quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Maniqueísmo. Origem e fundamentos!




Mani (216-276 d.C), fundador do Maniqueísmo. Imagem:  http://recuerdosdepandora.com.

Trata-se de uma filosofia dualística que divide o mundo entre bem, ou Deus, e mal, ou o Diabo. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do bem e do mal.O Maniqueísmo como filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Mani que divide o mundo entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.

A origem do maniqueísmo

Quando o gnosticismo primitivo já perdia a sua influência no mundo greco-romano, surgiu na Babilônia e na Pérsia, no século III, uma nova vertente, o maniqueísmo.

O seu fundador foi o profeta persa Mani (ou Manés), após ter sido "visitado" duas vezes por um anjo que o convocou para esta tarefa, fato este comum entre aqueles que fundam religiões e seitas até hoje. Suas ideias sincretizam elementos do Zoroastrismo, do Hinduísmo, do Budismo, do Judaísmo e do Cristianismo. Desse modo, Mani considerava Zoroastro, Buda e Jesus como "pais da Justiça", e pretendia, através de uma revelação divina, purificar e superar as mensagens individuais de cada um deles, anunciando uma verdade completa.

“Conforme as suas ideias, a fusão dos dois elementos primordiais, o reino da luz e o reino das trevas, teria originado o mundo material, essencialmente mau.”

Para redimir os homens de sua existência imperfeita, os "pais da Justiça" haviam vindo à Terra, mas como a mensagem deles havia sido corrompida, Mani viera a fim de completar a missão deles, como o Paráclito prometido por Cristo, e trouxera segredos para a purificação da luz, apenas destinados aos eleitos que praticassem uma rigorosa vida ascética. Os impuros, no máximo podiam vir a ser catecúmenos e ouvintes, obrigados apenas à observância dos dez mandamentos.

As ideias maniqueístas espalharam-se desde as fronteiras com a China até ao Norte d'África. Mani acabou crucificado no final do século III, e os seus adeptos sofreram perseguições na Babilônia e no Império Romano.

Os maniqueus eram uma seita de reputação sinistra. Eram ilegais e, mais tarde, seriam selvagenmente perseguidos. Tinham aura de uma sociedade secreta: nas cidades estrangeiras, só se hospedavam na casa de membros de sua própria seita; seus líderes viajavam por uma rede de "células" espalhadas por todo o mundo romano. Os pagãos viam-nos com horror, os cristãos ortodoxos, com temor e ódio. Eles eram os "bolcheviques" do século IV; uma "quinta-coluna" de origem estrangeira, determinada a se infiltrar na Igreja Cristã e portadora de uma solução singularmente radical para os problemas religiosos da época.

Os maniqueístas procuravam respostas para perguntas que as religiões dominantes não possuíam resposta como por exemplo podemos citar:

De onde provem o mal?

A resposta maniqueísta para o problema da origem do mal foi o cerne do maniqueísmo para seus adeptos. Era uma resposta simples e drástica, é-nos plenamente conhecida a partir dos textos agostinianos (Agostinho de Hipona, ele mesmo foi maniqueu durante nove anos de sua vida) e, neste século, pudemos novamente penetrar nos sentimentos religiosos íntimos dos maniqueus graças á descoberta, em regiões tão distantes quanto o Egito e Xinjiang, das literaturas apaixonadas das comunidades maniqueístas.

Os conventículos dos maniqueístas eram onde se reunião para ouvir as leituras da grande "Carta de Fundação" de Mani. Nessa ocasião solene, os ouvintes eram "enchidos de luz". Essa "iluminação" era a experiência religiosa inicial e básica de um maniqueu: era um homem que se haveria tornado agudamente cônscio de sua condição. Era como se tivesse sido despertado de um sono profundo por um grito distante:

"(...) Um homem ergueu a voz para o mundo, dizendo: Abençoado aquele que conhecer sua alma."

Assim despertado, o maniqueu percebia vividamente que era livre. Podia identificar-se apenas com uma parte de si mesmo, sua "alma boa". Claramente, grande parte dele não pertencia a esse oásis de pureza: as tensões de suas paixões, sua cólera, sua sexualidade, seu corpo poluído e o vasto mundo da "natureza de rubros dentes e garras" que existia fora dele. Tudo isso o oprimia. Era patente que o que havia de bom nele ansiava por ser "libertado", por "retornar", fundir-se outra vez com um sereno estado original de perfeição - um "Reino de Luz" - do qual se sentia isolado.

No entanto, era igualmente claro que os homens não haviam conseguido realizar isto, que constituía o único desejo possível do que de melhor havia em sua natureza.

Portanto, essa "Alma Boa" obviamente agia sob pressão: por alguma razão misteriosa, via-se "aprisionada", "Retida", confinada e "Violada", empurrada de um lado para outro por uma força que, temporariamente, era mais forte do que ela.

"Pois é fato que realmente pecamos contra nossa vontade (...) por essa razão, buscamos o conhecimento da razão das coisas."

Era esse "Conhecimento" da razão das coisas" que os maniqueus deixavam claro. Em suma, conquanto todos estivessem consciência da mescla íntima de bem e mal dentro de cada um e no mundo ao redor, era ao mesmo tempo, profundamente repugnante para o homem religioso, assim como absurdo para o pensador racional, que esse mal pudesse provir de Deus. Deus é bom, totalmente inocente. Devia ser protegido da mais tênue suspeita de responsabilidade direta ou indireta pelo mal. Essa desesperada "piedade para com o Ser Divino" explica a natureza drástica do sistema religioso dos maniqueus.

Os MANIQUEUS eram DUALISTAS tão convencidos de que o mal não podia provir de um Deus bom que acreditavam ser ele proveniente de uma invasão do bem - o "Reino da Luz" - por uma força ou demônio hostil, de poder igual, eterno e totalmente distinto: o "Reino das Trevas". "A primeira coisa que um homem deve fazer", dizia o catecismo maniqueísta chinês, "é distinguir os Dois Princípios (o Bem e o Mal). Aquele que deseja ingressar em nossa religião deve saber que os Dois Princípios têm naturezas absolutamente distintas: como pode quem não traz viva em si essa distinção pôr em prática a doutrina?"

No tocante a esta questão , os maniqueus eram racionalistas inflexíveis. Acreditavam que podiam sustentar o dogma fundamental de sua religião unicamente por intermédio da razão:

*De onde vieram esses pecados? Perguntariam;

*De onde proveio o mal?

*Proveio o mal de um Homem, de onde veio esse homem?

*Proveio o mal de um Anjo, de onde veio esse Anjo?

*E, se disserdes 'De Deus..., então, será como se todo  pecado e todo o mal estivessem ligados, numa cadeia ininterrupta, ao próprio Deus.

É com esse problema que os maniqueus acreditam poder solucionar tudo, mediante sua simples enunciação - como se fazer uma pergunta embaraçosa significasse saber alguma coisa. Se assim fosse, não haveria ninguém mais douto que um maniqueu.

Assim municiados, jovens estudantes de filosofia com alargamento repentino e dramático de seus horizontes intelectuais entregavam-se atraídos por essa nova "Sabedoria", jovens extremamente inteligentes e excepcionalmente argumentativos, deviam sentir-se imbatíveis!

Era uma religião que descartava toda e qualquer crença que ameaçasse a independência de seus cérebros sumamente ativos. Como maniqueístas, eles livravam-se prontamente das ideias que cumulavam nas antigas religiões convencionais. Eram tomados por uma certeza divina:

"Conheci minh'alma e o corpo que nela se assenta, sabendo que são inimigos desdde a criação dos mundos.."

O maniqueísta não precisava que lhe ordenassem acreditar. Eram capaz de aprender sozinhos a essência da religião. A apreensão imediata era o que mais importava. Para um homem assim, a crucificação de Cristo evidencia diretamente os sofrimentos de sua própria alma.

Seu herói era o cético Tomé, homem cujo anseio de um contato direto e imediato com os segredos divinos não foi rechaçado por Cristo. O Sistema de Mani evitava criteriosamente a aguda ambivalência!

No maniqueísmo, o severo Jeová dos judeus era rejeitado como um demônio maléfico e os patriarcas, como velhos sórdidos. Evitavam elaborar qualquer sentimento íntimo de culpa que viria, mais tarde, a se afigurar aos trechos mais evidentes do maniqueísmo.

Os maniqueus eram homens austeros. Eram reconhecidos por seus rostos pálidos,e, na literatura moderna, foram apresentados como provedores do mais soturno pessimismo. No entanto conservavam esse pessimismo apenas para um lado de si mesmos.

Viam o outro lado, sua "mente", sua "alma boa", como algo imaculado: tratava-se, literalmente, de uma migalha da substância divina. Sua religião destinava-se a garantir que essa parte boa deles permanecesse essencialmente intacta, não afetada por sua natureza mais vil. Essa natureza mais vil acabaria sendo "cindida e impelida para longe de nós, e, no fim desta vida, será derrotada e confinada, toda ela, numa grande massa separada, como que numa prisão eterna". Portanto, a força sumamente alheia do mal jamais poderia fazer outra coisa senão impor-se de fora para dentro a um eu bondoso,  que para sempre se manteria separado dela:

"(...) a veste fútil desta carne despi, em segurança e puro;  com os limpos pés de minh'alma pisoteei-a, confiante."

Como maniqueístas, portanto, podiam desfrutar do consolo muito real de que, apesar de toda a ambição, do inquietamento, do sentimento invasivo de culpa, ao menos a parte boa deles permanencia integralmente não conspurcada:

"(...) curvei minha cabeça sob o jugo da virtude quando na juventude me surgiu a rebelião."

Buscavam constantemente salvar um oásis imaculado de perfeição dentro de si.  Preferiam desculpar-se e acusar outra coisa que havia em si, mas não eles próprios. Acreditavam em uma natureza ímpia que não era eles que pecavam, mas outra natureza dentro do ser humano.

Mas, o preço que os maniqueus pareceram pagar por essa completa renegação do  mal foi tornar o bem singularmente passivo e ineficaz.  Todos os escritos de Mani ilustram essa atitude, na qual o bem é essencialmente passivo, impingido pela ação violenta do mal. Para o maniqueísta, o universo existente, no qual bem e mal se mesclavam de maneira tão desastrosa, brotara de uma invasão frontal do bem - o "Reino da Luz" - pelo mal - o "Reino das Trevas".

Esse "Reino da Luz" estivera em absoluto repouso, totalmente ignorante de qualquer tensão entre o bem e o mal. Tão separado do mal era o "governante" do "Reino", o "Pai da Luz", que se via indefeso contra ele: não podia sequer entrar em confronto com os invasores sem sofrer uma transformação drástica e tardia de seu ser. Em contraste, o "Reino das Trevas" era a força ativa; seus poderes vorazes eram cegos; dirigiam-nos unicamente os incontroláveis gritos de ganância emitidos por seus companheiros.

Portanto em todo o maniqueísmo , o bem é que estava condenado a ser passivo. O Cristo do maniqueu era, acima de tudo, o "Jesus Sofredor", "crucificado por todo o universo visível". O auge da devoção maniqueísta era  o indivíduo perceber que sua parte boa estava totalmente fundida e identificada com essa essência divina profanada, identificar inteiramente seu destino com um Salvador que também estava sendo salvo.

"Estou em toda parte; sustento o firmamento; sou a base; sou a vida do mundo; sou a seiva de todas as árvores; sou a água doce que subjaz aos filhos da matéria."

Todavia, fora desse envolvimento íntimo e sensível, as forças do mal campeariam inalteradas e aparentemente, não controladas por nenhuma força do bem:

"Choro por minha alma, dizendo: possa eu ser poupado disto e do terror das feras que se entre devoram."

O maniqueísta via-se num agudo dilema. Sua religião prometia ao fiel que, uma vez "despertado", ele teria o controle completo de sua identidade essencial e estaria apto a garantir sua libertação. Dizia-lhe que parte dele sempre se manteria imaculada; e oferecia um ritual severo, que "precipitaria" mais a matéria boa e irredutível de sua alma. Contudo, essa confiança era constantemente desgastada pelos mitos poderosos da própria seita, mitos estes que faziam o bem parecer profundamente abandonado e indefeso diante do ataque do mal: faziam parecer oprimido, violado e aturdido o seu Deus, de inocência tão imaculada que ficava perigosamente despojado de Sua onipotência.

Os Dez Mandamentos maniqueus

Eles deviam seguir sobretudo os dez mandamentos seguintes como fio condutor da sua vida cotidiana:

1-Não adorar nenhum ídolo;

2-Purificar o que sai da boca: não praguejar, não mentir, não levantar falso testemunho ou caluniar;

3-Purificar o que entra pela boca: não comer carne, nem ingerir álcool;

4-Venerar as mensagens divinas;

5-Ser fiel ao seu cônjuge e manter a continência sexual, especialmente durante os jejuns;

6-Auxiliar e consolar aqueles que sofrem;

7-Evitar os falsos profetas;

8-Não assustar, ferir, atormentar ou matar animais;

9-Não roubar nem cometer fraude;

10-Não praticar nenhuma magia ou feitiçaria;

Os grandes livros abalizados de Mani eram no total de sete, constituíram a espinha dorsal do maniqueísmo. Esses sete livros preservariam a identidade da seita durante cerca de 1.200 anos, em meios tão diferentes quanto Cartago e Fu-Kien. Mas, para um homem educado no mundo do fim da era clássica, as revelações que eles continham eram irredutivelmente exóticas: correspondiam a um "conto de fadas persa"

O maniqueísmo do século IV na África era muito semelhante ao comunismo da Inglaterra no fim dos anos 1930. O maniqueísmo afirmava ser a verdadeira "Igreja dos gentios" na África: atraía pagãos inquietos com a ascensão do cristianismo, pois repudiava os métodos autoritários da Igreja ja estabelecida e os traços de crueza do Velho Testamento. Enquadrava-se com facilidade na vasta penumbra de cristianismo em que os homens instruídos ponderavam sobre o que tomavam por oráculos da Sibila que havia profetizado a vinda de Cristo.  Muitos maniqueus eram mais doutrinários. Viam-se exclusivamente como reformadores do cristianismo.

O movimento maniqueísta havia atraído muitos homens humildes, artesãos e mercadores respeitáveis. Aliás, os mercadores eram os missionários mais eficientes da seita: na China e na Ásia central, o maniqueísmo não tardou a vacilar depois que os mongóis destruíram os grandes impérios comerciais dos oásis do deserto do Gobi. Também no Império Romano, é bem possível que a disseminação do maniqueísmo tenha estagnado com a recessão comercial.

Pessoas como essas tinham mais facilidade que seus semelhantes mais cultos para aceitar como verdades literais as rebuscadas revelações de Mani. Muitos desses seguidores simplórios eram excepcionalmente austeros. Como membros dos "Eleitos", equivaliam, nas comunidades maniqueístas, aos resolutos felás egípcios que, como eremitas, haviam-se tornado a maravilha do mundo cristão. "Incultos e primitivos", esses homens eram natureza, fossem particularmente admirados por intelectuais sofisticados.

Os "Fundamentalistas", eram os homens que haviam sustentado, de maneira intransigente, as revelações que lhes tinham sido confiadas nos grandes livros de Mani.

Mani foi um gênio da religião. Compartilhou com todos os pensadores gnósticos que o antecederam um vívido sentimento do homem como uma mistura vergonhosa de duas forças opostas, mas explicou essa mistura em termos de uma descrição plenamente detalhada do universo físico.

Para Mani, o universo em si tinha resultado dessa mistura, e a boa nova trazida pelos maniqueus era que o mundo visível era uma gigantesca "farmácia", na qual seria "destilada" a essência pura  dos fragmentos destroçados do Reino da Luz. O maniqueísta portanto, estava inteiramente inserido no mundo visível. Todos os processos físicos a seu redor aconteciam para sua salvação. Talvez ele parecesse cultuar o Sol como um pagão, ajoelhando-se diante dele ou voltando-se para ele ao fazer suas preces. Mas um pagão se sentiria muito inferior ao Sol. Para os pagãos, os homens eram criaturas "atadas a corpos humanos e sujeitas ao desejo, à tristeza, à ira (...), as últimas a nascer, prejudicadas por inúmeros desejos"; já o Sol era claramente um "deus visível", uma mente sobre-humana, girando em ritmo perfeito muito acima do mundo.

Um maniqueísta veria no Sol nada menos do que o brilho visível de uma parte de si mesmo, um fragmento de sua própria substância boa no estágio final de destilação, pronta a se fundir novamente no "Reino da Luz".  Ele sentiria a emoção de estar envolvido num processo inelutável, "objetivo", "cientificamente" descrito nos livros de Mani:

"A Luz irá para a Luz,
A frangrância para a fragrância (...)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  .
(...) A Luz retornará a seu
lugar, as Trevas cairão e não tornarão a se elevar."

A rigor, nenhum sistema religioso jamais tratara o mundo visível de maneira tão drástica, e com tanta literalidade, como a externalização de um  conflito espiritual íntimo. A imagem do universo que emergia, é claro, não era a do mundo a que estava acostumado o romano instruído, pois fora drasticamente distorcida pelas preocupações religiosas de Mani. O choque entre o conteúdo dos livros maniqueístas e os fatos observáveis do universo fisíco era quase inevitável. É que os maniqueus jamais admitiriam que sua visão do universo era um "mito" que simbolizava uma verdade mais profunda. Os quartos crescente e minguante da Lua, por exemplo, não eram apenas  a mera imagem distante de um evento espiritual: eram literalmente causados pelo afluxo de fragmentos libertos de "Luz" que ascendiam do mundo.

A disciplina moral de um maniqueísta, seu sentimento de estar apto a conduzir uma luta espiritual até seu desfecho glorioso, dependia de ele aceitar como verdade literal a explicação de Mani sobre os movimentos do universo físico.

Os maniqueus condenavam a astrologia: ela seria um trabalho amadorístico, se comparada à Sabedoria "objetiva" de seus próprios livros. Os maniqueístas tinham evitado as tensões do crescimento em todos os níveis. Moralmente, afirmavam não fazer mais do que "libertar" a parte boa que traziam em si, dissociando-se do que quer que entrasse em conflito com sua imagem reconfortante de um fragmento de perfeição imaculada alojado neles. Assim a disciplina maniqueísta baseava-se numa visão simplista da maneira como os homens agem. Era de um otimismo extremo, pois presumia que nenhum homem racional, uma vez "despertado" para sua verdadeira condição, poderia deixar de procurar libertar sua alma, seguindo as rotinas solenes dos maniqueus:

"Se souber observar os rituais, ele despertará:  o fragmento de alma luminosa que existe nele retornará a sua pureza plena; e a natureza 'estrangeira' do bem que reside temporariamente em seu corpo se libertará de todos os perigos (...)"

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Tutorial de solicitações para acesso as postagens

Tenho recebido diversas solicitações via formulário de contato aonde os amigos solicitantes não informam a postagem que desejam realizar o acesso. Peço desculpas por não ter informado anteriormente que o formulário de contato do blogue ao lado não está vinculado as postagens (O único vinculado as postagens é os comentários), a menos que o usuário me informe o nome ou me envie o link da mesma via formulário eu não terei como saber de qual postagem estão se referindo. Então para o melhor usufruto dos textos peço que enviem junto ao texto do formulário o link ou o título da postagem que desejam informações.

Outra questão da qual tenho sido indagado é sobre como enviar ou salvar postagens. Para tanto devem ir até o rodapé da postagem e no lado esquerdo da mesma existe um botão verde chamado "PRINT PDF" que por meio dele poderão realizar diversas funções como enviar os trabalhos para seus e-mails. Lembrando que essa atividade deve ser realizada respeitando os direitos autorais meus e das bibliografias utilizadas!

Realizei um print de tela na qual aparece o botão "Print Pdf"!


Se ainda restarem dúvidas não deixem de perguntar e para tanto utilizem o formulário de contato ou os comentários.

Obrigado!


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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Uma breve história da maçonaria



            A maçonaria é uma associação composta de homens de todos os países, de todas as religiões, de todas as classes, ligados entre si por convenções simbólicas, empenhados pela fé do juramento em guardar de um modo inviolável o segredo da sua existência interior, sujeitos a provas lúgubres, ocupando-se em cerimônias fantásticas, porém praticando aliás a benevolência tendo-se por iguais, ainda que estivessem divididos em três classes: aprendiz, companheiros e mestres, é nisso que consiste a maçonaria. Mistica instituição que uns ligam às antigas iniciações do Egito e que outros fazem descender de uma confraria de arquitetos formada já no terceiro século.

Nas lojas maçônicas, com efeito, as pretensões do orgulho hereditário eram proscritas e os privilégios do nascimento desviados. Quando profanos que queriam ser iniciados, entravam na sala chamada – gabinete das reflexões, lia nas paredes, cobertas de preto e de emblemas funerários, está inscrição característica:

“Se tens apego ás distinções humanas, sabe, que não são conhecidas aqui!”

Pelo discurso do orador sabia o candidato que o fim da maçonaria era apagar as distinções de cor, de condição, de pátria, aniquilar o fanatismo, extirpar os ódios nacionais, e era isso que se exprimia debaixo a alegoria de um templo material, levando ao grande Arquiteto do Universo pelos sábios de diversos climas, crer em Deus era o único dever religioso exigido ao candidato.

O ritual maçônico usado hoje afirma que o verdadeiro segredo da Ordem foi perdido há 3 mil anos e segredos substitutos foram criados até o tempo que os originais pudessem ser recuperados.

O tema da construção em pedra esta ligado a eventos astronômicos é fundamental nesses rituais e Deus é chamado pelos maçons de “Grande Arquiteto do Universo” ou “Grande Geômetra do Universo”, essa descrição do criador enfatiza a importância das medições do céu e da terra.

Um candidato a membro deve representar um trabalhador em pedra e no importantíssimo terceiro grau da maçonaria. Ele ou ela é ritualmente “assassinado” e ressuscitar na escuridão quase total enquanto o planeta Vênus simbolicamente se ergue a Leste, antes do Sol.

Na Escócia havia a família de Grão-mestre maçons hereditários a STICLAIR, outrora dominante, que preservava esse conhecimento, até que se tornou segura criar uma nova ordem, que hoje conhecemos como maçonaria. Isso aconteceu em 1601, quando um maçom escocês JaimeVI se torna Rei James I da Inglaterra.

domingo, 26 de agosto de 2018

Lançamento do "Foguete Queenteta" pelos alunos do Ensino Médio do Colégio Sesi


Vídeo 1 - Lançamento do Queenteta no campo de futebol do Colégio Sesi.


Vídeo 2 - Foguete Queenteta realizando a parábola pré definida como objetivo do projeto!

Parabéns a todos pelo excelente trabalho!

A mãe do saber da antiguidade, a gloriosa Biblioteca de Alexandria.




Autor: Leandro Claudir Pedroso

           Dedico esse trabalho a minha esposa Camila, uma leitora dedicada aos estudos dos saberes antigos, um pequeno trabalho sobre aquela que era a luz do saber da antiguidade e que ainda hoje inspira mentes como a sua!

A cidade de Alexandria foi construída a pedido de Alexandre o Grande da Macedônia que começou a ser construída em 331 a.C. Cleomenes se encarregou de edificar a cidade que foi projetada pelo arquiteto Dinócrates de Rodas. Alexandre nunca conheceu sua cidade.

Os faraós Ptolomeu I, Sóter e Ptolomeu II, Filadelfo trabalharam para converter Alexandria em um centro de saber. Eles próprios eram homens do saber, Ptolomeu I era escritor e elaborou uma biografia de Alexandre Magno. Ptolomeu I herdou a biblioteca do filosofo grego Aristóteles e não mediu esforços para amplia-la. Contratou um erudito ateniense para supervisionar a organização de uma grande biblioteca que com o tempo se tornou a maior e mais famosa biblioteca do mundo antigo. Sua grandeza só foi superada 17 séculos depois com a invenção da imprensa que generalizou o uso do livro. Junto a biblioteca havia um templo dedicado as musas (Mouseion em grego, Museum em latim, que conhecemos por museu) aonde os sábios podiam trabalhar em paz e sem incômodos, livre de impostos e mantidos pelo Estado. Havia 14.000 estudantes no museu, era como uma universidade. Foi em Alexandria que Euclídes elaborou sua geometria, Eratostenes mediu a circunferência da Terra, Herófito e Erasístrato realizaram enormes progressos em anatomia, Ctesibio aperfeiçoou o relógio mais engenhoso dos tempos antigos, que funcionava a água. A ciência alexandrina era de inspiração grega, mas a tecnologia era egípcia que a influenciava. Foi graças a Ptolomeu II, que trouxe da Judeia os estudiosos para assessorar a tradução das escrituras ao grego. A tradução grega da Biblia é conhecida como a dos setenta, pois segundo a tradição foi traduzida por 70 sábios.

O primeiro grande incêndio ocorreu em 48 a.C que tomou conta da Biblioteca de Alexandria do qual encontramos a narração dos fatos graças a Plutarco: “Quando o inimigo se esforçou para interromper sua comunicação pelo mar, ele foi forçado a desviar esse perigo, incendiando seus próprios navios, que, depois de queimarem as docas, se espalharam e destruíram a grande biblioteca." (Plutarco, Vida de César, 49.6). Segundo todas as fontes a tragédia do grande incêndio se deu dentro do cenário da perseguição de Júlio César ao seu rivalPompeu.

Durante o governo do imperador romano Caracalla (211-217 d.C), foi posto fim aos investimentos estatais do Império Romano para a biblioteca de Alexandria, nesses cortes incluíram as verbas para os estudiosos que ali desenvolviam vários trabalhos voltados para as mais variadas áreas do pensamento à medicina. Mas esse não foi um golpe isolado para a nossa mãe guerreira e guardiã dos saberes antigos, pois já fazia um século que a biblioteca estava em decadência e desde o ano 100 d.C havia contribuído pouco ao conhecimento do mundo. Ptolomeu foi o ultimo cientista de renome que trabalhou nela, realizando o resumo das principais obras dos primeiros astrônomos, uma obra de grande referencia na antiguidade a julgar pela escassez que informação e complexidade desigual para seus pares ou letrados de outras áreas. Os estudiosos de todo mundo ficaram ofendidos com a decisão do imperador que custaria a vida da biblioteca e impediria os estudiosos de continuarem com seus trabalhos devido a ausência de verba para seus trabalhos e ajuda de custo para sua subsistência enquanto pesquisavam e desenvolviam trabalhos junto a biblioteca.

Em 273 d.C as tropas do imperador romano Aureliano invadem o Egito para expulsar a rainha Zenobia de Palmira que havia à  3 anos ocupando o pais que era uma província romana. Aureliano persegue as tropas de Zenobia até Palmira aonde as destrói. Enquanto isso nesse inteirem no Egito um homem rico, chamado Firmo aproveitou-se da confusão e se declarou imperador. Aureliano ao retornar de Palmira e ficar sabendo do ocorrido, invade Alexandria (então capital da província do Egito) e crucifica Firmo. Mas a gloriosa biblioteca de Alexandria sofreu um abalo com isso tudo, pois no decorrer dessas contendas entre Firmo e Aureliano foram destruídos alguns edifícios da biblioteca de Alexandria, a pérola da dinastia Ptolomaica que havia perdurado por 600 e sobrevivido á 300 anos o fim da dinastia.  E sem dúvida em tudo se perdeu inumeráveis rolos de papiro que existiam na biblioteca e com eles o seu conhecimento e sabedoria acumulados de 1000 anos de cultura grega.

domingo, 19 de agosto de 2018

A maçonaria e a jarda megalítica. Parte II: entendendo a jarda megalítica!




“As coisas devem ser como são, ou nós humanos nunca teríamos nos desenvolvido para testemunha-las. Nosso ambiente existe em sua forma atual porque o observamos!”
Principio Antrópico
Autor: Leandro Claudir Pedroso

Segundo o autor Christopher Knight, houve uma civilização primaria que criou a “Jarda Megalítica” e difundiu entre os povos com sua variante Egípcia e Suméria. Uma civilização mais avançada que suas contemporâneas, denominada pelo autor como “Civilização Um”, civilização está que difundiu seus conhecimentos avançados de matemática e geometria aos outros povos.

A jarda megalítica foi redescoberta pelo professor Thom. Acreditava-se que todas as unidades de medida da antiguidade eram baseadas em partes do corpo humano (braço, mão, dedo), mas a jarda megalítica que equivale a 82,966 centímetros nos mostrou que as coisas não são bem como todos pensavam.

Essa unidade de medida aparece desde a Grã-Bretanha até França durante as primeiras descobertas do professor Thom.

Segundo o professor a jarda megalítica deve ter dito um centro de difusão, pois não foi encontrada variação perceptível na mesma que justificasse uma variação por aprendizado com culturas vizinhas. Mas pelo contrario ela mantem uma exatidão tremenda em sua medida, e a única maneira de justificar isso é um centro difusor do conhecimento! Um centro difusor de conhecimento não é uma ideia nova, muitos linguistas acreditam que havia uma única língua global a aproximadamente 15 mil anos e do mesmo modo foi descoberto que muitas culturas compartilham um método de medição e geometria vindo de uma fonte aparentemente única à 15 mil anos.

Acreditava-se que todas as unidades de medidas da antiguidade eram baseadas em partes do corpo humano (braço, mão, dedos), mas a Jarda Megalítica (82.966 cm) mostrou-se que não, aparecendo em uma região que vai da Inglaterra à França. A mesma teve que ter um centro difusor para que não houvesse variação perceptível em sua medida. Todas as varas de medida eram feitas em um só lugar e distribuídas para as comunidades, achava Thom até descobrir que a Jarda Megalítica era usada também no atual território francês. 


segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A maçonaria e a jarda megalítica. Parte I.




Autor: Leandro Claudir Pedroso

O autor do livro Civilização Um, Christopher Knight entrou para maçonaria em 1976 e em seu livro ele relata que um dos seus objetivos ao entrar para a ordem era saber oque eles faziam e ensinavam por trás de suas portas e janelas fechadas! Mas depois de algum tempo iniciado na ordem o próprio autor afirma que nem mesmo os mais antigos membros sabiam ou tinham ideia de onde vinham seus antigos e alguns um tanto esquisitos rituais e principalmente oque significavam.

Então decidiu ele mesmo procurar os significados de tudo que cercava a maçonaria e seus rituais e origens. Chegou a algumas conclusões bem interessantes de que outrora ciência e religião foram dois lados da mesma moeda, estando o estudo e o culto ao planeta Vênus ligados a nomeação de reis e as construção em pedras. Desde os sítios megalíticos da Grã-Bretanha até o templo de Jerusalém encontramos indícios de observações cuidadosas do planeta Vênus, associado ao nascimento e ressurreição.

Nos templos maçônicos encontramos plantas astronômicas em sua construção, com os três ofícios principais a Leste, Sul e Oeste para marcar o sol nascente, o meio-dia e o poente. Existem presentes no templo dois grandes pilares designados de Boaz e Joaz que marcam o extremo Norte do Sol nascente solsticial no templo original de Salomão.

Para ser um candidato a membro o individuo deve representar um trabalhador da pedra e é ele deverá ser ritualmente “assassinado” e ressuscitado na escuridão quase total enquanto o planeta Vênus simbolicamente se ergue a Leste, antes do Sol.

O fato do tema da construção em pedra estar ligado a eventos astronômicos é crucial  nesses rituais e Deus é chamado pelos maçons de “Grande Arquiteto do Universo” ou “Grande Geômetra do Universo”. Essa descrição do criador enfatiza a importância das medições do céu e da Terra.

O ritual maçônico que é usado hoje afirma que o verdadeiro segredo da ordem foi perdido há 3 mil anos e segredos substitutos foram criados até o tempo que os originais pudessem ser recuperados.