terça-feira, 5 de outubro de 2010

11 de Maio de 1938 A reação contra a ditadura!

A reação contra a ditadura!



I – O OBJETIVO DA CONTRA-REVOLUÇÃO:

O movimento de 11 de maio de 1938 tinha como objetivo a deposição do Presidente da República - que governava como ditador desde o golpe de Estado de l0 de novembro de 1937 - e redemocratizar o país, reconstituindo o primado da Constituição de l6 de julho de 1934. Para isso reuniram-se os liberais em uma conspiração liderados pelo tribuno baiano Octávio Mangabeira - "À sua volta se irão aglutinando os revoltosos e desencantados, os que não quiseram e os que não puderam caber na nova situação." (Hélio Silva, "1938 - Terrorismo em campo verde", pg. 133). De outro lado, reuniram-se os integralistas, liderados por Plínio Salgado, líder nacional da Ação Integralista Brasileira. Na origem, tratava-se de duas conspirações que se desenvolviam separadamente, a partir da publicação do decreto presidencial que determinou a dissolução de todos os partidos políticos existentes, impedindo, assim, a realização das eleições presidenciais marcadas para o início do ano de 1938. Posteriormente, por interesses convergentes - garantia das eleições para as quais tanto Armando de Salles Oliveira, pelo Partido Constitucionalista de São Paulo, como Plínio Salgado eram candidatos à Presidência da República - uniram-se num único movimento revolucionário.
A comprovação dessa assertiva é confirmada pela documentação existente no Arquivo Nacional
do Rio de Janeiro - Processos n. 588, 600, 606 e outros do Tribunal de Segurança Nacional -; pelas pesquisas realizadas pelo historiador Hélio Silva, publicadas em várias de suas obras em
que tratou sobre o tema, assim como, em pesquisas realizadas por outros autores (ver bibliografia).

II - COMO SE DESENVOLVEU A CONSPIRAÇÃO:

A conspiração se desenvolveu em dois níveis: o das altas lideranças - chefes políticos, militares de alta patente, intelectuais, empresários, e o dos militantes de ambas as facções. Severo Fournier representando os liberais, como homem de confiança do então Coronel Euclides de Oliveira Figueiredo, e os médicos Belmiro Valverde e Raimundo Barbosa Lima, representando os integralistas. Reuniões foram realizadas à exaustão nos dois níveis e entre os representantes
dos dois grupos então unificados.
Ocorre que entre as altas lideranças a decisão de executar o plano, com maior apoio, se prolongava, aguardando, novas adesões significativas. Entretanto, um fato novo determinou a
definição da data para o ataque ao Palácio Guanabara, residência oficial do Ditador. O tenente
Júlio Barbosa do Nascimento que aderira ao movimento era um dos Comandantes da Guarda
Militar do Palácio e fora designado, para o seu plantão no dia 10 de maio, entrando em serviço
às 10 horas da noite daquele dia. Assim sendo, determinou-se que o ataque ao Palácio seria realizado na primeira hora do dia 11 de maio de 1938. Acordado entre todas as lideranças o plano de ataque elaborado por Severo Fournier, com a supervisão do Coronel Euclides Figueiredo deveria ser executado, sem demora - "Meu pai havia lido esses planos, fazendo-lhes observações à margem. Falhada a intentona promovida por integralistas dissidentes de Plínio Salgado e seguidores de Belmiro Valverde, de sociedade com oficiais não-integralistas e contrários à ditadura fascistóide, como Severo Fournier e outros, estava Euclides Figueiredo, o ex-comandante do Movimento Constitucionalista de São Paulo e membro do grupo que apoiava a candidatura de Armando de Salles Oliveira". Meu pai foi condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional - a quatro anos de prisão". Este texto consta do livro "DE UM OBSERVADOR MILITAR - A 2a. Guerra Mundial vista de dentro uma prisão do Estado Novo", escrito por Euclides Figueiredo e editado pela Câmara de Deputados (Centro de Documentação e Informação), em Brasília, no ano de l983, na BREVE EXPLICAÇÃO, escrita pelo intelectual e escritor Guilherme Figueiredo, às páginas l9 e 20. Severo Fournier no seu DIÁRIO SECRETO, publicado pelo jornalista David Nasser (Edições Cruzeiro, R. J., l956, 2a. edição), à página 56 diz:
"Nosso movimento estava, além de tudo, baseado em várias forças armadas do País e se
apoiava em duas das maiores correntes e organizações políticas: na democracia representada
pelo Partido Constitucionalista, que significa dizer com o Brasil. E com o Integralismo". Confirmando este depoimento de Severo Fournier, Hélio Silva, na obra acima citada, às páginas
78 e 79, diz:
"A figura que sobressai pelo seu passado e, sobretudo, pela sua combatividade é o Ex-Chanceler
de Washington Luís, Otávio Mangabeira. A ele se deve, principalmente, o fato de não ter cabido
o comando da ação rebelde ao próprio chefe integralista, Plínio Salgado. Por indicação de Mangabeira, foi escolhido o Gen. João Cândido Pereira de Castro Júnior. A conspiração se desenvolveu utilizando esses elementos, sem distinções ideológicas. A participação integralista não pretendeu imprimir, ao menos nessa fase, características doutrinárias. Tratava-se de articular um plano subversivo, utilizando elementos das classes armadas, antigetulistas ou filiados ao integralismo. Se vitorioso, o movimento constituiria uma junta militar que, seguindo o
modelo clássico, prometeria eleições, logo que tivesse saneado a política.”

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www.integralismorio.org

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