sexta-feira, 10 de junho de 2011

“Profetas” Parte V. Mago Merlim.

Ilustração do século XIII sugerindo uma passagem de sua vida.

Um profundo mistério envolve tanto as origens como a própria vida desse personagem lendário – Myrddhinn, Myrddin ou Merzim para alguns e Merlim para a maioria de seus estudiosos.

A versão mais comum o faz um bardo galês, embora em algumas referências seja citado como bretão. Faltam dados precisos até para localizar a época em que ele viveu:

Para alguns, isso ocorreu na primeira metade do século V; outros defendem a tese de que foi no final desse século ou no começo do seguinte.

A lenda diz que sua mãe era uma princesa encerrada em um convento e que o teria gerado virgem, sendo seu pai um desconhecido. Outras versões o fazem filho do demônio com uma inocente menina. Na realidade, sua figura deve ser o resultado da fusão de mais de uma tradição, já que a primeira referência escrita data apenas do século XIII – quando o poeta Robert de Borron o coloca no centro de sua Trilogia sobre o Graal, embora o poema “Merlim” não tenha chegado inteiro até os dias de hoje.

Em sua infância, Merlim teria sido educado na corte do Rei Vortigem, ao qual, retribuição, revelou o segredo das fundações inseguras da torre de seu castelo. Adulto, o do da “previsão” tornou-o amigo, mestre e protetor do lendário Rei Artur.

Apaixonado por Viviana, a Mulher do Lago, preparou um sepulcro inviolável e encantado para quando morressem. A mulher, entretanto enganou o amante, deixando-o-enclausurado vivo no mausoléu, do qual, segundo a lenda, só poderá sair no dia do Juízo Universal.

As “profecias” de Merlim, ao que parece, foram editadas em Veneza por volta de 1279, mas não conseguiram grandes repercussões por serem muito herméticas, estranhas e até satíricas.

A maior parte das ditas “profecias” já se teria concretizado, como a invasão saxônica da Britânia, as guerras civis britânicas, a invasão dinamarquesa e a conquista normanda.

Outras mensagens (que no passado foram deixadas de lado) referem-se, ao contrário, a fatos do futuro e supostamente dos dias atuais.

O futuro “profetizado” pelo Mago Merlim não é dos mais atraentes como sempre: o “vidente” anuncia maremotos de proporções enormes, carestia terríveis e conflitos em escala global que teria como ponto inicial o Egito.

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BASCHERA, Renzo. Os Grandes Profetas. São Paulo, Ed. Nova Cultural Ltda, 1985.

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terça-feira, 7 de junho de 2011

“Profetas” Parte IV. Edgar Cayce.


Aqueles que o seguiam diziam que era dotado de uma sensibilidade excepcional e, quando caía no sono hipnótico, transformava-se em “profeta” e “médico”. Edgar Cayce, que chegou a receber vários apelidos, como os de “vidente religioso”, “homem mais misterioso da América” e “profeta da Nova Idade”. Essa figura incomum nasceu nos Estados Unidos da América, em uma fazenda próxima da cidade de Hopkinsville, no dia 18 de março de 1877. Passou sua infância nesse ambiente rural, embora haja indícios de que, ainda criança, tivesse “visões”. Com 7 anos, chegou a comentar com os pais que “muitas vezes encontrava pessoas falecidas recentemente”.

Dizem que os primeiros sinais de hipersensibilidade surgiram quando começou a freqüentar a escola: Edgar aparentemente percebeu que dispunha de uma espécie de memória fotográfica, se assim é possível chamar, pois nem ao menos olhava os livros. Ou seja, bastava-lhe dormir algum tempo sobre os livros abertos para memorizar completamente o que estava escrito, por mais complicado que fosse o tema. Sua saúde precária, entretanto , impediu-lhe de continuar os estudos. Aos 21 anos, começou a trabalhar como representante comercial para uma empresa de papel.

Nesse período, foi acometido por uma paralisia gradativa dos músculos da garganta. Em breve, suas condições pioraram tanto que os médicos se declararam incapacitados para curá-lo.
Em uma tentativa desesperada, os médicos decidiram apelar para a hipnose. Esse foi um momento importantíssimo na vida de Cayce: sob os efeitos da hipnose ele “viu” aquilo que os médicos haviam se mostrado incapazes de perceber, dizem os biógrafos. O próprio Cayce sugeriu uma terapia e, em curto espaço de tempo, alcançou a “cura”. Dizem que o acontecimento passou a ser objeto de diversos estudos médicos, ao mesmo tempo que outros médicos, principalmente do Kentucky, supostamente pediram sua colaboração nos diagnósticos mais complicados. É que Cayce, sempre que caia em sono hipnótico, conseguia “ver claro o que não funcionava no corpo humano”. Em 9 de dezembro de 1910, o jornal New York Times dedicou duas páginas ao “caso Cayce”; outros jornais de grande tiragem também dedicaram espaço às “visões proféticas” ou à capacidade de diagnosticar” dessa figura que falava durante “um transe auto-imposto. Demonstrando o impacto que Cayce causava na sociedade, que expressa uma necessidade de “ver” além dos olhos naturais, uma busca que leva a caminhos que entorpecem a mente humana ao invés de elevá-la, como afirmam os seguidores desses "profetas".

Edgar Cayce aos 15 anos.

Edgar Cayce dizia que “só as pessoas serenas, capazes de desvencilhar-se das tentações diabólicas do mundo, conseguem ver e sentir algo do que está além do mundo”. Com estas palavras demonstra que humildade não era um requisito para estas “habilidades”! Pois, ele mesmo e sob a afirmativa de seus seguidores dizia ser simples, modesto, sempre sereno e disposto a ajudar as pessoas.

De suas visões e profecias, que referem a um arco de tempo de 62 anos (de 1936 a 1998), restam cerca de 14000 relatos taquigráficos, em sua maioria nos arquivos da ARE (Association for Research and Enlightenment), fundada em 1936 para coletar e conservar toda a documentação possível sobre o vidente – um material que ainda hoje é consultado por pesquisadores de fenômenos paranormais e até mesmo políticos e homens de negócios. Demonstrando que não são somente os leigos, mas os ditos doutos também se deixam levar pelos “mistérios” da existência humana, e por uma sede incansável por respostas que podem levar os desejosos pela mesma, acabarem sem água para sua sede ou seja, sem resposta para suas perguntas. Restando no final somente mais perguntas, pois talvez a resposta seja simples e sempre esteve aqui e ai com você meu caro leitor. DEUS, é a ele que buscam na realidade, mas se perdem por caminhos tortuosos.

Uma das “profecias” mais conhecidas e furadas de Cayce, realizada em 28 de junho de 1940 foi a referente ao retorno de Atlântida, antes do final do século em questão.

As “leituras clarividentes” e a vida de Cayce chegaram a ser tema de uma tese de doutorado na Universidade de Chicago, em 1954. Na obra de Cayce predomina o “quadro da transformação”, ou seja, as previsões sobre os acontecimentos telúricos que modificarão a superfície do planeta nos anos futuros – uma preparação para o advento dos “novos tempos” e que segundo Cayce será mais obra da natureza que do homem. Tudo isso deverá segundo Cayce acontecer antes de 2100, ano em que Cayce afirma com total arrogância que voltará à Terra: nascendo novamente, e ainda criança lembrará de sua vida passada nos detalhes mais insignificantes.

O “profeta” Edgar Cayce, um homem forte e robusto (após a cura "milagrosa") , morreu em 3 de janeiro de 1945 na miséria pesando apenas 27 Kg, ao que tudo indica, consumido fisiologicamente pelo número excessivo de preleções mediúnicas que realizou. Seus restos foram sepultados na cidade de Virginia Beach, no Estado de Virgínia. A biografia de Cayce, escrita por Joseph Milard, revela a extensão dos males que o envolvimento de Cayce com o ocultismo lhe causou – desde ataques psíquicos, perda periódica da voz, mudanças erráticas de personalidade e tormentos emocionais, constantes “má sorte” e reveses pessoais, assim como culpa induzida por preleções mediúnicas que arruinaram a vida de outras pessoas.

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BASCHERA, Renzo. Os Grandes Profetas. São Paulo, Ed. Nova Cultural Ltda, 1985.

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quarta-feira, 1 de junho de 2011

“Profetas” Parte III. Mago Ladino.

Mago Ladino ou seria Gerolamo Tovazzo?

A figura do vidente é um dos seus biógrafos, Arnaldo Saccardi, a dizê-lo em 1870 – “encontra-se envolta na neblina dos tempos”. Nada está confirmado em relação à sua vida, nem mesmo seu nome verdadeiro. Para alguns biógrafos, sob essa alcunha – Mago Ladino estaria o alquimista italiano Gerolamo Tovazzo ou Tovazzi (que, nesse caso, poderia Sr parente do conhecido historiador Giangrisostomo Tovazzi, autor da obra Medicaeum Tridentinum). Gerolamo Tovazzo teria nascido em uma aldeia da região de Friuli (norte da Itália) por volta de 1686, tendo morrido em Roma em 1769, refugiado na casa de uma família originária de Rovereto. E teria recebido o apelido de Ladino (A palavra “Ladino” refere-se ao grupo de dialetos neolatinos falados por alguns povoados do Alpes centrais (Trentino) e ocidentais (Grisões), com influência alemã. O vidente, que nasceu no Friuli, falava um desses dialetos) exatamente por ser friulano.

Segundo outros biógrafos, sob esse pseudônimo ainda maior, ou seja, o alquimista, mago e vidente Altatos, mestre do famoso Conde de Cagliostro. De qualquer maneira, há testemunho histórico de que também Gerolamo teve relacionamento com o Conde de Cagliostro: esteve presente, em 20 de abril de 1768, ao casamento do conde com Serafina Feliciani, celebrado pelo Padre Francesco Antonio Natilj, cura da Igreja do Santíssimo Salvador; encontrou-o em Veneza e em Verona quando o conde ainda usava seu nome verdadeiro, Giuseppe Balsamo. Tovasso manteve ainda contatos com o Marquês Scipione Maffei, autor de A Arte Mágica Aniquilada. Assim não pode ser excluída a possibilidade de que Tovazzo tenha tomado conhecimento de mensagens proféticas de autoria de Altatos e do próprio Cone de Cagliostro e que, depois de poli-las, as tenha difundido.

Os biógrafos relatam que as profecias do Mago Ladino provocaram muito rumor em Veneza. São mensagens que saem um pouco da linha tradicional da profecia do século XVIII: elas estão escritas com palavras simples e sempre rimando, como para “serem compreendidas facilmente pelo povo, memorizadas e assim transmitidas à viva voz, geração após geração”. A esse propósito, é interessante notar como algumas delas ainda fazem parte da memória de algumas comunidades camponesas italianas, mas não como profecias e sim como provérbios. As mensagens proféticas do Mago Ladino cobrem um período de tempo que vai de desde 1750 ao ano 3000, data fatídica para a qual o vidente prevê “o fim de todas as coisas”. A obra completa – chamada de jardim Profético – é composta de 147 (número esotérico, produto de 7X7X3) cantos ou “flores” cada um deles formado por seis dísticos.

Mago Ladino "profetizou" o dilúvio de fogo. Explosões vulcânicas na África abalaram toda a superfície terrestre.

Vou citar algumas das supostas “profecias” do agoureiro em questão:

O surgimento do Fascismo e Segunda Guerra Mundial pelo machado e a falsa cruz.

A idade da máquina com o surgimento de carroças sem cavalos.

O advento da energia nuclear ao qual chama de “o raio do sol”.

O surgimento da “águia sobre a grande cúpula” que seria o advento de João Paulo II.

Chuvas venenosas que seriam causadas pela poluição segundo os interpretes.

Rebeliões da terra causadas pelo abandono do campo e as super-populações nas cidades.

Terceira Guerra Mundial.

A Basílica de São Pedro será transformada em uma Mesquita.

Sete catástrofes sobre Roma.

Pedro II. O último papa.

Crise na Igreja Cristã. A única fé será no dinheiro.

O dilúvio de fogo. Explosões vulcânicas na África abalaram toda a superfície terrestre.

O caudilho azul. Aparecerá nos países nórdicos. Um grande líder que estabelecerá a ordem na Europa decadente.

No fim o planeta inteiro seria sugado por um buraco negro, segundo os interpretes.

Porque não é de admirar que mais este “profeta” prevê somente mais mortes, desastres, guerras e sofrimento para a humanidade. Não precisamos de pessoas assim, pois fatos como os que citam em sua maioria ocorrem desde que nos entendemos como humanos. Matamos indiscriminadamente, não respeitamos a natureza e os limites impostos, e construímos em lugares inapropriados, nossos lideres nunca se entenderam, pois sempre desejaram mais poder do que o bem de seus cidadãos. A população leiga no geral esta sempre esperando por um político, líder comunitário, uma nova ordem ou um caudilho azul como cita o nosso “ilustre” Mago Ladino para lhes livrar dos males que na verdade a própria sociedade cria para si. Fora os nossos governos corruptos que infelizmente muitas vezes são reflexo do próprio desejo do povo, que não valorizam o poder que tem em mãos como cidadãos com direitos e deveres.

Somente no final de suas “profecias” vem um pequeno momento de paz para a humanidade e depois o “fim absoluto”. É um padrão quase uniforme para todos esses falsos profetas que iludem, mente em busca de dinheiro, poder e fama. Esses “Profetas” extra-bíblico como Mago Ladino somente servem para confirmar o quão sucessível o povo é ao domínio de charlatões. Tenho uma pergunta. Como fazem tanto sucesso entre os cristãos, judeus e muçulmanos? Será que seus seguidores nunca leram na Bíblia (no caso para os cristão e judeus) que esse tipo de profecia é condenada tanto no AT como no NT , e que do dia e hora do Fim, nenhum humano tem direito de saber, somente o Criador.

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domingo, 29 de maio de 2011

“Profetas” Parte II. Rasputin.

Rasputin é uma daquelas figuras que entraram para história mais devido à ignorância dos que o cercavam e pelo oportunismo do que por méritos que fizessem a diferença para o povo da Rússia e para o Czar. Um exemplo de “profeta” dos interesses daqueles que o cercavam. O restante da história é cercada de mito na sua vida e morte.
A última Czarina da Rússia dizia que Rasputin era uma criatura mística e dotada de poderes especiais. O monge LLiodor, seu inimigo, chamava-o de “diabo santo”. E o embaixador francês em Moscou Mauricie Paléologue, descrevia-o para o seu governo como uma pessoa “elogiada por muitos, maldita por outros tantos, mas temida por todos”.

Rasputin ladeado pelo Coronel Loman, á esquerda, e pelo Príncipe Putjanin.

Quem era, afinal Grigori Lefimovitch, mais conhecido como Rasputin por causa da aldeia onde nascerá, Pokrovskoye, cujo nome original era Padkino Rasputje.
Uma analise apurada de toda a documentação que ficou sobre sua vida mostra que Rasputin não era uma pessoa de bons costumes por assim disser, mas embora não se pudesse afirmar que fosse mal, estava mais pra um oportunista; tinha seus hábitos libertinos, o que mostra que ao contrario do que muitos demagogos afirmam não era nenhum santo. Era um homem exuberante, dotado de qualidades, mas tinha também muitas fraquezas, pois aqueles que o conheciam pessoalmente afirmavam ele ser cheio de contradições intimas. Acabou encontrando-se em um ambiente particular em um momento também particular da história de seu país, sem estar preparado para a ambas as situações”.
De qualquer modo, acreditavam que possui-se qualidades incomuns. Uma delas era supostamente ser capaz de prever o futuro. Rasputin teria previsto a própria morte, o extermínio da família imperial russa, o segundo conflito mundial e muitos outros acontecimentos.

Rasputin nasceu em 1872 e logo começou a trabalhar com o pai que era carroceiro.
Aos 22 anos afirmava que teve o que chamou de “uma visão divina“. Enquanto estava arando um campo, ouviu a suas costas um canto angelical e ao virar-se viu uma figura de Nossa Senhora, acompanhada por um grande número de anjos. “Foi como um aviso”, comentaria anos depois porque acabou se encaminhado para a vida religiosa.

Rasputin com o Bispo Hermogen, no centro, e o monge LLiodor.

Passado algum tempo, Rasputin travou conhecimento com o noviço Mileti Saborovsky, estudante da academia eclesiástica que lhe pedira para levá-lo ao mosteiro de Werchoturje. Durante a viagem os dois jovens falaram muito sobre a “verdadeira fé em Deus”, chegados ao mosteiro, o seminarista acabou por convencer Rasputin a não retornar, ficando em companhia dos monges. Foi uma longa estada, durante a qual Rasputin teve contato com muitos monges que para lá eram enviados para serem “purificados”, uma vez que haviam sofrido desvios heréticos”.
No fim desse período ele começa a missão do camponês siberiano. Viaja de aldeia em aldeia, “prega”, “abençoa”, “conforta”. As pessoas começam então a falar desse religioso que se dedica a consolar os humildes e, na transmissão oral dessas notícias, a realidade ganha os retoques da fantasia. Os relatos dizem que possui poderes excepcionais, que é capaz de curar os doentes, que seus olhos possuem “um fascínio angélico e ao mesmo tempo diabólico”.
Essas histórias chegam até a aristocracia russa que o descreve “como um homem inquieto, como se procurasse alguma coisa. Tem voz rouca, o comportamento rude dos camponeses e mãos cheias de calos. Fala sobre temas religiosos e místicos com entusiasmo invulgar. E com entusiasmo igual discorre sobre as fraquezas humanas.” Em pouco tempo torna-se um dos favoritos da elite russa de então, e com o sucesso melhoram suas condições econômicas.

Rasputin entre seus seguidores e seguidoras.

Seu poder, entretanto, alcança um ponto ainda mais alto quando consegue supostamente “curar” o herdeiro do czar. O Príncipe Alexei era hemofílico, que ficou ferido ao brincar no jardim. Rasputin foi chamado pela própria czarina, passou a mão sobre o menino em oração e o mesmo sarou rapidamente.

Depois de algum tempo, os conselheiros do czar decidiram sugerir ao soberano que afastasse Rasputin da corte. Estavam surgindo muitos rumores estranhos a respeito desse personagem misterioso. O Czar Nicolau II acabou cedendo e ofereceu a Novykh (como Rasputin era chamado na corte) a soma de 200 000 rublos, uma importância enorme para a época, com a condição de deixar a corte e ir para uma aldeia bem afastada da capital. Mas Rasputin recusou. O czar então usou outros meios para afastar o “vidente” e Rasputin, ao deixar a capital, aparentemente amaldiçoa o czaréviche ( Alexei, o hemofílico herdeiro do trono), dizendo que o mesmo ficaria novamente gravemente doente se o czar o afastasse de São Petersburgo.

E foi o que ocorreu. Mas se foi pela maldição tenho dúvidas, pois o mesmo era portador de uma doença grave até para a atualidade, então as chances de voltar a ficar doente novamente eram grandes, questão de oportunismo de Rasputin.

A czarina manda buscar o vidente e este, depois de conseguir novamente a “cura” do príncipe herdeiro, instala-se definitivamente na corte imperial.
Em sua nova fase, atinge o nível máximo de poder quando consegue nomear Sturmer ministro. Nessa época, contam os biógrafos, o czar já não tomava nenhuma decisão importante sem antes consultar Rasputin, o que começou a incomodar tanto os conselheiros imperiais quanto outros membros da aristocracia.

Rasputin ainda convalescente, depois de ter sido atacado a faca por uma prostituta convencida a fazê-lo pelo monge LLiodor. Neste atentado, o "profeta" quase morreu.

Um destes, o Príncipe Felix Yussupov, organizou uma conspiração contra Rasputin com a colaboração contra Rasputin com a colaboração do Grão-Duque Dimitri Pavlovitch – conspiração destinada a ter um resultado melhor que a tentativa já feita anteriormente pelo monge LLiodor, dois anos antes, quando levou a prostituta Kionya a esfaquear o “vidente”, convencida de estava matando o Anticristo.

O relato que segue possui diversas versões, mas mesmo as mais sutis demonstram que beira mais o mito do que a realidade. Preenchendo os requisitos para a criação de um grande final para o “profeta” ou “vidente” Rasputin.

O Príncipe Yussupov convidou Rasputin para seu palácio, onde lhe ofereceu doces de chocolate recheados de cianeto e vinho ao qual também havia sido adicionado esse veneno. Rasputin comeu e bebeu em grande quantidade, mas não deu nenhum sinal de envenenamento, o que perturbou os conspiradores. O Príncipe, então, passou a tocar guitarra, conseguindo que Rasputin dormisse, e aproveitou esse estado para lhe disparar um tiro no coração, com o fim de “abreviar sua agonia”. Algum tempo depois, quando o príncipe e seus aliados voltaram para se livrar do corpo do “vidente”, foram surpreendidos por um quadro apavorante. Rasputin, coberto de sangue, dirigia-se vacilante para a porta de saída. No momento, ninguém teve a coragem de impedi-lo, mas depois foi alcançado ainda no jardim e novamente alvejado por numerosos disparos. Seu corpo, então, foi lançado no rio Neva. Dois dias depois, ao cadáver de Rasputin reapareceu à superfície do rio, com as mãos e os pés amarrados, tendo a perícia policial registrado que “Grigori Lefimovitch vulgo Rasputin, havia sido jogado no rio ainda vivo”.

A última página da vida desse personagem enigmático e, sob alguns aspectos, excepcional veio para alguns confirmar seus dons sobrenaturais. Para outros, foi certamente a grande resistência física de Rasputin a responsável por esses fatos.

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quarta-feira, 25 de maio de 2011

“Profetas” Parte I. Nostradamus.

Em tempos que se perde tempo esperando o fim do mundo, ao invés de procurarem preocupar-se com problemas reais acho que vale analisar a vida de alguns ditos profetas. Mesmo porque os maiores idealizadores que laboram dia a pós dia em prou da destruição de tudo quanto é louvável é o próprio ser humano, não precisamos da ajuda de nenhum profeta para prever uma situação caótica no futuro, se não modificarmos nossa visão do mundo e de nosso semelhante.

O mais neófito estudante de batalhas militares sabe que uma das maneiras mais fácil de se derrotar um inimigo é de dentro do seu próprio exército. Digamos que estamos como humanos no mesmo “exército”. Se não aprendermos a simples palavra respeito ao semelhante à midiatrix ainda terá muito lucro para ganhar com as atrocidades cometidas por irmãos contra irmãos (quando digo irmãos estou referindo-me a raça humana).

Sem mais demora vou começar alguns estudos sobre a vida desses conhecidos "profetas" extra-bíblicos que muito alvoroço causou e causam até hoje para homens e mulheres, néscios e doutos.

Quando Nostradamus nasceu, a América estava descoberta havia onze anos, e Roma encaminhava-se para seu período de maior brilho no Renascimento: Leonardo da Vinci estava pintando sua La Gioconda, o arquiteto italiano Bramante iniciava a construção da Basilica de São Pedro e o famoso Michelângelo dava as primeiras pinceladas dos afrescos da Capela Sistina, no Vaticano, por encomenda do Papa Júlio II.

Conselheiro de três Reis da França – Henrique II, Francisco II e Carlos IX – e homem de confiança da Rainha Catarina de Médicis, Michel de Nostredame, mais conhecido como Nostradamus, foi certamente uma figura excepcional. Formou-se em Medicina, mas dedicou muito de seu tempo à astrologia, à alquimia, à teologia e à literatura, chegando a ser considerado por alguns de seus biógrafos “um dos homens mais eruditos de sua época”. Mesmo assim, não é fácil como sua biografia: os dados e as informações disponíveis nem sempre se mostram coerentes entre si. Nostradamus nasceu na França, mais precisamente na pequena cidade de Saint-Rémy, na Provença, por volta de 12 horas do dia 14 de dezembro de 1503, uma quinta-feira. Seu pai, Jacques de Nostredame, era o tabelião da localidade e descendia de família um tanto modesta. Por parte da mãe, Renée de Saint-Rémy, há entretanto ascendentes mais ilustres, tanto no campo da matemática como na medicina. A família, que professava o judaísmo, converteu-se à fé cristã quando Michel contava 9 anos de idade. Ainda bem jovem, depois de aprender latim, grego, hebraico, matemática e astrologia com seu avô materno, Michel foi mandado para Avignon para estudar humanidades, mas logo se viu atraído pela medicina. Assim, como decorrência natural, acabou sendo matriculado na Escola de Medicina da Universidade de Montpellier.

Nostradamus, rodeado por símbolos astrológiocos e esotéricos, na primeira edição das Centúrias.

Em 1525, com 22 anos, Nostradamus começa sua carreira de médico, enfrentando os primeiros obstáculos. Tenta fixar-se em Narbonne, passa por Toulouse e acaba ficando quatro anos em Bordeaux, onde combate uma epidemia de peste em condições muito precárias. Em seguida, retorna a Montpellier para aperfeiçoar-se, tenta novamente Toulouse e, finalmente, fixa-se em Agen, à margem do rio Garona, onde se casa e tem dois filhos (um menino e uma menina). Mas a peste não respeita ninguém, nem mesmo a família dos médicos. É assim que Nostradamus fica sem família, só no mundo e “sem saber para onde olhar em busca de um pouco de paz”, como diria. Passa algum tempo viajando pela Itália e depois volta a sua terra natal, a Provença, para descansar e recuperar-se.

Quando retorna à atividade, vai primeiro para Marselha e, depois, para Aix, capital da Provença, onde permanece três anos a serviço da cidade. E Aix desafia-o com uma situação tão dramática como a de Bordeaux: a peste de 1546.

A parada seguinte é Salon-de-Craux, onde se casa novamente com uma viúva, Ana Gemella, e tem seis filhos (três homens e três mulheres). O primeiro deles é César, ao qual mais tarde dedicaria a primeiras Centúrias.

É nessa época que Nostradamus começa a escrever suas Centúrias e outras mensagens proféticas – mas, receoso de incorrer em desagrado e perseguições, prefere adiar a sua publicação. Seu desejo de vê-las conhecidas, porém, é mais forte. Manda-as então para a impressão e, em breve tempo, suas profecias se tornam famosas.

O próprio Rei Henrique II da França, perturbado pelas previsões sobre os anos imediatos – nelas Nostradamus falava de carestia, peste, seca e de mares e terras tingidos de sangue - , convida o vidente a fazer parte de seus conselheiros, na corte. Era 1556. Com a morte de Henrique II em 1559, Nostradamus continua continua nas mesmas funções com o sucessor, Francisco II, e com o sucessor deste, Carlos IX. Francisco II, e com o sucessor deste, Carlos IX.

A lápide na entrada da casa em Salon-de-Craux, onde o vidente viveu muitos anos e morreu em 1566.

Contam os biógrafos que Carlos IX quis ir pessoalmente, acompanhado de seus principais dignitários, para entregar ao sábio, em sua casa, o documento com o qual o nomeava médico pessoal do rei. Dizem que, durante a visita, Nostradamus pediu para examinar as manchas no corpo de um jovem que fazia parte do séquito real, e “predisse” que um dia ele seria rei da França. O rapaz era Henrique de Navarra, que mais tarde veio a se tornar Henrique IV. É o momento em que a estrela de Nostradamus brilha com mais força. Sua fama de médico e de “adivinho” ultrapassa as fronteiras da França; de todos os cantos da Europa chegam celebridades para conversar com ele e “obter uma luz ainda que tênue, sobre o futuro”.

A saúde de Nostradamus, entretanto, não acompanhava todo esse brilho. Já há alguns anos ele vinha sofrendo de artrite e gota, enfermidade que, com o passar do tempo, dominam cada vez mais o seu organismo. Em meados de 1566, sofre um forte ataque de hidropisia (acumulação de liquido nos tecidos) que obriga a permanecer no leito.

Nostradamus morreu em 2 de julho de 1566, sendo sepultado de pé numa das paredes da Igreja dos Cordeliers, em Salon. Sobre o túmulo, sua esposa mandou gravar um epitáfio, semelhante ao do historiador romano Tito Lívio:

D.M

Clarissimi Ossa

MICHAELIS NOSTRADAMI,

Unis omnium mortalium judicio digni,

cujus penè divino calamo totius Orbis,

Ex Astrorum influxu, futuri eventus,

conscriberentur.

Vixit annos LXII. menses VI. Dies XVII.

Obiit Sallone na. M.D.LXVI.

Quietem Posteri ne invidete. Anna Pontia Gemella

Conjugi opt. V. felicit.

Durante a Revolução Francesa, no entanto, o túmulo de Nostradamus foi aberto por soldados supersticiosos. Seus restos foram então reenterrados em outra igreja de Salon, a Igreja de São Lourenço, onde permanecem até hoje.

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