sábado, 21 de julho de 2012

Vladimir Ilich Ulianov, vulgo Lenin


Lenin em 1917. Imagem: Econ Faculty.

Nascido em abril de 1870, durante 74 anos a Rússia comunista foi a representação da mente e do espírito desse homem, cuja bibliografia se confunde com a do próprio país. Nasceu na cidade de Simbirsk ás margens do rio Volga, filho de família tradicional desfrutou de conforto.

Seu paí era Inspetor Escolar, chegou ao posto de Conselheiro Municipal com status de nobreza transferível a seus descendentes. Conservador-liberal, seu paí morreu em 1886.

Seu filho mais velho Aleksandr foi preso por tramar a morte do Czar. Lenin ganhava medalhas de ouro ano após ano nos estudos, sem demonstrar interesse político, possuía bom comportamento; com esse currículo ingressou na Universidade de Kazam. O diretor da sua escola na cidade natal, recomendando-o ao curso superior referiu-se a ele (Lenin), como:

“Jovem retraído, não sociável, jamais deu trabalho ao seus superiores ou professores, seja por atos ou palavras que fizessem que formassem a seu respeito opinião desfavorável.”


Ao entrar na universidade reconhecido como irmão de Aleksandr que acabara de ser executado, naquele mesmo ano. Lenin foi atraído por uma organização política clandestina. Em uma reunião da organização em protesto contra alguns regulamentos a polícia prendeu todos e junto estava Lenin que foi expulso da faculdade e não pode ingressar em outra.

Durante 4 anos ficou ocioso, familiarou-se com literal radical, transformou-se em um revolucionário fanático determinado a destruír o Estado e a sociedade que havia tratado de modo tão vil.

 Lenin aos 4 anos de idade em 1874. Imagem: Econ Faculty.

O escritor Strude fala do Estado de espírito Lenin, com o contato frequente que teve com ele no século XIX:

Era abstrato e frio.
Apoiado noo Marxismo radical.
Revoltado com a Guerra de Classes.
Destruír o regime Czarista inimigo.
Ódio à autocracia (Czar).
Ódio à burocracia, liberais e a burguesia.

Seu rancor tinha algo de repulsivo e terrível, enraizados em emoções e repugnâncias concretas. Sua personalidade conquistava fiéis seguidores, como seu irmão demonstrou interesse pela “vontade do povo”. Veteranos de organizações terroristas de seu irmão ensinaram-no a montar um grupo revolucionário clandestino, manter um ataque continuo ao regime do Czar.  Na última década do século XIX se converte a social-democracia.

Em 1891 as autoridades permitiram que prestasse exame para obter o diploma de Direito, Lenin já combinava o anarcoterrorismo e a social-democracia. Strude acrescenta sobre Lenin:

“Figura baixa, atarracada, prematuramente calvo, maneira brusca de falar, riso sarcástico causavam má impressão”.

 Lenin com peruca e com a barba raspada na Finlândia em 11 de agosto de 1917. Imagem: Econ Faculty.

Descrito pelos que o conheciam como um tipico verdureiro ou mestre de escola da aldeia. Seu fogo interno logo consumia a primeira impressão que causava nas pessoas.

Conhecia só duas categorias de homens, amigos e inimigos, bons e maus cidadãos. Com esse pensamento, considerava a política como um conflito permanente no poder, suas atitudes e de seus companheiros impregnava o regime. Intolerância a ponto de vista contrários, mentalidade totalitária, não aceitava críticas nem as ouvia.

Sua ausência de escrúpulos moral atraíam pseudo-intelectuais aspirantes à certeza do mundo incerto. Eles acorreram ao Partido Bolchevique juntamente com os camponeses jovens, semi-analfabetos, que convergiam para a cidade em busca de trabalho.

No partido de Lenin coeso em torno de lemas simples eles se sentiram participantes.

Lenin era mais tolerante com seus seguidores ainda que discordassem dele, demonstrava um tipo especial de modéstia. Submerso na causa seu ego não carecia de adulação pessoal, comumente associado a ditadores, bastava alcançar o êxito. Possuía um forte traço de crueldade e condenou milhares de pessoas a morte, sem remorso, embora também sem prazer.

O escritor Máximo Gorki que o conhecia bem, disse que os seres humanos não lhe despertavam interesse.  Pensava apenas em partidos, massas e Estados.

Sempre que havia risco físico ele se eclipsava abandonando suas tropas. Sua força como revolucionário foi sua fraqueza como homem. Carecia das qualidades humanas para governar. Lenin não compreendia que pessoas, comuns quisessem simplesmente viver em paz.
 
 Lenin em 1887. Imagem: Econ Faculty

Em 1893, foi preso por distribuir panfletos na porta de fábricas apoiando revindicações econômicas dos operários, exilado na síberia com sua noiva Nadejda Krupskaia alugou uma casa, passou esse período escrevendo e praticando atividades físicas ao ar livre.

Lenin dizia que o movimento trabalhista, separado da social-democracia (...) inevitávelmente se tornava burguês. Com essa afirmação quis dizer que os trabalhadores precisavam de revolucionários profissionais, ou trairiam os interesses da classe e acabariam se vendendo pelo seu próprio bem.

Os objetivos de Lenin para o campesinato era torna-los assalariados do Estado como os trabalhadores das fábricas. Para as minorias etnícas Lenin oferecia tudo ou nada, poderiam tornar-se russas ou optar pela separação. Sendo mais tarde trazidas de volta ao curral.

O Partido Bolchevique de Lenin, mantinha revolucionários 24 horas por dia na ativa. Então era de bom tom nos circulos mais ou menos radicais dar dinheiro aos partidos revolucionários. Recorriam até mesmo a assaltos, eufemisticamente chamados de expropriações.

Lenin usava o dinheiro roubado para pagar salários e publicar jornais na Rússia. Lenin, mantinha contato com a Alemanha e a Austria-Hungria, trocando informações da Rússia por dinheiro. Isso era alta-traição e Lenin escondeu isso a vida inteira das pessoas, somente veio à público após sua morte. Em 1910 começou um romance com uma mulher casada Inessa Armand, esposa de russo rico. Inessa Armand, foi o único ser humano com quem Lenin, manteve real intimidade.

 Fotografia da prisão de Lenin em dezembro de 1895. Imagem: Econ Faculty

Lenin possuía um agudo senso das fraquezas dos adversários. Lenin guiava-se pelo conceito de Marx:

*Privar o inimigo de forças armadas.
*Desmantelamento das instituições do inimigo.

Marx criou essas teorias baseado na derrota dos Communards na França, que ao invés de aniquilar, eles tomariam as estruturas políticas e militares existentes.

“Não transferir de um conjunto de mãos para outro a máquina burocrática-militar, como tem sido feito mas cuidar de esmagá-la”.

Karl Marx

 Lenin em 1923. Imagem: Econ Faculty.

Lenin gravou e praticou estas palavras. Lenin estudou o livro Psicologia da Multidão, trabalho do sociólogo francês Gustave Le Bom. Uma análise pioneira do comportamento das massas e dos modos de manipulá-lo. O livro de Le Bom forneceu orientação similar a Mussoline e Hitler.

Leandro Claudir

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Você quer saber mais? 

SHIPLER, David K. Rússia na Intimidade. Rio de Janeiro: Editora Nórdica, 1983.









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