o terror, “terrorismo de Estado”. Onde tortura, prisões em nome da segurança nacional, assassinatos, produção de provas fraudulentas, coação para confessar crimes não cometidos, seqüestro de recém nascidos etc. foi comum em todas as ditaduras que se seguiram neste período.
            A ligação do governo dos Estados Unidos com as ditaduras no Brasil, Argentina,Uruguai, Chile e Paraguai eram coordenadas pela chamada “Operação Condor”. Seu objetivo era manter os países governados por militares trabalhando juntos e com o apoio da CIA.

            O fim das ditaduras militares na América Latina foi um complexo processo político de dimensões e alcance internacionais.  A Guerra das Malvinas reduziu a pó em pouco tempo o sistema de cooperação entre as ditaduras militares e os Estados Unidos. A ditadura mais pró-imperialista do Cone Sul a argentina, foi deixada na mão pelos Estados Unidos que tomou partido ao lado da Inglaterra no conflito. E se não bastasse outras ditaduras militares como a chilena que deu apoio logístico a Inglaterra e brasileira cedeu seu espaço para pousos caças ingleses em Porto Alegre.

            Os regimes militares do Cone Sul estavam com seus dias contados. É dentro de um quadro de instabilidade econômica e social que avançam as lutas pela liberdade ante as ditaduras. Com o apoio da Anistia Internacional e da ampla adesão popular e de órgãos da Igreja, Imprensa e Advogados, bloqueou as tentativas de reinstalar medidas coercitivas.

            No Brasil o sindicalismo foi um elemento essencial na luta contra a ditadura por meio das ondas grevistas de 1978. Em 1983 é criada a CUT (Central Única dos Trabalhadores) acrescentou um novo fator de crise do regime.

            Embora os sindicalistas não atingiram seu objetivo nas eleições diretas para presidente no ano seguinte, foi suficiente para quebrar a base política do regime militar. Então temos o nosso conhecido José “múmia” Sarney do Arena, já PDS, levar um setor do partido governista chefiado pelo mesmo a aliar-se com a oposição. Levando a eleições indiretas e a eleição de Tancredo Neves (PMDB) para presidente. Com o falecimento de Tancredo, temos inacreditavelmente a posse de Sarney, político vindo do próprio regime militar posto como presidente. E não é de se admirar que no acorde final temos, o regime militar-arenista no poder político da nação.

            As passagens de regimes militares para regimes democráticos, resultaram, portanto, da virada política dos Estados Unidos junto com a crise de dominação política das próprias ditaduras que afundaram devido a crise econômica mundial.



Referências:

GOGGIOLA, Osvaldo. Governos Militares na América Latina. São Paulo: Editora Contexto, 2001.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Nazistas na Amazônia: missão secreta para atacar países vizinhos.



Livro conta a história de expedição nazista à região. Imagem: Einestages Spiegel.
Os oficiais de Hitler estiveram aqui, gostaram do que viram e fizeram um plano audacioso e assustador: enviar uma missão secreta à Amazônia para atacar os países vizinhos e começar a ocupação da à América do Sul.
por Pieter Zalis

Os gringos querem tomar a Amazônia. Você já deve ter ouvido essa teoria conspiratória, que volta e meia aparece em conversas de bar. O que você provavelmente não sabe é que esse risco já existiu de verdade. Uma superpotência já esteve aqui mapeando o terreno. E não foram os EUA - foi a Alemanha nazista. "A tomada das Guianas é uma questão de primeira importância por razões político-estratégicas e coloniais." Essa frase faz parte de um relatório de 1940 preparado pelo biólogo e geógrafo Otto Schulz-Kamphenkel para a SS - a força de elite do Terceiro Reich. O objetivo da chamada Operação Guiana era colonizar as guianas Francesa, Inglesa e Holandesa. A invasão seria feita pelo norte do Brasil, pois os nazistas já haviam passado por aqui - e gostado do que viram. De 1935 a 1937, Schulz-Kamphenkel liderara uma expedição que começou em Belém do Pará e percorreu as margens do rio Jari, no atual estado do Amapá, até chegar à fronteira da Guiana Francesa.

Os metais preciosos da região e a forte influência dos ingleses na América do Sul foram os principais incentivadores da Operação Guiana. Em carta endereçada a Hitler, no dia 3 de abril de 1940, o oficial da SS Heinrich Peskoller diz que as reservas de ouro e diamantes locais seriam suficientes para sanar a situação financeira da Alemanha em poucos anos. "Na Guiana Britânica, a extração de ouro e diamante é mantida em baixa para não atrapalhar o mercado sul-africano (dominado também por ingleses). Nas mãos do Führer, cada metro quadrado de solo poderia ser em pouco tempo explorado pela grande Alemanha", escreveu o oficial.

Peskoller não queria apenas criar uma colônia para alimentar a economia do Terceiro Reich. A região teria importância na construção do Espaço Vital da raça ariana - pois os nazistas acreditavam que seria possível transformar a região em um lugar bom de viver. "O empenho e a técnica alemã poderiam domar as inúmeras cachoeiras na forma de usinas hidrelétricas colossais. Podendo fazer uma rede elétrica em todo o país com bondes, navegação fluvial, produção de madeiras nobres, pontes, aeroportos, escolas e hospitais. A comparação entre o antes e o depois da tomada dos alemães contaria pontos para o Führer", argumentava Peskoller.

A conquista das Guianas também traria outro grande benefício para os alemães: atrapalhar a Inglaterra. Os ingleses compravam muitas matérias-primas das Américas, e boa parte dos cereais consumidos no território inglês vinha da Argentina. Depois de montar a base na América do Sul e tomar as Guianas, o próximo passo dos nazistas seria mandar submarinos para a região - para que os navios que se dirigiam à Inglaterra fossem abatidos.

Em 1940, o projeto foi encaminhado a Heinrich Himmler, líder da SS e um dos principais nomes do governo nazista. "O plano parece romântico, mas é factível", defendeu Schulz-Kamphenkel. A operação, de acordo com o pesquisador, deveria ser feita em sigilo. Os alemães atacariam em duas frentes. Uma tropa de 150 soldados navegaria o rio Jari, no Amapá, para chegar a Caiena, capital da Guiana Francesa. Ao mesmo tempo, pequenas embarcações e 2 submarinos atacariam pela costa da Guiana.

A América do Sul e a Sibéria deslumbravam Schulz-Kamphenkel pelas riquezas naturais. Esses territórios eram considerados áreas ideais para a expansão do Terceiro Reich. Mas a invasão militar na Sibéria estava temporariamente descartada. Os Russos dominavam a região. E, até 22 de junho de 1941, estava em vigor um pacto de não-agressão germano-soviético. Sobrava a América do Sul.

Na avaliação dos nazistas, os países vizinhos não impediriam a invasão. O Brasil dera apoio irrestrito à primeira viagem de Schulz-Kamphenkel pela Amazônia, em 1935 (quando o pretexto dele era estudar a flora e a fauna locais), e não sabia dos planos de ataque. Uma possível represália dos EUA também era considerada improvável. Em 1940, eles ainda não estavam em guerra contra a Alemanha. Pela lógica da SS, a troca de poder nas colônias seria uma mera substituição de nações europeias na região - e não afetaria a influência dos americanos por aqui.

O plano também incluía previsões assustadoras para o período do pós-guerra. Após a conquista da Europa, o novo alvo seria o Japão. "Se conseguirmos assegurar (o território das Guianas), teremos uma posição estratégica para enfrentar o Japão", diz o relatório. Era uma questão de defesa. "Há o risco terrível de domínio amarelo no mundo. A raça branca está ameaçada pela raça amarela."

Antes de a guerra estourar, o jovem Otto Schulz-Kamphenkel já desfrutava de prestígio entre os homens fortes de Hitler. Sua primeira grande expedição foi na África, na atual região da Libéria, onde ele caçou animais - que vendeu para o zoológico de Berlim. Seu grande desejo era conhecer a floresta amazônica. A expedição ao Jari, em 1935, colocou o pesquisador no patamar dos mais prestigiados cientistas alemães da época. O Museu de História Natural de Berlim ainda expõe animais empalhados trazidos por Schulz-Kamphenkel, que também gravou um filme de 90 minutos, tirou 250 fotos e escreveu o livro O Enigma do Inferno Verde, que vendeu 100 mil exemplares na época. "A descrição da paisagem é muito precisa. Ainda hoje é possível se guiar na região com as referências dadas no livro", diz Cristoph Jaster, chefe do Parque Nacional Tumucumaque, no estado do Amapá.

No livro, saudações a Hitler se misturam com comentários sobre a superioridade da raça ariana. Imagens mostram um hidroavião e alguns barcos carregando bandeiras com suásticas. Os nazistas deixaram uma lembrança que pode ser vista até hoje na margem do rio Jari, a poucos metros da cachoeira de Santo Antônio. É uma cruz de 3 m de altura, decorada com uma suástica, em homenagem a um oficial que morreu durante a expedição.

Negros e índios eram considerados raças inferiores. Mas Schulz-Kamphenkel exaltava a boa relação construída com as tribos locais aparai, mayna e wajäpi. Os nativos, que despertavam a curiosidade dos alemães (e atraíram muitos espectadores para o filme que mostra a expedição) serviram como guias na desconhecida região da floresta amazônica. Quando surgiu a ideia do Projeto Guiana, Schulz-Kamphenkel dizia que sua boa relação com os locais seria um facilitador para a conquista germânica. "Ele não queria apenas participar da invasão. O bom contato com os índios fez Schulz-Kamphenkel sonhar com o governo da futura Guiana Alemã", afirma o alemão Jens Glüsing, autor do livro Das Guiana-Prokejt. Ein deutsches Abenteuer am Amazonas (Projeto Guiana - Uma Aventura Alemã no Amazonas), ainda sem tradução em português.

Militares disfarçados

O Ministério da Aeronáutica nazista forneceu um hidroavião para ajudar nos estudos na selva. Nas entrelinhas, havia um objetivo militar: testar técnicas de mapeamento aéreo. Esse aprendizado foi usado para fins militares durante a Segunda Guerra. Os ministérios das Relações Exteriores e da Guerra de Brasil e Alemanha cuidaram da burocracia e negociaram a isenção de impostos para armas, munição e mais de 30 toneladas de material para a expedição. O Museu Nacional no Rio de Janeiro, presidido por Paulo de Campos Porto, foi o principal incentivador do projeto pelo lado brasileiro. Esse apoio existiu porque a região era igualmente desconhecida pelo nosso governo, e o museu estava interessado nos resultados científicos obtidos pela expedição. Além disso, as células do Partido Nazista no Brasil tinham forte influência sobre setores do governo de Getúlio Vargas e fizeram lobby a favor da expedição.

Nazistas aqui?

A opinião pública também apoiou a expedição nazista. O jornal carioca Gazeta de Noticias publicou no dia 9 de agosto de 1935 uma matéria com o título: "Nas vésperas da sua sensacional expedição  ao Jari". A entrevista com o geógrafo alemão exaltava "uma viagem que mereceu os mais francos aplausos". O cientista era caracterizado como "uma expressão brilhante da moderna geração que ora está surgindo cheia de vida e coragem, disposta a derrubar os obstáculos que entravam a marcha da civilização".

Em outra entrevista para o Jornal do Norte, publicada no dia 24 de agosto de 1935, o piloto alemão Gerd Kahle agradeceu: "Não se esqueça de dizer pelo jornal que estamos muito sensibilizados pelas atenções das autoridades paraenses. Aos senhores Andrade de Ramos & Cia., proprietários de imensa extensão de terras no Jari, também estamos cativos pelas facilidades que nos têm assegurado a boa consecução do nosso empreendimento."

Mas a segunda expedição, em que os alemães viriam secretamente para invadir as guianas, acabou não saindo do papel. Ela não se concretizou por uma decisão pessoal de Himmler, o líder da SS, que esfriou os planos. Na estratégia dele, a guerra havia ganhado outras dimensões - e seria mais inteligente centrar fogo na Europa. Em 10 de maio de 1940, a Alemanha lançou uma grande ofensiva contra a Europa Ocidental. Em dias, a Holanda foi conquistada e, em pouco mais de um mês, Hitler realizou seu desfile histórico pela avenida Champs-Élysées, em Paris. "As invasões da Holanda e da França representaram a anexação automática de suas colônias ao governo nazista. Não havia mais a necessidade de invadir as Guianas", explica Jens Glüsing.

Com o decorrer da guerra, os habitantes da Guiana Francesa começaram a se revoltar contra as forças de Vichy (governo pró-nazista implantado na França durante a Segunda Guerra). A capital, Caiena, ganhou o clima de terra sem lei e virou palco da ação de espiões e fugitivos. Em 1943, com a ajuda dos EUA, o governo pró-nazista foi expulso da Guiana Francesa. Mas a população local era contra uma ocupação americana. E os franceses não tinham mais autoridade. O país estava sem comando - e o governo brasileiro começa a cogitar a anexação da Guiana Francesa ao Brasil. Livros de propaganda política, como Brasil, o País do Futuro, do austríaco Stefan Zweig, chegaram a ser distribuídos em Caiena. Mas Getúlio Vargas acabou desistindo do plano, pois temia criar atrito com os EUA.

Após voltar da Amazônia, Schulz-Kamphenkel se filiou à SS e chegou ao posto de tenente. Com outros cientistas, formou uma tropa de elite de pesquisadores a favor do nazismo. Depois, se envolveu na operação secreta Comando Especial Doca, que levou mais de 50 pesquisadores nazistas para estudar o Deserto do Saara e imaginar possíveis rotas que os ingleses e os franceses poderiam tomar até a Itália. Schulz também perambulou por Grécia, Iugoslávia, Finlândia, Polônia e Ucrânia.

Em 1945, ele foi preso na Áustria pelos americanos e enviado para um campo de prisioneiros de guerra. O FBI o interrogou em maio de 1946. No dossiê sobre o geógrafo, um oficial recomendou ao governo americano que adotasse as técnicas de mapeamento aéreo desenvolvidas por Schulz-Kamphenkel, mas isso não chegou a ser concretizado. No mesmo ano, ele foi solto e voltou para sua cidade natal, Hamburgo, onde abriu o Institut für Welkunde in Bildung und Forschung (Instituto de Formação e Pesquisa de Ciência do Mundo). Em funcionamento até hoje, a instituição fundada pelo ex-tenente da SS fornece filmes didáticos e material de ensino de geografia para escolas alemãs.

Depois de ser alvo de Hitler, a região do rio Jari e a fronteira com a Guiana Francesa se transformou em palco de extração de ouro, com a ação predatória de garimpeiros e exploração mineral desenfreada na década de 1980. Hoje, faz parte de uma área de proteção ambiental - mas, como toda a Amazônia, sofre com os efeitos do desmatamento, que cresceu 60% no segundo semestre de 2011. Hoje a grande ameaça à região é outra: a destruição ecológica.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Estamos rumando para um novo modelo de escravidão?



Saudações, mentes ávidas do amanhã!

Ao longo da história humana nunca conheci em minhas leituras um imperador, rei, parlamento, primeiro ministro, presidente ou qualquer governante criar uma lei que beneficiasse o trabalhador ou o povo, sem que o povo não fizesse longas greves, manifestações ou qualquer outro tipo de atividade que prejudicasse a ordem e obrigasse o governo a ceder por meio da força popular, pois o povo é a maioria.

Caso as coisas continuem assim, ao fim dessa pandemia os trabalhadores nos países de terceiro mundo serão pouco mais que escravos!

Várias empresas que continuam lucrando mesmo durante a pandemia, estão usando as leis criadas pelo governo com o objetivo de impedir o desemprego em prol de seus próprios interesses. Como implantar novas regras que prejudicam ou modificam a rotina dos trabalhadores, redução de salários, atraso no pagamento de direitos adquiridos etc.

Reitero que nunca o povo conquistou direitos ficando sentado ou reclamando, mas somente por meio de levantes populares!

Literalmente estão "ferrando" os trabalhadores e não vão querer mudar as regras depois que a pandemia passar, pois terão sempre novas justificativas para manter leis que beneficiam somente os empresários!

Nos últimos 20 anos vimos o surgimento de banco de horas, rescisões fora do sindicato, fim das horas extras, horário de almoço de 30 minutos, negociações coletivas se sobrepondo a CLT, ampliação das terceirizações, dentre outras.

Diante disto tudo deixo está pergunta:  estamos rumando para um novo modelo de escravidão?

Leandro Claudir Pedroso