sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Os egípcios vistos por si mesmos!


Faraó Mentuhotep I. Imagem: História Geral da África de G. Mokhtar (Org.), pg. 54.

Não é perda de tempo conhecer o ponto de vista dos principais envolvidos. Como os antigos egípcios viam a si mesmos? Em que categoria étnica se colocavam? Como denominavam a si mesmos?  A língua e a literatura que os egípcios da época faraônica nos deixaram fornecem respostas explícitas a essas questões, que os acadêmicos insistem em subestimar, distorcer e “interpretar”. 

KMT = “os negros”(literalmente).  Imagem: História Geral da África de G. Mokhtar (Org.), pg. 56.

Os egípcios tinham apenas um termo para designar a si mesmos: KMT = “os negros” (literalmente). Esse é o termo mais forte existente na língua faraônica para indicar a cor preta; assim, é escrito com um hieróglifo representando um pedaço de madeira coma ponta carbonizada e não com escamas de crocodilo. Essa palavra é a origem etimológica da conhecida raiz KAMIT, que proliferou na moderna literatura antropológica. Dela deriva, provavelmente, a raiz bíblica KAM. Portanto foi necessário distorcer os fatos para fazer com que essa raiz atualmente signifique “branco” em egiptologia, enquanto, na língua-mãe faraônica de que nasceu, significava “preto-carvão”.

Na língua egípcia, o coletivo se forma a partir de um adjetivo ou de um substantivo, colocado no feminino singular. Assim, KMT, do adjetivo SI = KM = preto, significa rigorosamente “negros”, ou, pelo menos, “homens pretos”. O termo é um coletivo que descrevia, portanto, o conjunto do povo do Egito faraônico como um povo negro.

KMTJW = os negros, os homens pretos (literalmente). Imagem:  História Geral da África de G. Mokhtar (Org.), pg. 59.

Em outras palavras, no plano puramente gramatical, quando, na língua faraônica, se deseja indicar “negros”, não se pode usar nenhuma outra palavra senão a que os egípcios usavam para designar a si mesmos. Além disso, a língua nos oferece um outro termo KMTJW = os negros, os homens pretos (literalmente) = os egípcios, opondo-se a “estrangeiros”, que vem da mesma raiz, KM, e que os egípcios também utilizavam para descrever a si mesmos como um povo distinto de todos os povos estrangeiros. Esses são os únicos adjetivos de nacionalidade usados pelos egípcios para designarem a si mesmos, e ambos significam “negro” ou “preto” na língua faraônica. 

RMT KMT = os homens do país dos homens negros ou os homens do país negro. Imagem:  História Geral da África de G. Mokhtar (Org.), pg. 59.

Os acadêmicos raramente os mencionam ou, quando o fazem, traduzem-nos por eufemismo, tais como “os egípcios”, nada dizendo sobre seu sentido etimológico. Eles preferem a expressão RMT KMT = os homens do país dos homens negros ou os homens do país negro.

No alto da imagem à esquerda Ramsés II e um Batutsi moderno. (Fonte: C. A. Diop. 1967. PR. XXXV). Abaixo à Esfinge, tal como foi encontrada pela primeira missão científica francesa no século XIX. Presume-se que esse perfil, tipicamente negróide, represente o faraó Khafre ou Quefrén (cerca de -2600, IV Dinastia), construtor da segunda pirâmide de Gisé. O perfil não é nem helênico nem semita: em bantu. (Fonte: C. A. Diop. 1967. pr. XIX.) Imagem: História Geral da África de G. Mokhtar (Org.), pg. 57.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

As maravilhas do céu estrelado: Constelações Zodiacais


Representação das constelações em um antigo Atlas Celeste. Imagem: As Maravilhas do Céu Estrelado de João Batista Salgado Loureiro e Romildo Póvoa Faria, pg.32, fig.14.

Durante o dia, olhando para s nuvens, temos a impressão de que elas formam figuras de rostos, animais ou objetos. O mesmo acontece à noite, quando olhamos com atenção um céu totalmente estrelado. As estrelas, ou o fundo escuro do céu, parecem formar também figuras diversas. Os antigos também tinham esta sensação e forma eles que imaginaram sãs primeiras constelações no céu.

A constelação do Touro é uma das constelações do Zodíaco, que é uma região muito importante que existe no céu. Ela é importante porque é só no Zodíaco ou nas constelações do Zodíaco (constelações zodiacais) que podemos ver a Lua ou planetas visíveis a olho nu. A partir do Touro, para a direita, as treze principais constelações do Zodíaco são: Gêmeos (GEMINI), Caranguejo (CANCER), Leão (LEO), Virgem (VIRGO), Balança (LIBRA), Escorpião (SCORPIUS), Serpentário (OPHIUCHUS), Sagitário (SAGITTARIUS), Capricórnio (CAPRICORNUS), Aquário (AQUARIUS), Peixes (PISCES) e Carneiro (ARIES).

Não é possível ver todas ao mesmo tempo. Só com o passar das horas e ao longo do ano é que todas podem ser vistas no céu. Isto porque dependendo do mês que fazemos a observação, o Sol fica na direção de uma das constelações do Zodíaco. Acontecendo isto, não podemos ver a constelação onde o Sol está e temos dificuldade de ver outras que estão próximas pois a luz do Sol nos atrapalha. Algumas das constelações zodiacais só possuem estrelas de fraco brilho (de terceira, quarta, quinta ou sexta magnitude) e por isso é difícil encontrá-las. Somente com muita prática de observação é que aprendemos a reconhecê-las. Outras, entretanto, possuem estrelas de primeira ou segunda magnitude, facilitando-nos achá-las no firmamento.

Cartas Celestes: projeção esterografica  (polos). Imagem: As Maravilhas do Céu Estrelado de João Batista Salgado Loureiro e Romildo Póvoa Faria, pg.39, fig. 16-A, 16-B.

As constelações e os mitos que as cercam

PEIXES É formada por estrelas de brilho pouco intenso. Segundo a lenda, esta constelação representa dois peixes unidos por uma corda amarrada em suas caudas, colocados no céu por uma deusa chamada Minerva.

CARNEIROEsta constelação zodiacal possui uma estrela de segunda magnitude, chamada Hamal (Alfa Carneiro). Representa um carneiro que, segundo conta a lenda, possuía uma pele de ouro e foi sacrificado em homenagem a Júpiter, o deus dos deuses.

TOURO Possuí como principal estrela Aldebaran, a Alfa da constelação de Touro. É uma estrela vermelha como Beteugeuse da constelação de Órion. Representa um dos animais caçados pelo gigante Órion.

GÊMEOS A lenda conta que Castor e Pollux, dois irmãos gêmeos, foram representados no céu, formando esta constelação. E seus nomes foram dados às duas estrelas mais brilhantes, de primeira magnitude.

CARANGUEJO Outra constelação difícil de se ver por possuir estrelas de fraco brilho. Considera-se que ela representa um caranguejo que foi enviado para matar Hércules, um antigo herói dos gregos e romanos.

LEÃO Nesta constelação há uma estrela de primeira magnitude, chamada Regulus ou Alfa Leonis. Representa o leão morto pelo herói Hércules no primeiro de seus famosos doze trabalhos.

VIRGEM Simboliza a filha de Icarus (o que tentou voar até o Sol) e carrega numa de suas mãos uma espiga de milho. Esta espiga é marcada, na constelação, por uma estrela de primeira magnitude, chamada de Spica (Alfa Virginis).

BALANÇA - Constelação formada por estrelas de brilho não muito intenso, duas das quais simbolizam os braços de uma balança.

ESCORPIÃO Uma das mais bonitas constelações, visível durante o início das noites de inverno e no começo da primavera. Nela se destaca a estrela Antares, de primeira magnitude e de cor avermelhada. Várias outras estrelas de segunda e terceira magnitudes são observadas nesta constelação, onde não é difícil imaginar um escorpião ou, pelo menos, a sua cauda, ou ainda um grande “anzol” no céu. Segundo a lenda dos gregos e romanos antigos, este escorpião foi enviado pela deusa Hera para matar Órion, o gigante caçador.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mensagem da Presidência para o Dia da Reforma – 31 de outubro/2012

31 de outubro de 2012 - 495 anos da Reforma Protestante. Imagem: Luterana Ebenézer.


Estimadas Irmãs! Estimados irmãos em Cristo!

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou, escreveu o apóstolo Paulo aos Gálatas (5.1).
É desta essência do Evangelho, da busca por Deus, da sua misericórdia, do seu amor, da sua graça revelada em Jesus Cristo, que brotou o protagonismo de Lutero no século XVI.

Como?

Enquanto Deus era visto apenas como um juiz, um distribuidor de castigos, um Deus que cobra pelo perdão, que negocia com o pecado e o sofrimento do ser humano, Lutero viveu na angústia, na escuridão, no medo, na escravidão, na opressão. Vivia o inferno!

Felizmente, Lutero descobriu na Palavra de Deus, na Bíblia, o Deus que oferece a graça. Ele redescobriu o Deus que não faz negócios com o seu amor e a sua misericórdia. Lutero redescobriu o Deus que ama as pessoas pecadoras, as pessoas fragilizadas, as desesperadas. Lutero dirá que só consegue entender Deus quem o compreende a partir do seu rosto voltado visivelmente para o mundo, no sofrimento e na cruz (Dreher, Martin N. et alllii. Somente Deus – quatro princípios para a vida. São Leopoldo: Ed. Sinodal, p.07).

O encontro de Lutero com o Deus misericordioso, que liberta, que é fonte de todo amor, da justiça, que se entrega em favor do ser humano, é que desencadeou a Reforma da Igreja. A busca de Lutero pelo Deus misericordioso culminou no encontro com Jesus Cristo, sua vida, paixão, morte e ressurreição. Foi por isso que Lutero disse crer significa fixar o olhar firme e continuamente em Cristo. Com este Deus, Lutero enfrentou a sociedade, a Igreja e o império! Com a fé nesse Deus, Lutero tornou-se protagonista da redescoberta da liberdade que, em Cristo, já fora dada à humanidade.

A palavra conectado expressa uma ligação muito intensa. Essa palavra aponta para uma relação de confiança, de fé, de entrega, de inconformidade. Já a palavra protagonista expressa o desejo bonito de agir, de interagir, de interferir, de transformar, de ser sujeito, de estar motivado para, com liberdade, reformar o que hoje clama por mudança.

Como não ficar inconformado, indignado, diante da mercantilização do Evangelho? Da mercantilização do ser humano? Diante da violência que mata os nossos jovens - no trânsito, pelo uso de drogas, por assassinatos?

No Concílio da Igreja, nos foi dito o seguinte: os jovens ‘pedem que não nos preocupemos, mas que nos ocupemos com eles’. Lutero afirmou: Se a juventude não puder contar com verdadeiros Educadores e Professores, então o diabo e o seu bando logo poderão cantar vitória (Wolf, Manfred. Mais uma pergunta, Dr. Lutero... Entrevista com o Reformador. São Leopoldo: Ed. Sinodal, 2011, p. 73).

A psicóloga Rosely Sayão pergunta:

O que temos feito para que esses jovens amem a vida, desenvolvam o autocuidado e atitudes de respeito por si mesmos, tratem as suas emoções com delicadeza e construam um projeto de vida que lhes permita olhar para o futuro como um alvo a ser alcançado e não uma fatalidade ou determinação?

O Dia da Reforma que celebramos neste ano, já antevendo os 500 anos da Reforma, que queremos celebrar em 2017, nos remete à nossa herança evangélica, à redescoberta do Evangelho! A fé no Deus revelado em Jesus coloca-nos um enorme e instigante desafio: sermos protagonistas movidos pelo amor que liberta, que se traduz na confiança em Deus e no amor que se ocupa, tira tempo, se interessa por quem está à nossa volta.

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou!
Que Deus abençoe e capacite a todas e todos nós para essa missão!
Amém!
Pastor Nestor Friedrich
Pastor Presidente
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECL

Halloween: a brincadeira mortal.


Segundo especialistas, muitos bruxos, satanistas e adoradores do diabo se preparam durante todo o ano, e esperam ansiosos por esta festa. Imagem: Revista Plenitude, outubro de 2005, p.35.

Abóboras esculpidas em forma de caras, gatos pretos, monstros, vampiros, fantasmas e duendes, entre outras figuras que representam os poderes do mal. Tudo isso que, aparentemente, é muito divertido e que costuma ser rotulado de brincadeira de criança, traz oculta, e muito bem maquiada, uma das mais perigosas estratégias do ocultismo no sacrifício de seres humanos, em particular, sacrifícios de crianças.

A festa de Halloween foi chegando de mansinho e marcando território em boa parte do Brasil. Isso aconteceu devido à globalização e à proliferação dos cursos de inglês, que incluem a festa no conteúdo de ensino da cultura estadunidense.

Segundo especialistas, muitos bruxos, satanistas e adoradores do diabo se preparam durante todo o ano, e esperam ansiosos por essa festa. A data é considerada por eles como a do aniversário de satanás, sendo assim, o dia ideal para a prática de sacrifícios humanos e pactos satânicos. Com promessas de que vão conseguir mais poder, mais força e autoridade, os satanistas começam a sacrificar pessoas 15 dias antes da data de 31 de outubro e 15 dias após.

A data certa

Foram os celtas que escolheram a data de 31 de outubro como véspera do ano novo e também para celebração de todo esse ritual maligno envolvendo mortos, nessa data, os celtas se reuniam em volta de uma fogueira na comunidade e ofereciam seus animais domésticos, suas colheitas e, às vezes, a si mesmos em sacrifício. Era comum o uso de disfarces feitos de cabeça e pele de animais e a predição do futuro uns dos outros. Eles acreditavam que os gatos eram pessoas castigadas por alguma má ação. No dia 31 de outubro, para se livrarem da possessão diabólica, tinham que dar comida ou oferecer algo aos demônios, além de lhes oferecer hospedagem noturna. Os espíritos só deixavam a casa ficar em paz se ficassem satisfeitos com o que recebiam; caso contrário, faziam um “trick” (truque ou maldade), isso quando não rogavam maldições de destruição sobre as famílias.

A ordem sacerdotal

De acordo com historiadores romanos e gregos, existia uma ordem sacerdotal  antiga  entre os Celtas na  Bretanha (França), Gália (região entre Portugal e França) e Ilhas Britânicas (Grã-Bretanha) chamados de “druidas”, que eram pagãos da religião celta. Textos que datam dos século II a.C ao IV d.C. relatam que esses sacerdotes eram violentos, pessoas muito temidas pelo poder que possuíam, além de terem sede de sangue. Resolviam todas as disputas com uma decisão definitiva, chegando a castigar pessoas com a morte. Além disso, seus altares destilavam o sangue de vítimas humanas. Era comum oferecer homens, mulheres e crianças em holocausto, queimando os corpos vivos em grandes torres de vime. Normalmente, os celtas usavam os bosques para caça, pesca e alimentação, mas também os utilizavam para as cerimônias ocultistas.

A aparente e inofensiva abóbora iluminada é um símbolo antigo de uma alma maldita e condenada. A abóbora recebe o nome de “Jack-o-lantern”Imagem: Revista Plenitude, outubro de 2005, p.35.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Winchester: com quantos tiros se fez uma história.


Os soldados sulistas perguntavam que arma era aquela “que se carregava aos domingos e atira a semana inteira”. Era o Henry, o pai da Winchester 66 que se vê acima na imagem. Imagem: Revista Mensal de Cultura, Enciclopédia Bloch, ano 1, número 1/ maio de 1967, pg.74.

A carabina Winchester, modelo 1866 é a carabina mais famosa do mundo. Ela pertence à história do Oeste dos Estados Unidos, quase da mesma forma que a ferrovia, como instrumento de progresso e da presença do homem branco na terra dos ‘peles-vermelhas’. Somente outra a supera: o revólver de seis balas, carga dupla, em suas numerosas versões. Se o revólver – no caso específico o modelo Paterson, do Colt – foi o primeiro instrumento eficiente do homem contra as investidas e as flechas dos índios, a Winchester foi à arma que completou a bagagem do colono, do cowboy, do caçador, por seu poder e volume de fogo.

Carabina Winchester, modelo 66. Imagem: Revista Mensal de Cultura, Enciclopédia Bloch, ano 1, número 1/ maio de 1967, pg.74.

A História da Winchester começa pelo menos 10 anos antes de seu aparecimento. E se do ponto de vista comercial e industrial esta história é clara e simples, do técnico ela o é um pouco menos. Desde a metade 1850, apareceram vários fuzis interessantes nos Estados Unidos: o Colt, com tambor, o Sharps, de cartucho de papel e recarga, o Hunt e o Jennings. Com estes dois últimos, estamos ainda na pré-história da Winchester, que manterá, do Hunt e do Jennings, apenas o princípio do carregador tubular sob o cano. No resto – mecânica e cartucho – se diferenciará de forma substancial.

O mistério técnico do princípio de carregamento e disparo da Winchester começa com uma pistola de repetição fabricada por Horace Smith e Daniel B. Wesson (os fundadores da Smith & Wesson), nos anos 1854/55. A pistola possuía um tambor tubular sob o cano, mas o sistema que impulsionava o cartucho na câmara de explosão tinha muito pouco parentesco com o do Hunt e do Jennings. Entretanto, era igualzinho ao sistema de outra pistola de repetição de carregador tubular: a Venditti, fabricada, segundo afirmam alguns estudiosos, no fim de 1848, em Langusi, província de Salerno (Itália), sob a rubrica de um certo Venditti.

Eis o detalhe de um fuzil Colt, pertencente ao Museu de Pusterla, na Italia. Ele recebia o cartucho pelo tambor, era muito caro e bem construído, mas tinha um defeito grave: quando disparava, o cartucho costumava explodir, prejudicando o atirador. Por essa razão, não conseguiu se impor no Oeste, onde a arma era a única garantia. Imagem: Revista Mensal de Cultura, Enciclopédia Bloch, ano 1, número 1/ maio de 1967, pg.76.

Plagiando ou não o Sr. Venditti – a história nada esclarece e tampouco se interessa por essas sutilezas comerciais –a verdade é que a Winchester estava prestes a nascer. Em 1855, Smith & Wesson venderam a sua fábrica, e entre os compradores não havia um só que entendesse de armas: eram sete fabricantes de relógios, dois padeiros, dois farmacêuticos, três fabricantes de carroças, um fabricantes de sapatos, o proprietário de uma empresa de mineração e um fabricante de camisas. Este último se chamava Oliver H. Winchester, e era dentre os sócios, o que possuía maior faro comercial.

Henry, o fuzil-pai da Winchester.

A nova fábrica tomou o nome de Volcanic Arms Company, e instalou sua sede em New Haven, Connecticut. Além de pistolas, nos anos seguintes começou a fabricar fuzis e carabinas, com a característica do aro alongado, típica dos vários modelos de Winchester nos primeiros anos do século XX.

O Remington Rolling Block. Imagem: Revista Mensal de Cultura, Enciclopédia Bloch, ano 1, número 1/ maio de 1967, pg.76.

Estas armas usavam um projétil diferente da pistola Hunt, já que possuíam a espoleta aplicada à base. Mas a produção da Volcanic era pouco satisfatória e a causa estava no cartucho. Em 1857, uma audaciosa operação financeira fez Winchester o dono de toda a fábrica, começando sua fortuna e a da arma que leva seu nome.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Construindo História Hoje recebe o Selo do Prêmio The Versatile Blogger Award




É com grande satisfação que anuncio aos amigos leitores que o Construindo História Hoje recebeu um Prêmio. O selo TheVersatile Blogger Award. O selo The Versatile Blogger Award é uma homenagem aos blogs com conteúdos interessantes e versáteis.

O que observar quando for indicar alguém?

(Palavras do criador do selo) "Quando você considerar nomear um colega blogueiro para o Prêmio Blogger Versátil, considere a qualidade da escrita, a singularidade dos assuntos abordados, o nível do amor exibido nas palavras na página virtual. Ou, é claro, a qualidade das fotografias e do nível de amor exibido na obtenção dos mesmos. Honrar os blogueiros que trazem algo especial para sua vida se todos os dias ou só de vez em quando. E, se divertir!".

Estas são as regras de participação:

 1) Agradecer quem te premiou;

Muito obrigado ao Marque com X e ao amigo Irivan.

2) Partilhar 7 coisas sobre você para que possam te conhecer melhor;

-Amo a Deus, a minha Família e a Minha Pátria;
- Gosto de ensinar e aprender com meus semelhantes.
- Gosto de ler sobre diversos temas, principalmente História;
- Sou dedicado;
- Gosto do inverno e do silêncio;
- Acredito na capacidade humana para o bem;
- Jamais subestimo uma pessoa.
3) Partilhar o prêmio com outros 15 blogues e notificá-los.
Escolhi premiar, entre tantos, os seguintes amigos:

Professor Adinalzir -
http://www.saibahistoria.blogspot.com.br/

Professor Josimar - 
http://professor-josimar.blogspot.com.br/
Sr. Sergio de Vasconcellos - 
Professor Adalberto Day -
Ricardo Roehe- 

Este Prêmio é uma gentileza, o que importa é a amizade, o respeito e a admiração que possuímos pelo trabalho de nossos colegas e amigos.
Leandro Claudir

Dia Nacional do Livro: 29 de outubro

Dia Nacional do Livro. Imagem: Câmara do Livro.

Instituído pela Lei nº 5.191, de 13 de dezembro de 1966, o dia 29 de outubro foi escolhido para ser o Dia Nacional do Livro por ser a data oficial da fundação da Biblioteca Nacional. Nesse dia nesse dia, em 1810, a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil, quando então foi inaugurada a Biblioteca Nacional e esta data escolhida para o Dia Nacional do Livro no Brasil.

Inicialmente chamada Real Biblioteca no Brasil, ela começou com um acervo de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, moedas, medalhas, etc. trazidos de Portugal com a vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808.  A Biblioteca Nacional é a maior biblioteca da América Latina, sendo considerada pela Unesco uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo.

Dia Nacional do Livro. Imagem: Construindo História Hoje.

No Brasil os livros começaram a ser editados a partir de 1808 quando D.João VI inaugurou a Imprensa Régia e o primeiro livro editado foi "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga.

Comemoremos todos essa data, pois livros podem construir pessoas e nações, basta um pouco de dedicação e força de vontade para mergulhar no universo do conhecimento aonde tudo é novo a cada livro lido. E aqueles que lemos novamente sempre aprendemos algo que deixamos passar antes.

Então, Feliz dia do Livro....e muita leitura meus amigos, pois a leitura Constrói!

Um pouco da História do Livro

Os textos primevos eram registrados em rolos (volumen). Na época de Augusto, os pergaminhos passaram a ser cortados em folhas, lque eram dobradas e costuradas em cadernos (codex). A escrita era traçada à mão, na frente e no verso do codex, por meio de pincéis, juncos ou penas. No Ocidente, os manuscritos eram geralmente realizados nos mosteiros e apartir do séc. XIII, nos grandes centros universitários.

Sobre Lobos e Homens - O Berserker e o Vratya


Gravura do Lobisomem atacando uma mulher. Imagem: Legio Victrix.

por Gwendolyn Toynton

O simbolismo lupino é considerado como um dos pontos definidores das Tradições Indo-Europeias, e de fato é difícil mencionar uma civilização indo-europeia na qual o lobo não ocupasse um papel de proeminência; do nascimento de Rômulo e Remo e da fundação de Roma até os tempos modernos o lobo sempre ocupou uma posição eminente de privilégio na mente do indo-europeu. Isso é até evidente hoje - mesmo Hollywood não pode ignorar a figura solitária do lobo à noite, pois o lobisomem sobreviveu no mito popular até hoje. Um número de divindades importantes, indo de Odin ao grego Apollo, podem ser encontrados com um lobo ao seu lado. Que o lobo, e ocasionalmente, seu primo canino o cão, foram importantes animais rituais não se pode duvidar; em tempos ainda que o papel importante desses animais tivessem cruzado do mundo natural dos ermos ao mundo civilizado do homem, onde as fronteiras entre humano e animal se tornaram embaçadas. Um desses ocupantes desse espaço transicional é o lobisomem; outra figura é a do berserker nórdico ou teutônico. Ainda mais velho, há o relato do vratya, datando dos elementos mais arcaicos da sociedade védica, quase completamente enterrado pelo passado. O berserker e o vratya juntos constituem o que é talvez uma das tradições mais antigas, pois ambos partilham de um número de características significativas em comum, que podem ser encontradas dispersas entre outros povos indo-europeus também; fraternidades marciais existiram entre os (indo-europeus) gregos, citas, persas, dácios, celtas e germânicos onde iniciados magicamente assumiam traços lupinos. [1] Conhecidos parcialmente por sua fúria em combate, parcialmente pelo uso de meios mágicos de subjugar o inimigo, esses mitos persistem hoje no mito popular do lobisomem. Ainda que a interpretação literal do berserker seja "guerreiros com camisas (sekr) de urso", também se considerava os berserkers capazes de mudar sua forma naquela de um lobo. [2] Para o propósito desse escrito nós nos concentraremos somente no simbolismo do lobo.

O fato de que o berserker estava fortemente ligado a lobos além de possuir a já mencionada associação com ursos é ilustrada pelo uso de seu título alternativo "casaco-de-lobo". [3] É provável que esse nome fosse usado em conexão com o uso de algum símbolo do lobo tal como um cinto de pele de lobo, pois a tradição popular na Noruega recorda que "transmorfos", eram homens que se transformavam em feras à noite, e cingiriam um cinto de pele de lobo antes de deixar a casa. [4] O traje tradicional do casaco de lobo é também atestado pelo Hrafnsmál, um poema composto por volta de 900 d.C., no qual os berserkers são descritos como os guerreiros privilegiados de Harald Fairhair de Vesthold na Noruega; eles são descritos como recebendo ricos presentes do rei por causa de suas ferozes qualidades combativas, e também referidos como "casacos-de-lobo": [5]

Casacos-de-lobo eles são chamados, aqueles que portam espadas
Manchadas com sangue na batalha.
Eles avermelham lanças quando vem à matança,
Agindo juntos como um. [6]

A conexão entre o berserker e o simbolismo lupino/canino também pode ser vista nos Eddas islandeses que nomeiam Hundingr como o rei de Hundland, "Terra do Cão". [7] Similarmente, o Widsith anglo-saxão pré-século X menciona os hundingar como um povo com cabeças de cão; enquanto os as fraternidades militares de "lobisomens" (ulfhednar) das tribos germânicas lutaram junto a "meio-cães" (halfhundingas). [8]

Um dos papéis primários do berserker estava obviamente predominantemente conectado à guerra, na qual eles são lembrados como oponentes terríveis na batalha, não lutando como homem ou animal, mas como uma criatura que possuía características de ambas. O Ynglingasaga descreve o berserker como segue: "Eles seguiram sem escudos, e eram loucos como cães ou lobos, e mordiam seus escudos, e eram fortes como ursos ou touros; homens eles matavam, e nem fogo ou aço podia detê-los; e a isso se chamava a fúria do berserker". [9] Isso também é referido como "entrar em berserk" (berserkgangr). [10] Não há dúvida quanto ao fato de que o berserker era um adversário feroz e assustador - a dúvida permanece na significância do lobo em si, e na natureza da transformação - seria isso simplesmente um artifício tático para chocar o inimigo, ou haveria um raciocínio mais profundo por trás dessa transformação que beirava a ser de essência espiritual? Georges Dumézil vê o processo como uma fusão entre as duas coisas, tanto tática como espiritual.

"O texto da Ynglingasaga acima diz muito, mas não o bastante: a conexão que o berserker de Odin tinha com lobos, ursos, etc., era não somente uma semelhança em questões de força e ferocidade; em um certo sentido eles próprios eram animais. Seu furor exteriorizava um segundo ser que vivia dentro deles mesmos. Os artifícios de de trajes (cf. a tincta corpora dos harii), os disfarces aos quais o nome berserker e seu paralelo ulf hednar ("homens com pele de lobo") parecem aludir, servem somente para auxiliar, para afirmar essa metamorfose, para imprimi-la sobre amigos e inimigos assustados (novamente, cf. Tácito, Germânia, 38.4, em conexão com os esforços dos suevos em inspirar terror)". [11]

Outro aspecto do berserker, aqui nomeado como harji e descrito por Tácito, fornece mais uma citação em apoio ao uso tático para aterrorizar o inimigo.

"Eles pintam seus escudos e corpos de negro, e escolhem noites escuras para suas batalhas. A horripilante sombra de tal exército diabólico inspira um pânico mortal, pois nenhum inimigo pode resistir a uma visão tão estranha e demoníaca". [12]

Não só isso pinta uma visão terrível, mas também atesta à visão de um ataque mágico ou demônico, que ocorre à noite. A noite, é claro, é um tempo de feitiçaria e magia, que também é parte do imaginário do berserker. Os usos de motivos animais são um traço comum de tradições xamânicas, com as quais a tradição nórdica partilha um certo número de traços. Em tal sociedade, era considerado problemático atribuir mais do que uma "alma" a uma pessoa. A "forma exterior", porém, era considerada o traço mais distintivo da personalidade. [13] Dumézil elabora isso examinando a linguística da raiz "hamr" e examinando seu uso contextual no imaginário do berserker.

"Uma palavra nórdica - com equivalentes em inglês antigo e alemão antigo - imediatamente introduz o essencial nessas representações: hamr designa (1) uma veste; (2) a "forma exterior"; (3) (mais comumente o derivativo hamingja) "um espírito ligado a um indivíduo" (na verdade uma de suas almas; cf. hamingja "acaso"). Há alguns homens, pouco notáveis, que são declarados como einhamr: eles possuem somente um único hamr; então alguns, além de seu heim-hamr ("seu próprio exterior fundamental"), podem assumir outro hamr através de uma ação designada pelo verbo reflexivo hama-sk; eles são capazes de se transformar (ham-hleypa). Agora, o berserker é o eigi einhamr exemplar, "o homem que não é de um único hamr". [14]

O sentido aqui é claro - duas almas habitam o mesmo corpo. Um é o espírito de um humano, o outro de um lobo. O berserker, assim, não é totalmente humano nem animal - como seu descendente o lobisomem ele é uma criatura liminar que existe em um mundo crepuscular onde as fronteiras entre homem e fera estão mal definidas - e ainda assim ambos caminhos estão fechados para ele, pois o berserker jamais pode pertencer verdadeiramente a qualquer reino. Como o deus patrono do berserker, Odin, eles são criaturas xamânicas associadas com as extremidades de modos normais de comportamento, criando estados mentais alterados. Esse aspecto do deus Odin é retratado pelas origens de seu próprio nome, pois o germânico Wodanaz vem da raiz indo-europeia "wat-". [15] Não só é Odin associado com os modos mais cerebrais de xamanismo, o deus é descrito no Ynglingasaga como possuindo a arte de metamorfose. [16] Odin é aqui descrito como possuindo o poder de mudar de aparência e forma à vontade. [17] Ainda que essa perícia seja encontrada em grau menor na representação do berserker, parece que eles ganharam a habilidade de possuir duas almas no mesmo corpo, e consequentemente a habilidade de flutuar entre elas, como reflexo de sua associação com Odin que é o deus patrono do berserker. O berserker nórdico antigo se situa claramente em uma antiga tradição de guerreiros que eram transmorfos, capazes de se transformarem em lobos raivosos em batalha. [18]

Tem sido previamente deduzido por autores que o berserker é único às tradições nórdica e germânica. Isso, porém, é uma suposição incorreta pois um análogo cognato à figura do berserker pode ser encontrado em um componente extremamente arcaico da religião védica. Essa entidade obscura, da qual muitas facetas de seus rituais e existência permanecem desconhecidos, é chamado pelo título de vratya. Até tempos recentes muito pouco era sabido da história do vratya que se supunha que eles fossem pouco mais do que uma coleção de sem-castas da cultura bramânica, habitando nas florestas e às margens da sociedade aceitável, e que eles fossem ao mesmo tempo reverenciados e abominados. Foi até mesmo assumido uma vez que os vratya fossem não-indo-europeus em origem. Ainda que essa afirmação possa agora ser presumida como falsa, é certamente verdadeiro que tanto elementos do tantrismo como do yoga podem ser encontrados nas práticas do vratya, que bem pode ter representado uma contingência xamânica ou proto-yoguica da casta ksatriya. Evidência de uma conexão entre as práticas do vraya e aquelas encontradas no tantrismo e no yoga podem ser vistas no fato de que um livro inteiro do Atharva Veda (XV) é devotado a eles, e dentro dele podem ser encontradas afirmações dizendo que os vratya eram praticantes de ascetismo, estavam familiarizados com uma disciplina de respirações e costumavam homologizar seus corpos com o macrocosmo. [19] Eliade chega tão longe a ponto de dizer que é permissível supor que os vratyas representavam uma fraternidade misteriosa pertencendo à guarda avançada dos invasores arianos. [20] Em 1962 novas evidências também foram trazidas à luz por Jan Heesterman descrevendo o vratya como um componente extremamente arcaico da sociedade sacrificial védica cujo papel foi gradualmente suprimido com a ascensão da varna brâmane como especialistas sacrificiais. [21] Nesse artigo Heesterman apresenta a hipótese de que os vratyas foram então degradados na literatura posterior em um molde antinômico e antibramânico, com seus ritos sattra sobrevivendo nos ritos de iniciação védica e em certos períodos na vrata, ou voto do brahmacarin, o estudante védico. [22] Similarmente no Indra Sunahsakha há uma referência aos vratyas, que reivindica que seu status sócio-religiosos foi outrora tão elevado quanto o dos brahmins. [23] Com a ascensão da casta brâmane, o papel dos vratyas no ritual foi reduzido, eventualmente a tal ponto que o próprio termo se tornou degradado e os próprios vratyas foram julgados como ritualmente impuros. Esse declínio é atestado pelo fato de que há um ritual que é especificamente realizado para restaurar os membros dos vratyas de volta à sociedade bramânica, removendo a impureza de suas ações passadas.

Foi a Revolução Francesa uma Vingança dos Templários?


A estátua de Baphomet sendo  carregado por templários. Imagem: Legio Victrix.

por Julius Evola

Um historiador francês observou que enquanto hoje se reconhece já que as enfermidades do organismo humano não nascem sozinhas, senão que se devem a agentes invisíveis, a micróbios e bactérias, no referente às enfermidades desses organismos maiores que são as sociedades e os Estados, enfermidades correspondentes à grandes crises históricas e às revoluções, se pensa que ali ao contrário as coisas sucedam de outra maneira, quer dizer que se trataria de fenômenos espontâneos ou devidos a simples circunstâncias exteriores, enquanto que nas mesmas pode haver atuado com grande vigor um conjunto de forças invisíveis similares aos micróbios nas enfermidades humanas.

Escreveu-se muito sobre a Revolução Francesa e sobre a causa que a originou; habitualmente se costuma reconhecer o papel que, pelo menos como preparação intelectual, tiveram certas sociedades secretas e especialmente a dos denominados Iluminados. Uma tese específica e mais avançada é aquela que a tal respeito sustenta que a Revolução Francesa haja representado uma vingança dos Templários. Já em um período bastante próximo àquela revolução se havia assomado uma ideia semelhante. Seguidamente De Guaita teria de retomá-la e aprofundá-la.

A destruição da Ordem dos Cavaleiros Templários foi um dos acontecimentos mais trágicos e misteriosos da Idade Média. Os Templários era uma Ordem cruzada de caráter seja ascético como guerreiro, fundada em 1118 por Hugues de Payns. Exaltada por São Bernardo em sua Laude Novae Militiae, se converteria rapidamente em uma das Ordens de cavalaria mais ricas e poderosas. Improvisadamente em 1307, a mesma foi acusada pela Inquisição. A iniciativa partiu essencialmente de uma figura sinistra de soberano, da parte de Felipe o Belo da França, que impôs sua vontade ao fraco Papa Clemente V, apontando assim a ficar com as grandes riquezas da Ordem. Se acusava os Templários de professarem só em aparência a fé cristã, de terem um culto secreto em uma iniciação alheia ao cristianismo e mais ainda anti-cristã. Como foram as coisas verdadeiramente é algo que não se pôde nunca saber com exatidão. De qualquer forma o processo concluiu com uma condenação: a Ordem foi dissolvida, a maior parte dos Templários foi massacrada e parou na fogueira. Foi queimado também o Grão-Mestre, Jacques deMolay. Esse justamente na fogueira assinalou os dias da morte dos responsáveis da destruição da ordem, do rei e do pontífice. Felipe o Belo e Clemente V morreriam exatamente dentro dos termos profetizados pelo Grão-Mestre templário para se apresentarem perante o tribunal divino.

Se diz que alguns Templários que se salvaram do massacre se refugiaram na corte de Robert de Bruce, rei da Escócia, e que se integraram a certas sociedades secretas pré-existentes. De qualquer modo, segundo a tese mencionada no início, certas derivações dos Templários teriam continuado de maneira subterrânea até o período da Revolução Francesa e teriam preparado, como uma verdadeira vingança, a queda da Casa da França. Que algumas sociedades secretas tivessem se organizado para fins revolucionários, isso é algo revelado pela investigação histórica. Uma mera casualidade - o fato de que um correio das mesmas fosse abatido por um raio - permitiu descobrir documentos dos Iluminados que levava consigo e que continuam planos revolucionários. Mais importante ainda foi a reunião secreta que se realizou em Frankfurt em 1780. Foi descrita de maneira novelesca por Alexandre Dumas em seu famoso livro José Balsamo, onde se serviu certamente das anotações, publicadas em Itália em 1790 e em França em 1791, do processo realizado pelo Santo Ofício a esse misterioso personagem conhecido pelo nome de Cagliostro. Em sua exposição Cagliostro fala daquela reunião, faz menção aos Templários, diz que os convocados se haviam comprometido a derrubar a Casa da França; que logo da queda dessa monarquia sua ação teria devido se dirigir para a Itália tendo em mira particularmente Roma, sede do Papado.