terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Revolução francesa, questões sociais, as ideias Iluministas, a configuração política após a revolução, e as questões econômicas.


21 de janeiro de 1793, Luís XVI foi decapitado pela guilhotina na Place de la Révolution. 
          
A Revolução Francesa é conhecida por muitos nomes como ‘encruzilhada do mundo moderno’ onde as pessoas podiam mudar tudo inclusive a natureza humana para uma nova direção mais justa e fraterna. A Revolução apoiou a indústria e o capitalismo, mas foi uma nova ordem que custou muito caro a vida milhares de franceses. Robespierre, o incorruptível esteve a frente da revolução e suas palavras eram suas maiores armas, mas a Revolução em certo ponto devoraria seus próprios filhos. No palácio de Versalhes construído por Luís XIV para se afastar do povo ocorreu um dos eventos importantes no cenário da Revolução advinda, o casamento de Luís da família Bourbon da França com Maria Antonieta dos Habsburgo da Áustria. O objetivo desse casamento era acabar com as rivalidades entre os dois impérios e iniciando uma aliança com ambas as nações por via dos herdeiros, mas Luís XVI demorou anos para ter um filho com Maria Antonieta, pois ele sofria de uma doença, após se operado eles tiveram 4 filhos.

O desgoverno monárquico deixou o povo na miséria e faminto, quando Luís XV faleceu seu filho Luís XVI  não sabia governar e ficava vivendo no luxo em Versalhes enquanto o povo morria de fome. Em Paris as ideias iluministas florescem desde a Idade Média a sociedade era dividida em nobreza, clero e camponeses, mas a união de ciência e razão traria uma corrente de novas ideias para Paris, segundo as ideias iluministas a pessoa deve pensar por si só. As ideias do iluminismo permeavam todas as classes e colocava em risco a hierarquia medieval. O apoio francês a guerra da independência dos Estados Unidos marcou a quebra do governo francês. Maria Antonieta gastava dinheiro em futilidades comprando joias e roupas enquanto a França era assolada pela miséria. A visão que o povo tinha da monarquia nesse período era péssima. Um dos exemplos era a farinha que ficava mais cara a cada dia enquanto em Versalhes gastavam muito com festas e comidas refinadas. Robespierre enviava cartas à Versalhes criticando a monarquia, mas Luís XVI as ignorava completamente, pois continuava a aumentar os impostos do povo no pior inverno em anos o de 1788. A farinha para o povo do século XVIII era a essência da vida e  o pão vida. Logo os altos preços tornaram o preço de um pão o soldo de um mês de trabalho. Então o povo se rebelou  em revoltas populares desorganizadas.

O rei reúne os Estados Gerais para realizar eleições que são consideradas injustas, pois cada classe tem direito a um voto, nobreza, clero e camponeses, mas 97% da população são de camponeses. Robespierre inspirado nas ideias iluministas quer que o clero e a nobreza paguem impostos, então nasce a Assembleia Nacional em meio as ideias iluministas de Robespierre e dos Deputados. O povo cria uma Guarda Nacional em Paris para se proteger dos soldados monarquistas. Pegam 28 mil mosquetes, mas faltava pólvora que eles sabiam aonde encontrar, na prisão da Bastilha. Então clamam 'Par‘ a Bastilha’, e no meio do povo tremula a bandeira tricolor vermelho e azul de Paris cortada pelo branco da casa real de Bourbon. Luís XVI foi informado sobre a tomada da Bastilha que desencadeou a Revolução francesa, os franceses, o povo derrubaram-na com suas próprias mãos como um símbolo do fim do antigo regime. É regida a Declaração dos Direitos Humanos e  declarada uma monarquia constitucional. O francês Marat escreve e publica o jornal L’ami du people, que expunha e criticava a  nobreza e o clero e defendia ideias iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade, pois nunca houve liberdade de imprensa na França e os revoltosos a exigiam. Marta odiava os gastos da monarquia enquanto o povo passava fome. Marat incitava o povo a cortar cabeças de nobres.

Diante desses acontecimentos, soldados monarquistas cercam Paris e o povo se arma para a defesa. As mulheres atuam veementemente na Revolução, elas avançam junto a 20 mil pessoas até os portões de Versalhes e o cercam. Exigem a ida do Rei e da Rainha para Paris. A turba invade o palácio de Versalhes atrás dos nobres. O rei e a rainha estavam a mercê do povo que só queria sua atenção para seus problemas. Levaram o rei e a rainha até Paris e carroças cheias de farinha dos estoques reais. Após dois anos que a família real está em Paris. Os jacobinos se reúnem liderados por Robespierre. Em 1791, Luís XVI tenta reassumir o poder com o apoio de outras monarquias europeias como a Áustria, mas Luís XVI fracassa na fuga. Essa tentativa de fuga rompeu os elos entre o povo e seu rei que agora era visto como traidor da revolução. A decapitação era uma pena de morte reservada somente a nobres, mas os revolucionários queriam que todos morressem da mesma forma. Então o médico e inventor José Ignácio Guillotin criou uma máquina de decapitar humanitária. Os revolucionários creem em valores humanitários. Em 1792 Paris declara guerra a Austria contra a vontade de Robespierre. Luís XVI e Maria Antonieta jogavam um jogo duplo, pois fingiam apoiar a revolução, mas enviavam cartas aos austríacos revelando as posições das tropas revolucionárias.

Em 1792 nasce a republica e Luís XVI é tirado do trono, quando os austríacos ameaçaram destruir Paris se algum mal fosse feito a família real. Enquanto isso Danton inflama o povo a defender seu país contra os austríacos e prussianos. Os Sansculottes matam 1600 prisioneiros, pois temiam que eles se voltassem contra eles em caso de invasão externa. A revolução é criticada pelo mundo, Robespierre acredita que alguém deve tomar o controle e de inicio manda decapitar o rei Luís XVI, marcando a vitória da revolução e o nascimento da república. O editor do jornal L’ami du people é assassinado por acharem que ele incitava o povo ao ódio, mas Marat acabou se tornando mártir da república. Maria Antonieta é condenada a morte em 1793. A França se encontra isolada das outras nações europeias.

O reino de Terror de Roberpierre tem inicio e a paranoia tem a revolução e a guilhotina trabalhando incessantemente. Robespierre antigo opositor da pena de morte agora torna-se seu feroz defensor e também trabalha para a descristianização da França. A Igreja passou a ser inimiga dos revolucionários, criaram uma calendário revolucionário para se opor ao cristão. O exército francês liderados pelo general Napoleão começa a conquistar vitórias. Danton antes aliado de Robespierre decide por fim aso massacres da revolução, mas Robespierre entende isso como traição e manda decapitar todos os dantonistas. Em 1794 durante do ‘grande terror’, 800 pessoas eram mortas por mês na guilhotina. Quando Robespierre cria o festival do ‘ser supremo’, os revolucionários acham que Robespierre ficou louco. Os deputados o declaram fora da lei. Robespierre tenta se suicidar, mas não consegue, sendo executado na guilhotina em 1794. O terror morreu com Robespierre, mas não a revolução.

domingo, 22 de novembro de 2015

Teoria da História: um breve resumo.


Autor: Construtor CHH

Na segunda metade do século XIX o historicismo e positivismo eram a base dos estudos históricos por meio dos acontecimentos políticos, guerras e heróis nacionais. Vista como uma história ‘positiva’, pois seus estudos eram voltados para fontes documentais oficiais e negavam a importância das questões econômicas e sociais.

A História Empírica do século XIX voltava-se para uma postura imparcial e de submissão aos documentos. A intuição e dados orais eram deixados de lado. No inicio do século XX, o historiador cientifico volta-se para a história como pedagogia social com metas para uma história clássica, nacionalista e positivista. Sendo o fazer histórico em meados de 1900 um ato nada neutro. No positivismo o aluno era orientado na metodologia, técnica e erudição, ou seja, no principio da história ciência.

Durante ao Iluminismo a narrativa histórica política foi contestada pela primeira vez com sua preocupação com a história da sociedade. No início do século XX o historicismo e positivismo perdem espaço para uma história mais voltada para as questões econômicas e políticas. Surgindo os primeiros estudos interdisciplinares, a controvérsia de Lamprechet (opondo história política, cultura e econômica).

O crescimento do movimento operário na Europa aumentou a influência marxista nas ciências humanas, supostamente como o verdadeiro modelo interpretativo para investigação histórica. O marxismo influenciou grandemente à historiografia com a fixação da história econômica, política e social. Após a I Guerra Mundial e a Grande Depressão de 1929, a história sofre várias críticas por estimular o nacionalismo. Em meio a esses acontecimentos surge na França a Escola de historiadores da economia da qual Marc Bloch em 1936 cria-se a primeira cadeira de história  econômica na Sorbonne.

Um antecessor da Escola de Annales foi Henry Berr, fundou a Revista de Síntese Histórica, provocando os positivistas ao diversificar seus instrumentos de análises e desperta o interesse de colaboradores de várias áreas das ciências. Berr confere a história o papel de coordenar todas as outras ciências sociais. Foi também precursor com sua síntese de que seria a Escola de Annales, contrariando a história historicizante por uma história explicativa e interdisciplinar.

Henri Pirenne, pensava a história como uma narrativa explicativa da evolução das sociedades humanas no passado. Sendo um dos primeiros a trabalhar a história das mentalidades. Sua tese de Pirenne marca o inicio do trabalhar a história das mentalidades. Em sua tese, Pirenne marca o inicio da Idade Média em 711d.C com a conquista árabe na Península Ibérica, pois segundo ele em 476 d.C com a queda do Império Romana nas mãos dos bárbaros germânicos houve uma absorção da cultura Romana pelos bárbaros e não como ocorreu em 711 onde os árabes impuseram sua cultura e costumes. Johan Huizinga, dedicou a pesquisar a Baixa Idade Média, Renascimento e a Reforma. É visto como um  historiador da cultura e combateu o totalitarismo, foi pioneiro na interdisciplinaridade e historiador de mentalidades.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

III Geração da Escola de Annales

Jacques Le Goff

Autor: Construtor CHH 
          
Segundo minhas leituras do livro de Teoria II a geração da Escola dos Annales que mais me interessou foi a III Geração. As principais razões de minha preferencia por esta Escola estão centradas no fato de ser uma Escola aonde o policentrismo prevaleceu diferente do que ocorreu nas duas gerações anteriores. 

Permitindo assim o desenvolvimento de uma escola mais disposta a permitir a influência do pensamento americano como a psico-história, a história da cultura popular, antropologia simbólica, dentre outras.  É nesta geração que tudo passa a ser objeto de pesquisa para o historiador. E o enfoque econômico foi transferido para a superestrutura cultural. E é nesta geração que temos a oportunidade de estudar as pesquisas de Jacques Le Goff, aonde o tempo é visto como um mecanismo de dominação social, controle da sociedade e de sua consciência. 

Michelle Perrot

Outra importante característica da III Geração dos Annales foi a presença de ulheres, como Michelle Perrot que  voltou seus estudos para a história das mulheres e dos excluídos da história como operários e prisioneiros. 

Robert Mandrou

Outro nome importante dessa geração foi George Duby e seus estudos direcionados para a história das ideologias, imaginário social e sua interação com o mundo real. Ainda nesta geração temos um autor preocupado em dar voz às massas anônimas, e o universo das crenças, este autor é Robert Mandrou, um historiador francês. Ainda temos na III Geração dos Annales Jean Delumeau, que explora em seus estudos os medos individuais e coletivos da civilização ocidental do século XIV ao XVIII.  

George Duby

A contribuição de Emmanuel Le Roy Ladurie foi à utilização de métodos propagandísticos e quantitativos em pesquisa histórica. Por essas inovações e por este grande grupo de historiadores por excelência é que para mim a III Geração dos Annales foi a que mais me interessou.


Emmanuel Le Roy Ladurie

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Historiografia Desconstrucionista e da Nova Historiografia Alemã.


Jacques Derrida e Hayden White

História Desconstrucionista
           
A historiografia desconstrucionista é uma área da história voltada para a relação existente entre o leitor e o texto de modo que podemos entender que nenhum texto está livre de ser analisado de diferentes formas, pois não existe uma interpretação que esclareça corretamente todos os pontos de um tema em questão de forma satisfatória, mas sim muitas interpretações para cada tema.

A historiografia desconstrucionista segundo o livro da disciplina pode ser entendida de duas maneiras. No primeiro método ela pode ser entendida em sentido estrito de autoria de Jacques Derrida, que entende a desconstrução como a leitura de textos, buscando contradições e ambiguidades internas. Como a presença de oposições no texto, mas havendo pelo escritor privilégios para um tema em detrimento do outro. Derrida também aborda  o fato da historiografia escrita ser privilegiada no ocidente em relação a historiografia oral, mas Derriba afirma que o desconstrucionismo nesta base não se sustenta.

 O desconstrucionismo marca a ruptura com o estruturalismo. Em seus textos Derrida procura mostrar que descontruir um texto é procurar nele a direção ou opressão por parte do escritor da obra. É a desestabilização em si mesmo, mas não de forma negativa. Não se trata para o desconstrucionismo destruir o que já está construído, mas sim pensar além dos mesmos.

Segundo o historiador Hayden White, ao analisarmos o passado com algo que exista somente o que foi escrito pelo historiador, a história organizada por pistas pelos historiadores estamos sendo desconstrucionistas. Sendo para este autor a linguagem historiográfica o ponto principal para o entendimento do tipo de relato. Dentro da historiografia desconstrucionista temos a Meta-história que procura a condição da narrativa histórica. Não sendo a escrita um acontecimento, mas uma variedade de conexões e interconexões por meio das quais podemos ver em seu delineamento os acontecimentos.

Nova Historiografia Alemã


Reinhart Koselleck

            Conforme podemos ver no livro da disciplina, a nova historiografia alemã surge logo após a unificação da Alemanha Ocidental e Oriental. Passando nesse período um processo de ocidentalização desde meados do século XX, em relação aos trabalhos historiográficos. Houve um aprofundamento nos debates sobre história social e história cultural nas universidades.

Antes da unificação a Alemanha Ocidental tinha seus estudos historiográficos voltados para a história social desde 1970 direcionado a antropologia cultural. Já a Alemanha Oriental tem seus estudos voltados para uma história social a serviço do sistema, somente na década de 1980 é que os estudos historiográficos voltam-se para a história cultural.

Além dos estudos voltados para a história cultural e social encontramos a historiografia dos conceitos que por meio de Reinhart Koselleck como figura central vão elaborar três dicionários dos conceitos básicos, princípios históricos, e conceitos político-sociais. Koselleck é que elabora os fundamentos dos dicionários serão importantíssimos para a história dos conceitos que procura termos difundidos no vocabulário historiográfico moderno, podendo ter vários sentidos bem como um só.

A história dos conceitos e a história social devem ser entendidas que uma sociedade e seus conceitos encontre-se em uma relação de polarização. A nova historiografia alemã já é conhecida no século XX como o maior movimento de sistematização teórica da ciência histórica desse período. Com obras de caráter mais teórico sobre a sociedade, política, história cultural, história dos trabalhadores, história das vivências a partir da história oral e ciência histórica e memória.

Ideologia Liberal (Liberalismo), analisando seus princípios e as mudanças que passaram ao longo dos séculos XIX, XX e XXI.


Adam Smith, mais importante teórico do liberalismo.

Autor: Construtor CHH

            O liberalismo se refere à educação abrangentemente humanística e tolerante. Mas também com um sentido pejorativo voltado a libertinagem. No século XIX, o Liberalismo teve seu primeiro uso político para designar os pregadores do reformismo radical e republicano contrário à monarquia espanhola.

E nesse século também que se delineia a ideia do homem com seu próprio senso de autorealização. Já no século XX, as características marcantes dos liberais foi a expansão dos direitos civis por meio do feminismo, igualdade racial, direito de voto a todos os cidadãos sem distinção, luta pela assistência médica gratuita e universal a todos os cidadãos, a busca pela erradicação da pobreza extrema.

Outra grande conquista do Liberalismo no século XX foi à ascensão do internacionalismo liberal que é responsável pelo surgimento da Liga das Nações e depois das Organizações das Nações Unidas em substituição da primeira. No alvorecer do século XXI, os governos democráticos e liberais se caracterizam pelo fundamental direito civil, o individualismo que se expande ao mesmo tempo que os avanços tecnológicos, sociedades marcadas pelo pluralismo e a busca constante pelo bem-estar pessoal acima do bem-estar da sociedade.

Neste século XXI, o Liberalismo é marcado pela descentralização política e pelo avanço na maioria das regiões do mundo.

A França do século XIX, e sua sociedade industrial.



Em um primeiro momento durante a revolução industrial a política de cercamentos do governo inglês expulsou milhares de famílias do campo aonde viviam da agricultura de subsistência ou do pequeno comercio. Essa política gerou o êxodo rural e a migração de pessoas do campo para cidade em busca de emprego. No Brasil vemos hoje que muitas famílias estão deixando campo por não conseguirem competir com as grandes corporações agrícolas que exploram a terra em larga escala com monoculturas mecanizadas. Além de perderem as terras, pois acabam tendo que vender pela falta de lucro nas plantações os agricultores familiares não consegue emprego no campo devido a automação das máquinas agrícolas que trabalham por centenas de pessoas.

 Essas pessoas então vão para as cidades em busca de trabalho nas indústrias automatizadas aonde o tempo para refeição, banheiro etc são controlados rigidamente. Aonde recebem salários baixos que mal conseguem sustentar suas famílias como ocorria no inicio da Revolução Industrial. O surgimento dos primeiros sindicatos foi uma reação dos trabalhadores contra a exploração. As conquistas foram lentas, mas acumulativas, como a redução da jornada de trabalho, melhores condições de trabalho etc.

Na atualidade vemos muitos dos direitos trabalhistas que foram conquistados no decorrer de décadas correrem o risco de se perderem devido a sindicatos hipócritas que servem mais ao patrão do que ao funcionário. Vemos ainda os baixos salários não sustentarem a família dos operários e os acidentes constantes mesmo com as inovações tecnológicas que também fazem centenas de pessoas perderem seus empregos todo o ano no Brasil e no mundo.

Os políticos do século XIX preocupavam-se tanto com a situação do operariado e sua família como os do século XXI, pois para eles o que conta é o lucro e os vínculos com as grandes empresas nacionais e multinacionais que patrocinam suas campanhas eleitorais que visam unicamente seus interesses pessoais e do sindicato patronal.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Metal lendário de Atlântida é encontrado em navio naufragado na Sicília: Equipe de mergulhadores descobriu 39 barras do mítico Oricalco em uma embarcação que afundou há 2600 anos.


Segundo Platão, o Oricalco era extraído somente das minas perdidas de Atlântida (foto: reprodução)

Platão descreve Atlântida em seu diálogo Crítias como um lugar que “cintila com a luz vermelha do oricalco”, metal que segundo o filósofo revestiria todo o interior do templo de Poseidon na lendária ilha. O pensador grego acrescenta ainda que a substância seria a segunda mais valiosa, atrás apenas do ouro, e que só podia ser extraída das minas localizadas no território perdido.

Se ele vem ou não de Atlântida obviamente não se sabe, mas o fato é que até hoje apenas pequenas quantidades de oricalco haviam sido encontradas. Surpreendentemente, mergulhadores da Sicília acabam de descobrir 39 barras compostas pela misteriosa liga em um navio que naufragou por volta do ano 550 a.C. na região de Gela, no sul da ilha italiana.


Equipe de mergulhadores que localizou a embarcação naufragada (foto: reprodução).

“Nada similar jamais havia sido encontrado”, disse Sebastiano Tusa, da agência marítima local, ao Discovery News. “Nós conhecíamos o oricalco de textos antigos e de alguns objetos ornamentais”, conta. Entre os estudiosos, o consenso é que se tratava de uma liga metálica semelhante ao bronze, obtida através da reação entre minério de zinco, carvão e cobre. Mas sua composição, bem como sua origem, continuam incertas e sendo debatidas por estudiosos.

Os gregos antigos acreditavam que a invenção desta liga específica remetia ao herói mitológico Cadmo, e grande parte da fama e do mistério que perduram até hoje se devem justamente a Platão, que no século IV a.C. incluiu a substância na obra Crítias e a relacionou com a Atlântida.


Navio que carregava o Oricalco e naufragou a 300 metros do porto de Gela há 2600 anos (foto: reprodução)

A embarcação que carregava a valiosa carga parece até ter recebido alguma espécie de maldição dos deuses antigos: após partir de alguma suposta localidade da Grécia ou Ásia Menor, o naufrágio ocorreu quando estava a meros 300 metros do porto de Gela, devido a uma tempestade.

Depois de analisadas com uma técnica chamada de fluorescência de raios X, as 39 barras revelaram ser compostas por 75-80% de cobre, 15-20% de zinco e também por pequenas quantidades de níquel, chumbo e ferro. De acordo com Sebastiano Tusa, a descoberta chama a atenção para a importância da cidade no cenário econômico e cultural do Mediterrâneo da época. “O achado confirma que cerca de um século após sua fundação em 689 a.C., Gela veio a se tornar uma cidade rica, com oficinas de artesanato especializadas na produção de artefatos valiosos”, afirma.

Conceitos de Micro-história, Nova História Política e História do Tempo Presente



►Micro-história:

            A Micro-história em si nada mais é que uma gama de possíveis respostas que enfatizam a redefinição de conceitos e uma análise aprofundada dos instrumentos e métodos existentes. Constituída inicialmente como um conjunto de teorias e discussões a respeito das técnicas e métodos da história social, a micro-história promoveu discussões dispersas sobre a relação da história com outras ciências sociais. A Micro-história utiliza na pesquisa, um tema investigado que seja delimitado pelo historiador no que se refere principalmente ao espaço e ao tempo. O recorte deve ser temático. Reduzindo na escala de observação do historiador com o intuito de se perceber aspectos que de outro modo passariam despercebidos. Analisando situações especificas, ações individuais, acontecimentos precisos, redes capilares de relações, mas sem perder de vista a realidade mais global. Alcançando o conhecimento do passado por meio de inúmeros sinais, sintomas e indícios.

►Nova História Política:

            A Nova História Política surge nos anos de 1980, com uma preocupação a partir de então com aqueles poderes existentes e influentes na vida cotidiana das pessoas comuns, das grandes massas anônimas. Ao entender que todos os indivíduos são condutores da História, a Nova História Política visa tomar como seu objeto de estudo os indivíduos comuns, e quando se propõe a estudar as grandes figuras políticas é dando um novo sentido ao enfoque. Olhando para a trajetória daqueles que ocupam posições privilegiadas na organização do poder.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Resenha do filme Ágora (Alexandria. Pt. Br.)


A atriz britânica Rachel Weisz, interpreta Hipátia. 

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Autor: Construtor CHH

O filme Ágora (que em grego significa assembleia ou lugar de reunião) passa-se na cidade de Alexandria no ano de 391 d.C, após Império Romano adotar o Cristianismo como religião oficial. Aonde muito oficiais romanos converteram-se unicamente por interesse de status e poder na sociedade romana. Podemos ver no filme segundo a visão do diretor e produtor grupos de cristãos da antiguidade que matavam os gregos politeístas e queimavam papiros e pergaminhos que continham dados antiquíssimos da história e ciências humanas. Mas o diretor deixa de abordar que me grande parte foi por ignorância, pois esses cristãos em sua maioria eram iletrados e não tinha ideia do prejuízo que estavam causando para a civilização humana.

A figura central do filme ‘Ágora’ é Hipátia, uma filosofa, matemática e astrônoma que era uma figura revolucionária para sua época principalmente por ser mulher e estar a frente da educação de homens. Em várias cenas aparece a biblioteca de Alexandria com seus escrito milenares, debates em praça pública entre cristãos e politeístas, aonde realizavam provas sobre qual Deus ou deuses era mais poderoso  e protegeria o seu seguidor de passar pelo fogo sem se ferir. Em um desses debates acaba em tragédia, pois o sacerdote politeísta não consegue passar pelo fogo como o cristão e acaba morrendo queimado. Os politeístas consideram o cristianismo um perigo para suas tradições e costumes.

O filme também aborda as relações da professora Hipátia com seu escravo Davus que demonstra grande interesse por filosofia, matemática e astronomia e ela como professora valoriza o interesse de Davus pelo conhecimento. Hipátia em suas aulas fala sobre a união e não a divisão entre seus discípulos mesmo que os cristãos e politeístas divirjam de opiniões e teorias.

 Por está época o Bispo Cristão de Alexandria era Theophilus e durante esse bispado o escravo Davus de Hipátia converte-se ao Cristianismo. Davus desde o inicio da trama demonstra gostar de Hipátia mais que uma professora e Orestes outro aluno de aluno deseja casar-se com ela, mas ela não deseja o casamento com homem algum prefere os estudos e as letras, pois o casamento lhe privaria dos mesmos.

Após o incidente na praça aonde um sacerdote politeísta acabou queimado em um desafio do Deus ou deuses mais poderosos os politeístas decidem organizar um ataque aos Cristãos e começam a distribuir espadas entre seus fieis, Hipátia demonstra grande desagrado com esses acontecimentos. Quando o ataque dos politeísta tem inicio o Bispo Theophilus estava pregando na ‘Agora’ da praça central, quando tem inicio o ataque dos politeístas que atacam homens, mulheres e crianças indefesos, matando e mutilando. No desenvolver desse evento Davus, o escravo de Hipátia escolhe seu partido na batalha ao lado dos Cristãos que ao final invertem o ataque por ser a maioria e os politeístas acabam tendo que recuar para dentro dos muros da Biblioteca de Alexandria, ficando sitiados.

  No decorrer dos dias de sitio que se passam começa a faltar comida para os politeístas que mesmo sitiados incitam e provocam os Cristãos por cima dos muros  com expressões como “pesão caixões para seu Deus carpinteiro!”. Durante o sitio sem ter o que fazer o filósofos começam a divagar sobre os corpos celestes, os Errantes (que são os planetas), as estrelas e as teorias sobre a Terra e seus ciclos  e o das estrelas errantes. Abordam a hipótese de Aristarco sobre a Terra se mover, dentre outros assuntos.

 O prefeito romano de Alexandria ao tomar conhecimento dos últimos acontecimentos na cidade, escreve um édito e envia a mesma. O édito é lido em frente aos portões da Biblioteca de Alexandria para que os politeístas e Cristãos possam ouvir. No Édito o prefeito de Alexandria perdoa os politeístas insurgentes e permite que eles saiam do Seapeum e deixem os Cristãos entrarem no Serapeum da Biblioteca e façam uso dele. Por ser iletrada a maioria não sabia a importância dos documentos presentes na biblioteca, pois achavam que estavam relacionados com os deuses do politeísmo e não com ciência, história e outras artes. Durante esse acontecimento Hipátia junto com alguns de seus alunos tenta salvar pergaminhos e papiros desesperadamente. O principal grupo cristão responsável pelo ataque à biblioteca de Alexandria foi a Ordem dos monges Parabolanos.

                   Davus, ex-escravo de Hipátia agora um monge parabolano, está dividido entre sua mestra e a fé Cristã, ele ataca Hipátia em certo momento do filme e  depois desiste entregando uma espada para que Hipátia o matasse por tê-la atacado, ela larga a espada no chão em um gesto de piedade e sai. Por esse período somente ritual cristão e judaico são permitidos em Alexandria. Foi quando falece o Bispo Theophilus e sobe ao bispado o Bispo Cirilo. Com o Bispo Cirilo tem inicio os confrontos com os judeus. Ao mesmo tempo Orestes ex-discipulo de Hipátia torna-se prefeito de Alexandria e converte-se ao cristianismo por interesses pessoais como ascensão ao poder.

Mesmo com todos esses eventos ocorrendo Hipátia continua suas pesquisas em relação aos Errantes (planetas).

Enquanto isso o atrito entre judeus e cristãos aumenta, após os judeus armarem uma cilada para os cristãos dentro de uma igreja aonde dezenas são mortos a pedradas por judeus. Após o Bispo Cirilo saber do incidente organiza uma resposta aos judeus. Grupos de cristãos sob ordens do Bispo Cirilo atacam os judeus e seus comércios.

O prefeito Oreste e os governantes de Alexandria não sabem o que fazer para acabar com os conflitos, pois não possuem legiões suficientes para deter as agressões mutuas dos grupos divergentes. Devido a isso os judeus fogem de Alexandria derrotados.

Hipátia que continua em seus estudos e descobre na visão do filme que os errantes seriam explicados através de elipses e não círculos. Ela tem esse vislumbre através do cone de Apolonio.

A partir de agora o Bispo Cirilo volta-se para Hipátia, pois vê nela uma oposição. Hipátia é acusada de ateísmo e bruxaria. Após ser levada para ser apedrejada pelo parabolanos, Davus, seu ex-escravo mata ela asfixiada sem que os outros parabolanos vejam e diz para eles que ela desmaiou,  pois não desejava que ela morresse apedrejada com muito mais sofrimento. Hipátia é apedrejada depois de morta, mas os parabolanos não souberam disso. 

O filme foi proibido no Egito pela censura, por conter cenas consideradas um insulto para a religião. O “Observatório Anti-difamação Religiosa” protestou contra o filme por "promover ódio ao cristianismo e reforçar falsos clichés sobre a Igreja Católica". O filme teve problemas de distribuição nos Estados Unidos da América e Itália.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

'Deuses' e heróis gregos: Ares, deus da Guerra.


Autor: Construtor CHH

Deus da guerra, uma das doze divindades do Olimpo. Filho de Zeus e Hera. De caráter brutal, amante da luta e semeador de desentendimentos entre os deuses e os mortais, Ares era desprezado pelos próprios olimpianos.

            Originário da Trácia, cujo povo era considerado pelos gregos como bárbaro, rude e inculto, jamais foi bem aceito pela sociedade helênica. Em suas batalhas, os gregos preferiam invocar Atena, deusa inspiradora de atos heroicos, executados com inteligência e astúcia. Enquanto as outras divindades participavam das lutas, protegendo um lado ou outro e salvaguardando a vida de seus heróis favoritos, Ares golpeava ao acaso; personificava a carnificina, o assassinato sem sentido, a violência gratuita. Revestido de couraça e capacete e armado de escudo, lança e espada, acompanhava-se de Deimos (o medo) e Fobos (o Terror), filhos gêmeos com a deusa Afrodite.

            Chegava num carro puxado por quatro cavalos, mas logo saltava, misturando-se aos guerreiros como qualquer mortal. Na guerra de Tróia, lutou ao lado de Heitor. Defrontando-se com Atena, que defendia o campo inimigo, insultou-a e arremessou sua espada contra a égide da deusa.  Esta afastou-se, apanhou uma pedra e lançou-a contra Ares, atingindo-o no pescoço. O deus caiu e suas armas espalharam-se no campo de batalha. Em outra ocasião, ferido por Diomedes, que graças a Atena, escapara a um golpe de sua lança, Ares fugiu para o Olimpo, onde Zeus mandou que o curassem. Raramente saía vencedor dos combates que empreendia.

            Assim aconteceu certa vez que os Aloídas, que eram gêmeos gigantes, Oto e Efialtes, filhos de Poseidon e Ifimedia para demonstrar sua força, encarceraram-no num pote de bronze, durante treze meses. Foi libertado por Hermes.

            Quando Hércules matou Cicno, um dos filhos do deus, este desafiou-o para a luta. Aproveitando-se de um descuido do adversário, o herói feriu-o gravemente na coxa. Ares, furioso, retirou-se para o Olimpo.

Em oposição à sociedade grega, que rejeitou Ares, os romanos tornaram-no a mais importante de suas divindades. Consideravam-no pai de Rômulo e Remo. Primitivamente, cultuavam-no como o deus das tempestades. Invocavam-no para impedir que seus efeitos maléficos – chuvas fortes, granizo, neve – destruíssem as plantações. Ares era uma divindade essencialmente agrícola.


Mais tarde, provavelmente identificando a ideia de força instintiva, contida na tempestade, com a violência das batalhas, os romanos transformaram-no num deus guerreiro. Essa evolução coincide com a própria evolução da história romana. Assim como a divindade passou de agrícola a guerreira, o cidadão de Roma passou de camponês a soldado. Os romanos fizeram de Ares ( os romanos o chamavam de Marte) o protetor de suas lutas e conquistas. Não planejavam qualquer empreendimento sem antes consultá-lo.

Ares não teve muito sucesso em seus amores. Perseguia deusas, Ninfas e mortais, e, quando estas o rejeitavam, violenta-as brutalmente. A mais célebre de suas aventuras amorosas foi a que envolveu Afrodite, esposa de Hefesto. De sua união nasceram Eros, Harmonia, Deimos e Fobos. Com a ninfa Aglauro, teve Alcipe; com Crisa, Flégias; com Pelópia, Cicno; com Harpina, Enômao; com Aeropa, Aeropo; com Astioquéia, Ascálafo e Iálmeno; com Pirene, Diomedes e Licaão; com Astínome, Calidão; com Protogênia, Oxilo. De modo geral, os filhos de Ares eram homens violentos, que atacavam os viajantes e praticavam atos de crueldade.

O culto de Ares não foi muito difundido na Grécia; de seus poucos santuários, o mais célebre era o Areópago. Já em Roma havia numerosas festas em seu louvor. Nas Ambarválias, celebradas no mês de maio, Ares aparecia como divindade agrícola. Essas comemorações tinham um caráter de purificação, pois os romanos acreditavam que a natureza ficava mais limpa e pura após uma forte tempestade. Depois de cada batalha vitoriosa, realizavam-se festas que destacavam o caráter militar da divindade. Os animais consagrados a Ares eram o cão e o abutre.

Inicialmente ele era representado como um guerreiro barbudo, de capacete de alto penacho e revestido de pesada armadura. Mais tarde, figuravam-no sob a forma de um jovem seminu, cujos únicos atributos de guerra eram o capacete e a lança.