quarta-feira, 20 de maio de 2015

Os 33 erros multifacetados do Protestantismo



Para uma maior concisão de quem se chama a si mesmo "Cristão" sem ser católico ou ortodoxo, será agrupado com as milhares de seitas, sob o titulo de "Protestante".

Muito deles prefeririam não ser chamados de "Protestante", mas qualquer cristão não praticante na Igreja Católica está fazendo um protesto contra a única Igreja fundada por Jesus cristo, admitindo ou não.

A palavra "protesta" contém as primeiras 8 letras de "Protestante".

Estou certo de que nem todas as seitas protestantes cabem nos moldes aqui citados; mas com as milhares de dezenas de seitas[*], é impossivel desenvolver cada tema de acordo com que cada seita individualmente [crê] sem afetar o tamanho deste artigo.

1. O erro da opinião pessoal protestante

Porque existem atualmente mais de 35.000 diferentes seitas protestantes no mundo?

A resposta está na Sagrada Escritura:

"Não fareis nesse lugar o que nós fazemos hoje aqui, onde cada um faz o que bem lhe parece" (Deuteronomio 12,8).

Um versiculo ignorado pelos protestantes, visto que fazem estas coisas.

"Naquele tempo não havia rei em Israel, e cada um fazia o que lhe parecia melhor" (Juizes 17,6; 21,25).

Este versículo é uma fotografia dos protestantes.

"Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus" (2Pedro 1,20-21).

Ignorado pelos protestantes.

"Enviaram seus discípulos com os herodianos, que lhe disseram: Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus EM TODA A VERDADE, sem te preocupares com ninguém, porque não olhas para a aparência dos homens" (Mateus 22,16; Marcos 12,14).

Ignorado pelos protestantes.

"Chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: No dizer do povo, QUEM É O FILHO DO HOMEM? Responderam: Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes Jesus: E VÓS QUEM DIZEIS QUE EU SOU? Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! Jesus então lhe disse: FELIZ ÉS, SIMÃO, FILHO DE JONAS, PORQUE NÃO FOI A CARNE NEM O SANGUE QUE TE REVELOU ISTO, MAS MEU PAI QUE ESTÁS NOS CÉUS. E EU TE DECLARO: TU ÉS PEDRO, E SOBRE ESTA PEDRA EDIFICAREI A MINHA IGREJA; AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA ELA. EU TE DAREI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS: TUDO O QUE LIGARDES NA TERRA SERÁ LIGADO NOS CÉUS, E TUDO O QUE DESLIGARDES NA TERRA SERÁ DESLIGADO NOS CÉUS" (Mateus 16,13-19).

Os versículos anteriores são um exemplo primordial das opiniões pessoais em contraste com a verdade doutrinal.

Nos versiculos acima, de 14 a 17, nenhum discípulo, exceto um, teve algo a dizer fora de suas opiniões pessoais (como vimos no vers. 14: "uns", "outros" e no versiculo 17 "carne e sangue"); TODOS ELES ESTAVAM EQUIVOCADOS exceto um: Simão Pedro.

Simão Pedro foi o único que recebeu esta revelação de Deus e, ao fazê-lo, foi o único que expressou a verdade, outorgada pela autoridade de Deus. Posto que Deus nunca muda, quem teria a ousadia de ser tão audaz e negar que Deus faz o mesmo hoje como fez antes, legando a Seu representante autorizado na terra, a totalidade da verdade doutrinal?

"Porque Deus há de ser reconhecido como veraz, e todo homem como mentiroso (...)" (Romanos 3,4).

Agora que sabemos o que diz a Sagrada Escritura, o que fazem os protestantes a respeito?

Dizem seguir a Escritura ao pé da letra e todo o Protestantismo está baseado somente em opiniões pessoais, não na verdade doutrinal. "Que se sinta bem é o que importa", dizem eles. E aonde leva uma atitude como esta, senão a opiniões diferentes, disputas e, finalmente, a uma separação sem fim do Corpo de Cristo? Voltemos e revisemos os versículos anteriores.

Deus não se interessa por opiniões pessoais de ninguém, senão daqueles que falam a verdade de Sua Doutrina.

Os protestantes atacam a Igreja catolica dizendo que NÃO SE NECESSITA DE UM PAPA. Pois bem, deveríamos primeiro observar seu próprio jardim, já que cada protestante atua como se fosse o próprio papa. Existem milhões de papas em todo o Protestantismo, e todos correm de um lugar para o outro, proclamando como verdadeira a sua opinião pessoal a respeito de sua interpretação da Sagrada Escritura. Realmente será correto que exista milhões de verdades? Tenho entendido que a Sagrada Escritura diz ter somente uma verdade.

Martinho Lutero, o fundador do Protestantismo, depois de haver observado o dano causado pela interpretação individual da Escritura em seu movimento, se lamentou dizendo o seguinte:

"Este não quer o batismo, aquele nega os sacramentos; há quem admita outro mundo entre este e o juízo final, quem ensina que Cristo não é Deus; uns dizem isto, outros aquilo, em breve serão tantas as seitas e tantas as religiões quantas são as cabeças" (Luthers M. In. Weimar, XVIII, 547 ; De Wett III, 61).

"Nenhum camponês é tão rude como quando sonha e fantasia que foi inspirado pelo Espirito Santo e deve ser profeta" (De Wette III, 61. dicho en O'Hare, Los hechos de Lutero, 208)

"Homens, cidadãos, camponeses, todos as classes entendem o Evangelho melhor que eu ou São Paulo; agora são sábios e se pensam mais inspirados que todos os ministros" (Walch XIV, 1360. dicho en O'Hare, Ibid, 209).

Então, o que fazer?

As Escrituras anunciam com vento em popa e instrui explicitamente sobre o que fazer e o que não fazer:

- DETENHA-SE "antes de tirar suas próprias conclusões";

- DETENHA-SE antes de aceitar a mentalidade de que "se me sinto bem, então há de ser a verdade."

- CUIDADO com a incessante e destrutiva interpretação individual da Sagrada Escritura, pois a mesma o proíbe.

- OBEDEÇA ao que a Sagrada Escritura te admoesta fazer.

Então como podem voltar a verdade doutrinal, como Deus ordena a todos?

A verdade é uma e é uma pessoa; só existe uma verdade. Para ter uma verdade, é necessário somente uma autoridade. A mesma e UNICA autoridade dada somente a Simão Pedro.

Por acaso, o Espirito Santo está sugerindo a milhões de protestantes, que interpretem a Escritura individualmente e com tantos pontos de vistas opostos?

Esta pergunta nos conduz ao seguinte tema: O ERRO DE QUE O "ESPIRITO SANTO ME DISSE".

* * *

2. O erro de que o "Espírito Santo me disse!"

Existem três "Espiritos" dos quais recebemos estimulos:

1. O Espírito Santo, Espirito da Verdade (1João 4,6).
2. O espírito humano, intríseco em cada um (1Tessalonicenses 5,23; Hebreus 4,12).
3. O demônio, espírito diabólico proveniente de Satanás, o espírito do erro (1João 4,6).

Toda a Sagrada Escritura foi escrita por pessoas inspiradas pelo Espirito Santo, razão por que a Biblia é inerrante. Tem que ser visto que nos chegou por inspiração divina.

O Salmo 127,1 foi inspirado pelo Espírito Santo e diz que há somente uma Igreja, a única fundada pelo próprio Deus e os membros de qualquer outra, que não seja a verdadeira, trabalham em vão. Não lhes parece interessante que exista ensinamentos no Antigo Testamento que proclamam a nova do Novo Testamento? Efésios 4,1-6 repete o que diz em Salmos, com uma lista de muitos "UM", incluindo somente "UMA" fé no versículo 5. Estes versículos têm estipulado claramente que o Espírito Santo guia somente "A" ÚNICA IGREJA FUNDADA POR DEUS e nenhuma outra mais.

Em João 16,13 diz-se:

"Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão".

Existem milhões de protestantes, cada um interpretando as Escrituras individualmente sob sua própria opinião pessoal declarando: "O Espirito Santo me disse (inspirou)...".

Como isto pode ser possível, se a doutrina que cada seita ensina é negada por outra, exceto quanto a existência de Deus? Um afirma que o "espírito" lhe disse que Deus exaltou o dia de Sábado e a outra afirma o mesmo, com a diferença de que é o Domingo. Uma diz que o "espírito" lhe inspirou que não se batizassem crianças e a outra diz que a instrução do "espírito" foi totalmente o oposto: que se batizassem.

Uma declara que "lhe foi inspirado" celebrar a ceia do Senhor uma vez por semana e outra, que lhe foi "inspirado" que havia de ser uma vez por mês; e outras, ainda, dizem que tem que ser a cada três meses. Se poderia muito falar para se continuar com toda esta lista de crenças, encontrando uns ensinando de uma forma e outras de forma oposta.

Sendo que Deus é UM, com UMA verdade e UM só Espírito Santo. Como é que este mesmo Espírito da verdade estaria inspirando a cada um com pontos de vista contraditórios? Novamente, iremos à Sagrada Escritura para saber a resposta:

"Deste fato nós somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus deu a todos aqueles que lhe obedecem" (Atos 5,32); ver também Atos 15,8).

Portanto, o Espírito Santo é dado somente a aqueles que obedecem a Deus. E quem são estes? Pelo o que lhe foi mostrado até agora, como é possível que qualquer destas seitas, com pontos de vistas tão opostos, possam estar obedecendo a um ÚNICO Deus verdadeiro?

Por acaso Martinho Lutero obedeceu aos seus superiores (Hebreus 13,17) quando iniciou a Reforma Protestante, blasfemando ao mesmo tempo contra seus superiores?

Quem se supõe que esteja criando toda esta confusão entre as seitas protestantes?

A resposta é que definitivamente não é o Espirito Santo; nunca será usada a afirmação de que Deus nos engana (Isaías 53,9; Hebreus 6,18; 1Pedro 2,22) e certamente Ele não se pode contradizer a Si mesmo. Visto que a verdade é uma, Deus não mente (Tito 1,2). Não pode haver pontos de vista opostos enquanto cada um afirma ter a verdade. O senso comum nos diz que pelo menos na metade dos pontos de vistas opostos a verdade está sendo comprometida.

Então, quem é o mentiroso e pai da mentira? A resposta está em João 8,44.

E 1Corintios 14,33: "Porquanto Deus não é Deus de confusão, mas de paz".

Se Deus não é autor da confusão, então quem é?

Sugiro voltar a ler o Salmo 127,1 e Efésios 4,1-6, pois das três alternativas de "espíritos que inspiram", excluímos o Espírito Santo; então, a quem damos a autoria da confusão? Qual deles estaria motivando o Protestantismo?

Isso nos leva a refletir no proximo tema: a autoridade.

* * *

3. O erro protestante de rejeitar a autoridade

"Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou" (Lucas 10,16)

Esta é a autoridade!

Palavras poderosas dos lábios de Jesus Cristo a seus discipulos, os líderes da sua Igreja. Aqueles que escutam a Sua Igreja, escutam a Ele; é o que nos diz Jesus Cristo neste versículo. Igualmente aqueles que não escutam a Sua Igreja, não escutam a Ele. Se te interessar saber qual será o fim daqueles que rejeitam a sua Igreja, vale a pena ler o versiculo de  Lucas 10,1-15.

A Sagrada Escritura tem muito o que dizer sobre a autoridade: quem a tem, quem a exerce e quão importante é a autoridade central para se compreender a verdade.

De qualquer forma, os protestantes têm rejeitado toda a autoridade consistentemente.

Simplesmente renunciaram ao que nunca puderam ter desde a aurora de sua Reforma. E assim vemos que o abandono da autoridade é anti-cristão e anti-bíblico. Visto que estes excluem a sua Igreja, não rejeitam também ao mesmo tempo Jesus Cristo e, com Ele, também ao Pai? Lucas 10,16 estipula claramente que é assim.

"Cada qual seja submisso às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram instituídas por Deus. Assim, aquele que resiste à autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por Deus; e os que a ela se opõem, atraem sobre si a condenação" (Romanos 13,1-2).

"Sede submissos e obedecei aos que vos guiam (pois eles velam por vossas almas e delas devem dar conta). Assim, eles o farão com alegria, e não a gemer, que isto vos seria funesto" (Hebreus 13,17).

Martinho Lutero e outros líderes da Reforma Protestante foram obedientes às demandas destes versículos?

"Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano" (Mateus 18,15-17).

O que nos diz estes versículos acerca de onde reside a autoridade final? Qual é o nome dessa Igreja, visto que ainda está conosco? A qual Igreja teriam ido para obedecer o mandato destes versiculos de Jesus Cristo aqueles que viveram nos anos 110, ou 450, ou 1025, ou 1490 ? Poderia denominá-la?

Existem muitos versículos que nos advertem contra a insubordinação à autoridade ordenada por Deus: desde a sua assembléia conferida a profetas como Moisés (Êxodo 3,40) até a Sua Igreja aos apostolos (João 20,21-23) e seus sucessores (Hebreus 13,7-8.17).

Leia também sobre Maria e Aarão quando renegam a autoridade de Moisés em Números 12,1-15...

Números 12,2: "'Porventura é só por Moisés - diziam eles - que o Senhor fala? Não fala ele também por nós?' E o Senhor ouviu isso"

Deus se enfureceu com este detalhe, visto que previamente havia disposto a falar por meio de Sua única figura paterna, seu "vigário" na terra: Moisés. Consequentemente, Ele transformou Maria em uma leprosa.

Veja a rebelião de Coré contra a autoridade divina de Moisés, em Números 16, colocando atenção especial ao acontecido a Coré e seus seguidores em Números 16,31-35.

Seu final e o de seus seguidores, por dizer o mesmo sobre a autoridade, não é nada desejável.

* Que pessoa, em alguma dessas 35.500 seitas protestantes, detém alguma autoridade?

* Quem tem toda a autoridade para separar a verdade doutrinal da desgraça do erro?

A Rejeição da autoridade no protestantismo é meramente um mecanismo de defesa. Visto que para iniciar, obviamente sabiam que não a teriam, então resolveram simplesmente anulá-la. De qualquer forma, sua refutação à autoridade é altamente anti-cristã e anti-bíblica, como foi mostrado.

Para aqueles que dizem seguir somente a Biblia, como não podem ver isto?

* * *

4. O erro do "Somente a Biblia"

Os protestantes, que dizem seguir a Sagrada Escritura literalmente, praticam uma doutrina falsa, um mandamento de homens, intitulada "Sola Scriptura" ou "Somente a Bíblia", expressão virtualmente desconhecida antes da Reforma do século XVI. Em outras palavras, dizem que a Bíblia é tudo o que querem e necessitam porque contém todo o necessário para a salvação e que, fora dela, é imaterial e simplesmente deve ser descartado e rejeitado. Ao aceitarem essa tão limitada versão sobre a História da Salvação têm ocasionado um restrito conhecimento da Cristandade. Esta restrição tão limítrofe os expõe a adquirir um erro ainda maior, pois para que estes acreditem em algo devem encontrar antes na Biblia. No entanto, a mesmíssima doutrina da Sola Scriptura não é encontrada em nenhuma parte da Biblia. Sendo assim, como alguém pode ser praticante de tal doutrina sem ser acusado de hipócrita?

"O Senhor disse: Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro" (Isaías 29,13).

"Jesus disse-lhes: Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos (cf. Isaías 29,13)" (Marcos 7,6-7).

O fato de a "regra" da Sola Scriptura não poder ser encontrada nas Escrituras, prova que é somente um mandamento de homens e isto a põe no sentido oposto da Sagrada Escritura e das palavras de Jesus Cristo.

Visto que a Escritura não se auto-autentica, não se auto-ensina e não especifica quais livros foram inspirados (Atos 8,30-31; 2Pedro 3,16), como podem os protestabtes afirmar que o livro em suas mãos é de todo inspirado?

A "Sola Scriptura" foi reprovada nestes exames bíblicos. Não é biblica. Certamente tampouco é histórica antes da Reforma Protestante. É impossivel que houvesse existido antes da invenção da imprensa, pois não havia muitas Bíblias disponíveis. É impossivel que tivesse funcionado, se 95% do povo era analfabeto. Simplesmente não pode ser, não é e nunca funcionará. O protestantismo fabricou esta falsa doutrina da "Sola Scriptura" - mandamento de homens - simplesmente porque não lhes restava nada mais com que trabalhar.

* * *

5. O erro protestante da infinita separação do Corpo de Cristo

Os erros da "norma da opinião pessoal", do "Espírito Santo me inspira", "Sola Scriptura" e "rejeiçao da autoridade" resultam em caos, confusão e divisão do Único Corpo de Cristo.

Onde existem regras criadas por milhões de opiniões pessoais só pode haver caos.

Onde todos e cada um pensa estar correto porque o "Espírito Santo me inspirou" é certo que algum dos três espíritos está intervindo. Será possivel definir qual destes três espíritos estaria agindo?

Quando todos praticam a "Sola Scriptura", se limitando somente às Escrituras, e de novo as opiniões pessoais entram em cena, qual opinião é aceitavel?

Onde não existe autoridade outorgada divinamente e as disputas entre os membros não podem ser solucionadas amigavelmente, os grupos de opiniões pessoais se fragmentam, criando assim mais divisões. Precisamente por isso Jesus Cristo fundou somente uma Igreja educadora, conferindo-lhe Sua autoridade (Mateus 18,17-19) para resolver controvérsias, às quais as Escrituras anunciam que surgiriam inevitavelmente (1Corintios 11,19).

Onde existe a autoridade divina, um debate se soluciona por seu corpo autorizado.

Onde não existe a autoridade divina, os problemas não se solucionam. Os de opiniões opostas simplesmente se separam e formam novas seitas. Isto comprova a razão principal da existência atual de mais de 35.500 frações do Protestantismo, além da sua separação do Corpo de Cristo.

Quando Martinho Lutero se insurgiu, separando-se da Igreja fundada por Jesus Cristo, com existência de quase 1500 anos e seguindo sua linha de Papas desde São Pedro, a Igreja estava em seu 218º Papa. Lutero criou a primeira afiliação protestante. Era o ano de 1521. E não o fazia sozinho; imediatamente ele e Tomaz Münzer tiveram uma "diferença de opiniões" e Munzer se desligou de Lutero para formar o segundo grupo Protestante, também em 1521. As frações no Protestantismo iniciaram e continuam em uma marcha atroz até os nossos dias. No ano de 1600, já havia 100 rupturas. Em 1900 havia mais de 1.000 rupturas. Hoje, mais de 35.500 divisões (ano base: 2002) em todo o Protestantismo; e não vemos o fim desta divisão interminável.

"Então estaria Cristo dividido?" (1Coríntios 1,13), como questiona outro versículo ignorado pelos protestantes. Esta é a herança que se recebe como "prêmio" das regras das "opiniões pessoais" (proibida pela Sagrada Escritura, insistindo que o "Espirito Santo inspirou" quando Ele não falou), da "Sola Scriptura" que não é biblica e da "a rejeição do corpo governante" autorizado, indo contra as palavras da Biblia (Mateus 18,18; Hebreus 13,17).

"Quem não está comigo está contra Mim; e quem não recolhe comigo, espalha" (Mateus 12,30; Lucas 11,23).

Com mais de 35.500 diferentes seitas protestantes atualmente, quem está espalhando? É obvio que pelos versículos listados aqui, quem "espalha" está contra o Recolhedor, Jesus Cristo.

* * *

6. O erro de reduzir Deus ao nosso nível meramente humano

1. A Santíssima Virgem Maria não pode ter sido imaculadamente concebida.
2. Ela não pode ter sido sempre virgem.
3. Ela não pode ter sido assumpta aos céus.
4- Não existiu o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes; cada uma das 5.000 pessoas tinha um sanduiche em suas bolsas.
5. "Isto é o Meu Corpo" não pode ser Seu Corpo, pois já teria acabado com tantas comunhões; é somente um gesto simbólico.

Estas e muitas outras negações dos ensinamentos da Igreja Católica provêm dos duvidosos protestantes ao desejarem converter os feitos divinos (milagres) em gestos terrenos.

O que estes burlões e incrédulos realmente querem dizer é que "Ele - que do nada criou o universo e tudo o que nele existe e sustenta, por virtude de Sua vontade - achou impossível fazer estes milagres".

Nas negações destes exemplos, os protestantes não têm feito nada mais além de impor restrições a um Deus ilimitado.

Os mesmos incrédulos e libertinos, com seus augustos e limitados discernimentos, ignoram estas palavras de Deus:

"Pois meus pensamentos não são os vossos e vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor; mas tanto quanto o céu domina a terra, tanto é superior à vossa a minha conduta e os meus pensamentos ultrapassam os vossos" (Isaías 55,8-9).

* * *

7. O erro de sair do contexto

Os protestantes têm o mau hábito de tirar do contexto a Sagrada Escritura quando tratam de analisar um ponto.

CONTEXTO: A parte de um texto ou declaração que entrelaça uma palavra ou passagem "determinando seu significado".

Os protestantes invariavelmente selecionam um versiculo ou dois das Escrituras no vão intuito de "provar" seu ponto de vista. Se estes esquecerem o texto, circunstancialmente darão um significado diferente ou usualmente oposto ao versiculo ou frase selecionados. Igualmente costumam omitir informações chave e, ao fazê-lo, distorcem a verdade.

Alguns exemplos são:

- Sola Scriptura: usam 2Timóteo 3,16-17 como justificativa para tal doutrina; mas dentro do contexto, estes versiculos mostram um significado totalmente diferente do que eles propõem. Não há justificativa alguma para a Sola Scriptura nestes versículos.

- Um Mediador: usam 1Timóteo 2,5 para "provar isto", mas dentro do contexto de 1Timóteo 2,1 indica-se muitos intercssores. E a Santissima Virgem Maria é uma intercessora.

- Não chamem ninguém de Padre: fora de contexto.

- Os "irmaos e irmãs" do Senhor: fora dos devidos contextos.

Um texto fora do contexto é simplesmente um pretexto.

* * *

8. O erro de interpretar mal a Sagrada Escritura

Existem varios elementos a se considerar quando se interpreta a Sagrada Escritura e muitos deles são ignorados pelos protestantes.

1. Os Sentidos da Escritura: em qual sentido deverá ser tomada a passagem? Literalmente, alegoricamente, como parabola, etc.?

2. O significado das palavras usadas na época em que foram escritas não é necessariamente o mesmo que hoje.

3. A História tem um papel transcendental na interpretação apropriada da Escritura. Deve-se considerar a natureza e os costumes de quem está falando na Escritura.

4. Os verdadeiros significados do que os autores tinham em mente algumas vezes se perderam na traduções de uma linguagem para outra. Em algumas ocasiões, as palavras não têm o peso certo, mas apenas o mais "aproximado" no signficado conforme o tradutor. Frequentemente, deve-se consultar os textos antigos em grego e em hebraico para encontrar o verdadeiro significado das palavras da Escritura.

5. Muitas seitas protestantes tentaram adaptar a Sagrada Escritura aos seus falsos ensinamentos, ao invés de adaptar seus ensinamentos à Sagrada Escritura.

As acusações dos Protestantes contra a Igreja Católica são, em sua maioria, devido às suas interpretações equivocadas da Sagrada Escritura. Alguns dos casos são:

- Maria teve outros filhos.
- Observar o sábado ao invés do domingo.
- Negação do primado de Pedro.
- O Papado não é Bíblico.
- A Igreja Católica não pode ser a Igreja fundada por Jesus Cristo fundou, pois não coincide com o que diz as Escrituras sobre a Igreja Primitiva.

- A Sagrada Eucaristia é meramente um símbolo e não pode ser o corpo de Cristo.

Mas por acaso Jesus não disse em vários versiculos que É SEU CORPO? Em alguma parte diz que é somente um simbolismo?.

- As sete igrejas mencionadas em Apocalipse 2 e 3 são diversas igrejas protestantes.

Esta é uma das mais extravagantes afirmações que os protestantes vêm dando aos últimos chutes de um enforcado, utilizando a idéia como bem lhes convém. Para simplificar, usando o português puro, estas sete igrejas são paróquias, localizadas em diferentes cidades, da mesma e única Igreja fundada por Jesus Cristo.

Em termos fáceis de se entender, todas elas foram estabelecidas pelos mesmos APÓSTOLOS em quem se infundiu a mesma VERDADE ao MESMO TEMPO pelo mesmo ESPIRITO SANTO no Pentecostes.

Todos eles ensinaram UMA SÓ VERDADE; portanto, todas estas Igrejas pertencem a UM SÓ E MESMO REBANHO e não a sete diferentes e opostos rebanhos de Protestantes.

As sete Igrejas são meramente uma extensão de Atos 1,8, onde Jesus disse a seus apostolos:

"Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém (local), em toda a Judéia e Samaria (expandindo-se às zonas limite) e até os confins do mundo (expandindo-se a todo globo terrestre)"

Como isto poderia ser entendido, a não ser que se estabelecesse igrejas em todas as áreas do mundo?

* * *

9. O erro de aceitar e refutar a Sagrada Escritura

Erro conhecido como "Cristianismo de cafeteria". São apresentados vários versículos que são ignorados ou rejeitados pelos protestantes.

Dizem: "Aceitarei este versiculo porque me faz sentir bem e rejeito aquele porque não vai de acordo com o que eu creio". Contradizem assim, com seus atos, sua proclamação verbal de seguir as Escrituras ao pé da letra.

Temos aqui uns exemplos dos versículos mais ignorados ou rejeitados pelos Protestantes, embora já mencionados  anteriormente:

- Mateus 16,18: Jesus diz que fundou "UMA" Igreja. Não disse "igrejas", não é mesmo?

- Mateus 18,15: A Igreja é a autoridade final. Por que os Protestantes dizem ser a Bíblia a autoridade final? De onde tiraram isso? Em que parte a Biblia afirma ser a autoridade final?

- João 10,16: e haverá UM só rebanho e UM só pastor. Onde Jesus diz que haveriam mais de 35.000 rebanhos, como temos atualmente dentro do Protestantismo?

- Lucas 1,48: "e desde agora, todas as gerações me PROCLAMARÃO BEM-AVENTURADA" - "Desde agora" significa a partir do momento em que foi dito. "Todas a gerações" inclui toda a humanidade, desde o momento em que foi dito até o final dos tempos. A palavra "me proclamarão" não é uma sugestão e sim um mandato. "Bem aventurada" significa: "Santa", "Bendita", "cheia de graça", "ditosa".

Ora, em toda correspondência recebida dos protestantes (de muitos anos anteriores até o momento) referente à Mãe de Deus, nem um só protestante a chamou de bendita. Devo advertir, pela segunda vez, que este versículo não é uma sugestão e sim um mandato vindo de Deus.

O Arcanjo Gabriel a chamou de "Cheia de Graça" em Lucas 1,28. Os anjos falam por Deus. Isabel a chamou de "Bendita" em Lucas 1,42 e suas palavras surgiram por estar "cheia do Espírito Santo". Deus a chamou de "Bendita" mais de uma vez; então que desculpa tem os protestantes para também não a chamá-la de Bendita? E ainda dizem seguir as Escrituras ao pé da letra? Caros protestantes: se estiverem lendo este artigo, vocês a chamam de bendita? Não? Então porque desobedecem as Escrituras?

- João 6,53: "Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos" - Mandou Ele comer e beber um símbolo de Seu Corpo e Seu Sangue? O que significa "em verdade em verdade vos digo"? Já esclarecemos anteriormente que a verdade é uma pessoa. A pessoa de Jesus Cristo. Quando surge a palavra "Verdade" - Ele mesmo disse "em verdade", duas vezes neste versículo - isto é um indício de frase simbólica ou uma realidade? Vocês "Em verdade em verdade" crêem na "Verdade" que Ele mesmo disse aqui? Ou talvez sejam um destes que, em João 6,66, resistem em crer n'Ele, caminhando para o lado oposto e abandonando a Sua verdade? Notou a conexão com o número 666 neste versículo?

Que pena que os protestantes não observam as conexões de tipologia entre o Antigo e o Novo Testamento! Os hebreus e os judeus "simbolicamente" sacrificaram animais? Ou, de fato, realmente sacrificaram animais verdadeiros? No livro do Levitico se poderá encontrar a resposta...

- 1Corintios 10,16: "O cálice de bênção que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?" - Onde está o simbolismo neste versículo? Ou o contexto é o mesmo?

- 1Corintios 11,29: "Aquele que o come e o bebe SEM DISTINGUIR o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação" - Como um mero símbolo pode causar condenação?

- Malaquias 1,11: "Porque do nascente ao poente, meu nome é grande entre as nações e em todo lugar se oferecem ao meu nome o incenso, sacrifícios e oblações puras. Sim, grande é o meu nome entre as nações - diz o Senhor dos exércitos" - Quantas seitas Protestantes oferecem sacrificio no total? Quanto menos diariamente!

- Mateus 28,19-20: diz que Jesus Cristo estará com sua Igreja todos os dias até o final dos tempos. Este tema se repete em Efésios 3,21 e em João 14,16. Então porque os protestantes insistem dizer que a Igreja que Jesus Cristo fundou apostatou da verdade em uma determinada época depois de ter morrido o primeiro apostolo? Ao afirmarem isso, não estariam chamado a Cristo de mentiroso?

- 1João 5,10: "Aquele que não crê em Deus, o faz mentiroso" - Existem mais de 50 versículos na Bíblia que mencionam o inferno. Mateus 23,33; Marcos 9,43; e Lucas 10,15 são três exemplos. Ainda assim, algumas seitas protestantes negam sua existência. Imagine quanto espaço na Sagrada Escritura cobrem estes 50 versiculos! A esta altura, é facil observar que grande parte da mesma é negada por eles.

- 1Coríntios 11,22: nos adverte a não depreciar a Igreja de Deus. "Porventura não tendes casa onde comer e beber? Ou menosprezais a Igreja de Deus, e quereis envergonhar aqueles que nada têm? Que vos direi? Devo louvar-vos? Não! Nisto não vos louvo..." Mas adiante mostrarei como as seitas protestantes depreciam de fato a Igreja de Deus, caluniando-a e levantando falsos testemunhos contra Ela.

Temos aqui outro versículo muito ignorado, dentro da mesma linha:

- 1Coríntios 10,32: "Não vos torneis causa de escândalo, nem para os judeus, nem para os gentios, nem para a Igreja de Deus"

Ao longo deste artigo vamos listar mais uma série de versículos que são ignorados pelos protestantes.

* * *

10. O erro de dizer: "Uma vez salvo, sempre salvo"

"És salvo?". Típica pergunta dos protestantes. Quem quer que pense que está automaticamente "salvo" simplesmente por declarar que "Jesus é seu Senhor e Salvador" está mal-interpretando totalmente a Sagrada Escritura, cometendo ao mesmo tempo um pecado de presunção. Somente Deus sabe quem será "salvo" e quem não será. Nenhuma criatura humana pode se declarar "salva" por conta própria. Esta falsa doutrina é fabricação do Protestantismo e não pode ser encontrada em nenhum lugar antes da Reforma Protestante.

A salvação é um processo constante através da vida, como a Sagrada Escritura nos diz claramente. Leia Corintios 13,13 que aponta que devemos ter fé, esperança e caridade. Se somos automaticamente "salvos", então, qual é o propósito da esperança?

A "Sola Fide" ou "salvo somente pela fé" é ensinada por muitos protestantes. De qualquer forma, essa doutrina, falsa e humana, não pode ser encontrada na Bíblia. De fato, o único lugar na Biblia inteira onde encontramos a palavra "fé" e "somente" juntas são em Tiago 2,24 e diz:

"Vedes como o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé?"

Este versículo foi uma espinha na garganta para Martinho Lutero, que chamou a Epistola de São Tiago de "epístola de palha", significando assim que mereceria ser queimada, removida da Sagrada Escritura.

Devia representar uma vergonha para ele, posto que se atraveu a adicionar a palavra "somente" em Romanos 3,28 em sua tradução da Bíblia para o alemão, com o fim de apoiar sua falsa doutrina de "justificação somente pela fé". Tiago 2,24 é totalmente ignorado e desdenhado por muitos protestantes.

- João 15,14: "Vós sois meus amigos se fazeis o que vos mando".

- Filipenses 2,12: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, TRABALHAI na vossa salvação com temor e tremor".

Para aqueles que pensam sem "salvos" somente pelá fé, como podem ignorar sempre estes versiculos? Ambos dizem claramente que as obras são necessárias e sem elas não é amigo de Jesus.

Igualmente ignoram grande parte de Mateus 25, referente ao juízo final. Leiam os versículos 31 a 46 cuidadosamente, como falou Jesus sobre o juízo dos grupos, as ovelhas e os cabritos. Note que os dois grupos creram, mas somente um grupo trabalhou e esse foi o das ovelhas; as ovelhas é que seriam salvas.

Assegure-se de ler os versiculos 41 a 46; pode-se descobrir aí onde viveriam eternamente as cabras que creram mas não trabalharam. As cabras, que também creram, foram salvas somente por crer sem trabalhar? Aqueles que praticam a doutrina do "uma vez salvo sempre salvo" querem fazer-nos crer que foram...

* * *

11. O erro do "buraco negro" em sua história

Em certa ocasião, perguntaram ao sr. Isaac Newton como ele poderia juntar tanto conhecimento sobre a sua matéria no transcurso de sua vida. E prontamente respondeu: "Porque estive apoiado nos ombros dos gigantes".

Adquirir conhecimento sobre qualquer campo, inclusive da Teologia, é um processo contínuo (João 16,33), onde um funda a base e a partir daí outros constroem sobre ela (1Coríntios 3,10).

Cometem-se erros pelo caminho, mas os seguidores conscientes se beneficiam desses equívocos e o conhecimento se incrementa. O Protestantismo de qualquer forma, estando em severa desvantagem com a bola e a corrente da Sola Scriptura, não utiliza destes "gigantes" que caminharam muito antes deles, durante os primeiros mil e quinhentos anos do Cristianismo. O progresso teológico, os erros e equívocos do passado são ignorados como se não houvessem existido jamais.

Os protestantes estão exilados em um Buraco Negro de mil e quinhentos anos.

Para ser vitorioso em qualquer projeto, não se deve ignorar os triunfos e fracassos na História, pois é assim que cresce o conhecimento.

Aqueles que não se beneficiam dos erros dos outros no passado estão condenados a repetir os mesmos erros novamente e, ao fazê-lo, tomam passos que os atrasam ao invés de progredir no conhecimento.

Aqueles que fracassam em beneficiar-se dos triunfos históricos estão sentenciados a reinventar a roda uma e outra vez.

"Todas as coisas se afadigam mais do que se pode dizer. A vista não se farta de ver, o ouvido nunca se sacia de ouvir. O que foi é o que será: o que acontece é o que há de acontecer. Não há nada de novo debaixo do sol. Se é encontrada alguma coisa da qual se diz: 'Veja, isto é novo', ela já existia nos tempos passados. Não há memória do que é antigo, e nossos descendentes não deixarão memória junto daqueles que virão depois deles" (Eclesiastes 1,8-11).

Os protestantes têm medo de ler documentos históricos escritos antes da Reforma do século XVI, em razão do que podem encontrar neles.

Uma das conversões mais famosas do Protestantismo ao Catolicismo é a do Cardeal John Henry Newman, que escreveu em sua introdução ao tratado "Do Desenvolvimento da Doutrina":

"Adentrar na historia é deixar de ser protestante". Newman desejava "provar" por meio de documentos históricos, que o Anglicanismo era a Igreja "verdadeira", a fundada por Jesus Cristo. Depois de uma dedicada investigação extensiva de documentos históricos genuínos, descobriu que a igreja Anglicana não era a Igreja fundada por Jesus Cristo, mas sim a Igreja Católica. Ante a tanta evidência irresistível, imediatamente se converteu à Igreja verdadeira: a Igreja Católica.

O que aconteceu com a Igreja Cristã depois de Atos 28,30? Não interessa saber nem um pouquinho? Por acaso o progresso histórico da Igreja acabou por ai mesmo? Absolutamente não.

Mostre-me algum período da História da Igreja em que os eventos não foram registrados por historiadores e escritores!

Convido a todos os protestantes a ler os registros da História do Cristianismo, iniciando com os escritos históricos do primeiro e segundo séculos que se tem disponíveis na Internet e em alguns artigos deste site.

Por acaso não está um pouco interessado em sua herança cristã, nas dificuldades e martírios de nossos ancestrais cristãos que nos levaram onde estamos atualmente?

Se você se diz chamar "Cristão", certamente deveria sê-lo. Pegue Joao 16,12-13 e observe o tempo futuro usado nos versículos, revelando verdades vindouras reveladas pelo Espirito Santo. É o desenvolvimento da doutrina nas Escrituras através dos séculos. Estes passos que aumentam o conhecimento século após século, foram registrados por muitos documentos históricos autênticos e estão disponiveis para a sua leitura. Neles você verá o progresso do conhecimento da Igreja Cristã Primitiva através dos séculos.

Devo acrescentar que: se você resiste a ler a História do Cristianismo, mantendo uma mentalidade fechada, deve temer o  que tratarei no decorrer deste artigo.
12. O erro de buscar tirar as duvidas na própria fonte do erro

Ao debater os ensinamentos da Igreja Catolica, os protestantes invariavelmente se casam com o que escutaram dizer de outros protestantes, fracassando assim, ao mesmo tempo, em ir à fonte dos ensinamentos católicos (na própria Igreja Católica) com o fim de encontrar a verdade sobre o que ela realmente ensina.

Se fosse comprar um Ford, buscaria assessoria sobre o Ford junto a um vendendor da Chevrolet? O que me diria? Não, uma pessoa inteligente iria à fonte, à concessionária Ford.

Então, por que os protestantes não procuram a Igreja Católica para encontrar a verdade sobre os ensinamentos catolicos?

Ignorar a Igreja Católica é ignorar a Cristo, pois a Igreja Catolica é Seu corpo.

* * *

13. O erro de buscar uma igreja por conveniência

Em meu jornal apareceu um artigo sobre uma mulher que tem buscado durante muito tempo uma igreja que "encaixe" com suas crenças.

- Ah, perdão!!!! Suas Crenças???

Não estaria equivocada? Devemos buscar a Igreja que tem a verdade objetiva, não uma que se conforme com a nossa verdade individual e subjetiva. Devemos nos acomodar à vontade de Deus e não às nossas opiniões pessoais e crenças.

Essa mulher caiu na mentalidade de que "se me sinto bem, então está bem pra mim".

Os protestantes elegem suas igrejas por todas as razões equivocadas e quero expor algumas delas:

1. Esta tem um melhor cuidado infantil enquanto eu estou no culto. Sim, mas Jesus pediu que deixassem as crianças ir a Ele (Mateus 19,13-15). Como podem fazê-lo se não as levamos aos cultos?

2. Eu gosto mais da musica nesta outra igreja. Sim, mas não se pode cantar no teu caminho para o céu.

3. A minha tem uma melhor classe de evangelização. Sim, mas somente se ensinar a verdade.

4. Eu gosto do pastor da minha igreja. Sim, mas existem muitos pastores agradáveis em todo lugar.

5. Desfruto de muitas amizades. Sim, mais Deus vem antes das amizades.

6. Suas doutrinas são mais cômodas, pois se casam com as minhas crenças. Preciso dizer algo mais?

7. As coisas incômodas, como a existencia do inferno e outros temas, não são mencionados. Algumas vezes a verdade dói, mas a verdade não pode ser coibida (Romanos 1,18).

8. Não é autoritaria e é rigidamente estruturada. Sim, mas a ausência da autoridade respira caos, como já vimos no Protestantismo.

9. Acreditem ou não, eu já escutei: "Eu gosto da minha igreja porque é mais fácil de se estacionar". O que você acha desta afirmação?

10. Também há o erro da heresia do indiferentismo, a falsa crença de que todas as religiões são igualmente válidas. Portanto, não importa em qual frequente: escolherei a mais próxima...

A unica razão válida para eleger uma igreja, é encontrar a verdadeira e única Igreja, a que nosso Senhor Deus, Jesus Cristo, fundou. Não devemos trabalhar em vão nessas igrejas que não foram fundadas por Deus, mas por criaturas meramente humanas, como adverte claramente o Salmo 127,1.

* * *

14. O erro de ingressar em uma igreja baseando-se em sentimentos

- Sentimentos: opiniões baseadas mais em emoções do que na razão.

Deus deseja exatamente o oposto: a verdade baseada na razão em lugar da emoção.

Através da "razão" podemos encontrar a verdade. Através da "emoção" podemos cair no erro.

Quantas vezes não escutamos alguém dizer que "não sente nada" na outra igreja que freqüenta, mas que tem um "nivel emocional muito alto"?

Por que esta deveria ser a correta ? Onde na Sagrada Escritura diz que a Igreja fundada por Jesus Cristo está baseada em sentimentos e emoções [pessoais]? Sua verdade está baseada na verdade e na fé ou em hiper-emoções?

Muitas seitas deliberadamente esboçam seus cultos para obter isto: despertar os sentimentos, para poder ganhar terreno emocional. Até porque sentem que devem fazer algo diferente para poderem se sobressair do amontado de milhares de seitas e ganhar, assim, uma maior audiência. Pois é, e uma maior audiência significa um maior aporte monetário em seus caixas.

O atual estado mental de muitas pessoas, independetemente da verdade é:

"Naquele tempo não havia rei em Israel, e cada um fazia o que lhe parecia melhor" (Juízes 21,25).

Assim não é Deus, pois a Deus não lhe interessa as opiniões dos homens (Marcos 12,14).

* * *

15. O erro do menosprezo e degradação da Mãe de Deus

Até o tempo da "Deforma Protestante" (deforma com "D" mesmo), a santíssima Virgem Maria era honrada pelos cristãos desde o primeiro século. Incluindo os reformadores originais, que a amaram e a honraram: Lutero, Calvino, Zwínglio e outros. Mas o que se passou com o Protestantismo então?

Os protestantes de hoje não deixam ensinar o que seus fundadores de muitas formas ensinaram com relação à Mãe de Jesus Cristo. Agora a caluniam e degradam afirmando que:

1. Ela não pode ser perpetuamente virgem, visto que teve outros filhos.
2. Ela não pode ter sido imaculadamente concebida.
3. Ela não pode ter sido assumpta ao céu de corpo e alma.
4. Ela não pode ter sido Mãe de Deus.
5. Ela é uma pecadora igual a todos nós, porque a Biblia diz que todos pecaram.

Infelizmente, os protestantes consistentemente tratam de rebaixar Deus ao nosso nível humano, na débil intenção de explicar estas acusações com termos meramente humanos, como mencionamos anteriormente.

Fracassam em contemplar que as leis que os ligaria a Deus NÃO os ligam a Ele.

Tenho uma resposta circunscrita para os protestantes, para cada uma destas falsas acusações anteriormente mencionadas contra a Mãe de Deus.

Dizem que Deus, que do nada criou tudo e sustenta por virtude de Sua Vontade, não pode fazer tais coisas?

Quando todos nós nos encontrarmos diante de nosso Criador após a morte, prefiro que me diga:

- "Bem vindo, pois minha Mãe tem me falado de ti frequentemente"

Em lugar do que possa falar aqueles que a caluniaram e degradaram:

- "Porque disseste isso da Minha Mãe?"

O que diria um bom filho e uma boa filha àqueles que se atreveram a degradar sua mãe?

Jesus honra Sua Mãe. Até porque foi Ele mesmo que escreveu os Dez Mandamentos, incluindo este:

"Honrarás teu pai e tua mãe".

Você acredita que Ele não obedeceu seus próprios mandamentos? Ou honrou a sua própria Mãe, deixando-nos um exemplo a seguir? Por acaso não obedeceu as ordens maternas por pelo menos por 30 anos (Lucas 2,51)?

Me diga o nome de outra mulher com a habilidade de dizer ao Criador do Universo o que Ele deveria fazer e que Ele a obedecesse... Por que, então, os protestantes, que dizem seguir as Escrituras ao pé da letra, falam tão miseravelmente quando o assunto é honrar a Santissima Virgem Maria?

Podem fazer menos do que o Filho, Jesus Cristo, por sua Mãe?

Não estão sujeitos a seguir Seus passos da mesma maneira que fazem os Católicos (Mateus 16,24)?

O que acham que ganharão degradando e caluniando a Mãe de Jesus Cristo?

* * *

16. O erro de caluniar os católicos e a Igreja Católica

Na Reforma Protestante do século XVI, os transgressores perderam toda a autoridade dada por Deus à Sua única Igreja, como ja foi explicado. Visto que ao rejeitá-la não tinham autoridade de nenhuma forma, não puderam tampouco recorrer à Tradição Apostólica, como mostra 2Tessalonicenses 2,15, e igualmente a recusaram. Portanto, aí estiveram, desprovidos de toda a autoridade e 1.500 anos de Tradição, desolados e sem forma alguma de conseguir delinear sua herança ascendente até Jesus Cristo.

O que podiam fazer para se justificar, visto que haviam se separado da Igreja Católica? Passaram a  caluniá-la e infernizá-la e, igualmente, aos fiéis católicos. Se fosse possível demonstrar (o que não é) que a Igreja Catolica era de Satanás, possivelmente haveriam encontrado uma justificação válida para as suas ações.

Falaram miseravelmente porque tiveram que "inventar" acusações que simplesmente não eram verdadeiras.

Nunca entenderam que poderiam "provar" uma verdade, mas somente os crédulos e mal informados aceitariam a mentira. Em seguida, tambem criaram algumas "invenções" anticatolicas, as mesmas que têm fracassado...

1. O Papa e o Papado é a "Babilônia" do Apocalipse 17,18:

Esta mentira foi primeiramente promovida por Martinho Lutero, em sua linguagem acusatória contra a Igreja Católica.

É uma fabricação total, como mostrei pela Sagrada Escritura em um artigo anterior sobre Lutero. A Sagrada Escritura nos diz que a "Grande Babilonia" é uma "Grande Cidade" e não é Roma, mas Jerusalém.

2- O Papa é a "Besta do Apocalipse" e a "Prostituta" é a Igreja Catolica:

Os inventores desta nota diabólica foram negligentes em não dar atenção à passagem da Sagrada Escritura. Veja Apocalipse 17,15-16:

"O anjo me disse: As águas que viste, à beira das quais a Prostituta se assenta, são povos e multidões, nações e línguas. Os dez chifres que viste,' assim como a Fera, odiarão a Prostituta. Hão de despojá-la e desnudá-la. Hão de comer-lhe as carnes e a queimarão ao fogo'".

Visto que a Prostituta era Jerusalem, como mostrei no artigo sobre Lutero, então a "Besta" que odeia Jerusalém e a destroi com fogo somente pode ser o tirano Império Romano, que odiou os judeus e a Jerusalém, destruindo-a, de fato, pelo fogo no ano 70 d.C.

Pois bem. Se a besta fosse o Papa, por que ele odiaria a prostituta, sua propria instituição? Por que ele destruiria a si mesmo? Satanás destrói a Satanás? Em Lucas 11,18, Jesus diz:

"Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que expulso os demônios por Beelzebul".

3. A Igreja Catolica foi fundada pelo imperador romano Constantino no século IV.

Falso. Constantino não fundou igreja alguma; simplesmente permitiu que o Cristianismo existisse sem a perseguição do Império Romano, como o disse claramente em seu "Edito de Milão".

Nenhum Protestante pode produzir um só documento histórico autêntico que "prove" esta falsa acusação.

4- A Igreja Catolica é um extensão do Paganismo.

Outra mentira, visto que cada igreja protestante tem algum ser humano por fundador e nenhuma pode dispor de um nome para a Igreja Católica, a menos que aceitem admitir a verdade: que foi o próprio Jesus Cristo quem a fundou.

Qual a melhor forma de se obedecer ao mandato de Jesus Cristo, de converter o mundo inteiro (Mateus 28,19-20 e Atos 1,8), a não ser situando a Igreja em Roma, o próprio centro do paganismo? Não é justamente o que ocorreu depois de algumas centenas de anos? O endemoniado Império Romano sucumbiu e a Roma pagã se converteu ao Cristianismo. Este é um fato histórico inegável.

5- Os Católicos vão para o inferno.

Veremos! Para começar, aqui exponho vários versículos ignorados pelos mesmos que fazem semelhante acusação:

- Mateus 7,1: "Não julgueis para que não sejas julgados".

- Lucas 6,37: "Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados".

- Romanos 14,13: "Deixemos, pois, de nos julgar uns aos outros; antes, cuidai em não pôr um tropeço diante do vosso irmão ou dar-lhe ocasião de queda".

- Tiago 4,11: "Meus irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de seu irmão, ou o julga, fala mal da lei e julga a lei. E se julgas a lei, já não és observador da lei, mas seu juiz".

Como é que aqueles que promovem mentiras e calunias contra a Igreja Católica nunca têm nenhum documento histórico fidedigno para "provar" suas falsas acusações? Durante os anos que tenho pedido, não recebi nenhum.

Por que os católicos, podem dispor de documentos históricos, que os protestantes recusam-se a ler, e os protestantes não podem mostrar quando solicitados? A razão de sua falta de "evidência" certamente é que a mentira não pode ser "provada".

Eu sugiro abrir a sua Bíblia e ler Apocalipse 21,27.

Aqueles que perserguem a Igreja Católica, perseguem mesmo a Jesus, visto que a Igreja é seu corpo (Efésios 1,22-23), independentemente do que os protestantes aceitem crer ou não.

Em Atos 7,54 e 8,1-3, Saulo havia perseguido a Igreja fundada por Jesus Cristo (Atos 8,3); e em Atos 9,4, Jesus Cristo diz:

"Saulo, Saulo: por que me persegues?"

Poderia ser dito: "Por que persegues a minha Igreja?"

"Mas estes, quais brutos destinados pela lei natural para a presa e para a perdição, injuriam o que ignoram, e assim da mesma forma perecerão. Este será o salário de sua iniqüidade" (2Pedro 2,12).

Outro versiculo muito ignorado pelos protestantes que caluniam o Catolicismo:

"Nada temas, porque estou contigo; não lances olhares desesperados, pois eu sou teu Deus; eu te fortaleço e venho em teu socorro, eu te amparo com minha destra vitoriosa (já são 2000 anos!). Vão ficar envergonhados e confusos todos aqueles que se revoltaram contra ti (o protestantismo dividido em 35.500 peças!); serão aniquilados (Salmo 127 novamente!) e destruídos aqueles que te contradizem (os hereges, caluniadores e mentirosos do passado, presente e futuro)." (Isaías 41,10-11).

* * *

17. O erro protestante de sensacionalizar os "aparentes" contratempos católicos

Quando digo "aparente", quero dizer exatamente isso.

Praticamente cada notícia que aparece para mostrar negativamente a Igreja Católica é apresentada exageradamente fora de proporção com o "nós dissemos" protestante. Alguns casos a mencionar:

1. O descobrimento de um aparente ossuário com a inscrição que diz: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus".

Os protestantes se regozijaram nas ruas gritando: "Não dissemos? Maria teve filhos!!". Se eles somente lessem a Bíblia,  como dizem fazê-lo, se dariam conta que não há nada novo aqui referente ao irmão de Jesus.

"Dos outros Apóstolos não vi mais nenhum, a não ser Tiago, irmão do Senhor" (Gálatas 1,19).

Este versiculo tem estado por mais de 1900 anos na Sagrada Escritura. Então, por que tanto escândalo pelo ossuário, se não é apenas para realizar mais um outro ataque com falsas acusações contra a Igreja Católica?

Notou que o "Tiago" mencionado neste versículo é também Apóstolo? Houve dois Apóstolos chamados Tiago e a Sagrada Escritura nos apresenta o nome dos pais de ambos e nenhuma de suas mães foi a Santissima Virgem Maria. Portanto, há algo em desacordo com esta inscrição e é o fato de o Tiago mencionado no ossuário ter tido um pai chamado José. Que lástima, a Sagrada Escritura nos dizer que nenhum dos pais dos Apóstolos Tiago se chamou José e sim, Zebedeu e Cléofas!

Algum protestante tentou indagar os fatos antes de continuar com suas falsas acusações contra a Igreja Católica,  regozijando-se depois de suas mentiras que acabamos de desmentir?

Por que não usam primeiramente o que acabo de fazer, sua inventada "Sola Scriptura" para descobrir sua falta de fundamentos nas acusações contra a Igreja Catolica, de que Maria teve outros filhos?

Este é um exemplo primordial mostrando como a falsa doutrina da "Sola Scriptura" pode ser uma ferramenta vantajosa utilizada pelos católicos também, com desvantagem para os protestantes, provando somente pela Escritura o fato da inscrição do ossuário não ter nada a ver com Jesus Cristo, os dois Apóstolos de nome Tiago, a Santissima Virgem Maria ou São José.

Pois bem. Por que os protestantes, que baseam sua fé somente na biblia, não o encontraram primeiro? Será que é porque não quiseram encontrar a verdade, preferindo assim crêr na mentira?

2. Os escândalos sexuais no meio católico.

Ao se escutar um protestante falar, se pode pensar que cada sacerdote católico é um pedófilo. Se somente verificassem os fatos, descobririam que o número ascende aproximadamente a 1,8 % de sacerdotes católicos acusados de abuso sexual e dessa porcentagem, menos da metade é acusado de pedofilia (cerca de 0,3 %). Vale lembrar que ser acusado não é ser culpado. Pareceria de qualquer forma que bastaria um sacerdote ser acusado para que automaticamente o julgassem culpado enquanto não provassem sua inocência. Tem-se provado que muitos sacerdotes têm sido falsamente acusados por pessoas sem escrúpulos, buscando simplesmente uma alta soma de dinheiro e suas falsas denúncias têm sido descartadas. Não somente isso, também muitas das acusações ocorreram há 30 anos ou mais e muitos dos sacerdotes indiciados já até faleceram.

"Jesus disse também a seus discípulos: É impossível que não haja escândalos, MAS AI DAQUELES POR QUEM ELES VÊM!" (Lucas 17,1)

Por acaso Jesus não disse: "Quem de vocês estiver livre de pecado, que atire a primiera pedra..."?

Pois bem. Se os protestantes dessem uma olhada em seus próprios jardins, descobririam que a porcentagem de seus ministros acusados pelos mesmos abusos sexuais é muito mais alto do que entre os sacerdotes católicos. De qualquer forma, não se escutam muitos desses casos, visto que os meios de comunicação sempre têm prioritariamente enfatizado humilhar a Igreja Católica em tudo o que podem.

Recordemos os tremendos escândalos perpetrados por Jimmy Swaggart, James Baker, Jim Jones e Jesse Jackson, somente para nomear algumas figuras protestantes involucradas.

domingo, 10 de maio de 2015

Estruturalismo e a Antropologia




Antropologia estrutural, é um termo criado por Claude Lévi-Strauss (1908-2009), título de dois de seus livros, na "busca de elementos duradouros e correspondências estruturais entre sociedades de tipos diferentes para descobrir se existem estruturas fundamentais que seriam a base da Antropologia". Segundo ele, a noção de estrutura social em termos de complexidade se associa às noções ou estudo do estilo, das categorias universais da cultura e da linguística estrutural. A antropologia estrutural portanto situa-se no âmbito da antropologia cultural

Para Laplantine,  foi a partir do estudo do parentesco que se constituiu o estruturalismo de Lévi-Strauss. O parentesco para ele, é uma linguagem onde não basta conhecer os seus termos, é necessário conhecer as relações entre esses termos, regidas por leis de troca análogas às leis sintáticas da língua. Quando se estuda o parentesco, a linguagem ou economia das trocas estamos diante de diferentes modalidades de uma única e mesma função: a comunicação (ou a troca), que é a própria cultura.

Teoria e Método

Para a Antropologia estrutural as culturas definem-se como sistemas de signos partilhados e estruturados por princípios que estabelecem o funcionamento do intelecto. Em 1949 Lévi-Strauss publica "As estruturas elementares de parentesco", obra em que analisa, entre outros povos, os aborígenes australianos e, em particular, os seus sistemas de matrimônio e parentesco. Nesta análise, Lévi-Strauss demonstra que as alianças são mais importantes para a estrutura social que os laços de sangue. Termos como exogamia, endogamia, aliança, consanguinidade passam a fazer parte das preocupações etnográficas.

Antropologia estrutural de Lévi-Strauss

Lévi-Strauss é o principal expoente da corrente estruturalista na Antropologia. Para fundá-la, Lévi-Strauss buscou elementos das ciências que, no seu entender, haviam feito avanços significativos no desenvolvimento de um pensamento propriamente objetivo. Sua maior inspiração foi a Lingüística Estruturalista da qual faz constante referência, por exemplo, a Jakobson.

Ao apropriar-se do pensamento estruturalista para aplicá-lo à antropologia, Lévi-Strauss pretende chegar ao modus operandi do espírito humano. Deve haver, no seu entender, elementos universais na atividade do espírito humano entendidos como partes irredutíveis e suspensas em relação ao tempo que perpassariam todo modo de pensar dos seres humanos.

Nesta linha de pensamento, Lévi-Strauss chega ao par de oposições como elemento fundamental do espírito: todo pensamento humano opera através de pares de oposição. Para defender esta sua tese, Lévi-Strauss analisa milhares de mitos nas mais variadas sociedades humanas encontrando nelas modos de construção análogas em todas.

Para fundamentar o debate teórico, Lévi-Strauss recorre a duas fontes principais: a corrente psicológica criada por Wilhelm Wundt e o trabalho realizado no campo da lingüistica, por Ferdinand de Saussure, denominado Estruturalismo. Influenciaram-no, ainda, Durkheim, Jakobson (teoria linguística), Kant (idealismo) e principalmente Marcel Mauss.

Estruturalismo, corrente de pensamento nas ciências humanas.



O estruturalismo é uma corrente de pensamento nas ciências humanas que se inspirou do modelo da linguística e que apreende a realidade social como um conjunto formal de relações.

Origem

O termo estruturalismo tem origem no livro Cours de linguistique générale (em português, Curso de lingüística geral) de Ferdinand de Saussure (1916), que se propunha a abordar qualquer língua como um sistema no qual cada um dos elementos só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos. Esse conjunto de relações forma a estrutura.

O estruturalismo é uma abordagem que veio a se tornar um dos métodos mais extensamente utilizados para analisar a língua, a cultura, a filosofia da matemática e a sociedade na segunda metade do século XX. Entretanto, "estruturalismo" não se refere a uma "escola" claramente definida de autores, embora o trabalho de Ferdinand de Saussure seja geralmente considerado um ponto de partida. O estruturalismo é mais bem visto como uma abordagem geral com muitas variações diferentes. Como em qualquer movimento cultural, as influências e os desenvolvimentos são complexos.

De um modo geral, o estruturalismo procura explorar as inter-relações (as "estruturas") através das quais o significado é produzido dentro de uma cultura. Um uso secundário do estruturalismo tem sido visto recentemente na filosofia da matemática. De acordo com a teoria estrutural, os significados dentro de uma cultura são produzidos e reproduzidos através de várias práticas, fenômenos e atividades que servem como sistemas de significação. Um estruturalista estuda atividades tão diversas como rituais de preparação e do servir de alimentos, rituais religiosos, jogos, textos (literários e não-literários) e outras formas de entretenimento para descobrir as estruturas profundas pelas quais o significado é produzido e reproduzido em uma cultura. Por exemplo, o antropólogo e etnógrafo Claude Lévi-Strauss (um antigo e proeminente praticante do estruturalismo), analisou fenômenos culturais incluindo mitologia, relações de família e preparação de alimentos.

Lévi-Strauss explicou que os antônimos estão na base da estrutura sócio-cultural. Em seus primeiros trabalhos demonstrou que os grupos familiares tribais eram geralmente encontrados em pares, ou em grupos emparelhados nos quais ambos se opunham e se necessitavam ao mesmo tempo. Na Bacia Amazônica, por exemplo, duas grandes famílias construíam suas casas em dois semi-círculos frente-a-frente, formando um grande círculo. Também mostrou que os mapas cognitivos, as maneiras através das quais os povos categorizavam animais, árvores, e assim por diante, eram baseados em séries de antônimos. Mais tarde, em seu trabalho mais popular, "O Cru e o Cozido", descreveu contos populares amplamente dispersos da América do Sul tribal como inter-relacionados através de uma série de transformações - como um antônimo aqui transformava-se em outro antônimo ali. Por exemplo, como o título indica, Cru torna-se seu oposto, Cozido. Esses antônimos em particular (Cru/Cozido) são simbólicos da própria cultura humana que, por meio do pensamento e do trabalho, transforma matérias-primas em roupas, alimento, armas, arte, idéias. Cultura, explicou Lévi-Strauss, é um processo dialético: tese, antítese, síntese.

Ao fazer estudos em literatura, um crítico estruturalista examinará a relação subjacente dos elementos ('a estrutura') em, por exemplo, uma história, ao invés de focalizar em seu conteúdo. Um exemplo básico são as similaridades entre 'Amor, sublime Amor' e 'Romeu e Julieta' . Apesar de as duas histórias ocorreram em épocas e lugares diferentes, um estruturalista argumentaria que são a mesma história, devido à estrutura similar: em ambos os casos, uma garota e um garoto se apaixonam (ou, como podemos dizer, são +AMOR) apesar de pertencerem a dois grupos que se odeiam (-AMOR), um conflito que é resolvido por suas mortes. Consideremos agora a história de duas famílias amigas (+AMOR) que fazem um casamento arranjado entre seus filhos apesar deles se odiarem (-AMOR), e que os filhos resolvem este conflito cometendo suicídio para escapar da união. Um estruturalista argumentaria que esta segunda história é uma 'inversão' da primeira, porque o relacionamento entre os valores do amor e dos dois grupos envolvidos foi invertido. Adicionalmente, um estruturalista argumentaria que o 'significado' de uma história se encontra em descobrir esta estrutura ao invés de, por exemplo, descobrir a intenção do autor que a escreveu.

O Curso de Saussure

Geralmente, Ferdinand de Saussure é visto como o iniciador do estruturalismo, principalmente devido a seu livro de 1916 'Curso de Linguística Geral'. Ainda que Saussure fosse, assim como seus contemporâneos, interessado em linguística histórica, desenvolveu no 'Curso' uma teoria mais geral de semiologia (estudo dos signos). Essa abordagem se concentrava em examinar como os elementos da linguagem se relacionavam no presente ('sincronicamente', ao invés de 'diacronicamente'). Assim ele focou seus estudos não no uso da linguagem (o falar, ou a parole), mas no sistema subjacente de linguagem (idioma, ou a langue) do qual qualquer expressão particular era manifestação. Enfim, ele argumentou que sinais linguísticos eram compostos por duas partes, um 'significante' (o padrão sonoro da palavra, seja sua projeção mental - como quando silenciosamente recitamos linhas de um poema para nós mesmos - ou sua realização física como parte do ato de falar) e um 'significado' (o conceito ou o que aquela palavra quer dizer). Era totalmente diferente das abordagens anteriores à linguagem, que se focavam no relacionamento entre palavras e as coisas que elas denominavam no mundo. Concentrando-se na constituição interna dos sinais ao invés da sua relação com os objetos no mundo, Saussure fez da anatomia (estrutura da linguagem) algo passível de ser analisado e estudado.

Estruturalismo na Linguística

O Curso de Saussure influenciou muitos linguistas no período entre a I e a II Grandes Guerras. Nos Estados Unidos, por exemplo, Leonard Bloomfield desenvolveu sua própria versão de linguística estrutural, assim como fez Louis Hjelmslev na Escandinávia. Na França, Antoine Meillet e Émile Benveniste continuariam o programa de Saussure. No entanto, ainda mais importante, membros da Escola de Linguística de Praga como Roman Jakobson e Nikolai Trubetzkoy conduziram pesquisas que seriam muito influentes.

O mais nítido e mais importante exemplo do estruturalismo da Escola de Praga encontra-se na fonética (estudo dos fonemas). Em vez de simplesmente compilar uma lista dos sons que ocorrem num idioma, a Escola de Praga procurou examinar como elas se relacionavam. Determinaram que o catálogo de sons em um idioma poderia ser analisado em termos de uma série de contrastes.

Por exemplo, em inglês as palavras 'pat' e 'bat' são diferenciadas devido ao contraste de sons do /p/ e do /b/. A diferença entre eles é que as cordas vocais vibram enquanto se diz um /b/ e não vibram quando se diz um /p/. Também no inglês existe um contraste entre consoantes pronunciadas e não-pronunciadas. Analisar sons em termos de características contrastantes também abre um espaço comparativo: deixa claro, por exemplo, que a dificuldade que falantes japoneses têm em diferenciar o /r/ do /l/ no inglês deve-se ao fato de esses dois sons não serem contrastantes em japonês. Enquanto essa abordagem é atualmente padrão em linguística, foi revolucionária na época. A fonologia viria a tornar-se a base paradigmática para o estruturalismo num diferente número de formas.

Estruturalismo na Literatura

O Estruturalismo teve vigência nos estudos literários pelos trabalhos do Grupo Tel Quel/Communications, formado por Roland Barthes, Algirdas Julien Greimas, Juri Lotman, Tzvetan Todorov, Claude Bremond etc. Dentre as obras principais estão Análise Estrutural da Narrativa, Ensaios de Semiótica Poética e As Estruturas Narrativas.

Estruturalismo na Antropologia

Claude Lévi-Strauss é o expoente da corrente estruturalista na Antropologia. Para fundá-la, Lévi-Strauss buscou elementos das ciências que, no seu entender, haviam feito avanços significativos no desenvolvimento de um pensamento propriamente objetivo. Sua maior inspiração foi a Lingüística estruturalista da qual faz constante referência, por exemplo, a Jakobson.

Ao apropriar-se do pensamento estruturalista para aplicá-lo à Antropologia, Lévi-Strauss pretende chegar ao modus operandi do espírito humano. No seu entender, deve haver elementos universais na atividade do espírito humano, elementos entendidos como partes irredutíveis e suspensas em relação ao tempo, que perpassariam todo o modo de pensar dos seres humanos.

Nesta linha de pensamento, Lévi-Strauss chega ao par de oposições como elemento fundamental do espírito: todo pensamento humano opera através de pares de oposição. Para defender essa tese, Lévi-Strauss analisa milhares de mitos nas mais variadas sociedades humanas, encontrando modos de construção análogos em todas.

Estruturalismo na Filosofia da Matemática

Estruturalismo na matemática é o estudo de que estruturas dizem o que um objeto matemático é, e como a ontologia (estudo do Ser) dessas estruturas deveria ser entendida. É uma filosofia crescente dentro da matemática que não deixa de ter sua porção de críticos. Em 1965, Paul Benacerraf escreveu um ensaio intitulado: "O que os números não poderiam ser." É um artigo seminal em estruturalismo matemático, num estranho modo de dizer: ele iniciou o movimento pela resposta que gerou. Benacerraf endereçou uma noção em matemática para tratar enunciados matemáticos em valor nominal, e nesse caso estamos comprometidos a uma abstrata e eterna esfera de objetos matemáticos. O dilema de Bernacerraf é como nós viemos a saber desses objetos se não nos encontramos em relação casual com os mesmos. Esses objetos são considerados casualmente inertes ao mundo. Outro problema levantado por Bernacerraf são as múltiplas teorias de grupos que existem através da redução de teoria elementar dos números para teoria de grupos. Decidir qual das teorias é verdadeira não foi praticável. Benacerraf concluiu em 1965 que números não são objetos.

A resposta às reivindicações negativas de Benacerraf é como o estruturalismo tornou-se um programa filosoficamente viável dentro da matemática. O estruturalismo responde a essas reivindicações negativas que a essência dos objetos matemáticos são relações em que os objetos sejam pacientes com as estruturas. Estruturas são exemplificadas em sistemas abstratos em termos de relações que contêm a verdade para aquele sistema.

Estruturalismo no pós-Guerra

Após a II Guerra Mundial, e particularmente nos anos 60, o estruturalismo emergiu à proeminência na França e foi a popularidade inicial do estruturalismo nesse país que o levou a se expandir pelo globo.

Durante as décadas de 40 e 50, o existencialismo como era praticado por Jean-Paul Sartre era o modo dominante. O estruturalismo rejeitava a noção existencialista de liberdade humana radical e, ao invés disso, concentrava-se na maneira que o comportamento humano é determinado por estruturas culturais, sociais e psicológicas. O mais importante trabalho nesse sentido foi o volume de 1949 de 'As Estruturas Elementares do Parentesco' de Claude Lévi-Strauss. Lévi-Strauss havia conhecido Jakobson durante sua estada em Nova Iorque durante a II Guerra Mundial e foi influenciado tanto pelo estruturalismo de Jakobson quanto pela tradição antropológica americana. Em 'Estruturas Elementares' ele examinou os sistemas de relações de parentesco de um ponto de vista estrutural e demonstrou o quanto organizações sociais aparentemente diferentes eram de fato permutações de algumas poucas estruturas de parentesco. No final dos anos 50 ele publicou 'Antropologia Estrutural', uma coleção de ensaios que delineavam seu programa para o estruturalismo.

No início dos anos 60 o estruturalismo como movimento começava a andar com suas próprias pernas e alguns acreditavam que isso ofereceu uma singular abordagem unificada da vida humana que poderia abraçar todas as disciplinas. Roland Barthes e Jacques Derrida se concentraram em como o estruturalismo poderia ser aplicado à literatura. Jacques Lacan (e, de outro modo, Jean Piaget) aplicaram o estruturalismo ao estudo da psicologia, combinando Freud e Saussure. O livro de Michel Foucault 'A Ordem do Discurso' examinou a história da ciência para estudar como estruturas de epistemologia (teoria do conhecimento) davam forma a como as pessoas imaginavam o conhecimento e o saber (apesar de que Foucault, mais tarde, negaria explicitamente uma pretensa afiliação com o movimento estruturalista). Louis Althusser combinou Marxismo com estruturalismo para criar seu próprio tipo de análise social. Outros autores na França e no exterior têm desde então estendido a análise estrutural a praticamente toda disciplina.

A definição de 'estruturalismo' também mudou como resultado de sua popularidade. Como sua popularidade como movimento passava por altos e baixos, alguns autores se consideravam 'estruturalistas' e logo depois abandonavam o rótulo. Adicionalmente, o termo teve significados levemente diferentes em inglês e em francês. Nos EUA, por exemplo, Derrida é considerado o paradigma do pós-estruturalismo enquanto na França é rotulado como estruturalista. Enfim, alguns autores escreveram em vários estilos diferentes. Barthes, por exemplo, escreveu livros claramente estruturalistas e outros que claramente não o eram.

Estruturalismo na Psicologia

O estruturalismo define a psicologia como ciência da consciência ou da mente, definição herdada de Wundt. Mostra-nos que a mente seria a soma dos processos mentais. Edward Titchener afirmava que cada totalidade psicológica compõe-se de elementos. O objetivo da psicologia seria a tarefa de descobrir quais são os elementos mentais, o conteúdo e a maneira pela qual se estrutura. Três parâmetros estão em relação ao objeto: "o que é?" - através da análise se chega aos componentes da vida mental; "o como?" - a síntese mostra como os elementos estão associados e estruturados e que leis determinam essas associações; e "o por quê?" - investiga a causa dos fenômenos. Titchener afirma que, embora o sistema nervoso não seja a causa da mente, pode ser usado para explicá-la.

Titchener considera que os elementos ou as unidades que compõem o conteúdo da mente são as sensações, as imagens, as afeições e os sentimentos. Usa-se a introspecção para chegar a eles, através de uma observação treinada e preparada para garantir os dois pontos essenciais de toda a observação: a atenção e o registro do fenômeno.

Reações ao Estruturalismo

Hoje o estruturalismo tem sido substituído por abordagens como o pós-estruturalismo e desconstrutivismo. Há muitas razões para isso. O estruturalismo tem sido frequentemente criticado por ser não histórico e por favorecer forças estruturais determinísticas em detrimento à habilidade de pessoas individuais de atuar. Enquanto a turbulência política dos anos 60 e 70 (e particularmente os levantes estudantis de maio de 68) começou a afetar a academia, questões de poder e briga política tornaram-se o centro das atenções da população. Nos anos 80, o desconstrutivismo e sua ênfase na ambiguidade fundamental da língua - ao invés de sua estrutura cristalina lógica - tornou-se popular. No final do século o estruturalismo era visto historicamente como uma importante escola de pensamento, mas eram os movimentos que ele gerou, e não o próprio estruturalismo, que detinham a atenção.

Ela está entre nós! NSA criou programa de vigilância chamado 'Skynet'.


 Relatório da Skynet sobre jornalista do Qatar

Por Leonardo Müller

Segundo noticiou o jornal norte-americano The Intercept, a agência de espionagem dos EUA, a NSA, criou e tem usado um programa chamado “Skynet”, em referência à inteligência artificial de mesmo nome que dominou o planeta e mata seres humanos indiscriminadamente no mundo ficcional dos filmes da franquia  O Exterminador do Futuro.

Apesar de não ser de fato uma inteligência artificial, a Skynet da NSA pode ser encarada com temor semelhante ao da sua homônima da ficção. O programa é uma ferramenta que analisa metadados de milhões de pessoas e determina quais delas são terroristas em potencial.

Se a Skynet da vida real identifica alguém limpando dados de um chip SIM com certa frequência, ou apenas recebendo chamadas curtas com sem nunca realizar ligações, a vigilância sobre ela aumenta. Se mais pontos suspeitos forem detectados, os indivíduos espionados podem ser levados para interrogatório.

Jornalista da TV Al Jazeera erroneamente acusado de terrorista com base em metadados

Contudo, a Skynet norte-americana está longe de ser eficiente. O último grande erro do programa foi identificar o conhecido jornalista da TV Al Jazeera, Ahmad Muaffaq Zaidan, como integrante da organização terrorista Al Qaeda. Ele firmemente nega a acusação, que a própria NSA já descreditou.

Processamento de metadados aos assassinatos 

O problema de a Skynet cometer erros grosseiros como esse não é simplesmente levantar dúvidas sobre a índole de pessoas inocentes. Um antigo diretor da NSA, Michel Hayden, já admitiu que a agência mata pessoas baseando suas escolhas apenas em processamento de metadados, como os feitos pela Skynet.

Contudo, o funcionamento de sistemas como esses podem estar com os dias contados nos EUA. Uma decisão judicial tomada ontem considerou ilegal a coleta de metadados em grande escala. Com isso, a agência terá que encontrar novas formas de definir alvos através da Skynet para destruir com seus drones teleguiados.

domingo, 26 de abril de 2015

Calvinismo e Capitalismo: análise das ideias de Max Weber e H.R. Trevor-Roper

   
Professor de história da Universidade de Oxford por vinte e três anos, H.R. Trevor-Roper, possui conclusões diferentes acerca da origem do capitalismo nas potencias protestantes. Primeiramente, Trevor-Roper propõe um período diferente do de Weber como marco do capitalismo. O historiador postula alguns problemas que fragiliza as conclusões de Weber, vejamos:

Em primeiro lugar, Trevor-Roper apresenta que empiricamente a tese de Weber não passa no teste, pois nações que se mantiveram na tradição religiosa católica, como é o exemplo da Áustria e da França e que, portanto, não gozavam do mesmo rigor moral e das concepções doutrinárias dos calvinistas que lastrearam o sucesso econômico dos países onde foram beligerantes, contudo, progrediram à semelhança dos países protestantes. Ao mesmo tempo em que nos pergunta o porquê da Escócia, com forte tradição calvinista e recursos naturais generosos, não teve o mesmo ímpeto desenvolvimentista que a anglicana Inglaterra. Para Trevor-Hope, situações como estas são pontuais na hora de avaliar com cautela alguns axiomas propostos por Weber.

Em segundo lugar, Trevor-Roper também aponta para o fato de que nem todos os calvinistas eram rigorosos em sua piedade e nem todos agiam conforme suas crenças, colocando em xeque, então, o depósito moral que Weber alega possuir os calvinistas e que tanto foi primordial no desenvolvimento das potências protestantes. Na verdade, Trevor-Roper indica até mesmo a circulação nas trincheiras morais por parte de alguns calvinistas, haja vista que muitos, mesmo defendendo confessionalmente o calvinismo, ajudaram a financiar causas católicas contra os protestantes e isso por causa do lucro e poder.

Em terceiro lugar, Trevor-Roper também pontua que muitas das nações que abraçaram o calvinismo como expressão da fé cristã protestante não se desenvolveram economicamente por causa de tais crenças, mas sim porque em seus territórios circulavam comerciantes estrangeiros (flamengos) que já eram empreendedores em seu país de origem e uma vez expulsos de sua terra natal, encontraram em países como a Holanda, por exemplo, as circunstâncias necessárias à livre empresa. Hoper faz questão de dizer, inclusive, que as idéias calvinistas sobre economia pouco efeito fizeram sobre os naturais de Escócia, Holanda e Suíça. E, mesmo cem anos após a militância de João Calvino, não se produziu um único grande empresário calvinista em terras suíças.

Trevor-Roper afirma categoricamente que havia fortes movimentos capitalistas antes da Reforma Protestante, especialmente capitaneada por Lisboa, Antuérpia, Milão, só para citar alguns. Tais centros eram economicamente ativos e foram eles que deixaram a herança do capitalismo para o século XVI e não a ética calvinista.

Para Trevor-Roper a confusão começa quando Weber não percebe que o que aconteceu foi tão somente à emigração destes capitalistas para as regiões onde afluíam às idéias protestantes. Eles levaram o conhecimento e as técnicas de mercado para tais lugares, fugindo das perseguições que lhes eram impostas. Na verdade, o que para Weber foi uma contribuição doutrinária e prática do calvinismo, para Trevor-Roper tudo não passou de contingência histórica, pois tais empreendedores aportaram em bolsões calvinistas, mas, independentemente de onde estivessem, levariam seus conhecimentos de mercado a efeito, até mesmo para lhes garantir a sobrevivência, possibilitando assim o progresso econômico de qualquer maneira. Destarte, para Trevor-Roper, o calvinismo levou a fama, sem merecer, de padrinho do capitalismo nas proposições de Max Weber.

Trevor-Roper é conclusivo ao afirmar que perseguições praticadas por autoridades católicas contra alguns poderosos homens de negócios na Europa que compartilhavam das idéias do humanista Erasmo de Roterdã, o que atraiu o ódio da Igreja Católica, foi o que forçou tais empresários a fugir para ambientes mais seguros, geralmente em países protestantes, sendo este, enfim, o evento catalisador para o florescimento do capitalismo em domínios calvinistas.

Nossa proposta foi à abordagem resumida de duas proposições distintas que explicam a origem do capitalismo e qual a relação deste com a Reforma Protestante. Avanços no intuito de chegar a conclusões mais aprofundadas serão necessários em investigações posteriores. O assunto é rico. O contexto histórico situado é amplo. O tema é instigante. Outros autores precisarão ser convocados à contribuição.

Humanismo muito além da religião


Em meados do século XVII a Europa viveu uma transformação que seria fundamental para quase tudo que se passou no mundo desde então. Na expressão do historiador inglês Hugh Trevor-Roper (1914-2003), ela virou “de cabeça para baixo” em termos políticos, econômicos e intelectuais. Ou melhor, sua cabeça virou para o norte: países como Inglaterra e Holanda passaram a ser as potências do continente; Itália e Espanha entraram em decadência. O poder, em outras palavras, se deslocou das regiões católicas – que incluíam ainda Flandres e o sul da Alemanha – para as protestantes, como também Suíça e a França dos huguenotes, comandada por banqueiros e industriais calvinistas. O capitalismo tal como o conhecemos nasceu, e com ele as diferenças de ritmo e mentalidade que marcariam o jogo das nações nos séculos seguintes.

Em seu fascinante volume de ensaios sobre o tema, A Crise do Século XVII – Religião, A Reforma e Mudança Social, enfim publicado no Brasil (editora Topbooks), Trevor-Roper tenta entender o que se passou no intervalo que vai do fim do Renascimento, que data em 1620, até o surgimento do Iluminismo, ao redor de 1660. Um movimento, de certo modo, era continuidade do outro, mas sofreu um deslocamento geográfico tão rápido quanto evidente. Segundo a conhecida tese do sociólogo alemão Max Weber, essa mudança se deu por uma razão ética: a moral protestante estava mais predisposta ao espírito capitalista, por infundir no indivíduo mais autonomia intelectual e menos aversão ao lucro. Trevor-Roper está de acordo, mas tenta acrescentar nuances importantes à visão. Para ele, a religião foi um dos fatores, não o único.

O primeiro e melhor ensaio do livro, que está no subtítulo do volume (originalmente publicado em 1967 pela Liberty Fund), é eloquente ao mostrar que os países católicos no início daquele século estavam, por assim dizer, preparados para dar o salto capitalista, para converter seu mundo comercial e financista em uma economia baseada na indústria, em novas escalas de produção. Havia condições materiais e culturais para tanto. Mas uma série de acontecimentos mudou o panorama. Nos países protestantes, empreendedores calvinistas formavam “a elite econômica da Europa”; nos católicos, existia um hiato entre a Igreja e as forças produtivas. Só que a diferença não se deve apenas à mentalidade calvinista.

Um dos acontecimentos centrais foi a expansão do poder da Espanha, responsável maior pela Contra-Reforma, pela aproximação entre Estado e Igreja que se intensificou com as novas concorrências. Diferentemente da Itália, em especial de cidades mercantis como Veneza, a Espanha tinha sua riqueza apoiada em uma sociedade ainda feudal e burocrática que havia sido “acidentalmente alçada ao poder mundial pela prata da América”. Como tal, essa riqueza da monarquia espanhola era mais aparente do que duradoura, porque fora de sintonia com os novos tempos. O seu era um capitalismo de Estado, centralizador e opressor, menos tolerante com heresias, dominado por príncipes personalistas. Ou seja: não foi apenas o protestantismo que abriu espaço para o capitalismo, mas também o catolicismo que fechou as portas para ele.

Outros fatos se passaram no campo das idéias. Não por causa da moral protestante, e sim porque tolerada por ela, a filosofia iluminista começou a vicejar nos países do norte europeu. Pensadores do protestantismo francês (huguenotes), como Languet e Duplessis-Mornay, formulavam a nova ciência política, pós-Maquiavel. Na Holanda o conceito de Direito Natural era forjado por Grotius e outros intelectuais. Na Inglaterra de Cromwell, apesar do messianismo de seu líder, o ensaísmo de Francis Bacon lançava as bases da ciência moderna, empírica, e Thomas Hobbes propunha a submissão do poder religioso ao político. Na terra de Calvino, a Suíça, assim como na Escócia, as universidades fomentavam o pensamento laico de Montesquieu, David Hume, Adam Smith e Voltaire, influenciando cabeças como as do grande historiador Edward Gibbon e a do fundador americano Thomas Jefferson.

Qual era então a conexão entre calvinismo e Iluminismo? Era moral, social ou teológica? Para responder a essa pergunta, Trevor-Roper, no quarto ensaio, As Origens Religiosas do Iluminismo, vai primeiro às raízes do movimento no final da Renascença. E lá encontra, em destaque, o pensamento de Erasmo de Roterdã (1466-1536), representante mais completo de uma era liberal, pacífica e cosmopolita, anterior às guerras religiosas da primeira metade do século 17. Era uma época em que se acreditava numa Igreja unida, consensual, em que correntes como os arminianos (seguidores de Armínio, que dizia que a fé depende da vontade individual) e os socinianos (seguidores de Socino, que não acreditava em pecado original) discordavam de Calvino e não eram perseguidas por isso. Trevor-Roper resume: “Podemos dizer que as diferentes sociedades calvinistas da Europa contribuíram para o Iluminismo apenas na medida em que se afastaram do calvinismo.”

O Iluminismo teve, sim, bases religiosas, mas delas se distanciaria cada vez mais. O calvinismo mudou o paradigma ético, ao romper com o antiindividualismo católico, mas foram movimentos dissidentes do calvinismo que abriram caminho para a afirmação da razão crítica e do livre-arbítrio. Weber estava certo em seu diagnóstico a respeito da nova ética, mas não em associá-la com tanta ênfase ao calvinismo. O humanismo de outro herdeiro de Erasmo, Montaigne, na virada para o século 17, era também produto dessa reação ao puritanismo religioso. Sem as “heresias” ao próprio protestantismo, sem o pensamento laico ou laicizante de todos esses inimigos de utopias e ideologias, o novo mundo capitalista não teria irrompido com a mesma força.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Hy Brazil: a ilha fantasma e os “Antigos”.


Detalhe do mapa europeu de 1572 do cartógrafo Abraham Ortelius.

“On the ocean that hollows the rocks where ye dwell,
A shadowy land has appear’d, as they tell;
Men thought it a region of sunshine and rest,
And they call’d it ‘O Brazil – the Isle of the Blest’.
From year unto year, on the ocean’s blue rim,
The beautiful spectre show’d lovely and dlim;
The golden clouds curtain’d the deep where it lay,
And look’d like an Eden, away, far away.”

Trecho de um antigo poema irlandês sobre Hy Brazil.

“Hy Brazil” — “Ilha Afortunada”, no irlandês — aparece na mitologia gaélica irlandesa, cuja lenda está relacionada a diversos avistamentos por marinheiros de uma porção de terra encontrada no Atlântico Norte que desaparecia em meio à neblina. Ao longo dos séculos, a ilha foi deslocada por diversas vezes nos mapas, inclusive chegando onde seria a costa da América do Sul, em algumas ocasiões.

Considerada como existente na cartografia européia medieval, Hy Brazil, portanto, nunca teve uma localização específica.

Aparentemente os cartógrafos da época, baseados nas lendas e relatos de avistamentos, ficaram confiantes o suficiente de sua existência para incluírem o local mítico em mapas a partir do século XIV; como no mapa da Catalunha (1325-1330). A inclusão de Hy Brazil na cartografia marítima pode ter inspirado diversas viagens e aventuras malfadadas que ocorreram até o final do século XV.


Mapa mostrando a localização de Hy Brazil. Detalhe do mapa catalão de 1350 mostrando a localização de Hy-Brazil. (imagem de Donald Johnson, “Ilhas Fantasma do Atlântico” )

A ilha aparece na mitologia irlandesa muito antes da data oficial do descobrimento de Vera Cruz (Brasil). Assim, como é possível verificar nos trechos abaixo, algumas vertentes históricas atribuem que o nome “Brasil” tenha sido dado em decorrência da lendária ilha e não da árvore Pau Brasil, visto que durante os séculos seguintes, a fantasiosa porção de terra já era conhecida na Europa.

Para Roger Casement, não existe a menor dúvida que tanto os livros escolares, enciclopédias e dicionários como os brasileiros indagados individualmente estavam cometendo um engano. ‘Por mais estranho que possa parecer, o Brasil deve o seu nome não à abundância de um certo pau-de-tinta, mas à Irlanda. “A distinção em nomear o grande país da América do Sul, eu acredito, pertence seguramente à Irlanda e a uma antiga crença irlandesa tão remota como a própria mente celta'”. — Geraldo Cantarino.

“Assim, tal qual Duarte Pacheco que, com sua etimologia selvagem havia dado à madeira ibirapitanga dos indígenas o nome de brisilicum, frei Vicente também contribuía, à sua maneira, para obscurecer a origem mítica do nome Brasil. De erros em enganos foi-se sedimentando a assimilação do vocábulo brasa ao nome Brasil, perdendo seu significado primitivo como metonímia do Outro Mundo dos celtas atlânticos.” — Ana Donnard.


Hy Brazil em mapa de 1572
Mapa europeu de 1572 do cartógrafo Abraham Ortelius.

Histórias sobre o lugar vinham circulando por toda a Europa durante séculos, alegando que era a Terra Prometida dos Santos, um paraíso terrestre onde seres puros viviam. Mas supostamente Hy Brazil era cercada por uma névoa espessa, escondida dos olhos dos mortais. Na mitologia celta, ela aparecia a cada 7 anos, mas não era possível alcançá-la, pois a mesma desaparecia sempre que uma embarcação se aproximava. Entretanto, o monge irlandês São Brandão alegou descer na ilha, considerando-a o Éden.

As buscas pela Hy Brazil tiveram ápice entre os anos de 1300 e 1500, sendo patrocinadas por inúmeros monarcas. Ainda que outras ilhas míticas da época tenham sido descobertas, a ilha fantástica nunca foi encontrada.

Tradução do poema:

“No oceano que esculpe as rochas onde moras,
Uma terra enigmática apareceu, é o que contam;
Os homens a consideraram uma região de luz e descanso,
E a chamaram de O’Brazil, a ilha dos Bem-Aventurados.
Ano após ano, na margem azul do oceano,
A linda aparição se revelava encontadora e suave;
Nuvens douradas encortinavam o mar onde ela se encontrava,
Parecia um Éden, distante, muito distante.”

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