O atencioso e perigoso. Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8UdmBQNCSqCUNPj_quH_9C1oOIBeJ4OQYysjLAofDaBxz36zHIR6CEt-2x77XVLlBXU3qSVT9iI-yKKd7FaceS1higgECShYy1Qt87FWbxTJgmQ5KERxf62ax1YZnjUteg4oTrDTJZ8s/s400/original_psicopatas-trabalho.jpg
Ele
vai a todo happy hour, é companheiro de cafezinho e ouve você reclamar do
salário. Não confie tanto nesse colega de firma - é 4 vezes mais comum encontrar psicopatas nas empresas do que na
população em geral.
Luana
conseguiu o emprego com que sempre sonhou. Era em uma empresa farmacêutica
conhecida por seu ambiente competitivo, mas também por bons salários e chances
de crescer profissionalmente. Nova no escritório, logo ficou amiga de Carlos,
um sujeito atencioso de quem recebeu
até umas cantadas.
Em
poucos meses, apareceu a oportunidade de Luana liderar seu grupo na empresa.
Parecia bom demais não fosse uma inquietação ética. Ela desconfiava que a
companhia garantia a venda de seus produtos graças a subornos a médicos. Isso incomodava tanto Luana que, durante um
intervalo para um lanche, ela desabafou
com o amigo Carlos. Ele também parecia
indignado com a situação. Seria uma conversa normal entre colegas de
trabalho - se Carlos não tivesse se
aproveitado. Em um momento de distração de Luana, ele pegou o celular da colega e ligou para o chefe de ambos. Caiu na
secretária eletrônica, que gravou toda a conversa seguinte entre
Carlos e Luana. A moça, grampeada, chegou a questionar se o chefe poderia ter
algo a ver com os subornos. Acabou demitida por justa causa. Carlos tomou o
lugar de líder que seria dela.
A história é real (os nomes foram
trocados). E esse Carlos, um cretino, não? Na verdade é pior: ele
age exatamente como um psicopata. Há 69 milhões de psicopatas no mundo, o que
dá 1% da população em geral. Então, no fim da história, Carlos faz picadinho de
Luana, certo? Errado. Sim, há muitos psicopatas violentos, como Hannibal Lecter
de O Silêncio dos Inocentes ou Pedrinho Matador, que afirmava ter assassinado
mais de 100 pessoas. Por isso a cadeia é um dos dois lugares em que se
encontram muitos psicopatas. Eles são
20% da população carcerária e 86,5% dos serial killers. Mas um psicopata
não necessariamente vira assassino. Na verdade, ele vai atrás daquilo que lhe
dá prazer. Pode ser dinheiro, status, poder. É por isso que outro lugar fértil
em psicopatas, além da cadeia, é a firma.
Pode
ser uma empresa pequena, como a loja de sapatos da esquina. Pode ser uma
fundação, uma escola. O importante é que o
psicopata enxergue ali a chance de controlar um grupo de pessoas para conseguir
o que quer. Mas poucos lugares dão tanta oportunidade para isso do que uma
grande companhia.
"Psicopatas são atraídos
por empregos com ritmo acelerado e muitos estímulos, com regras facilmente manipuláveis".
O amigo de todos e dono de todas as faces. Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH0Gcgbfu91Y-4qRedvogeR642pr60WVcSkfvigJrM39pT_5VuUtO-LlsrqKNLbSFDhLuk2Mq96WC12awhXZhWVgbhZYsi7TSxwR6XItlnWQ33c__E2QF_0LOiTHWBuPsNGdHGqo52kf4/s400/mentira-5.jpg
Paul
Babiak, psicólogo e especialista em
comportamento no trabalho
Até 3,9% dos executivos de
empresas podem ser psicopatas, segundo uma pesquisa feita
em companhias americanas. Uma taxa de psicopatia 4 vezes maior do que na
população em geral. Eles não matam os colegas, mas usam o cargo para barbarizar.
Cancelam férias dos subordinados, obrigam todo mundo a trabalhar de madrugada,
assediam a secretária, demitem sem dó
nem piedade. Isso quando não cometem crimes de verdade. Um terço das
companhias sofre fraudes significativas a cada ano, de acordo com uma pesquisa
de 2009 realizada pela consultoria PriceWaterhouseCoopers, que analisou 3 037
companhias em 54 países. Por causa dessas mutretas, cada uma perde, em média,
US$ 1,2 milhão por ano. Muitos desses golpes podem ser obra de psicopatas corporativos.
"Eles são capazes de
apunhalar empregados e clientes pelas costas, contar mentiras premeditadas,
arruinar colegas poderosos, fraudar a contabilidade e eliminar provas para conseguir
o que querem", diz Martha Stout,
psiquiatra da Escola Médica de Harvard por 25 anos e autora do livro Meu
Vizinho É um Psicopata. E fazem isso na cara dura, como se não estivessem nem
aí para o sofrimento alheio. É que, na verdade, eles não estão ligando nem um
pouco mesmo.
Como
os colegas mais violentos, os psicopatas de colarinho branco não pensam no bem-estar dos outros, nem sentem culpa quando
pisam na bola. Por isso passam por cima de regras, estejam elas
formalizadas em leis ou somente estabelecidas pela ética e pelo senso comum.
Acontece que o cérebro deles é diferente de um cérebro normal. No caso do
psicopata, a atividade é maior nas áreas ligadas à razão do que nas ligadas à
emoção, o que o faz manter-se impassível diante de tragédias - seja um gatinho
em apuros, seja uma chacina em um orfanato. Como não consegue se colocar no
lugar dos outros, o psicopata usa e
abusa dos amigos - puxa o tapete dos colegas sem se preocupar com código de
conduta corporativo ou consequência na vida alheia.
Psicopatas: eles estão entre nós. Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheyYnD15Ibe6wddxmzESJ3624cv0OouxLg_RgLAFotu-VRn881hlZXkecynrRgUeh_hfUH1IoPe6T8ULGBbQED378pVb9W61e4pt2WcDBbwJcbC0Nh7OxrM0B5xH_PhBIFPARVJHvtcnQ/s400/psico.jpg
Pega na mentira
Graduação
em universidade concorrida. Pós-graduação no exterior. Livros publicados.
"Empregadores sabem que 15% ou mais dos currículos enviados para cargos
executivos contêm distorções ou mentiras deslavadas", afirma Babiak. "Psicopatas fazem isso. Podem
fabricar um histórico feito sob medida para as exigências do trabalho e
bancá-lo com referências falsas, portfólio plagiado e jargão apropriado."
Claro, com algumas perguntas específicas um entrevistador é capaz de
desmascarar candidatos mentirosos. O problema é que um psicopata tem tudo para
deitar e rolar em uma entrevista de emprego.
Muitas
vezes o entrevistador não está tão preocupado com o conhecimento técnico do
candidato. Quer mais é saber se ele é capaz de tomar decisões, relacionar-se
com pessoas, motivar equipes. "A ‘química’ entre candidato e avaliador tem
muita importância", diz o psicólogo.
Tranquilidade.
1- Ele não vai passar horas em frente ao
espelho decidindo a melhor roupa para a entrevista.
2- Nem vai sentir as mãos suarem por
medo da conversa.
3- Um psicopata terá a segurança
necessária para engabelar o avaliador, usando alguns termos técnicos, um
punhado de histórias de competência no trabalho e um sorriso aberto que dirão
em conjunto: "Sou a pessoa certa para a vaga".
O segredo desse
charme todo está em saber "ler" as pessoas. Psicopatas podem não ter
emoções, mas conseguem analisar muito bem como e por que as outras pessoas se emocionam.
São estudiosos da natureza humana, prontos a usar o que aprenderam para o
próprio interesse. Descobrem
os hábitos e gostos dos colegas, se aproximam, criam um vínculo aparente. Assim
conseguem convencer a colega de coração mole a fazer o trabalho por eles no fim
de semana. Ou extrair informações sigilosas da secretária do presidente. Ou botar a culpa nos outros pelos problemas
que aparecem. Aquela concorrente obstinada e perfeccionista conseguiu se
promover trabalhando até as madrugadas? Ela não ia gostar de ouvir que é uma
folgada e só conseguiu aumento se engraçando com o chefe. Bingo: basta espalhar
essa história por aí para atingi-la. Desequilibrada pelo fuxico, ela poderia se
tornar em breve um obstáculo a menos.
Atitudes
assim passam despercebidas em empresas que estimulam a competição entre os
funcionários. Se a companhia está obcecada pelos resultados que cada empregado
gera, é possível que não preste tanta atenção ao cumprimento da ética no
ambiente de trabalho. Movida a competitividade, a empresa americana de energia
Enron foi do estrelato ao fundo do poço por causa de fraudes cometidas por
executivos do mais alto escalão. A empresa começou o ano de 2001 como uma
gigante, com faturamento de US$ 100,8 bilhões. Seus empregados sabiam que precisavam
trabalhar como loucos. Todo semestre, um ranking interno nomeava os 5% melhores
funcionários. Em seguida vinham os 30% excelentes, os 30% fortes, os 20%
satisfatórios e, por último, os 15% que "precisavam melhorar". Se não
melhorassem até a próxima avaliação, eram mandados para o olho da rua. E quem
avaliava as pessoas? Os próprios colegas. O sistema parecia impulsionar a
produtividade. Até que descobriram que a competição impulsionava mesmo eram
falcatruas para garantir uma boa posição interna. No fim de 2001, fraudes que
somavam US$ 13 bilhões engoliram a empresa. A Enron faliu. "Algumas
companhias competitivas contratam pessoas tão agressivas e ambiciosas que
acabam deixando para trás questões importantes do mundo da moral", afirma
Roberto Heloani, psicólogo social e professor de gestão da FGV de São Paulo e
da Unicamp.
Ainda
que a companhia ofereça um ambiente propício à trairagem, o psicopata precisa procurar a hora certa para agir. Vítima de
Carlos, Luana teve seu momento de fraqueza - bobeou, dançou. Empresas também
têm seus momentos de fraqueza. Quando
uma companhia compra um concorrente, seu caixa fica pobrinho, vazio. Muito
dinheiro saiu de lá, e os acionistas estão ansiosos para saber quando o gasto
dará retorno. O que algumas fazem, então? Procuram alguém capaz de produzir um
milagre e encher o cofre de novo rapidinho. É aí que o
psicopata se apresenta como o melhor gestor. Claro que é mentira - ele apenas
tem maior capacidade de manipular sua imagem e vender ilusões.
"Sem tempo para fazer uma análise minuciosa, as empresas compram essa
imagem", diz Heloani.
Outra chance de dar o bote: crise na
firma. Essa é a hora, geralmente, em que é preciso cortar
gastos. E os chefes são pressionados a ser agressivos. Cortar despesas em 20%,
30% não é fácil. Quer dizer, se você for frio, não tiver medo das
consequências nem se importar com os sentimentos alheios, até fica moleza.
Coloque comida vencida no refeitório da firma para alimentar os funcionários.
Fraude a contabilidade e entregue relatórios que escondam gastos e aumentem a
receita - e o problema fica resolvido apenas com uma canetada.
Quando
não houver mais o que chupinhar, o psicopata simplesmente sai do emprego.
"Talvez você não tenha o emprego mais interessante do ponto de vista
financeiro, mas pode preferir ficar na empresa por causa das relações afetivas
com os colegas e com seu trabalho. Já um
psicopata dificilmente cria vínculo", afirma Heloani. E se for pego
antes de sair? Simples: ele mente. Culpa os outros, as circunstâncias, o
"sistema", o destino, ou a própria empresa. Inventa um sem-número de
desculpas que acabam atingindo seus rivais e eventuais "traidores".
Bernard
Madoff culpou a crise econômica, o próprio sucesso e até suas vítimas pelo
esquema que montou com um banco de investimentos nos EUA - e que fez seus
clientes perderem US$ 65 bilhões. "Os bancos e fundos deviam saber que
havia problemas ali", disse em entrevista a uma revista americana. Incapaz de sentir
remorso, charmoso a ponto de ter cativado presidentes de bancos como
Santander e Credit Suisse e incapaz de se colocar no lugar de suas vítimas
("Que as minhas vítimas se ferrem. Eu as sustentei por 20 anos e agora
tenho de cumprir 150", teria dito na prisão), Madoff já foi apontado por
especialistas em crime como um psicopata. (Ele, no entanto, afirmou à imprensa
americana ter sido diagnosticado como normal por sua terapeuta.)
Madoff
fez carreira como o homem que cuidava dos investimentos dos milionários.
"Tio Bernie", como era conhecido, fazia mágica: mesmo quando a
economia estava em baixa, prometia um rendimento de 8%, 12%, 15% por ano a seus
clientes. Como a história colava? Madoff sabia o que os clientes queriam:
investir com alguém que era parte do mundo deles. Esbanjava luxo, com direito a
iate na Riviera francesa (US$ 7 milhões), noites no hotel Lanesborough de
Londres (US$ 11 600 a diária) e jatinho da Embraer (US$ 29 milhões). Isso fez
com que ele conseguisse clientes de peso. E o nome deles serviu para atrair
novas vítimas. Com o dinheiro que entrava, Madoff pagava clientes antigos que
quisessem sacar os investimentos. Era um esquema de pirâmide. Só funcionaria
enquanto a base seguisse alimentada por novas vítimas. Isso inevitavelmente
pararia uma hora. E a hora de Madoff foi a crise econômica de 2008. Quando
investidores tentaram retirar de uma vez US$ 7 bilhões de seu fundo, ele
simplesmente não tinha a grana. O herói de Wall Street acabou desmascarado.
10 pistas para identificar um psicopata
Só um psiquiatra conseguiria dar o diagnóstico certo.
Mas, se algum colega de firma tiver esses traços, dá para suspeitar.
Relacionamentos
Superficial
Não se importa com
o conteúdo, e sim em como vendê-lo.
Narcisista
Preocupa-se apenas
consigo mesmo.
Manipulador
Mente e usa as
pessoas para conseguir algo.
Sentimentos
Frieza
É racional e
calculista, pois tem pouca atividade no sistema límbico, centro de emoções como
medo, tristeza, nojo.
Sem remorso
Não sente culpa. A
parte responsável por isso no cérebro tem baixa atividade.
Sem empatia
Não consegue se
colocar no lugar dos outros.
Irresponsável
Só se compromete
com o que lhe trouxer benefícios.
Estilo
de vida
Impulsivo
Tenta satisfazer
as vontades na hora.
Incapaz de
planejar
Não estabelece
metas de longo prazo.
Imprudente
Corre riscos e
toma decisões ousadas.
Fonte: Without Conscience, Robert
Hare.
Mal de chefe
Psicopatas
podem estar em qualquer nível
hierárquico, desde que o cargo lhes traga algum benefício. Mas é mais provável que eles estejam no
topo.
Em
2010, 203 executivos de 7 companhias americanas foram avaliados pelo psicólogo
Paul Babiak. O resultado revelou aquela estatística que você viu no começo da
reportagem - 3,9% dos entrevistados tinham pontuação suficiente nos testes de
Babiak para ser diagnosticados como psicopatas. Onde estavam os casos mais
graves? No alto escalão: 2 vice-presidentes e 2 diretores.
Por
quê? É mais fácil enrolar em cargos de liderança. Um gestor precisa saber
liderar a equipe, motivar os funcionários, relacionar-se com fornecedores e
parceiros. Já um técnico precisa entender do negócio da empresa - negociar
preços, saber como anda o mercado, apresentar as melhores estratégias ao chefe.
No estudo de Babiak, ficou claro que os
psicopatas não querem saber de trabalhar. A pesquisa usou dois grupos de
habilidades para avaliar os executivos: um ligado ao plano das ideias
(comunicação, criatividade e pensamento estratégico) e outro relacionado a
produtividade (gerenciamento, liderança, desempenho e trabalho em grupo). Quão mais alto o grau de psicopatia de um
executivo, pior foi a nota dele no grupo de produtividade.
Não
é difícil para um psicopata fazer carreira dessa forma. Foi assim com Skip
(nome fictício). O menino cresceu em um internato nos EUA, em Massachusetts,
porque a família estava cansada de lidar com o capetinha - ele roubava dinheiro
de casa para comprar fogos de artifício e matar sapos. Skip teve uma vida
acadêmica medíocre e fez MBA em uma instituição mequetrefe. Aos 26 anos, entrou
em uma empresa de equipamentos de mineração. Não demorou para se destacar. Seus
chefes viram nele um talento para motivar vendedores e influenciar compradores.
Com seu charme, tornou a empresa a terceira maior do setor no mundo. Até ganhou
uma Ferrari de bônus da companhia pelo resultado. Aos 30 anos, Skip se casou com a filha
de um bilionário. Mas dava suas puladas de cerca. Seis anos mais
tarde, era presidente da divisão internacional da empresa, membro do conselho
diretivo e pai de duas meninas. Não sem alguns tropeços: a empresa teve de dar
uma indenização de US$ 50 mil a uma secretária depois de Skip quebrar o braço da
moça ao forçá-la a sentar-se em seu colo. Mas esse e outros
processos por assédio
sexual não eram nada perto dos lucros
que ele gerava. Aos 51 anos, virou o presidente da empresa. Merecido: ele fez a
companhia ganhar dinheiro. Quer dizer, mais ou menos. Nos bastidores, Skip desviava dinheiro. Em 2003, foi acusado formalmente pela Comissão de
Valores Mobiliários dos EUA por fraude. "Ele não sente nenhum apego emocional aos outros.
Nenhum mesmo. Ele é frio como gelo", diz Martha Stout, que
relata a história de Skip em Meu Vizinho É um Psicopata.
A
esta altura é possível que você tenha se lembrado daquele colega de trabalho
folgado. Ou do chefe que manda você fazer todo o trabalho dele. Será que são
psicopatas? Pode ser que sim, mas considere também a possibilidade de eles
terem outro tipo de transtorno psiquiátrico.
Tem
executivo por aí tão doido quanto paciente de manicômio. As psicólogas forenses
Belinda Board e Katarina Fritzon, da Universidade de Surrey, no Reino Unido,
analisaram 39 executivos de alto escalão e os compararam com presos
psiquiátricos, um grupo em que a prevalência de transtornos de personalidade é
7 vezes maior do que na população em geral. A descoberta foi uma surpresa. Os executivos se
mostraram mais doidos do que os presos psiquiátricos em 3 de 11 transtornos
pesquisados: narcisismo (gente que precisa de admiração o tempo todo e não se
preocupa com os outros), transtorno de personalidade histriônica (pessoas que
gostam de se exibir e manipular os outros) e transtorno compulsivo (pessoas perfeccionistas,
com tendências ditatoriais e devoção exagerada ao trabalho). A boa notícia é que o nível dos transtornos ligados à
psicopatia era mais alto entre os criminosos psiquiátricos do que entre os
executivos entrevistados.
Qual
é a razão desse resultado? Simples. Certos
traços desses transtornos são valorizados em cargos de liderança - como agressividade, autoconfiança,
liderança. Isso dá certa vantagem a quem é
narcisista e perfeccionista. Por isso, não saia acusando seu chefe de ser
um psicopata. Ele pode ser doido. Ou simplesmente um cretino.
O canto do psicopata
Os
xavecos que ele usa para manipular os colegas
"EU
GOSTO DE QUEM VOCÊ É"
Por
que funciona - O psicopata mostra
admiração pelo talento e pelos pontos fortes da vítima. E passa a ser visto
como um dos poucos a reparar verdadeiramente no potencial dos colegas.
"EU
SOU COMO VOCÊ"
Por
que funciona - O psicopata identifica
características da personalidade da vítima e faz de conta que compartilha
gostos e interesses.
"SEUS
SEGREDOS ESTÃO SEGUROS COMIGO"
Por
que funciona - A vítima, achando que
está diante de um amigo, abre o coração e conta medos e expectativas.
"SOU
SEU AMANTE/AMIGO IDEAL"
Por
que funciona - Último estágio da manipulação. O psicopata cria um elo psicológico que promete uma relação duradoura. A vítima
já está em suas mãos.
Autor: Mauricio Horta.
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outras fontes está sujeita às condições dessas fontes e seus atributos de
direitos autorais.
Você quer saber mais?
Para saber mais:
Snakes in Suits: When Psychopaths
Go to Work
Paul Babiak e Robert Hare, Harper
Collins, 2006.
Without Conscience
Robert Hare, The Guilford Press,
1993.
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