segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Nazistas na Amazônia: missão secreta para atacar países vizinhos.




Livro conta a história de expedição nazista à região. Imagem: Einestages Spiegel.
Os oficiais de Hitler estiveram aqui, gostaram do que viram e fizeram um plano audacioso e assustador: enviar uma missão secreta à Amazônia para atacar os países vizinhos e começar a ocupação da à América do Sul.
por Pieter Zalis

Os gringos querem tomar a Amazônia. Você já deve ter ouvido essa teoria conspiratória, que volta e meia aparece em conversas de bar. O que você provavelmente não sabe é que esse risco já existiu de verdade. Uma superpotência já esteve aqui mapeando o terreno. E não foram os EUA - foi a Alemanha nazista. "A tomada das Guianas é uma questão de primeira importância por razões político-estratégicas e coloniais." Essa frase faz parte de um relatório de 1940 preparado pelo biólogo e geógrafo Otto Schulz-Kamphenkel para a SS - a força de elite do Terceiro Reich. O objetivo da chamada Operação Guiana era colonizar as guianas Francesa, Inglesa e Holandesa. A invasão seria feita pelo norte do Brasil, pois os nazistas já haviam passado por aqui - e gostado do que viram. De 1935 a 1937, Schulz-Kamphenkel liderara uma expedição que começou em Belém do Pará e percorreu as margens do rio Jari, no atual estado do Amapá, até chegar à fronteira da Guiana Francesa.

Os metais preciosos da região e a forte influência dos ingleses na América do Sul foram os principais incentivadores da Operação Guiana. Em carta endereçada a Hitler, no dia 3 de abril de 1940, o oficial da SS Heinrich Peskoller diz que as reservas de ouro e diamantes locais seriam suficientes para sanar a situação financeira da Alemanha em poucos anos. "Na Guiana Britânica, a extração de ouro e diamante é mantida em baixa para não atrapalhar o mercado sul-africano (dominado também por ingleses). Nas mãos do Führer, cada metro quadrado de solo poderia ser em pouco tempo explorado pela grande Alemanha", escreveu o oficial.

Peskoller não queria apenas criar uma colônia para alimentar a economia do Terceiro Reich. A região teria importância na construção do Espaço Vital da raça ariana - pois os nazistas acreditavam que seria possível transformar a região em um lugar bom de viver. "O empenho e a técnica alemã poderiam domar as inúmeras cachoeiras na forma de usinas hidrelétricas colossais. Podendo fazer uma rede elétrica em todo o país com bondes, navegação fluvial, produção de madeiras nobres, pontes, aeroportos, escolas e hospitais. A comparação entre o antes e o depois da tomada dos alemães contaria pontos para o Führer", argumentava Peskoller.

A conquista das Guianas também traria outro grande benefício para os alemães: atrapalhar a Inglaterra. Os ingleses compravam muitas matérias-primas das Américas, e boa parte dos cereais consumidos no território inglês vinha da Argentina. Depois de montar a base na América do Sul e tomar as Guianas, o próximo passo dos nazistas seria mandar submarinos para a região - para que os navios que se dirigiam à Inglaterra fossem abatidos.

Em 1940, o projeto foi encaminhado a Heinrich Himmler, líder da SS e um dos principais nomes do governo nazista. "O plano parece romântico, mas é factível", defendeu Schulz-Kamphenkel. A operação, de acordo com o pesquisador, deveria ser feita em sigilo. Os alemães atacariam em duas frentes. Uma tropa de 150 soldados navegaria o rio Jari, no Amapá, para chegar a Caiena, capital da Guiana Francesa. Ao mesmo tempo, pequenas embarcações e 2 submarinos atacariam pela costa da Guiana.

A América do Sul e a Sibéria deslumbravam Schulz-Kamphenkel pelas riquezas naturais. Esses territórios eram considerados áreas ideais para a expansão do Terceiro Reich. Mas a invasão militar na Sibéria estava temporariamente descartada. Os Russos dominavam a região. E, até 22 de junho de 1941, estava em vigor um pacto de não-agressão germano-soviético. Sobrava a América do Sul.

Na avaliação dos nazistas, os países vizinhos não impediriam a invasão. O Brasil dera apoio irrestrito à primeira viagem de Schulz-Kamphenkel pela Amazônia, em 1935 (quando o pretexto dele era estudar a flora e a fauna locais), e não sabia dos planos de ataque. Uma possível represália dos EUA também era considerada improvável. Em 1940, eles ainda não estavam em guerra contra a Alemanha. Pela lógica da SS, a troca de poder nas colônias seria uma mera substituição de nações europeias na região - e não afetaria a influência dos americanos por aqui.

O plano também incluía previsões assustadoras para o período do pós-guerra. Após a conquista da Europa, o novo alvo seria o Japão. "Se conseguirmos assegurar (o território das Guianas), teremos uma posição estratégica para enfrentar o Japão", diz o relatório. Era uma questão de defesa. "Há o risco terrível de domínio amarelo no mundo. A raça branca está ameaçada pela raça amarela."

Antes de a guerra estourar, o jovem Otto Schulz-Kamphenkel já desfrutava de prestígio entre os homens fortes de Hitler. Sua primeira grande expedição foi na África, na atual região da Libéria, onde ele caçou animais - que vendeu para o zoológico de Berlim. Seu grande desejo era conhecer a floresta amazônica. A expedição ao Jari, em 1935, colocou o pesquisador no patamar dos mais prestigiados cientistas alemães da época. O Museu de História Natural de Berlim ainda expõe animais empalhados trazidos por Schulz-Kamphenkel, que também gravou um filme de 90 minutos, tirou 250 fotos e escreveu o livro O Enigma do Inferno Verde, que vendeu 100 mil exemplares na época. "A descrição da paisagem é muito precisa. Ainda hoje é possível se guiar na região com as referências dadas no livro", diz Cristoph Jaster, chefe do Parque Nacional Tumucumaque, no estado do Amapá.

No livro, saudações a Hitler se misturam com comentários sobre a superioridade da raça ariana. Imagens mostram um hidroavião e alguns barcos carregando bandeiras com suásticas. Os nazistas deixaram uma lembrança que pode ser vista até hoje na margem do rio Jari, a poucos metros da cachoeira de Santo Antônio. É uma cruz de 3 m de altura, decorada com uma suástica, em homenagem a um oficial que morreu durante a expedição.

Negros e índios eram considerados raças inferiores. Mas Schulz-Kamphenkel exaltava a boa relação construída com as tribos locais aparai, mayna e wajäpi. Os nativos, que despertavam a curiosidade dos alemães (e atraíram muitos espectadores para o filme que mostra a expedição) serviram como guias na desconhecida região da floresta amazônica. Quando surgiu a ideia do Projeto Guiana, Schulz-Kamphenkel dizia que sua boa relação com os locais seria um facilitador para a conquista germânica. "Ele não queria apenas participar da invasão. O bom contato com os índios fez Schulz-Kamphenkel sonhar com o governo da futura Guiana Alemã", afirma o alemão Jens Glüsing, autor do livro Das Guiana-Prokejt. Ein deutsches Abenteuer am Amazonas (Projeto Guiana - Uma Aventura Alemã no Amazonas), ainda sem tradução em português.

Militares disfarçados

O Ministério da Aeronáutica nazista forneceu um hidroavião para ajudar nos estudos na selva. Nas entrelinhas, havia um objetivo militar: testar técnicas de mapeamento aéreo. Esse aprendizado foi usado para fins militares durante a Segunda Guerra. Os ministérios das Relações Exteriores e da Guerra de Brasil e Alemanha cuidaram da burocracia e negociaram a isenção de impostos para armas, munição e mais de 30 toneladas de material para a expedição. O Museu Nacional no Rio de Janeiro, presidido por Paulo de Campos Porto, foi o principal incentivador do projeto pelo lado brasileiro. Esse apoio existiu porque a região era igualmente desconhecida pelo nosso governo, e o museu estava interessado nos resultados científicos obtidos pela expedição. Além disso, as células do Partido Nazista no Brasil tinham forte influência sobre setores do governo de Getúlio Vargas e fizeram lobby a favor da expedição.

Nazistas aqui?

A opinião pública também apoiou a expedição nazista. O jornal carioca Gazeta de Noticias publicou no dia 9 de agosto de 1935 uma matéria com o título: "Nas vésperas da sua sensacional expedição  ao Jari". A entrevista com o geógrafo alemão exaltava "uma viagem que mereceu os mais francos aplausos". O cientista era caracterizado como "uma expressão brilhante da moderna geração que ora está surgindo cheia de vida e coragem, disposta a derrubar os obstáculos que entravam a marcha da civilização".

Em outra entrevista para o Jornal do Norte, publicada no dia 24 de agosto de 1935, o piloto alemão Gerd Kahle agradeceu: "Não se esqueça de dizer pelo jornal que estamos muito sensibilizados pelas atenções das autoridades paraenses. Aos senhores Andrade de Ramos & Cia., proprietários de imensa extensão de terras no Jari, também estamos cativos pelas facilidades que nos têm assegurado a boa consecução do nosso empreendimento."

Mas a segunda expedição, em que os alemães viriam secretamente para invadir as guianas, acabou não saindo do papel. Ela não se concretizou por uma decisão pessoal de Himmler, o líder da SS, que esfriou os planos. Na estratégia dele, a guerra havia ganhado outras dimensões - e seria mais inteligente centrar fogo na Europa. Em 10 de maio de 1940, a Alemanha lançou uma grande ofensiva contra a Europa Ocidental. Em dias, a Holanda foi conquistada e, em pouco mais de um mês, Hitler realizou seu desfile histórico pela avenida Champs-Élysées, em Paris. "As invasões da Holanda e da França representaram a anexação automática de suas colônias ao governo nazista. Não havia mais a necessidade de invadir as Guianas", explica Jens Glüsing.

Com o decorrer da guerra, os habitantes da Guiana Francesa começaram a se revoltar contra as forças de Vichy (governo pró-nazista implantado na França durante a Segunda Guerra). A capital, Caiena, ganhou o clima de terra sem lei e virou palco da ação de espiões e fugitivos. Em 1943, com a ajuda dos EUA, o governo pró-nazista foi expulso da Guiana Francesa. Mas a população local era contra uma ocupação americana. E os franceses não tinham mais autoridade. O país estava sem comando - e o governo brasileiro começa a cogitar a anexação da Guiana Francesa ao Brasil. Livros de propaganda política, como Brasil, o País do Futuro, do austríaco Stefan Zweig, chegaram a ser distribuídos em Caiena. Mas Getúlio Vargas acabou desistindo do plano, pois temia criar atrito com os EUA.

Após voltar da Amazônia, Schulz-Kamphenkel se filiou à SS e chegou ao posto de tenente. Com outros cientistas, formou uma tropa de elite de pesquisadores a favor do nazismo. Depois, se envolveu na operação secreta Comando Especial Doca, que levou mais de 50 pesquisadores nazistas para estudar o Deserto do Saara e imaginar possíveis rotas que os ingleses e os franceses poderiam tomar até a Itália. Schulz também perambulou por Grécia, Iugoslávia, Finlândia, Polônia e Ucrânia.

Em 1945, ele foi preso na Áustria pelos americanos e enviado para um campo de prisioneiros de guerra. O FBI o interrogou em maio de 1946. No dossiê sobre o geógrafo, um oficial recomendou ao governo americano que adotasse as técnicas de mapeamento aéreo desenvolvidas por Schulz-Kamphenkel, mas isso não chegou a ser concretizado. No mesmo ano, ele foi solto e voltou para sua cidade natal, Hamburgo, onde abriu o Institut für Welkunde in Bildung und Forschung (Instituto de Formação e Pesquisa de Ciência do Mundo). Em funcionamento até hoje, a instituição fundada pelo ex-tenente da SS fornece filmes didáticos e material de ensino de geografia para escolas alemãs.

Depois de ser alvo de Hitler, a região do rio Jari e a fronteira com a Guiana Francesa se transformou em palco de extração de ouro, com a ação predatória de garimpeiros e exploração mineral desenfreada na década de 1980. Hoje, faz parte de uma área de proteção ambiental - mas, como toda a Amazônia, sofre com os efeitos do desmatamento, que cresceu 60% no segundo semestre de 2011. Hoje a grande ameaça à região é outra: a destruição ecológica.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Registros da Crucificação de Jesus fora do Novo Testamento.



Além dos Evangelhos e das Epístolas paulinas, outros testemunhos importantes a respeito da crucificação de Jesus são citadas pelo historiador judeu Flávio Josefo, pelo historiador romanoTacitus e pelo Talmude. Abaixo os detalhes de cada uma das fontes:

1-Flávio Josefo nasceu em Jerusalém, em 37 ou 38 d.C., e pertencia à aristocracia sacerdotal judaica. Na guerra judaica (66 – 70 d.C.), foi o responsável pela proteção de Jerusalém contra o exército romano. Diante do poderio das tropas imperiais Jerusalém foi totalmente destruída e Josefo foi feito prisioneiro. Após obter o perdão imperial (supostamente profetizou que Vespaziano seria imperador), recebeu cidadania romana (daí o nome latino Flavius Josephus), uma residência, terras e uma pensão imperial. As obras mais famosas de Josefo são: Antiguidades Judaicas,Guerras Judaicas, A Vida de Josefo (uma polêmica autobiografia) eContra Apion (uma apologia). O trecho em que Josefo cita Jesus parece ter sofrido interpolações cristãs (o trecho ficou conhecido como Testimonium Flavianum, Ant. 18,63s)[1], por isso citarei o texto colocando entre colchetes aquilo que, de acordo com Dominic Crossan[2], provavelmente representa acréscimo cristão:

“Por volta dessa época viveu Jesus, um homem sábio [se é que se deve chamá-lo de homem]. Pois ele era capaz de proezas surpreendentes e ensinava as pessoas a aceitar a verdade com alegria. Ele conseguiu converter muito judeus e muitos gregos. [Ele era o messias]. Quando Pilatos, ao saber que ele havia sido acusado pelos homens mais influentes entre nós, condenou-o a crucificação, aqueles que o amavam em primeiro lugar não desistiram por sua afeição por ele. [No terceiro dia ele apareceu-lhes recuperado para a vida, pois os profetas de Deus haviam previsto esta e inúmeras outras coisas maravilhosas sobre ele.] E a tribo dos cristãos, assim chamados por causa dele, não desapareceu até hoje.”
(Antiguidades Judaicas, 18,63).

2. P. Cornelius Tacitus era membro da aristocracia senatorial romana. Nascido por volta de 55, foi contemporâneo mais jovem de Flávio Josefo. São de sua autoria duas famosas obras: as Histórias (c. 105/110) e os Anais (c. 116/117). Tacitus tinha repulsa tanto pelos judeus como pelos cristãos.    Duas frases escritas por ele mostram isso: “com relação a qualquer outro povo [os judeus] sentem apenas ódio e inimizade” (Histórias 5.5.1); “[os cristãos são] uma classe de homens detestados por seus maus hábitos” (Anais 15.44). No intuito de explicar a origem do movimento cristão, ele fala da crucificação de Jesus:
“Este nome (christiani) vem de Cristo, que foi executado sob Tibério pelo procurador Pôncio Pilatus”.
(Anais, 15,44,3).

3. O Talmude (sec. III e IV d.C.), coleção de leis, preceitos, tradições e costumes judaicos, também faz referência à crucificação de Jesus. Muitas dessas referências representam respostas à provocações dos cristãos e é possível que algumas delas contenham algo de histórico. Uma merece especial atenção:

“Na véspera da festa de Páscoa suspenderam Ieshu. Quarenta dias antes gritou o arauto: ele será levado ao apedrejamento porque praticou feitiçaria e porque seduziu Israel e o fez apóstata. Quem tem algo a dizer em sua defesa que venha e o diga. Como nada foi apresentado em sua defesa, ele foi pendurado na véspera da festa de Páscoa...”
(Talmude Babilônico Sinédrio 43a). 

Referências bibliográficas:

GRELOT, Pierra. A esperança judaica no tempo de Jesus. São Paulo: Loyola, 1996.

THEISSEN, Gerd. O Jesus histórico, uma manual. São Paulo: Loyola, 2002.
VERMES, Geza. A paixão. Rio de Janeiro: Record, 2007.

CROSSAN, Dominic.  Quem matou Jesus? Rio de Janeiro: Imago Ed., 1995.

Notas:

[1] Uma ampla discussão a respeito da autenticidade do Testimonium Flavianum pode ser consultada na seguinte obra: THEISSEN, Gerd. O Jesus histórico, uma manual. São Paulo: Loyola, 2002, p. 85-94.

[2] Cf. CROSSAN, Dominic.  Quem matou Jesus?, p. 17,18.

Jones Mendonça
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Feliz Ano Novo!



Desejo à todos os seguidores e amigos do Construindo História Hoje que neste ano que nasce venham a conhecer a Deus, a si próprio e a verdade sobre a Grande História da Humanidade  e nosso local de honra como seres especiais de um Criador maior. Que por Ele e para Ele fomos criados e todos, todos sem exceção temos uma razão de existir e ser, um propósito para a Glória do Deus único por meio de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!

Estudem, julguem todas as coisas e retenham oque é bom, não desistam de seus sonhos, Deus tem um propósito em sua Vida, deixe-o cumpri-lo!

Feliz 2019 com o Espírito por Criador pelo nome de Jesus Cristo!

Leandro Claudir Pedroso

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Yggdrasil (Árvore da Vida na mitologia nórdica)

 Uma imagem estilizada de Yggdrasil, a gigantesca árvore dos mundos na mitologia nórdica que une os Nove Mundos ou reinos da existência. Esta imagem aparece na famosa tapeçaria Överhogdal, que remonta ao ano de 1066 e retrata os acontecimentos do Ragnarok, a profecia apocalíptica pré-cristã da lenda nórdica.O freixo do mundo engloba os nove mundos, e é guardada pela serpente Jörmungandr. Yggdrasil é uma das muitas variações do eixo cósmico ou Árvore do Universo,  conhecida por todas as culturas humanas.
Yggdrasil é o lar de muitas criaturas, especialmente a serpente Nidhogg ou Dragão, que se esconde na base, o Galo Gullinkambi (pente de ouro), que vive no pico da árvore, e o esquilo, Ratatosk, que transmite mensagens entre eles.Estes animais podem ser visualizados como metáforas para o corpo humano. Segundo a lenda nórdica, Yggdrasil é onde o deus Odin ficou pendurado de cabeça para baixo durante nove noites, a fim de obter o alfabeto Rúnico. Sob as raízes do Freixo do Mundo está à primavera, Mimir, para quem Odin sacrificou um olho para ganhar sabedoria.

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Estrela e a Crescente do Islã


 

Este emblema, comumente reconhecido como o símbolo da fé islâmica, é mais por ter adquirido essa associação à fé do que pela intenção.

A estrela e o crescente são um símbolo em si muito antigo, que remonta ao início de civilização suméria, onde foi associado com o deus Sol e a deusa Lua (sua primeira datação remonta 2100 aC) e, mais tarde, como as deusas Tanit e Diana. O símbolo permaneceu em uso constante, e acabou por ser adotado como padrão em batalhas pela dinastia otomana, que são os principais responsáveis ​​por sua associação com o Islã. 

Como a dinastia era também responsável pela fé, era inevitável que seu símbolo estaria associada ao Islã também. Note-se que não há nenhuma menção de tal símbolo no Corão, o livro sagrado do Islã, não há qualquer relação entre o crescente e a estrela ao Profeta (cuja bandeira era preto e branco, com a inscrição "Nasr hum min Allah "," com a ajuda de Deus. ")

Hoje, a estrela e o crescente é amplamente aceito como um símbolo da fé islâmica, e é usado em artes decorativas, joias e bandeiras nacionais, bem como a cruz em países cristãos. Ela está associada com o uso da Lua para festas de tempo. No entanto, não é aceita por todos os muçulmanos. Muitos o consideram anti-islâmico e até mesmo blasfemo.

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Vikings, muito antes de Colombo!




Além de aterrorizar a Europa, os vikings descobriram o caminho para a América e criaram as primeiras colônias em nosso continente. Conheça a saga desses guerreiros do mar.

Numa época em que a América do Norte ainda era dominada pelos povos indígenas, alguns colonos europeus caminhavam pelas matas quando avistaram um grupo grande de nativos. Rapidamente, alteraram seu trajeto para evitar o confronto. Mas uma jovem gestante, de nome Freydis, foi contra. Fugir era indigno. O certo era atacar os índios. Freydis foi ignorada pelos homens do grupo, mas isso não diminuiu seu furor. Ela deixou à mostra um seio para ressaltar seu sexo, pegou uma espada e partiu para a briga. Os índios, que nunca haviam visto - quanto mais combatido - uma mulher branca, grávida, armada, perigosa e seminua, ficaram perplexos e mudaram de rumo.
A história acima faz parte das "Sagas", registros de feitos heróicos dos vikings escritos na Islândia entre os séculos 12 e 14. Até o século 20, os historiadores pensavam que os relatos das escaramuças com os "skræling" (como os índios são chamados no texto) fossem fictícios. Compreensível, já que os autores estavam mais preocupados em criar lendas do que em registrar fatos. Eis que, em 1960, o dinamarquês Helge Instad encontra na Terra Nova, no Canadá, os restos de um assentamento viking do ano 1000. Ficou provado que, quase 500 anos antes de Colombo, outra cultura européia havia alcançado a América. Os contatos entre índios e vikings são o tema de "Desbravadores", que estreou nos cinemas em outubro. Embora ficcional, o filme deixa no ar questões importantes. Por que os vikings foram os primeiros europeus a chegar à América? Por que não permaneceram? E o que essa aventura representa para nós?
Essa colônia montada pelos vikings na América do Norte marcou o ponto mais extremo de uma viagem que começou no século 2, quando tribos germânicas ocuparam as regiões menos frias da Dinamarca, da Suécia e da Noruega. Nos 600 anos seguintes, esses povos permaneceram relativamente isolados do resto da Europa, desenvolvendo características que, entre os séculos 8 e 10, levaram ao movimento de expansão conhecido como Era Viking.
Os vikings viviam em pequenos reinos, e a sociedade se dividia em três classes principais: abaixo de todos, escravos e servos; acima deles, os homens livres, dedicados à agricultura e à pecuária; no topo da pirâmide, aristocratas com funções administrativas, militares e religiosas - os escandinavos foram pagãos até o século 11. O comércio era muito importante para esses "fiordes-estado": navios escandinavos iam até portos da Irlanda e da Europa Ocidental para trocar peles e marfim por ouro, cobre e estanho.
Não há um consenso do porquê (explosão populacional, embargo comercial, superioridade tecnológica, honra), mas o intercâmbio pacífico ficou para trás em 793, quando os "homens do norte" desandaram a atacar mosteiros no litoral britânico, alvos fáceis e lucrativos. Os guerreiros chegavam pelo mar e não mostravam nenhuma piedade cristã com os monges, matando quem se metesse no caminho, saqueando as capelas em busca de riquezas e vendendo os sobreviventes como escravos.
Após os primeiros sucessos, os ataques cresceram em quantidade e tamanho. "As primeiras expedições contra mosteiros indefesos podiam ser feitas com 20 guerreiros. Já as grandes, contra cidades como Paris, podiam reunir 200 navios", diz o historiador Johnni Langer, principal estudioso do tema no Brasil. Essas expedições de saque eram chamadas "viks", que deu origem ao termo "viking".
"O excesso de saques numa mesma região forçava a busca de alvos cada vez mais distantes", diz Langer. Cada povo seguiu sua rota (ver "Mapa dos tesouros", à direita). Os da Dinamarca e da Noruega se voltaram para o Ocidente, conquistando parte da Inglaterra e da Irlanda e saqueando sucessivamente França, Península Ibérica, norte da África, Itália e Grécia. Enquanto isso, os suecos foram para oeste: detonaram os países bálticos, desceram a bacia do rio Dnieper pelo Leste Europeu até o Mar Negro e atingiram as rotas comerciais árabes. Os guerreiros vikings causaram forte impressão entre as tribos eslavas do Leste Europeu. O suficiente para que elas, que os chamavam de "rus", fizessem deles seus chefes. Dessa mistura eslavo-normanda nasceria a Rússia.
A América dos Vikings

A colônia de Anse-aux-Meadows, descoberta em 1960 na costa leste do Canadá, abrigava três casas, além de oficinas, forjas e fornos. Imagem:
Por um desses acasos da história, as duas correntes de pilhagem migratória, a do Oeste e a do Leste, acabaram se reencontrando no século 9, nas vizinhanças do Império Bizantino. Para desespero de Bizâncio, que passou a ser vítima de saques constantes e quase foi conquistada. 
O segundo momento da expansão viking é marcado pelo estabelecimento de colônias. A partir de 860, noruegueses começaram a se estabelecer na Islândia, então uma ilha deserta. Nessa época, o líder Harald Cabelos Finos estava em franca campanha militar para tornar-se o único monarca norueguês. Descontente com essa unificação forçada, boa parte da população decidiu lançar-se ao mar. Em 930, a Islândia já contava com 30 mil habitantes. Isso levou, naturalmente, a um esgotamento das terras disponíveis para agricultura.
Em 982, um chefe viking chamado Erik, o Ruivo, foi expulso da Islândia acusado de assassinato. Ele decidiu navegar para o oeste e checar as informações de outro navegador, Gunnbjoeorn, que 60 anos antes teria encontrado uma terra desconhecida naquele rumo. Erik redescobriu então a Groenlândia, que na época tinha um clima propício à atividade agrícola (ver quadro "Terra verde").
Erik voltou à Islândia três anos depois e convidou a população a colonizar a nova terra. Em 986, 25 navios cheios de colonos deixaram a Islândia em direção à Groenlândia. Apenas 15 chegaram ao destino. Estabeleceram-se primeiro na península do sul da ilha e depois criaram outra colônia ao norte. Em poucas décadas, já havia mais de 450 fazendas na região.
TERRA VERDE
Aquecimento global seria explicação para colonização - e para o nome - da Groenlândia
O nome da província dinamarquesa não deixa dúvidas: Grønland (nossa Groenlândia) significa literalmente "terra verde". Mas a paisagem contradiz o mapa: a ilha é branca, coberta de gelo. Quando muito, a tundra do litoral tem um tom marrom-ferrugem. Será que o pioneiro Erik, o (indiscutivelmente) Ruivo, aplicou um golpe de marketing para atrair colonos vikings? A explicação pode ser mais simples: aquecimento global.

Quando a Groenlândia foi colonizada, por volta do ano 1000, a Europa vivia o auge do Período Quente Medieval (800-1300), em que o continente teve temperaturas excepcionalmente elevadas. Aumentou a produção agrícola, houve um boom na construção de pontes (chovia mais, e os rios encheram) e, claro, ficou mais fácil viajar e viver na região ártica. É possível, portanto, que quando os islandeses desembarcaram na Groenlândia, ela fosse realmente verde.
Após esse período, no entanto, começou a Pequena Era Glacial. Por meses inteiros, a Groenlândia e mesmo a Islândia ficavam isoladas do resto do continente, dificultando o acesso a produtos importantes como ce-reais e ferro. "Mesmo uma pequena queda de temperatura tornava a vida muito mais difícil para europeus em um local tão remoto", diz James Graham-Campbell, arqueólogo da University College of London.
O sumiço dos vikings americanos também se explica pela exaustão dos recursos naturais, defendida pelo biológo americano Jared Diamond no livro "Colapso". Diamond sugere que o estilo de vida dos fazendeiros na Groenlândia, baseado no desflorestamento e no uso da terra para pastagem do gado, produziu uma catástrofe ecológica que levou à extinção das colônias. "Por outro lado", lembra Graham-Campbell, "o estilo de vida dos esquimós estava plenamente adaptado às condições do Ártico, e sua expansão para o sul pode ter resultado na expulsão dos vikings."
Sonho americano 

Em 992 foi a vez de Erik Leif, filho do Ruivo, aventurar-se para o oeste em busca de terras já avistadas. Um certo Herjolfsson dizia ter errado o caminho para a Noruega e chegado a uma terra coberta de árvores e, depois, a outra cheia de rochas. As "Sagas" contam que Leif partiu acompanhado de 35 marinheiros e que navegou até encontrar os lugares descritos por Herjolfsson, que batizou de Markland e Helluland. Acredita-se que elas correspondam à Ilha de Baffin e à costa de Labrador (ver "Mapas do Tesouro").
Leif seguiu mais para o sul. Os textos antigos dizem que ele encontrou uma região coberta por vegetação verde, a que chamou de Vinland, terra do vinho. Os vikings passaram lá o inverno e no verão retornaram à Groenlândia, onde elogiaram o clima da região recém-descoberta. Por volta de 1020, uma nova expedição levou em torno de 150 colonos para viver em Vinland. Entre eles estava até uma filha bastarda de Erik, Freydis - a guerreira que encarava os índios de peito aberto.
As ruínas de Anse aux Meadows, no Canadá, são o único vestígio das colônias vikings na América. Mas isso não significa que o povoamento tenha se restringido a essa região. "Pode ser que os escandinavos vivessem mais ao sul. O povoado da Terra Nova seria uma espécie de portão de entrada do continente para quem chegava da Groenlândia", diz Collen Batey, professora da Universidade de Glasgow. A arqueóloga também contesta o relato das "Sagas", que restringe a três anos a existência de Vinland. "Hoje as escavações sugerem que a ocupação pode ter durado quase 20 anos." Segundo Richard Ringler, do Departamento de Estudos Escandinavos da Universidade de Wisconsin, em 1347 ainda havia gente planejando viagens da Groenlândia para o Canadá. "Não vejo nenhuma razão para que Colombo não soubesse dessas viagens, e pessoalmente suspeito que ele soube", diz Ringler.
As relações entre vikings e "skrælings" (homens feios, na língua nórdica) são um tópico a parte. Enquanto "Desbravadores" mostra os vikings massacrando índios, as "Sagas" afirmam que os dois povos se deram bem e inclusive foram parceiros comerciais, até que alguns índios passassem mal por tomar leite de vaca. "Não temos vestígio arqueológico de que esses combates tenham acontecido", diz Batey. Ela acha que é perfeitamente possível que a curta convivência entre vikings e europeus tenha sido absolutamente pacífica. "Mas uma história assim não daria um filme, não é?", pergunta ela.
É possível que o isolamento, as dificuldades de sobrevivência e a distância da Escandinávia tenham levado a colônia de Vinland a sofrer uma morte natural.
No século 11, a Era Viking se encerra. Mas suas viagens ainda são celebradas. Neste ano o Sea Stallion, reconstituição de um barco viking, chegou a Dublin 45 dias depois de zarpar da Dinamarca, refazendo uma das mais ativas rotas vikings. Que hoje o mesmo povo que eles aterrorizaram receba em festa seus descendentes mostra que eles asseguraram seu lugar na História.
Autor: Plabo Nogueira.

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Registros da Crucificação de Jesus fora do Novo Testamento.




Além dos Evangelhos e das Epístolas paulinas, outros testemunhos importantes a respeito da crucificação de Jesus são citadas pelo historiador judeu Flávio Josefo, pelo historiador romanoTacitus e pelo Talmude. Abaixo os detalhes de cada uma das fontes:

1-Flávio Josefo nasceu em Jerusalém, em 37 ou 38 d.C., e pertencia à aristocracia sacerdotal judaica. Na guerra judaica (66 – 70 d.C.), foi o responsável pela proteção de Jerusalém contra o exército romano. Diante do poderio das tropas imperiais Jerusalém foi totalmente destruída e Josefo foi feito prisioneiro. Após obter o perdão imperial (supostamente profetizou que Vespaziano seria imperador), recebeu cidadania romana (daí o nome latino Flavius Josephus), uma residência, terras e uma pensão imperial. As obras mais famosas de Josefo são: Antiguidades Judaicas,Guerras Judaicas, A Vida de Josefo (uma polêmica autobiografia) eContra Apion (uma apologia). O trecho em que Josefo cita Jesus parece ter sofrido interpolações cristãs (o trecho ficou conhecido como Testimonium Flavianum, Ant. 18,63s)[1], por isso citarei o texto colocando entre colchetes aquilo que, de acordo com Dominic Crossan[2], provavelmente representa acréscimo cristão:

“Por volta dessa época viveu Jesus, um homem sábio [se é que se deve chamá-lo de homem]. Pois ele era capaz de proezas surpreendentes e ensinava as pessoas a aceitar a verdade com alegria. Ele conseguiu converter muito judeus e muitos gregos. [Ele era o messias]. Quando Pilatos, ao saber que ele havia sido acusado pelos homens mais influentes entre nós, condenou-o a crucificação, aqueles que o amavam em primeiro lugar não desistiram por sua afeição por ele. [No terceiro dia ele apareceu-lhes recuperado para a vida, pois os profetas de Deus haviam previsto esta e inúmeras outras coisas maravilhosas sobre ele.] E a tribo dos cristãos, assim chamados por causa dele, não desapareceu até hoje.”
(Antiguidades Judaicas, 18,63).

2. P. Cornelius Tacitus era membro da aristocracia senatorial romana. Nascido por volta de 55, foi contemporâneo mais jovem de Flávio Josefo. São de sua autoria duas famosas obras: as Histórias (c. 105/110) e os Anais (c. 116/117). Tacitus tinha repulsa tanto pelos judeus como pelos cristãos.    Duas frases escritas por ele mostram isso: “com relação a qualquer outro povo [os judeus] sentem apenas ódio e inimizade” (Histórias 5.5.1); “[os cristãos são] uma classe de homens detestados por seus maus hábitos” (Anais 15.44). No intuito de explicar a origem do movimento cristão, ele fala da crucificação de Jesus:
“Este nome (christiani) vem de Cristo, que foi executado sob Tibério pelo procurador Pôncio Pilatus”.
(Anais, 15,44,3).

3. O Talmude (sec. III e IV d.C.), coleção de leis, preceitos, tradições e costumes judaicos, também faz referência à crucificação de Jesus. Muitas dessas referências representam respostas à provocações dos cristãos e é possível que algumas delas contenham algo de histórico. Uma merece especial atenção:

“Na véspera da festa de Páscoa suspenderam Ieshu. Quarenta dias antes gritou o arauto: ele será levado ao apedrejamento porque praticou feitiçaria e porque seduziu Israel e o fez apóstata. Quem tem algo a dizer em sua defesa que venha e o diga. Como nada foi apresentado em sua defesa, ele foi pendurado na véspera da festa de Páscoa...”
(Talmude Babilônico Sinédrio 43a). 

Referências bibliográficas:

GRELOT, Pierra. A esperança judaica no tempo de Jesus. São Paulo: Loyola, 1996.

THEISSEN, Gerd. O Jesus histórico, uma manual. São Paulo: Loyola, 2002.
VERMES, Geza. A paixão. Rio de Janeiro: Record, 2007.

CROSSAN, Dominic.  Quem matou Jesus? Rio de Janeiro: Imago Ed., 1995.

Notas:

[1] Uma ampla discussão a respeito da autenticidade do Testimonium Flavianum pode ser consultada na seguinte obra: THEISSEN, Gerd. O Jesus histórico, uma manual. São Paulo: Loyola, 2002, p. 85-94.

[2] Cf. CROSSAN, Dominic.  Quem matou Jesus?, p. 17,18.

Jones Mendonça
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