sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Maçonaria Bastarda!

Stanislas de Guaita*
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Todavia, sem nenhum medo de semear o temor ou o estupor; desdenhando, quando lhes era possível, sem perigo, todo este luxo de encenação, os verdadeiros iniciados reuniam-se, também, e a grande Ísis sentava-se em seu meio. Fundaram-se associações herméticas que deviam a rubricas forjadas o privilégio de uma segurança relativa. Citaremos, a título de memória, a ordem dos Templários (ninguém lhe ignora a origem e o fim trágico)¹; as confrarias da Rosa-Cruz e dos Filósofos Desconhecidos, sobre as quais a história, por outro lado, mal se pronuncia e, finalmente, a Franco-Maçonaria oculta, prolongamento mais ou menos direto da Ordem do Templo, iniciada, segundo consta, por Jacques de Molay, antes de sua condenação à fogueira. Mas, a
moderna franco-maçonaria - sonho de algum Ashmole em delírio, cepo bastardo e mal enxertado no antigo tronco - não possui mais a consciência dos menos significatvos de seus mistérios. Os velhos símbolos que ela reverencia e que transmite em uma piedosa rotina tornaram-se-lhe simplesmente letra morta: uma língua cujo alfabeto perdeu. Seus afilhados, destarte, nem mais suspeitam de onde vêm e para onde vão².

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¹ Ver GUAITA, S. O Templo de Satã. São Paulo, Editora Três, 1973, Biblioteca Planeta, Vol. I págs. 188 e segs.
² Os maçons começam a compreender o ridículo de suas vãs iniciações. Alguns querem suprimir o simbolismo; outros, mais esclarecidos, procuram sua elucidação racional. Um grupo de pesquisas iniciáticas foi recentemente formado sob a inspiração de um maçon pertencente à verdadeira Rosa-Cruz, Oswald Wirth, tendo como objetivo reencontrar a palavra perdida dos antigos mistérios.

Você quer saber mais?

GUAITA, Stanislas. No Umbral do Mistério. Porto Alegre: Grafosul, 1979. Transcrito da página 35. Foi conservada a grafia do original. O título da Postagem é nosso, porém, inspirado no Texto.

* O Marquês Stanislas de Guaita(1861-1897), não obstante ter falecido jovem, foi uma das figuras exponencias do Ocultismo francês do Século XIX. Sua Obra mais famosa é "O Templo de Satan".

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