quinta-feira, 19 de junho de 2014

Estudo Teórico da Ponerologia (estudo científico sobre o que podemos claramente chamar Mal).



“A boa saúde do Mundo ainda não restaurada; e os restos da grande doença estão ainda bastante ativos e ameaçam uma repetição da doença.”

Dr. Andrew Lobaczewski

Apresento uma introdução dessa matéria que, no momento atual, volta a ser de suma importância, quando examinada sob o prisma de pessoas portadoras desse tipo de perfil psicológico, que chegam a ocupar altos cargos de um país.

Consegui encontrar o significo do título: ponero, do grego = MAL. Ponerologia seria estudo do mal. Portanto ponerologia política seria..... é melhor lerem os especialistas.

Ponerologia Política: Uma Ciência sobre a Natureza do Mal, ajustada para propósitos políticos.

Caros leitores, gostaríamos de chamar a vossa atenção para este artigo de extrema importância para compreender o atual mal-estar do nosso Mundo, e onde se encontra a origem para tal miséria.

O artigo, escrito por Laura Knight-Jadczyk, é uma revisão e sumário de um livro redigido por um psicologo Polaco de seu nome Andrew M. Lobaczeski. De acordo com a Srª. Knight-Jadczyk este pode ser o livro mais importante que alguém pode ler durante a sua vida. Explica a incidência da psicopatia e outras desordens de personalidade (caracteropatias) e como se infiltram em todas as áreas da sociedade, que tem como resultado um efeito tremendamente negativo nas nossas vidas e mentes. Também nos proporciona com ferramentas, e uma mensagem de esperança em relação a como nos podemos proteger e a melhor nos imunizarmos desta influência.

A plutocracia é uma doença de grandes movimentos sociais seguidas por sociedades inteiras, nações e impérios. Durante o curso da historia Humana, ela afetou movimentos sociais, políticos e religiosos, bem como as ideologias que as acompanhavam. Tornando-as caricaturas delas próprias. Isto ocorreu devido à participação de agentes patológicos num processo patodinâmico similar. Isto explica porque é que todas as plutocracias do Mundo são, e sempre foram tão similares nas suas propriedades essenciais.

A identificação deste fenômeno através da história e a sua classificação correta de acordo com a sua verdadeira natureza e conteúdos – não de acordo com a ideologia em questão, que sucumbiu ao processo de caricatura – é um trabalho para historiadores.

As ações de uma plutocracia afetam uma sociedade inteira, começando pelos líderes e infiltrando-se em cada cidade, negócio e instituição. A estrutura social patológica cobre gradualmente todo o país criando uma nova “classe” dentro da nação. Esta classe privilegiada [de plutocratas] sente-se constantemente ameaçada pelos “outros”, ou seja, pela maioria das pessoas normais. Nem tão pouco os plutocratas têm ilusões sobre o seu destino pessoal se houvesse um retorno ao sistema do Homem normal. [Andrew M. Lobaczewski Political Ponerology: A science on the nature of evil adjusted for political purposes].

A palavra psicopata evoca geralmente imagens do pouco restringido – mas surpreendentemente urbano – Dr. Hannibal Lecter do filme “Silêncio dos Inocentes”. Eu admito que era esta a imagem que me que ocorria à mente sempre que ouvia a palavra. Mas estava errada, e iria aprender esta lição de forma bastante dolorosa por experiência direta. Os detalhes exatos são contados num outro sítio; o que é importante é que esta experiência foi provavelmente um dos mais dolorosos e instrutivos episódios da minha vida e permitiu-me superar um bloqueio de percepção do mundo à minha volta e das pessoas que nele habitam.”­

            Em relação a bloqueios de percepção, preciso comunicar para que fique registrado, que passei 30 anos a estudar psicologia, historia cultura, religião, mitologia e o chamado paranormal. Também trabalhei durante muitos anos com hipnoterapia – que me facilitou um conhecimento mecânico bom sobre como a mente/cérebro dos seres humanos opera a níveis bastante profundos. Mas mesmo assim, eu ainda funcionava com certos dogmas firmemente ancorados que foram estilhaçados com a minha pesquisa sobre psicopatia. Percebi que existiam um grupo de ideias, que tinha sobre os seres humanos que eram sacrossantas. Tendo até escrito sobre isso a uma dada altura da seguinte forma:

            O meu trabalho mostrou-me que a vasta maioria das pessoas querem fazer bem, experienciar coisas boas, ter bons pensamentos e tomar decisões com bons resultados. E elas tentam com toda a sua força fazê-lo! Com a maioria das pessoas a ter este desejo interno, porque diabo não está a acontecer.

            Fui ingénua, admito. Houve muitas coisas que desconhecia e que aprendi desde que escrevi essas palavras. Mas mesmo nessa altura estava consciente de como as nossas mentes podem ser usadas para nos enganar.

Mas, que crenças possuía eu que me faziam vítima de um psicopata?

            O primeiro e mais óbvio é que eu acreditava verdadeiramente que no âmago, todas as pessoas são basicamente “boas” e que elas “querem fazer bem, experienciar coisas boas, ter bons pensamentos e tomar decisões com bons resultados. E elas tentam com toda a sua força fazê-lo…”

            Como é sabido, isto não é verdade como eu – e todas as pessoas envolvidas no nosso grupo de trabalho – aprendi para o nosso desgosto, como se costuma dizer. Mas também aprendemos para a nossa edificação. De maneira a chegar a algum entendimento sobre exatamente que tipo de ser humano pode fazer as coisas que me foram feitas a mim (e a outros chegados a mim), e como podem eles ser motivados – até impulsionados – a comportarem-se desta maneira, começamos a pesquisar literatura sobre psicologia à procura de pistas porque precisávamos de entender para a nossa própria paz de espírito.

            Se existe uma teoria psicológica que pode explicar comportamentos prejudiciais e viciosos, esta ajuda grandemente a vítima de tais atos ter essa informação para que não passe todo o tempo a sentir-se magoada e zangada. E certamente, se existe uma teoria psicológica que pode ajudar uma pessoa a encontrar o tipo de palavras e ações que podem atravessar o abismo entre pessoas, em ordem a sarar desentendimentos, esse é um objetivo digno. Foi a partir de uma tal perspectiva que começamos o nosso extenso trabalho sobre o assunto do narcisismo que depois deu origem ao estudo de psicopatia.

            Claro, que não começamos com esse diagnóstico ou rotulo para o que estávamos a testemunhar. Começamos com observações e pesquisamos literatura à procura de pistas, perfis, e de qualquer coisa que nos ajudasse a compreender o mundo interno do Ser Humano – em boa verdade de um grupo de Seres Humanos – que pareciam ser absolutamente depravados e totalmente diferentes de tudo o que tínhamos encontrado anteriormente.

            Imaginem se puderem não possuir uma consciência, nenhuma de todo, não terem sentimentos de culpa ou remorso independentemente dos atos praticados, não terem um limitante sentido de preocupação para com o bem-estar de estranhos, amigos ou até membros familiares. Imaginem não ter que lutar contra a vergonha, nenhuma vez durante a vossa vida, independentemente do ato egoísta, indolente, prejudicial ou imoral que tenham tido.

            E finjam que o sentido de responsabilidade é desconhecido para vocês, exceto como um fardo que os outros parecem aceitar sem questões, como tolos crédulos.

            Agora junte a esta estranha fantasia a habilidade de dissimular ou ocultar de outras pessoas que o vosso perfil psicológico é radicalmente diferente do deles. Desde que todas as pessoas assumam simplesmente que a consciência é algo universal em todos os seres humanos, esconder o fato de que se é livre de consciência é praticamente feito sem esforço.

            Você não se retrai por culpa ou vergonha de nenhum dos seus desejos, e nunca se é confrontado por outros pela sua frieza. A água gelada nas vossas veias é tão bizarra, tão completamente fora da experiência pessoal dos outros, que eles raramente se dão conta da vossa condição.

            Por outras palavras, vocês são completamente livres de restrições internas, e a vossa liberdade sem entraves para fazer o que quiserem, sem dores de consciência, é convenientemente invisível ao mundo.

            Vocês podem fazer tudo o quiserem, e mesmo assim a vossa estranha vantagem sobre a maioria das pessoas, que são colocadas em linha pela sua consciência, vai com toda a probabilidade permanecer não descoberta.


Como irá viver a sua vida?

            O que vai fazer com esta sua enorme e secreta vantagem, e com a desvantagem correspondente das outras pessoas (consciência)?

            A resposta vai depender em larga medida dos desejos que tem, porque as pessoas não são todas iguais. Até mesmo os profundamente pouco escrupulosos não são todos iguais. Algumas pessoas – apesar de terem uma consciência ou não – dão preferência à facilidade da inércia, enquanto outros estão cheios com sonhos e ambições selvagens. Alguns seres humanos são brilhantes e talentosos, alguns são pouco inteligentes, e a maior parte, com consciência ou não, estão algures no meio. Existem pessoas violentas e não violentas, indivíduos que são motivados pela sede de sangue e aqueles que não têm tal apetite.Dando-se o caso de que não é forçosamente parado, pode fazer o que quiser.

            Se nascer no momento certo, com algum acesso a fortunas familiares, e tem um talento especial para “enaltecer” o sentido de ódio e de privação de outras pessoas, pode arranjar maneira de matar largos números de pessoas desavisadas. Com dinheiro suficiente, pode realizar isto de bastante longe, e pode sentar-se confortavelmente e observar com satisfação.

Louco e assustador – e real, em cerca de 4 por cento da população….

            A taxa de prevalência para desordens relativas à anorexia está estimada em 3,43 por cento, considerada como quase epidémica, e mesmo assim este número é uma fracção mais baixo do que a taxa de transtorno de personalidade antissocial. As desordens de maior grau classificadas como esquizofrenia ocorrem em apenas 1 por cento da população – um mero quarto da taxa de personalidade anti-social – e os centros de controle de doenças e prevenção afirmam que a taxa de cancro do cólon nos Estados Unidos da América, considerada alarmantemente alta, é de cerca de 40 para 100.000 – mil vezes mais baixa que a taxa de transtorno de personalidade antissocial.

            A alta incidência da sociopatia na sociedade humana tem um profundo efeito no resto de nós que também temos de viver neste planeta, mesmo para aqueles de nós que não foram clinicamente traumatizados. Os indivíduos que constituem estes 4 por cento secam as nossas relações, as nossas contas bancárias, os nossos feitos, a nossa autoestima, a nossa própria paz na Terra.

            Porém surpreendentemente, muitas pessoas nada sabem sobre esta desordem, ou se sabem, pensam apenas em termos de psicopatia violenta – assassinos, assassinos em série, assassinos em massa – pessoas que conspicuamente quebraram a lei vezes sem conta, e que, se apanhadas, serão encarceradas, talvez até sujeitas à pena de morte, onde esta se aplicar.

            Comumente não temos percepção, nem usualmente identificamos, o grande número de sociopatas entre nós, pessoas que muitas vezes não são violadores da lei flagrantes, e contra as quais o nosso sistema legal pouca proteção oferece.

            A maioria de nós não imaginaria nenhuma correspondência entre conceber um genocídio étnico e, por exemplo, mentir sem sentimento de culpa ao nosso patrão sobre um colega de trabalho. Mas a correspondência psicológica não está apenas lá; é de arrepiar. Simples e profundo, o elo é a falta do mecanismo interior que nos castiga, emocionalmente falando, quando efetuamos uma escolha que vimos como imoral, antiética, negligente ou egoísta.

            A maioria de nós sente-se mais ou menos culpada se comer a ultima fatia de bolo na cozinha, sem falar como nos deveríamos sentir se intencionalmente e metodicamente nos propuséssemos a magoar outra pessoa.

            Aqueles que, de todo, não têm consciência são um grupo próprio, quer sejam déspotas homicidas ou meramente atiradores furtivos sociais sem escrúpulos.

“A presença ou ausência de consciência é uma profunda divisão humana, sem questão mais significante que a inteligência, raça ou mesmo sexo.”

            O que diferencia um sociopata que vive do trabalho dos outros de um que ocasionalmente rouba uma loja, ou de um que seja um barão criminoso contemporâneo – ou o que diferencia um ordinário “bully (provocador)” de um assassino sociopata – não é mais nada que o estatuto social, motivação, intelecto, sede de sangue ou simplesmente oportunidade.

            O que distingue todas estas pessoas do resto de nós é um buraco absolutamente vazio na psique, onde deveria estar a mais evoluída de todas as funções humanizantes.

[Martha Stout – The Sociopath Next Door] (altamente recomendado)

            Nós não tivemos a vantagem do livro da Dr. Stout no inicio do nosso projeto de pesquisa. Tivemos, com certeza, Hare e Cleckley e Guggenbuhl-Craig e outros. Existem ainda mais que apareceram nos últimos anos em resposta às questões que estavam a ser formuladas por muitos psicólogos e psiquiatras sobre o estado do nosso mundo e a possibilidade de existir uma diferença fundamental entre indivíduos como George W. Bush e muitos dos chamados Neocons, e o resto de nós.

            O livro da Dr. Stout tem uma das explicações mais extensas sobre o por que de nenhum dos seus exemplos se assemelharem a nenhuma pessoa que eu tenha lido. E depois, num capítulo inicial, ela descreve um caso “compósito” onde o sujeito passou a sua infância a explodir rãs com bombas de carnaval. É bastante conhecido que George W. Bush fez isto, dai que uma pessoa naturalmente se questione.

            De qualquer maneira, mesmo sem o trabalho da Dr. Stout, na altura em que estávamos a estudar o assunto, apercebemo-nos do que o que estávamos a aprender era bastante importante para todos porque à medida que os dados se iam juntando, vimos que as pistas, os perfis, revelaram que os problemas que estávamos a enfrentar foram enfrentados por todos em uma ou outra altura, em uma ou outra proporção. Também começámos a apercebermo-nos que os perfis que emergiram também descreviam, de uma maneira acertada muitos indivíduos que procuram posições de poder em campos de autoridade, particularmente na política e comércio. Isto realmente não é uma ideia surpreendente, mas honestamente não nos tinha ocorrido até termos visto os padrões e os reconhecermos em comportamentos de numerosas figuras históricas, e ultimamente em George W. Bush e em membros da sua administração.

            Estatísticas atuais dizem-nos que existem mais pessoas consideradas doentes psicologicamente que saudáveis. Se se tirar uma amostra de pessoas de um determinado campo, vai provavelmente constatar que um número significativo delas irá demonstrar sintomas patológicos com vários graus de gravidade. A política não é exceção, e pela sua própria natureza, tenderia a atrair mais patologias do “tipo dominador” do que noutros campos. Isto é apenas lógico, e nós começámos a entender que não era apenas lógico, era horrificamente preciso; horrificamente porque patologias entre pessoas com poder podem ter efeitos desastrosos em todas as pessoas sob o controle de tais indivíduos patológicos. Daí, decidimos escrever sobre este assunto e publicá-lo na Internet.

            Conforme o material foi sendo divulgado, cartas dos nossos leitores começaram a chegar agradecendo-nos por pôr um nome naquilo que estava a acontecer nas suas vidas pessoais assim como a ajuda-los a compreender o que estava a acontecer num mundo que parece que ficou completamente louco. Começámos a pensar que era uma epidemia e num certo sentido, estávamos corretos; apenas não no sentido que pensávamos. Se um indivíduo com uma doença altamente contagiosa trabalha num emprego que o põem em contato com o publico, uma epidemia é o resultado. No mesmo sentido, se um indivíduo numa posição de poder politico é um psicopata, ele, ou ela, pode criar uma epidemia de psicopatologia em pessoas que não são, em essência, psicopáticas. As nossas ideias ao longo desta linha demoraram pouco tempo a receber confirmação de uma fonte inesperada. Eu recebi um e-mail de um psicologo Polaco que me escreveu da seguinte forma:

Caras Senhoras e Senhores.

Tenho o vosso projeto de investigação especial sobre psicopatia no meu computador. Vocês estão a fazer um trabalho da maior importância e valor para o futuro das nações. […]

Sou um psicólogo clínico, bastante envelhecido. À quarenta anos atrás participei numa investigação secreta sobre a verdadeira natureza e psicopatologia do fenômeno macro-social chamado “comunismo”. Os outros investigadores eram os cientistas da prévia geração, tendo já falecido.

O estudo profundo da natureza da psicopatia, que desempenhou o papel essencial e inspirador neste fenômeno psicopatológico macro-social , e que o distingue de outras anomalias mentais, parecia ser a preparação necessária para a compreensão de toda a natureza do fenómeno.

A maior parte do trabalho, que estão a efetuar agora, foi feita nesses tempos.

Tenho possibilidade de vos facilitar um, deveras valioso, documento científico, útil para os vossos propósitos. É o meu livro “PONEROLOGIA POLITICA – Uma ciência sobre a natureza do mal ajustada para propósitos políticos”. Podem também encontrar uma cópia deste livro na Biblioteca do Congresso e algumas universidades e bibliotecas públicas nos EUA.

Tenham a amabilidade de me contatar para que vos possa enviar uma cópia.
Atenciosamente!
Andrew M. Lobaczewski

          
  Prontamente escrevi uma resposta. Um par de semanas depois o manuscrito chegou ao correio.

            Ao longo da leitura, apercebi-me do que estava a segurar nas mãos era essencialmente uma crônica de uma descida ao inferno, transformação, e retorno triunfante ao mundo com um conhecimento desse inferno que era inestimável para o resto de nós, particularmente nestes dias em que parece evidente que um inferno similar está a envolver o planeta. Os riscos que foram tomados pelos cientistas que efetuaram a pesquisa na qual o livro é baseado estão para além da compreensão de muitos de nós. Muitos deles eram jovens, a começarem as carreiras quando os nazistas começaram a atravessar e a subjugar a Europa sobre as suas botas de cano alto. Estes investigadores viveram através disso, e depois quando os nazistas foram repelidos e substituídos pelos comunistas sobre o calcanhar de Stalin, enfrentaram anos de opressão, os quais não podem ser nem sequer imaginados por aqueles de nós que escolhem hoje fazer frente ao Bush Reich. E assim, como estavam lá, e viveram através disso, e trouxeram de volta informação para o resto de nós, pode bem ser que as nossas vidas possam ser salvas por ter um mapa para nos guiar na escuridão descendente. É neste contexto que gostaria de demonstrar como o Dr. Lobczewski discute o valor dos estudos clínicos e próximo do mal no seu livro, antes de nos voltarmos para o assunto da Ponerologia:

            Esta nova ciência é incalculavelmente rica em detalhe casuísta… Contém conhecimento e uma descrição do fenômeno nas categorias das ciências naturais, com as correspondentes modificações de acordo com a necessidade de entendimento de [muitos] assuntos…

            O desenvolvimento desta familiaridade com o fenômeno é acompanhada pelo desenvolvimento de linguagem comunicativa, através da qual a sociedade pode manter-se informada e emitir avisos de perigo. Uma terceira linguagem aparece assim em paralelo com a doubletalk (linguagem ambígua) ideológica… em parte, pede emprestado nomes utilizados pela ideologia oficial nos seus significados modificados. Em parte, esta linguagem opera com palavras emprestadas de piadas ainda mais animadas. Apesar da sua estranheza, esta linguagem torna-se num meio útil de comunicação e tem um papel na regeneração de elos sociais. … Não obstante, apesar de esforços por parte de homens de letras e jornalistas, esta linguagem mantém-se comunicativa apenas em círculos de iniciados; torna-se hermética fora do âmbito do fenômeno, incompreensível para pessoas às quais falta a experiência pessoal apropriada. […]

            Esta nova ciência, expressa numa linguagem derivada de uma realidade desviante, é algo de estranho a pessoas que desejam compreender este fenômeno macrossocial, mas pensam nas categorias dos países do homem normal. Tentativas para compreender esta linguagem produzem um certo sentido de desamparo que dá azo à tendência de criar doutrinas próprias, construídas de conceitos próprios do mundo pessoal e de uma certa quantidade de material de propaganda autocrática. Tal doutrina - um exemplo seria a doutrina anticomunista Norte Americana – faz com que entender essa outra realidade seja ainda mais difícil. Que a descrição objetiva apresentada aqui os possibilite a ultrapassar o impasse assim gerado.

            Papel específico de certos indivíduos durante esses tempos merece uma atenção especial; eles participaram na descoberta da natureza desta nova realidade e ajudaram outros a encontrar o caminho certo. Estes indivíduos tinham uma natureza normal, mas uma infância infortunada, sendo sujeitos desde muito novos a uma dominação de indivíduos com vários desvios psicológicos, incluindo egotismo patológico e métodos de aterrorizar outros. O novo sistema de dominação fez-se notar a tais pessoas como um sistema de multiplicação social do que eles conheciam por experiência pessoal. Desde o inicio, eles assim viram esta realidade muito mais prosaicamente, imediatamente tratando a ideologia de acordo com as historias paralogisticas bem conhecidas deles, que o propósito era esconder a amarga realidade das suas experiências juvenis. Rapidamente atingiram a verdade, pois a gênese e natureza do mal são análogas irrespetivamente da escala social em que aparecem.

            Tais pessoas raramente são compreendidas em sociedades felizes, mas aí tornam-se úteis; as suas explicações e conselhos provaram-se certos e foram transmitidos a outros ao juntarem-se à rede desta herança aperceptiva. Mesmo assim o seu sofrimento foi dobrado, pois este era um demasiado igual tipo de abuso para apenas uma vida.

            Finalmente, a sociedade testemunha o aparecimento de indivíduos que ganharam uma percepção intuitiva excepcional e conhecimento pratico na área de como os patocratas (sistema de governo criado por uma pequena minoria patológica que toma o controle de uma sociedade de pessoas normais) pensam e como um similar sistema de regras ópera.

            Alguns deles tornaram-se tão proficientes na linguagem psicopática desviada e nas suas idiomáticas que eram capazes de a utilizar, tal como uma língua estrangeira que tivessem aprendido bem. Como a intenção é decifrar as intenções das autoridades, tais pessoas oferecem conselhos a pessoas que tenham problemas com as autoridades. Estes, usualmente desinteressados defensores da sociedade das pessoas normais têm um papel insubstituível na vida de uma sociedade. Os patocratas (sistema de governo criado por uma pequena minoria patológica que toma o controle de uma sociedade de pessoas normais), por outro lado, nunca podem aprender a pensar em categorias humanas normais. Ao mesmo tempo, a habilidade de prever os atos de reação de uma tal autoridade também leva à conclusão que o sistema é rigidamente causativo e tem uma lacuna na liberdade de escolha natural.

“Uma vez referenciei uma paciente que tinha sido cativa em um centro de concentração Nazi. Ela voltou desse inferno em uma tão boa condição que ainda foi capaz de casar e criar três filhos. No entanto, os seus métodos de educação eram tão rígidos que eram reminiscentes da vida nos campos de concentração tão teimosamente perseverante em antigos prisioneiros. As reações das crianças foram protestos neuróticos e agressividade para com outras crianças.”

            Durante a psicoterapia da mãe, relembrámos as figuras de oficiais masculinos e femininos das SS, apontando as suas características psicopáticas (tais pessoas eram principalmente recrutas). Para a poder ajudar a eliminar o material patológico da sua pessoa, mostrei-lhe dados estatísticos aproximados sobre a prevalência de tais indivíduos na população como um todo. Isto ajudou-a a chegar a uma visão mais objetiva dessa realidade e a restabelecer confiança na sociedade das pessoas normais.

            Paralelo ao desenvolvimento do conhecimento prático e a uma linguagem de comunicação de quem está por dentro, outros fenómenos psicológicos tomam forma; eles são verdadeiramente significantes na transformação da vida social sobre domínio patocratico (sistema de governo criado por uma pequena minoria patológica que toma o controle de uma sociedade de pessoas normais), e discerni-los é essencial se o desejo de uma pessoa for entender indivíduos e nações destinadas a viver sob tais condições e avaliar a situação na esfera política. Eles incluem a imunização psicológica das pessoas e a sua adaptação à vida sob tais condições desviantes.

            Os métodos de terror psicológico (essa especifica arte patocratica), as técnicas de arrogância patológica, e as investidas de violência bruta ás almas de outras pessoas, inicialmente têm tais efeitos traumáticos que elas são privadas da sua capacidade de reação; eu já argumentei sobre os aspectos psicológicos de tais estados. Dez ou vinte anos mais tarde, comportamentos análogos podem ser reconhecidos como uma parvoíce e não priva a vítima da sua habilidade de pensar e reagir de acordo com a situação. As suas respostas são geralmente estratégias bem pensadas, emitidas da posição de superioridade de uma pessoa normal e usualmente com um toque de ridículo. Um Ser Humano pode olhar o sofrimento e até a morte nos olhos com a calma requerida. Uma arma perigosa cai das mãos dos governantes.

            Temos de entender que este processo de imunização não é apenas um resultado do aumento de conhecimento pratico do processo macro-social descrito acima. È o efeito de um processo com muitas camadas, com um gradual crescimento de conhecimento, familiarização com o fenômeno, criação dos respectivos hábitos de reação e auto controle, com uma concepção dos princípios morais a serem revistos. Depois de vários anos, o mesmo estimulo que anteriormente provocava impotência espiritual ou paralisia mental agora provoca o desejo de gargarejar com algo forte de modo a limpar esta sujidade.

            Era um tempo, em que muitas pessoas sonhavam em encontrar um comprimido que tornaria mais fácil resistir a lidar com as autoridades ou participar nas sessões forçadas de doutrinação geralmente levadas a cabo por um personagem psicopático. Alguns antidepressivos provaram efetivamente ter esse efeito. Vinte anos mais tarde, isto foi esquecido completamente.

            Quando fui preso pela primeira vez em 1951, força, arrogância, e métodos psicopáticos para provocar confissões forçadas privaram-me quase totalmente das minhas capacidades de auto-defesa. O meu cérebro parou de funcionar depois de apenas alguns dias de encarceramento privado de água, até tal ponto em que eu não me conseguia lembrar corretamente do incidente que resultou na minha súbita prisão. Nem estava ciente de que tinha sido provocado propositadamente e que condições que permitiam autodefesa existiam. Eles fizeram-me quase tudo o que quiseram.

            Quando fui preso pela última vez em 1968, fui interrogado por cinco funcionários de segurança de aspecto feroz. Num determinado momento, depois de pensar nas suas previsíveis reações, deixei que o meu olhar fita-se cada rosto sequencialmente, com grande atenção. O mais importante perguntou-me, “Que é que te passa pela cabeça espertinho, a olhar para nós dessa maneira?”. Respondi sem nenhum medo de consequências: “Estou apenas a pensar o por que de tantas pessoas na vossa carreira acabarem em hospitais psiquiátricos.”. Eles ficaram estupefatos durante um tempo, sendo que o mesmo homem exclamou, “Porque é um trabalho horrível!”. “Eu sou da opinião que é ao contrário”, respondi calmamente. Depois fui levado para a minha cela.

            Três dias mais tarde, tive novamente a oportunidade de falar com ele, mas desta vez ele foi mais respeitoso. Em seguida ele deu ordem para que eu fosse levado para a rua. Fui para casa no elétrico passando por um grande parque, ainda incapaz de acreditar nos meus olhos. Uma vez no meu quarto, deitei-me na cama; o mundo não era ainda real, mas as pessoas exaustas adormecem rapidamente. Quando acordei, disse em voz alta: Querido Deus, não é suposto ser o responsável aqui neste mundo?”

            Naquela altura não sabia apenas que até um ¼ de todos os oficiais da policia secreta acabam em hospitais psiquiátricos. Também sabia que a sua “doença ocupacional” é uma demência anteriormente encontrada apenas entre velhas prostitutas. O Homem não pode violar os sentimentos humanos naturais dentro dele com impunidade, qualquer que não importa qual seja a sua profissão. Desse ponto de vista, o Camarada Capitão estava parcialmente correto. Ao mesmo tempo, contudo, as minhas reações tornaram-se resistentes, um exemplo distante daquilo que tinham sido dezessete anos antes.

            Todas estas transformações da consciência e subconsciência humana resultam em adaptações coletivas e individuais em relação a viver sobre tais sistemas. Sobre condições alteradas, tanto de limitações materiais e morais, um engenho existencial emerge, que é capaz de superar várias dificuldades. Uma nova rede da sociedade das pessoas normais é também criada para autoajuda e assistência mútua.

            Esta sociedade age em concerto e está consciente do verdadeiro estado das coisas; ela começa a desenvolver meios de influenciar vários elementos de autoridade e de alcançar importantes objetivos sociais. ...A opinião de que tal sociedade está totalmente sem força de influência sobre o governo num tal país é assim incorreta. Na realidade, a sociedade coopera na governação até um certo ponto, algumas vezes com sucesso outras com fracasso, nas suas tentativas de criar condições de vida mais toleráveis. Isto, contudo, ocorre numa maneira totalmente diferente do que acontece em países democráticos.

            Estes processos: cognição, imunização psicológica, e adaptação permitem a criação de ligações sociais e interpessoais, que operam dentro da esfera da grande maioria a que já demos o nome de “sociedade das pessoas normais”. Estas ligações estendem-se discretamente até ao mundo da classe média do regime, entre pessoas das quais se pode ter confiança até um certo ponto.

            Troca de informação, avisos, e assistência englobam a sociedade inteira. Quem quer que seja que possa oferecer ajuda, presta-a a alguém que se encontre em problemas, frequentemente de um certo modo que as pessoas a quem é prestada a ajuda não sabem quem a prestou. Todavia, se ele causou o seu infortúnio devido à sua falta de cuidado a ao/no lidar com as autoridades, ele é confrontado com censura, mas não com a negação de ajuda.

            É possível criar estes laços porque esta nova divisão da sociedade dá apenas considerações limitadas a fatores tais como nível de talento ou educação ou tradições ligadas a velhos estratos sociais. Nem mesmo diferenças de prosperidade dissolvem estes laços. Um lado desta divisão contém aqueles que possuem a mais alta cultura mental, simples pessoas, intelectuais, especialistas em trabalho mental, operadores fabris, e camponeses juntos pelo protesto comum da sua natureza humana contra a dominação de uma experiência para-humana e seus métodos de governação. Estes laços criam compreensão interpessoal e simpatia entre as pessoas e grupos sociais anteriormente divididos por diferenças econômicas e tradições sociais. Os processos de pensamento que servem estas ligações são de um caráter mais psicológico, isto é, permitem a compreensão das motivações de outras pessoas. Ao mesmo tempo as pessoas mais simples retém respeito por pessoas que tiveram educação e que representam valores intelectuais. Certos valores morais e sociais também aparecem, e provam que podem ser permanentes.

            Contudo a gênese desta grande solidariedade interpessoal só se torna compreensível quando já se conhece a natureza patológica do fenômeno macro-social que trouxe a libertação de tais atitudes, completa com o reconhecimento da humanidade de cada um e dos outros. Outra reflexão é sugerida, nomeadamente como muito diferente estes laços são da sociedade competitiva Americana.

            Este trabalho é tão importante que acredito que qualquer ser humano normal deveria ler-lo para a sua própria segurança e higiene mental. Vou deixar de seguida alguns excertos importantes do livro que brevemente será editado na sua totalidade. (Na altura desta tradução já se encontra editado em língua Inglesa e Francesa).

Tirado da introdução do autor:

            Apresentando este volume aos meus honrados leitores, no qual geralmente trabalhei nas horas matutinas antes de sair para ganhar a vida em um trabalho difícil, gostaria de primeiro pedir desculpas pelos defeitos que são o resultado de circunstâncias anômalas tais como a ausência de um laboratório decente. Admito prontamente que estas lacunas deveriam ser preenchidas, mesmo consumindo muito tempo, porque os factos nos quais este livro é baseado são urgentemente precisos. Não tendo o autor culpa, estes dados vieram demasiado tarde.

            O leitor tem direito a uma explicação da longa historia e circunstâncias sobre as quais este livro foi compilado. Esta é a terceira vez que tratei o mesmo assunto. Atirei o primeiro manuscrito para uma caldeira de aquecimento-central, tendo sido avisado pouco tempo antes de uma rusga oficial, que aconteceu poucos minutos depois. Mandei o segundo manuscrito para um dignitário da Igreja no Vaticano através de um turista Americano sendo que me foi absolutamente impossível obter qualquer tipo de informação sobre o mesmo desde que foi levado pelo turista Americano.

            Esta … historia … fez o trabalho na terceira versão ainda mais laboriosa. Parágrafos anteriores e frases antigas provenientes de um ou de ambos os primeiros manuscritos assombram a mente do escritor fazendo com que um bom planeamento do conteúdo seja mais difícil.

            Os dois primeiros manuscritos foram escritos numa linguagem muito convoluta para beneficio de especialistas com o necessário conhecimento, particularmente no campo da psicopatologia. O desaparecimento irreparável da segunda versão que continha a maioria dos dados estatísticos e factos que seriam de grande valor e conclusivos para especialistas. Várias análises de casos individuais foram também perdidos.

            A presente versão contém apenas dados estatísticos que foram memorizados devido ao uso frequente, ou que puderam ser reconstituídos com uma precisão satisfatória. […] Nutro também a esperança que este trabalho possa chegar a uma audiência mais vasta e que possa disponibilizar dados científicos úteis que possam ser usados como uma base de compreensão do mundo contemporâneo e da sua história. Pode também facilitar os leitores a compreenderem-se a eles próprios, aos seus vizinhos e a outras nações.

            Quem produziu o conhecimento e efetuou o trabalho sumariado nas páginas deste livro? Foi uma colaboração contendo não apenas os meus esforços, mas também representando o trabalho de muitos pesquisadores...

            O autor trabalhou na Polônia distante de qualquer centro ativo de política ou cultura durante muitos anos. Foi aí que efetuei um serie de testes detalhados e observações que foram combinados com as resultantes generalizações com o intuito de produzir uma introdução global para um entendimento do fenômeno macro-social que nos rodeia. O nome da pessoa da qual se esperava o trabalho de síntese era secreto, como era de se esperar e necessário tendo em conta a altura e a situação. Eu recebia ocasionalmente sumários anónimos dos resultados de testes da Polônia e Hungria. Alguns dados foram publicados, porque não levantavam suspeita de que um trabalho especializado estivesse a ser compilado, sendo que estes dados ainda podem ser localizados hoje.

            A síntese esperada deste trabalho não aconteceu. Todos os meus contatos tornaram-se inoperativos como resultado das prisões secretas de investigadores no inicio dos anos sessenta. Os restantes dados científicos que ficaram em minha posse eram bastante incompletos, não obstante de valor incalculável. Levou muitos anos de trabalho solitário para colar estes fragmentos numa unidade coerente, preenchendo as lacunas com a minha própria experiência e investigação.

            A minha investigação sobre psicopatia essencial e o seu papel excepcional no fenômeno macro-social foi conduzida ao mesmo tempo, ou pouco depois, das investigações de outros. As suas conclusões chegaram até mim mais tarde e confirmaram as minhas. O item mais característico no meu trabalho é o conceito geral para uma nova disciplina científica chamada “ponerologia”.

            Como autor do trabalho final, expresso aqui o meu profundo respeito por todos aqueles que iniciaram a pesquisa e continuaram a conduzi-la pondo em risco as suas carreiras, vidas e saúde. Presto homenagem àqueles que pagaram um preço através de sofrimento ou morte. Que este trabalho constitua alguma compensação pelos seus sacrifícios.

Nova Iorque, N.Y. Agosto de 1984

            O Dr. Lobaczewski escapou para os Estados Unidos onde refez e escreveu a sua pesquisa antes da “Solidariedade” ter posto fim ao comunismo na Polônia. Lobaczewski acrescentou algumas palavras à sua introdução:

            Quinze anos passaram, repletos de ocorrências políticas. O mundo mudou essencialmente devido ás leis naturais do fenómeno descrito neste livro, e devido aos esforços de pessoas de boa vontade. Mesmo assim, a boa saúde do Mundo ainda não está restaurada; e os restos da grande doença estão ainda bastante ativos e ameaçam uma repetição da doença. Tal é o resultado de um grande esforço completado sem o suporte do conhecimento objetivo sobre a natureza do fenômeno.

            O autor foi reconhecido como o portador desta “perigosa” ciência apenas na Áustria, por um “amigo” médico que se revelou ser um agente “vermelho”. Os grupos comunistas em Nova Iorque foram levados a criar uma contra ação. Foi terrível aprender como o sistema de peões conscientes e inconscientes trabalhava. Pior foram as pessoas que credulamente acreditavam nos seus “amigos” conscientes e efetuavam as atividades insinuadas com zelo patriótico. Ao autor foi recusada assistência e teve de salvar a sua vida trabalhando como soldador. A minha saúde colapsou, e dois anos foram perdidos. Aparentemente eu não fui o primeiro a chegar à América transportando similar conhecimento e, uma fez lá, tratado da mesma maneira.

            Apesar destas circunstâncias, o livro foi escrito a tempo, mas ninguém o queria publicar. O trabalho fora descrito como “muito informativo”, mas para editores de psicologia continha demasiada politica, e para editores de política continha demasiada psicologia, ou simplesmente “o prazo editorial tinha acabado de fechar”. Gradualmente, tornou-se claro que o livro não passava a inspeção dos que “eram iniciados”.

            O valor científico que pode servir o futuro permanece, e investigações futuras podem resultar em novos entendimentos de problemas humanos progredindo em direção à paz universal. Foi esta a razão pela qual trabalhei a reescrever, no meu computador, o completo manuscrito que já desvanecia. È aqui apresentado como foi escrito em 1983-84 em Nova Iorque, EUA. Que se deixe ser um documento de boa ciência e trabalho perigoso. O desejo do autor é passar este trabalho para as mãos de eruditos na esperança de que possam pegar neste fardo e progredir com o estudo teórico da ponerologia – e pô-lo em pratica para o bem de pessoas e nações.

Polônia – Junho de 1998

            Dr. Lobaczewski deixou os Estados Unidos e regressou à Polônia antes do 11 de Setembro de 2001. Mas as suas palavras foram proféticas:

            Mesmo assim, a boa saúde do Mundo ainda não restaurada; e os restos da grande doença estão ainda bastante ativos e ameaçam uma repetição da doença.

            Que “ciência perigosa” estava o Dr. Lobaczewski a transportar consigo quando escapou à Polônia comunista?

            Ele dá-lhe o nome de “Ponerologia” que o dicionário define como: n. divisão da teologia que lida com o mal; doutrina teológica do mal ou da perversão; do Grego: poneros-> mal'.

            Mas o Dr. Lobaczewski não estava a propor um estudo teológico, mas sim um estudo científico sobre o que podemos claramente chamar Mal. O problema é que a nossa cultura científica materialista não admite prontamente que o mal realmente existe, por si mesmo. Sim, o mal tem um papel no discurso religioso, mas mesmo ai é absolvido sem demora como um “erro” ou uma “rebelião” que será corrigida algures no futuro, que é discutido numa outra divisão teológica: escatologia, que se preocupa com os eventos finais na historia do Mundo, o destino ultimo da Humanidade.

            Existe um grande número de psicólogos modernos que estão verdadeiramente a começar a mover-se na direção do que o Dr. Lobaczewski disse que já se tinha feito atrás da cortina de ferro a muitos anos atrás. Tenho uma pilha dos seus livros na minha secretária. Alguns deles parecem estar a cair na perspectiva religiosa simplesmente porque não têm nenhuma informação científica anterior em que se sustentar. Eu penso que isso é contra produtivo. Como George K. Simon, Jr., escreve no seu livro “In Sheep's Clothing” (Na pele de ovelhas): (ALTAMENTE recomendado).

            Os proprietários e editores destas páginas querem afirmar que o material apresentado aqui é o produto da nossa pesquisa e experimentação em Comunicação Superluminal. Convidamos o leitor a partilhar a nossa busca da verdade através da leitura com a mente aberta, mas cética. Nós não incentivamos "devoção", nem "confiança". Encorajamos a procura de conhecimento e consciência em todos os campos de atuação como a melhor forma de ser capaz de discernir as mentiras da verdade. A única coisa que podemos dizer ao leitor é a seguinte: nós trabalhamos muito duro, muitas horas por dia, e temos feito isso por muitos anos, para descobrir “a verdade" sobre a nossa existência na Terra. É a nossa vocação, a nossa missão, o nosso trabalho. Estamos constantemente a procurar validar e/ou aperfeiçoar o que entendemos ser possível ou provável, ou ambos. Fazemos isso na esperança sincera de que toda a humanidade será beneficiada, se não agora, então em algum ponto em um dos nossos futuros prováveis.

            O autor, Andrew Lobaczewski, viveu na Polônia e passou pela amarga experiência da ditadura Soviética. É uma obra sensacional, daquelas que mudam a vida de quem lê. O título, “Ponerologia”, é o nome que Lobaczewski dá à sua nova ciência, cujo objeto de estudo é a gênese do mal, ou seja, os mecanismos pelos quais as sociedades permitem que psicopatas assassinos cheguem ao poder e de lá comandem as mais terríveis tragédias humanas.

            O autor usa como base de seu trabalho um estudo minucioso sobre as doenças da personalidade, causadas tanto por hereditariedade como por danos físicos ao cérebro. O destaque é sempre para os psicopatas, que têm seu modo próprio de pensar e enxergar a vida, totalmente diferente daquele das pessoas normais. O psicopata vê seus semelhantes – os outros psicopatas – como humanos, da mesma espécie, mas vê as pessoas normais como seres inferiores, cuja vida não vale nada a não ser que possa ser útil aos seus propósitos. Infelizmente, esse tipo de gente – pessoas doentes, sem cura – encontra nas sociedades modernas uma estrutura que os catapulta aos cargos de liderança política, de onde podem colocar em prática todos os seus planos de dominação e poder.

            Como lidar com essa gente? Com certeza não é tentando curá-los, pois a psicopatia não tem cura. O ideal, como o próprio autor do livro recomenda, é criar defesas da sociedade contra a ascensão desses tipos ao poder.  Nós somos educados a dar a outra face, a transcender, a relevar, e ao mesmo tempo que o revide é ruim, que responder é falta de educação e que palavrão é a coisa mais feia do mundo. Tudo isso pode ser verdade quando estamos falando de uma relação entre duas pessoas normais, mas não quando estamos lidando com desequilibrados de alma assassina.

            Estamos numa guerra cultural, não há como negar. Nesta guerra enfrentamos diariamente oponentes dos mais diversos tipos. Precisamos saber identificá-los e aplicar estratégias de ataque diferentes para cada um deles, tendo sempre como objetivo vencer as batalhas individuais para, quem sabe, daqui trinta anos, vencer a guerra também.           
            Enquanto a luta for com psicopatas que ainda não têm acesso ao poder, é possível desmascará-los e trabalhar ativamente para que não cheguem a qualquer tipo de posição de liderança, sempre com os olhos bem abertos para possíveis retaliações, já que os psicopatas são extremamente vingativos. Assim como eles nos consideram seres sub-humanos, nós devemos entendê-los como quase não humanos, já que são capazes de atos cruéis que uma pessoa normal jamais aceitaria. Quase sempre os psicopatas, embora tenham uma facilidade muito grande de trabalhar no campo dos sentimentos das pessoas, são portadores de inteligências no máximo medianas, o que torna fácil vencê-los no campo das ideias e da intelectualidade. Infelizmente muitos psicopatas ocupam hoje cargos de poder, que os blindam contra o confronto direto. Contra esses não há nada a fazer a não ser trabalhar contra sua continuidade no poder. Em outras palavras, esses monstros não podem ser reeleitos, de modo algum.
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LOBACZEWSKI, Andrew N. Ponerologia: Psicopatas no Poder. São Paulo: Vide Editorial, 2014.
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