sábado, 14 de julho de 2012

Capitalismo nacional na América Latina


Imagem: Galizacig

Octavio Ianni, demonstra que o malogro da política de desenvolvimento econômico destinada a elaborar um capitalismo nacional na América Latina, levou também ao fracasso da política de interdependência ou capitalismo associado. Esses malogros levaram segundo aponta o autor as instabilidades políticas latino-americanas que culminaram com a deposição de presidentes de várias nações. Nesse mesmo contexto encaixam-se as mudanças nas políticas da econômica da América Latina em relação ao livre comercio principalmente com os Estados Unidos. A problemática da dependência esta ligada diretamente como esclarece Octavio Ianni, a brecha econômica e científico-tecnologica, entre o mundo em desenvolvimento e as nações desenvolvidas. Segundo observado no texto a noção de dependência não substitui a de imperialismo ao contrario uma se desdobra na outra se integrando ambas tanto empírica como teoricamente.

Analisando o imperialismo este sempre esteve ligado às perspectivas oferecidas pela nação dominante, sejam nos processos econômicos e políticos como analisa o autor. Os estudos baseados nesses pressupostos procuram demonstrar a relação capital entre os países industrializados e os produtores de matérias-primas. Com  à atuação dos processos econômicos resultantes da Revolução Industrial levaram ao Capitalismo monopolístico em conseqüência aliasse aos interesses do governo metropolitanos. O resultado foi à criação dos impérios, como o britânico e outros. Visando barrar o avanço desses novos impérios econômicos os Estados Unidos elabora a Doutrina Monroe dentre outras, com o objetivo de proteger seus interesses na América Latina.

 Nesse contexto desenvolvesse as noções entre os países industrializados e os exportadores de matéria prima e todos os demais princípios antagônicos entre países dependentes e metrópoles. Mas o imperialismo prolonga-se internamente na própria nação dominante, pois os mesmos fundamentos governam sua política interna como explica Octavio Ianni. Um exemplo no próprio Estados Unidos é a clara distinção entre as cidades do sul aonde a grande maioria da população formada por negros, descendente de mexicanos ou porto-riquenhos é onde impera a pobreza, miséria e o abandono em relação ao governo. Em contradição nas cidades do norte prevalece uma maioria branca aonde a riqueza, luxúria e amparo do governo estão presentes. O motivo: uma sociedade de classes existente dentro do próprio Estados Unidos. Neste colonialismo interno encontramos os mesmos processos que levam ao imperialismo.


A alienação cultural das nações dominadas pelo imperialismo ocorre pelo controle e manipulação das massas através da mídia como demonstra o autor. É um dos fatores que os coloca diante da dependência estrutural, a forma como o imperialismo se insere no interior da nação subordinada, gerando conseqüências sociais, culturais e também psíquicas provocadas pela própria situação de dependência. Em resumo Octavio Ianni nos mostra que o imperialismo deve ser examinado em todas as suas dimensões principais, para compreendermos as contradições que produz e desenvolve em âmbito global.

O autor aponta a dependência estrutural como característica das sociedades latino-americanas porque historicamente e constitutivamente sempre foram dependentes. Foram criadas como colônias organizadas para atender os interesses mercantilistas das metrópoles.  Sua independência foi devido ao surgimento de uma força política e econômica interna e ao fim do mercantilismo. Sua independência política não foi seguida da econômica, pois passaram a funcionar conforme os interesses ingleses que investiram em suas “independências”. Com a expansão dos Estados Unidos para o sul eliminava a presença inglesa e estabelecia suas políticas de imperialismo na América Latina. Dentro desse sistema de dependência estrutural criada no sistema imperialista formam-se grupos parasitários que se utilizam de situações criticas em suas próprias nações para obter vantagens particulares dentro do sistema de relações de dependência.

Como demonstra o autor às classes dominantes nativas nunca se libertaram politicamente devido as intervenções externas sejam militares, diplomáticas ou econômicas devido a sua correlação com o fluxo da taxa do dólar e da libra esterlina.

Em resumo as sociedades latino-americanas não conseguiram superar a contradição entre sociedade nacional, por um lado, e economia dependente, por outro.

Leandro Claudir

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Você quer saber mais? 

IANNI, Octavio. Dialética e Capitalismo. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1988.





  



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