Zooarqueologia no MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia – Zooarqueologia). Marcos Santos/usp imagens.
A palavra
pode parecer estranha quando ouvimos pela primeira vez, mas após este momento,
se busca então tentar entender o que ela significa.
De
maneira geral, o significado da palavra é desconhecido para a maioria das
pessoas, independente do meio em que se encontram, inclusive no meio acadêmico.
Muitos alunos e professores não fazem ideia do que significa a palavra
Zooarqueologia.
Pois
então vamos entende-la: o conceito ZOO nos remete a animal,
vem de Zoologia, que é a ciência que trata
dos animais; e ARQUEOLOGIA pode ser entendida como a ciência que estuda todo o tipo de vestígios de
antigas populações humanas.
Bom, a partir daqui já nos é possível entender o que faz a Zooarqueologia,
é a disciplina ligada à Arqueologia, que se dedica ao estudo dos vestígios
faunísticos encontrados associados a sítios arqueológicos.
Mas agora
você pode estar se perguntando o que é Vestígio Faunístico? O que é Sítio
Arqueológico? Bom, vamos entender o que significam estes termos: Vestígios
Faunísticos são, em geral, fragmentos de conchas e/ou ossos que
restaram dos animais; Sítio Arqueológico pode ser
denominado como o local onde se encontram remanescentes culturais de antigas
populações.
Agora que
já sabemos o que é a Zooarqueologia, podemos inferir que o profissional ligado
a este tipo de estudo é o Zooarqueólogo. Os estudos zooarqueológicos ocorrem
através da análise dos remanescentes, sejam eles conchas ou ossos, escavados em
sítios arqueológicos.
Com base
nestes elementos é possível se obter conhecimentos sobre padrões alimentares,
padrões de assentamento, processos de formação dos sítios, paleoambientes
(“Ambientes Antigos”), paleodistribuição (“Distribuição Antiga”), entre outros
conhecimentos. Estas são informações muito importantes para entendermos de que
forma as antigas populações humanas se distribuíram e ocuparam os espaços,a fim
de desenvolver seu modo de vida.
A análise
e identificação dos remanescentes faunísticos ocorrem principalmente através de
comparação com os elementos conchíferos (de conchas) e ósseos de coleções de
referência (em geral Coleção Conquiliológica e Osteológica) e da consulta
em bibliografias especializadas no assunto.
Esquema ósseo de uma Anta. Imagem: Instituto Anchietano de Pesquisas.
O
trabalho do Zooarqueólogo exige minúcia, paciência, dedicação e estudo. São
necessários conhecimentos da área de zoologia, ecologia e paleontologia,
fundamentais para as interpretações em conjunto com a Antropologia e
Arqueologia. Para o desenvolvimento de seu trabalho se utilizam muitas
técnicas, várias delas vindas da Paleontologia, ciência que se dedica ao estudo de animais e vegetais fósseis.
Algumas pessoas, muitas vezes se confundem, e acham que zooarqueólogo e
paleontólogo são iguais, porém não são. Como comentado anteriormente, há
algumas técnicas de trabalho que são comuns para as duas especialidades, porém
ambas trabalham com escalas temporais distintas. A Paleontologia trabalha com
eras geológicas (na escala de milhões de anos) e a Zooarqueologia em uma escala
temporal mais recente, ligada estritamente ao contexto
humano.
Trabalhos
com olhar zooarqueológico possuem relevante papel no resgate dos padrões de
comportamento e adaptação cultural das antigas populações humanas e esta área
de atuação vem contribuindo de forma cada vez mais significativa em várias
áreas da Arqueologia.
Este
breve texto é apenas um sucinto comentário sobre a práxis zooarqueológica e sua
intenção é apresentar alguns aspectos sobre o que propõe este tipo de estudo e
de que forma este pode contribuir na construção do conhecimento sobre antigas
populações humanas.
O
Instituto Anchietano de Pesquisas abriga em seu acervo duas coleções de
referência, uma Conquiliológica e outra Osteológica, com 616 exemplares de
animais. Estas coleções contribuem em projetos desenvolvidos pela instituição
desde meados de 1960, e vem sendo aprimoradas de forma contínua.
Coleção Osteológica. Imagem: Instituto Anchietano.
Aos que
tiverem interesse em conhecer e se aprofundar mais no assunto podem vir ao
Instituto fazer uma visita e conhecer o acervo.
Agendamento de visitas:
(51) 3590 8409; anchietano@unisinos.br
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