quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Mitologia egípcia e o conhecimento através dos números. Parte III.



A pirâmide que forma a Grande Enéade de deuses egípcios. "De Um se formam Nove, de todos se forma Dez". Imagem: Mitologia Egípcia Hoje.

Para os egípcios, o maior mistério de todos era a “transformação” (o número nove) do Criador de Não visto para Visto, o Um que se manifesta como muitos. Essa transformação foi revelada através de sucessivos estágios: Atum (ou Rá) em Heliópolis, Ptah em Mênfis, Toth em Hermópolis e Amun em Tebas. Segundo o Papiro de Qenna do Museu de Leyden, escrito durante a décima oitava dinastia:

“Os deuses ao todo são três: Amun, Rá e Ptah, que não têm iguais. Aquele cuja natureza (literalmente, “cujo nome”) é um misterioso, sendo Amun; Rá é a cabaça, Ptah o corpo. Suas cidades na terra, estabelecidas para sempre são: Tebas, Heliópolis e Mênfis (estáveis) para sempre. Quando uma mensagem vem do céu, é ouvida em Heliópolis, repetida em Mênfis para Ptah, e transformada em carta escrita com letras de Toth (em Hermópolis) para a cidade de Amun (Tebas)”.

Essa ideia de mensagem representa o progresso da “transformação” de Céu para Terra. Porque Heliópolis era considerada o “ouvido do coração”, foi lá que a mensagem do ouvida. Nos textos sagrados, como o Sol era tido como o coração do sistema solar, então Heliópolis era o coração do Egito, a cidade do Sol. O nome Heliópolis, como é usado nos textos funerários, significa “a origem absoluta das coisas”, o que não quer dizer que isso se referia estritamente à cidade física de mesmo nome. Quando se diz em textos egípcios: “vim de Heliópolis” ou “vou para Heliópolis”, significa que “eu procedo do início” ou “estou retornando para a Fonte”.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Mitologia egípcia e o conhecimento através dos números. Parte II.



Ogdoáda egípcia. Durante o Médio Império, o número oito era retratado na Ogdóadaoito babuínos com Hórus, o falcão representando o deus Ra-Harakhty. que formam outra variação da mitologia egípcia da criação. Imagem: Egito Além da Eternidade.

A história mítica de Hórus e Seth caracteriza as estruturas rítmicas da dualidade. Das menores parcelas da realidade – o próton e o elétron – à vida orgânica e a nós, humanos, homens e mulheres – há um ritmo constante de dualidade na vida natural. É assim que o mundo funciona, tanto o animado quanto o inanimado. O próton atrai o elétron para criar uma realidade física. O macho e a fêmea, de toda a vida animal, são atraídos um pelo outro para assegurar a continuidade da vida. A dualidade está contida dentro da unidade absoluta. Eis o significado do número dois. Todo o ser humano experimenta essa dualidade já que o mundo natural reflete isso com a divisão em macho e fêmea de toda vida orgânica. Contudo, essa divisão deve encontrar conciliação, como fizeram Hórus e Seth. Essa conciliação é representada no número três.

O número três representa a relação e a conciliação entre a causa absoluta (um) e a dualidade (dois) que ela cria de si mesma. Existe meramente em um plano espiritual. Com esse decreto filosófico existe uma inegável associação entre causa e dualidade. Podemos entender isso como o que poderíamos chamar de “efeito”. Esforçamo-nos a valer para afetar pessoas e acontecimentos, muitos de nós por meio de preces ou pensamentos positivos quando as ações diretas não são ou não podem ser bem-sucedidas. Os antigos egípcios comportavam-se do mesmo modo. Em vez de chamar de prece ou pensamento positivo, eles chamavam a isso de magia.

O número quatro, representando a ideia do mundo material, era recorrente no simbolismo egípcio – as quatro regiões do céu, os quatro filhos homens de Hórus, o quatro filhos de Geb, os quatro canopos nos quase os órgãos dos mortos eram depositados no funeral. Segundo o mito egípcio, Geb se casou com sua irmã Nut, a deusa do céu, sem a permissão do poderoso deus sol, Rá. Rá ficou zangado com Nut e Geb que forçou o pai deles, Shu, o neter do ar, a separá-los: por isso a terra é separada do céu. Além disso, Rá proibiu que Nut tivesse filhos em qualquer mês do ano. Felizmente, Toth, o divino escriba, decidiu ajudar e induziu a Lua a jogar damas com ele, sendo que o prêmio era a luz da Lua. Toth ganhou tanta luz que a lua foi obrigada a acrescentar cinco novos dias ao calendário oficial. E Nut e Geb tiveram quatro filhos: Osíris, deus dos mortos, Seth, deus do caos, Ísis, deusa mãe e feiticeira, Néftis, deusa do lar.

O entendimento do número cinco, ou vida, pelos egípcios, pode ser visto no conceito do homem consciente, unido com o Absoluto e alcançando unidade com a Causa (deus). Ele se tornaria uma estrela, e “se tornaria um na companhia de Rá”. Nos hieróglifos, o símbolo para estrela era desenhado com cinco pontas. Visto como sagrado em diversas culturas, o pentagrama e o pentágono também refletem o valor místico do cinco.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mitologia egípcia e o conhecimento através dos números. Parte I.



Rá-Atum enfrentando a Serpente Apófis. Imagem: Enciclopédia Larousse.

De acordo com Schwaller de Lubicz, os antigos egípcios usavam deliberadamente a proporção harmônica em sua arte e arquitetura, com base no sistema numérico de pensamento. Era uma visão de mundo abrangente, que incluía a filosofia, a matemática, o misticismo e a teologia.

John Anthony West, um simbolista contemporâneo nos mesmos moldes de Schwaller de Lubicz, acredita que o que atualmente é conhecido como misticismo numérico pitagórico é, na verdade, de origem egípcia, e antecede até mesmo o Egito Antigo.

 Rá-Atum ou Atum. Imagem: Enciclopédia Larousse.

Quando o misticismo numérico é aplicado aos mitos egípcios, torna-se claro que as histórias e a mitologia egípcias são baseadas na compreensão dos números e não no animismo. É uma filosofia, mas não no nosso sentido do termo. Não existem textos explicativos. Mesmo assim, é sistemático, autoconsciente e organizado em princípios que podem ser expressos de maneira filosófica.

Por exemplo, na mitologia egípcia Atum (ou Tum) representa a causa transcendente, o absoluto ou o tudo, o Um, o primeiro e verdadeiro deus e criador que fez o mundo e tudo que nele há. Dentro dele estava o potencial para toda a vida. O nome Atum vem de uma

domingo, 23 de setembro de 2012

O Papel das Sociedades Secretas



Irmandade da Serpente. Imagem: Cuttingedge.

"Existe um poder em algum lugar tão organizado, tão sutil, tão atento, tão entrelaçado, tão completo, tão disseminado e abrangente, que é melhor sempre abaixar muito bem a voz ao dizer qualquer coisa em condenação a ele." (presidente Woodrow Wilson, 1913, citado no livro do Dr. Dennis Cuddy, "Secret Records Revealed" (Registros Secretos Revelados), pág. 24).

"Debaixo das amplas ondas da história humana fluem as ocultas correntes subterrâneas das sociedades secretas, que frequentemente determinam das profundezas as mudanças que ocorrerão na superfície." — (Autor Arthur Edward Waite, em The Real History of the Rosicrucian Steiner Books (A Verdadeira História dos Livros Rosa-cruzes de Steiner), 1977).

O batimento pulsante e intenso do organismo vivo chamado Elite — aqueles em posições de influência que tomam decisões indesejadas por nós — conseguiu implementar um governo global. Eles usaram todo o seu arsenal e, ao longo de dezenas de anos, e de várias gerações, e nós a aceitamos mansamente.

Eles usaram e continuam usando tanto métodos públicos como secretos para nos fazer aceitar a dissolução da nossa Constituição e, ironicamente, sermos gratos por isso. Eles invadiram nossas igrejas, nossas escolas, nossa cultura, nossa economia, nossa história, nossas fortalezas políticas. E, sem nenhuma lamentação, perdoamos a perda do nosso país, a perda dos nossos valores e costumes, a perda da liberdade de pensamento e a perda do controle de nossas próprias mentes. Eles detêm nossa economia, nosso sistema político, nossos filhos e, acima de tudo, eles nos detêm — nós que, anos atrás, teríamos lutado para impedir a derrubada do nosso querido país e das nossas liberdades.
Alguns dos meios que eles usam para alcançar seus objetivos são grosseiros; outros são camuflados e feitos a portas fechadas, mas independente de como alcançam suas metas, o resultado é sempre o mesmo: eles planejaram bem, implementaram de forma admirável e nos quebrantaram totalmente.
As técnicas deles têm sido variadas e eficientes, mas um dos mais eficazes métodos por trás das cenas é o uso das sociedades secretas.

Você já ouviu falar desse veículo fundamental — as sociedades secretas -, não ouviu? Elas são reais — esses grupos sombrios e sigilosos que controlam o mundo por meio de membros poderosos que escondem a verdade de nós, que exercem uma força maior do que centenas de megatons de bombas. Não há um único artigo ou um único livro que possa cobrir a abrangência total do que as sociedades secretas realmente são, quem são seus membros, o que eles fazem e o que ainda planejam fazer. O que sabemos é que seus membros — homens e algumas mulheres de comando da elite rica — detêm poder sobre nós e se enredam pelo topo dos governos nacionais e das escolas para garantir que as pessoas desejadas sejam colocadas nos cargos. Uma vez que isso não pode ser explicado em apenas um artigo abrangente sobre as sociedades secretas, somente o básico será oferecido aqui.

sábado, 22 de setembro de 2012

Fraternidade Secreta de Assassinos e Ladrões Thugs.



Membros da Fraternidade de Assassinos Thugs, em  1894. Imagem: CSAS.

A seita se chamava Thag. Seus membros eram os thugs. Os thugs surgiram na Índia, talvez no século VII, mais provavelmente no XIII. A palavra Thag significa impostor – eles se fingiam de prestativos auxiliares a viajantes – que eram então roubados e assassinados, com um ritual complexo, feito em homenagem a Kali, deusa da destruição. Os Thugs também tinham ritos masoquistas: se flagelavam, eram dependurados em ganchos etc.

Behram Jemadar

Os Thugs foram aniquilados pelos ingleses, no século XIX. O thug mais famoso desta época foi Behram Jemadar que, diz-se, presenciou quase 1000 homicídios, tendo matado ele mesmo, com seu lenço branco e amarelo (uma marca registrada dos thugs), cerca de 250 pessoas.  Behram, assim como uma centena de outros Thugs, foi condenado à morte.
Foi uma fraternidade secreta de assassinos e ladrões de viajantes, que aparecem na História da Índia. Os registros indicam que se tornaram operantes a partir do século XVI (embora possam ter começado bem antes, no século XIII ou VII) até meados do século XIX.

No livro The Strangled Traveler: Colonial Imaginings and the Thugs of India (2002), Martine van Woerkens sugere que as provas da existência do culto dos Thugs no século XIX, foram em parte produto da "imaginação colonial", originária do temor dos britânicos pelo interior desconhecido da Índia, com suas religiões e costumes obscuros e não compreendidos por eles. 

O líder do grupo era chamado de Jamaadaar. A palavra não se refere somente aos Thugs, mas também a um posto militar designado de "Jemadar " ou "Jamaadar", que na verdade equivaleria a "tenente" para os oficiais nativos do exército britânico e depois no Exército da Índia Independente.


Dentre os bandos Thugs havia Hindus, Sikhs e muçulmanos, que adoravam a deusa da Morte Kali (ou Durga), a quem chamavam de Bhowanee. Os Sikhs eram poucos, mas um dos principais líderes, Sahib Khan, era dessa religião. Outro notório líder foi Behram, a quem se chegou a atribuir e a seu grupo de 30 ou 50 assassinos, a morte de 931 pessoas de 1790 a 1830. Behram nunca chegou a ser julgado pelos seus crimes.