Segundo (STENBERG, 2000,
p.22) a psicologia cognitiva trata do modo como as pessoas percebem, aprendem,
recordam e pensam sobre a informação. Por exemplo, o que é estudado em um livro
didático sobre psicologia cognitiva?
a) Cognição - As pessoas
pensam;
b) Psicologia cognitiva - Os
cientistas pensam a respeito de como as pessoas pensam;
c) Estudantes de psicologia
cognitiva- As pessoas pensam sobre a maneira como os cientistas pensam a
respeito de como as pessoas pensam;
d) Professores que ensinam
psicologia cognitiva aos estudantes - Você capta a ideia.
Para a Gestalt, o elemento
fundamental estrutura do processo cognitivo é o insight (percepção de
relações), base de toda a aprendizagem.
Um dos principais
representantes desta linha é Piaget, que não elaborou uma teoria da
aprendizagem, mas sim uma teoria do desenvolvimento mental. Para ele a
aprendizagem é "aumento do conhecimento"- só há aprendizagem quando o
esquema de assimilação sofre acomodação. Ou seja: uma reestruturação da
estrutura cognitiva (esquemas de assimilação existentes) do indivíduo, o que
resulta em novos esquemas de assimilação mental.
Para Ausubel, a aprendizagem
significa organização e integração do material na estrutura cognitiva. Admite a
existência de uma estrutura na qual a organização e a integração de ideias se
processam. A experiência cognitiva é caracterizada por um processo de
integração no qual os conceitos novos se interagem com os já existentes na
estrutura cognitiva, integrando o novo material e, ao mesmo tempo, modificando-se.
Condição importante para
haja aprendizagem, o aprendiz deve manifestar disposição para relacionar de
forma substantiva o novo material à sua estrutura cognitiva.
Bruner parte do conceito de
que aprendizagem é modificação do comportamento resultante da experiência.
Abaixo serão apresentados os
resumos das teorias de aprendizagem apresentadas no texto:
Epistemologia Genética (J. Piaget)
O conceito de estrutura
cognitiva é central para a teoria de Piaget. Estruturas cognitivas são padrões
de ação física e mental subjacentes a atos específicos de inteligência e
correspondem a estágios do desenvolvimento infantil. Existem quatro estruturas
cognitivas primárias - estágios de desenvolvimento - de acordo com Piaget:
sensorial-motor, pré-operações, operações concretas e operações formais. No
estágio sensorial-motor (0-2 anos), a inteligência assume a forma de ações
motoras. A inteligência no período pré-operação (3-7 anos) é de natureza
intuitiva. A estrutura cognitiva durante o estágio de operações concretas (8-11
anos) é lógica, mas depende de referências concretas. No estágio final de
operações formais (12-15 anos), pensar envolve abstrações.
As estruturas cognitivas
mudam através dos processos de adaptação: assimilação e acomodação. A
assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas
cognitivas existentes, enquanto que a acomodação se refere à mudança da
estrutura cognitiva para compreender o meio. O desenvolvimento cognitivo
consiste de um esforço constante para se adaptar ao meio em termos de
assimilação e acomodação. Nesse sentido, a teoria de Piaget é similar a outras
teorias de aprendizagem construtivistas como as Bruner e Vygotsky.
Embora os estágios de
desenvolvimento cognitivo identificados por Piaget estejam associados a faixas
de idade, eles variam para cada indivíduo. Além disso, cada estágio tem
diversas formas estruturais detalhadas. Basta observar que o período
operacional concreto tem mais de quarenta estruturas distintas, cobrindo
classificação e relações, relações espaciais, tempo, movimento, oportunidade,
número, conservação e medida. Uma análise detalhada similar das funções
intelectuais é fornecida por teorias de inteligência, como Guilford, Gardner e
Sternberg.
Piaget explorou as
implicações de sua teoria em todos os aspectos do desenvolvimento da cognição,
inteligência e moral. Muitos dos experimentos de Piaget foram focalizados no
desenvolvimento de conceitos matemáticos e lógicos. A teoria foi bastante
aplicada no modelo de prática de ensino e de currículo na educação elementar
(Bybee & Sund, 1982; Wadsworth, 1978).
O desenvolvimento cognitivo
tem como facilitador atividades ou situações que envolvam os aprendizes e que
requeiram adaptação destes. Os materiais de aprendizado e atividades devem
envolver um nível apropriado de operações motoras ou mentais para uma criança
de uma dada idade. É preciso evitar o pedido para que os aprendizes realizem
tarefas que estejam além de suas capacidades cognitivas atuais.
Teoria Construtivista (J. Bruner)
Bruner afirma que o
aprendizado é um processo ativo, no qual o aprendiz constrói novas idéias ou
conceitos, baseado em seus conhecimentos prévios e os que estão sendo
estudados, baseado em sua estrutura mental inata. O aprendiz filtra e
transforma a nova informação, infere hipóteses e toma decisões, utilizando uma
estrutura cognitiva. Essa estrutura cognitiva - esquemas e modelos mentais -
fornece significado e organização para as novas experiências, permitindo ao
aprendiz enriquecer seu conhecimento além do conceito estudado, através do
relacionamento das novas informações com seus conhecimentos prévios.
O papel do instrutor é o de
incentivador dos alunos no sentido de descobrirem por si mesmos os princípios
do conteúdo a ser aprendido. O instrutor e o aluno devem manter um diálogo
ativo, através do qual o instrutor traduz a informação a ser aprendida em um
formato adequado à compreensão do aluno. O currículo deve ser organizado em
espiral, para que o aluno construa continuamente sobre o que já aprendeu. O
aluno vai descobrir aquilo que já existe em sua estrutura cognitiva. O
professor não é apenas um passador de informação.
Teoria da Inclusão (D. Ausubel)
Ausubel preocupa-se com a
aprendizagem que ocorre na sala de aula da escola. O fator mais importante de
aprendizagem é o que o aluno já sabe. Para que ocorra a aprendizagem, conceitos
relevantes e inclusivos devem estar claros e disponíveis na estrutura cognitiva
do indivíduo, funcionando como ponto de ancoragem. Ausubel está interessado em
saber como os indivíduos aprendem grandes quantidades de material significativo
por meio de apresentações verbais/textuais em um quadro escolar. Um processo
primário em aprendizado é a inclusão, na qual o conhecimento novo é relacionado
com as idéias relevantes da estrutura cognitiva existente em uma base
substantiva. As estruturas cognitivas representam o resíduo de todas as
experiências de aprendizado. A aprendizagem ocorre quando uma nova informação
ancora-se em conceitos ou proposições relevantes preexistentes na estrutura
cognitiva do indivíduo. O armazenamento de informações no cérebro é altamente
organizado formando uma hierarquia na qual elementos mais específicos de conhecimentos
são ligados ( = assimilados) a conceitos mais gerais, mais inclusivos.
Ausubel recomenda o uso de
organizadores prévios que sirvam de âncora para a nova aprendizagem e levem ao
desenvolvimento de conceitos classificadores que facilitem a aprendizagem
subseqüente .
Organizadores prévios são
materiais introdutórios apresentados antes do material a ser aprendido em si.
Sua principal função é de servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o
que ele deve saber a fim de que o material possa ser aprendido de forma
significativa. Facilitam a aprendizagem na medida em que funcionam como
"pontes cognitivas".
"A essência do processo
de aprendizagem significativa é que idéias simbolicamente expressas sejam
relacionadas de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária ao que o
aprendiz já sabe, ou seja, a algum aspecto de sua estrutura cognitiva especificamente
relevante para a aprendizagem dessas idéias. Este aspecto especificamente
relevante pode ser, por exemplo, uma imagem , um símbolo, um conceito, uma
proposição, já significativo".
Ausubel (1978,p.41):
"As idéias mais gerais de um assunto devem ser apresentadas primeiro e,
depois, progressivamente diferenciadas em termos de detalhe e especificidade.
Os materiais de instrução devem tentar integrar o material novo com a
informação anteriormente apresentada por meio de comparações e referências
cruzadas de idéias novas e antigas."
EYSENCK, Michael W.;KEANE, Mark
T. Cognitive psychology: a student's handbook.United Kingdom: British Library
Cataloguing in Publication Data, 1994.
STENBERG,
Robert J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000.
STILLINGS, Neil A. Cognitive
Science: an introduction. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology,
1989.
TOVAR,
Sônia Maria; ROSA, Marilaine Bauer da Silva Santa.(ORG) Psicologia da
aprendizagem. Rio de Janeiro: Agua-Forte, 1990.
Links:
Página
do Planeta Educação com explicações sobre várias teorias pedagógicas.
Página
em inglês da Funderstanding, com explicações das teorias da aprendizagem.
Página
da professora Maria Celita de Oliveira Parreiras da Universidade de Itaúna
sobre Formação docente e capacitação continuada. Possui explicações sobre
algumas Teorias da aprendizagem.
"Explorations in Learning
& Instruction: The Theory Into Practice Database". Página em inglês com resumos das 50
maiores teorias de aprendizado e instrução, além de explicações sobre outros
assuntos realcionados ao aprendizado.
"Infed.org, the home of
informal education." Página
em inglês com resumos das contribuições dos principais pensadores, além de
exemplos de seus trabalhos, detalhes da biografia e links para outros websites.
"Infed.org, the home of
informal education." Página
em inglês sobre aprendizado, que fala, entre outros temas, sobre os modelos de
aprendizado.
Material
do curso de "Inteligência Artificial e Educação" da professora
Heloisa Vieira da Rocha da Unicamp.
Página
sobre educação matemática, voltada para aplicação do construtivismo na sala de
aula. Contém vários artigos e explicações de temas relacionados.
"Developing Instruction or
Instructional Design". Página
em inglês que fala sobre cinco teorias de aprendizagem, entre elas o
construtivismo e as condições de aprendizado de Gagné.
Página
sobre o construtivismo e o instrucionismo, com vários links para sites
relacionados.
Página
sobre a aprendizagem, que fala sobre as principais teóricos e suas teorias.
"Grandes
Mestre - Novas Idéias sobre a Educação: Alguns Educadores que influenciaram a
Educação"
Quadro
comparativo com vários links sobre as teorias de aprendizagem.
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