segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A figura de Satã no judaísmo


Como no cristianismo e no islamismo, o judaísmo possuí várias vertentes de pensamentos e doutrinas distintas, ainda que em sua maioria das ideias convirjam ao mesmo ponto. Estas variáveis geram linhas de pensamentos dentro das grandes religiões monoteístas e não seria diferente no judaísmo. Aqui trago um tema delicado, mas que existe uma grande unicidade do judaísmo sobre ele. O fato de Satã ser um anjo de Deus e como tal estar a serviço das ordens do Criador. O texto que segue, pode ser avaliado tanto pelo ponto de vista cético, com o objetivo de entender as crenças. Como do ponto de vista religioso para aqueles que assim desejam entender melhor a religião matriz do monoteísmo, mas aqui é expressar unicamente a visão base sobre Satán (שטן) segundo as crenças judaicas!

********Saliento que este texto não é ocultista e muito mesmo visa criar uma interpretação errônea, ou desabonar qualquer crença, mas sim expor a luz da inteligência o conhecimento e as crenças de outras culturas. Deste modo entendendo melhor a origem de nossa própria cultura.

Não é algo muito bem aceito no judaísmo a ideia de que um anjo de Deus tentou e seduziu outros anjos a desobedecer ao próprio Deus (mas não estou dizendo que não exista ramos do judaísmo místico e outras vertentes que aceitam algo semelhante sobre uma identidade do mal). Considerando essa ideia completamente contrária a tudo o que o Judaísmo ensina! Os estudiosos das Escrituras Hebraicas rejeitam esta teoria ou a aceitam de forma mágica/oculta/espiritualista.

O que é que, então, o Judaísmo explica com relação ao Satã?

***Traduzido do texto em Inglês por Alberto Bentzion. Escrito por Mordechai Housman

Para começar, a palavra hebraica שטן “Satán” significa literalmente “Inibidor/ Evitador/ Impossibilitador”. Inibir quer dizer, tentar impedir alguém de realizar algo. Disso aprendemos que Deus foi quem criou as diversas dificuldades, obstáculos da vida; os quais temos que enfrentar neste mundo, exatamente para nos conduzir a auto superação, e para nos levar ao progresso. Satán (escrito como transliterado do hebraico) é o responsável por tornar as coisas difíceis, por desafiar e assim colaborar para que tenhamos a chance de vencer a nós mesmos; para passarmos no teste. Satán é um Malách (por hora, entenderemos como Anjo) cujo propósito é especificado por Deus.

Existem dentro nós, por intermédio dos dois instintos que Deus mesmo criou no homem, tanto o inclinando ao bem como ao mal. O mais importante, é que somente esta habilidade de escolha absoluta torna possível que façamos o bem e o mal, com total e absoluta decisão pessoal. Temos a plena capacidade de recusar fazer o mal. Esta é a noção exata de que temos o direito que escolher tanto o bem como o mal.

A habilidade de escolher entre o bem e o mal é o que nos garante a noção de livre arbítrio. Portanto, para nos induzir a escolher o bem é que HaShem (HaShem (do hebraico השם), significando O Nome. É uma forma para designar Deus dentro do judaísmo, fora do contexto da reza ou da leitura pública do texto bíblico) nos oferece o bem no mundo vindouro, e para que mereçamos isso, é preciso que algo nos iniba, algo que tente nos impedir e que tenhamos que superar. Satán (שטן), portanto é nossa inclinação ao mal (Ietzer Hará). E a inclinação ao mal tenta nos impedir de fazer o bem, pois HaShem tem ordenado a ela fazer exatamente isso. Porquê? Para nos garantir livre arbítrio. Para que nossa escolha pelo bem seja sempre voluntária. Cada um de nós, todos os dias lutam contra seu mau instinto.

Para o judaísmo Satán (שטן) não é um anjo rebelde. Segundo os judeus, tal coisa é simplesmente impossível. Pois segundo ensinam, os anjos são seres de matéria elevada e sagrada porque foram criados desta forma, assim como os animais são animais porque foram criados desta maneira; os anjos estão constantemente contemplando a irradiação de HaShem (É uma forma para designar Deus dentro do judaísmo, fora do contexto da reza) por toda parte. Do mesmo modo um anjo não pode evitar a Divina Presença e por isso, não consegue deixar de ser sagrado. A santidade de toda criação, de todo o universo é contemplada de foram elevada pelos seres que são neste sentido, elevados; e por isso eles não podem parar de servir ao ETERNO. Os anjos não podem escolher não servir a Deus. Eles não possuem o livre arbítrio. Não podem contemplar outra coisa senão o ETERNO diante de si.

Então salientando que segundo o judaísmo a verdade é que Satán tem uma missão a cumprir como todo e qualquer “anjo”. E “anjos” não possuem livre arbítrio para escolher suas missões. Eles são apenas reflexos da vontade de Deus, no sistema em que foram criados para propósitos específicos.

“Diante desse raciocínio os humanos e seu propósito é viver para vencer sua má natureza?! Foi para isso que você foi criado, com base no judaísmo! HaShem (É uma forma para designar Deus dentro do judaísmo, fora do contexto da reza) já tem  bastantes anjos nos céus! Ele não precisa de mais. Ele te criou humano, para que você progrida na senda da justiça. Seres humanos podem melhorar a si mesmos, e este é seu propósito no mundo. Os “anjos”, não podem melhorar nem progredir, assim como os animais não progridem moralmente. Este não é, sequer, o propósito da sua existência.”

O que podemos observar até agora é que Satán para os judeus (não esquecendo que existem variantes esotérico-mágicas e espiritualistas dentro do judaísmo como no cristianismo e islamismo) não é, e nem poderia ser um anjo caído.

►►►Podemos entender então que Satán para os sábios rabinos se define nesses itens: ◄◄◄

Para os judeus, Satán é apenas um anjo com um trabalho que para nós é desafiador.

Satán não tem um reino paralelo.

Satán não está competindo com Deus nem está atrapalhando a criação.

Ele sequer se satisfaz quando a pessoa se deixa vencer pela má inclinação.

Ele sequer decide suas próprias missões.

Satán é um anjo que nos impõe desafios, ao mando de Deus;

Um anjo que não permite que enganemos a nós mesmos com falsa modéstia ou hipocrisia moral;

 ₳ Um anjo que traz a punição divina ao homem;

Que executa a correção do Criador.

O Satan executa sua missão de se opor a nós, por meio das coisas que nós mesmos valorizamos no mundo.

Satán não tem aparência maquiavélica, nem chifres, nem pele vermelha, nem rabo, nem mora em chamas, nem mesmo se veste de terno e gravata!


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Anjos no judaísmo

Os anjos têm hierarquias ou fileiras, e cada patente fornece um tipo diferente de serviço.

Moshe Maimonides classifica os anjos na Bíblia sob uma das seguintes dez fileiras:

1. Chayot HaKodesh (Santos seres viventes), um grupo de anjos mencionados em Ezequiel 1 e 10 como estando perto do trono e a carruagem de D-us. Eles têm quatro asas e quatro faces (homem, leão, boi e águia);

2. Ophanim (Rodas), anjos associados com o trono de D-us e mencionados em Ezequiel 1:15–21 e Daniel 7:9 (e o livro de Enoque). Eles parecem rodas dentro de rodas e são cobertos com olhos;

3. Erelim (Os valentes), anjos mencionados em Isaías. Na tradição mística judaica, eles são usados para ser unidos a momentos de tristeza, de morte ou destruição (Isaías 33:7);

4. Chashmalim (Brilhantes), descritos em Ezequiel 1:4;

5. Serafim (Anjos de fogo) que tem seis asas de anjos que Isaías 6:2–3 descreve como um coro masculino que canta: "Santo, Santo, Santo, Senhor D-us dos exércitos; o céu e a terra estão cheia de sua glória". Em Isaías 6:6, um Serafim purifica os lábios do profeta Isaías com um carvão do altar;

6. Malachim (Mensageiros), que Isaías descreve como trazendo conforto para as pessoas em sua angústia, e que o livro de Salmos promete que vão proteger o povo de D-us. De acordo com o misticismo judaico, Rafael leva essa classe dos anjos;

7. Elohim (Seres piedosos) mencionados no Salmo 8:5;

8. Benei Elohim (Filhos de D-us), anjos que se concentram em trazer glória a D-us. De acordo com o misticismo judaico, eles são liderados pelo Arcanjo Michael;

9. Querubim (Aquele que está perto), anjos descritos por Ezequiel como tendo quatro faces, que entre outras coisas, guardam o jardim de Eden e o caminho para a árvore da vida com uma espada flamejante (Gn 3:24). De acordo com a Cabala, eles são liderados pelo Arcanjo Gabriel;

10. Ishim (Guardiões), anjos descrita no livro de Daniel, como sendo o homem, como (Gn 18:2; Dn 10:5).


De acordo com o pensamento judeu, mesmo que todos eles têm um intelecto superior, alguns anjos entendem D-us e seus caminhos melhores do que outros. O ranking acima indica o grau de compreensão do anjo de Deus.

OS SENHORES DE ROMA: CÉSAR, DE ALLAN MASSIE.



“A doença da República não reside em suas instituições... que com tanta glória resistiram ao teste do tempo... mas nos homens que as povoam. O egoísmo reina hoje onde o zelo pelo bem público florescia. Estamos sofrendo, por assim dizer, do que eu chamaria de ‘individualismo’. O que eu quero dizer com isto? Simplesmente isto: a presteza do homem em defrontar qualquer assunto público com a pergunta: “O que tenho a ganhar com isso? Onde posso obter vantagens pessoais?”, em vez da pergunta que tão nobremente alimentava as mentes dos nossos avós, “o que Roma exige de mim?”

Marco Túlio Cícero (MASSIE, Allan. Os senhores de Roma: César. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000, pg.100 – Romance histórico, licença poética).



“(...) a República morreu. Não se pode dar vida a um cadáver. O que resta é um simulacro, um simulacro perigoso! É preciso mudar as coisas. Mas a mudança será gradual, à medida que os homens se acostumarem a novas realidades.”

Caio Júlio César (MASSIE, Allan. Os senhores de Roma: César. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000, pg.201 – Romance histórico, licença poética).

“A ação é que põe o homem à prova. É a pura verdade. Afinal, qualquer um é capaz de falar virtuosamente, até os maiores hipócritas quando quer, mas agir virtuosamente, conforme o exemplo dos nossos ancestrais e de acordo com os deveres impostos pelos ‘deuses’, é outra coisa.”


Marco Pórcio Cato (MASSIE, Allan. Os senhores de Roma: César. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000, pg.227 – Romance histórico, licença poética).

FRASES EXTRAIDAS DO LIVRO “O NOME DA ROSA”


“Para não parecer tolo mais tarde, renuncio a ser astuto agora!”

Frei Guilherme (O nome da Rosa, pg. 243; de Umberto Eco).

“Os homens de outrora eram grandes [...] agora mais se assemelham a crianças, mas esse fato é  apenas um dos muitos que testemunham a desventura de um mundo que vai envelhecendo. A juventude não quer aprender mais nada, a ciência está em decadência, o mundo inteiro caminha de cabeça para baixo, cegos conduzem outros cegos e os fazem precipitar-se nos abismos, os pássaros se lançam ante de alçar voo, o asno toca lira, os bois dançam. [...] tudo está desviado do próprio caminho. Sejam dadas graças a Deus por eu naqueles tempos ter adquirido de meu mestre a vontade de aprender e o sentido do caminho reto, que se conserva quando o atalho é tortuoso.”

Frei Adso (O nome da Rosa, pg.22-23; de Umberto Eco).

“Os monstros existem porque fazem parte do desígnio divino e nas mesmas horríveis feições dos monstros revela-se a potência do Criador.”

Abade Jorge (O nome da Rosa, pg.45; de Umberto Eco).

“Para cada virtude e para cada pecado há um exemplo tirado dos bestiários, e os animais tornam-se figuras do mundo humano. [...] Oque querem todas essas nugae? Um mundo invertido e oposto ao estabelecido por Deus, sob o pretexto de ensinar os preceitos divinos!”

Abade Jorge (O nome da Rosa, pg. 84; de Umberto Eco).

“Podes de certo falar nessas coisas de magia, concordou Guilherme. Porém existem duas formas de magia. Há uma magia que é obra do diabo e que visa à ruína do homem através de artifícios de que não é lícito falar. Mas há uma magia que é obra divina, lá onde a ciência de Deus se manifesta através da ciência do homem, que serve para transformar a natureza, e um de cujos fins é prolongar a vida humana. E esta é magia santa, a que os sábios deveriam se dedicar sempre, não só para descobrir coisas novas, mas para REDESCOBRIR muitos segredos da natureza que a sabedoria divina revelara aos hebreus, aos gregos, a outros povos antigos [...] E por que aqueles que possuem tal ciência não a comunicam a todo povo de Deus? Porque nem todo o povo de Deus está pronto para aceitar tantos segredos, e muitas vezes aconteceu que os depositários dessa ciência foram tomados por magos ligados por pacto ao demônio. ‘Tu receias portanto que os simples possam fazer mau uso desses segredos?’ No que respeito ao simples receio apenas que possam ficar aterrorizados com eles, ao confundi-los com as obras do diabo.”

Dialogo entre Frei Guilherme e Frei Nicola (O nome da Rosa, pg.91; de Umberto Eco).

“Nós vivemos para os livros. Doce missão neste mundo dominado pela desordem e pela decadência.”

Frei Bêncio (O nome da Rosa, pg.113; de Umberto Eco).

“Até então pensara que todo livro falasse das coisas, humanas ou divinas, que estão fora dos livros. Percebia agora que não raro os livros falam de livros, ou seja, é como se falassem entre si. À luz dessa reflexão, a biblioteca pareceu-me ainda mais inquietante. Era então o lugar de um longo e secular sussurro, de um diálogo imperceptível entre pergaminho e pergaminho, uma coisa viva, um receptáculo de forças não domáveis por uma mente humana, tesouro de segredos emanados de muitas mentes, e sobrevividos à morte daqueles que os produziram, ou os tinham utilizado.”

Frei Adso (O nome da Rosa, pg.277; de Umberto Eco).

“O bem de um livro está em ser lido. Um livro feito de signos que falam de outros signos, os quais por sua vez falam das coisas. Sem um olho que o leia, um livro trás signos que não produzem conceitos, e portanto é mudo.”

Frei Guilherme (O nome da Rosa, pg.383; de Umberto Eco).

“O livro tem a força de mil escorpiões.”

Frei Malaquias (O nome da Rosa, pg.451; de Umberto Eco).

“Tu dizes que sou o diabo; não é verdade. Eu fui à mão de Deus. [...] Deus criou os monstros também.”


Abade Jorge (O nome da Rosa, pg.458; de Umberto Eco).

"Os Antigos", a palavra, o ato e a eternidade!



Português
“Se você não tem nada de bom para falar sobre uma pessoa. Não fale nada, pois vivemos somente uma vez nessa terra, e tudo que nela fazemos ou falamos ecoará pela eternidade!”
Inglês

"If you have nothing good to say about a person. Do not say anything , because we live only once on this earth, and all that do it or talk will echo for eternity !"

Francês
"Si vous avez rien de bon à dire sur une personne . Ne dites rien , parce que nous vivons une seule fois sur cette terre , et tout ce qui le faire ou de parler fera écho pour l'éternité !"

Italiano

" Se non hai niente di buono da dire su una persona . Non dire niente , perché viviamo solo una volta su questa terra , e tutto ciò che lo fanno o parlare sarà l'eco per l'eternità ! "


Espanhol

"Si no tienes nada bueno que decir de una persona . No diga nada , porque vivimos sólo una vez en la tierra , y todo lo que lo hace ni hablar haremos eco por toda la eternidad ! "


Alemão

"Wenn man nichts gutes über eine person zu sagen. Sagen sie nichts , weil wir nur einmal auf dieser erde leben , und alles, was sie oder reden tun wird für die ewigkeit echo ! "