sexta-feira, 24 de setembro de 2010

QUEM FORAM OS NINJAS E O QUE É O NINJUTSU?

Quem foram os ninjas?

Foram os criadores de uma arte marcial japonesa conhecida como ninjutsu. "Trata-se de um conjunto de táticas de espionagem e assassinato, praticadas por guerreiros mascarados, especialistas em truques fraudulentos", diz o historiador Masanori Fukushima, da Universidade Takushoku, no Japão. Não se sabe onde termina a história e começa a lenda, pois, por ser uma técnica de espiões, o ninjutsu era secreto e transmitido apenas oralmente. Acredita-se que tenha surgido no reinado do imperador Shotoku (718-770) e se difundido por todo o Japão durante o período conhecido como Sengoku (1467-1568). O país passava por diversas guerras civis e as técnicas ninja começaram a ser adotadas por famílias que habitavam as montanhas no centro da ilha de Honshu, a maior do Japão. Quando necessário, as famílias se uniam para combater inimigos comuns.

Os ninjas praticamente desapareceram durante o período Edo (1603 a 1868), quando acabaram as guerras internas. Nessa época, as famílias ninja foram repudiadas pela sociedade feudal vigente, submetidas a taxas de impostos exorbitantes e à perseguição. Apesar disso, o ninjutsu continuou a existir, mais secreto ainda. Os principais inimigos dos ninjas eram os samurais, que ajudavam a manter o poder dos senhores feudais.

No período seguinte da história do Japão, iniciado com o império de Meiji, em 1868, tanto os samurais quanto os ninjas foram proibidos de usar armas. O objetivo de Meiji era integrar o país à era moderna e a0 resto do mundo. No início do século 20, porém, os ninjas voltaram a ser usados como espiões, durante a ocupação da Manchúria, na China, pelo Japão.

Truques furtivos e ataques letais

Conheça as principais técnicas ninjutsu para atacar e se esconder
Mokuton quer dizer "uso da árvore". O ninja se esconde atrás de troncos ou agita galhos para desviar a atenção do oponente

Suiton é o "uso da água". O guerreiro pode ficar várias horas submerso, respirando por finos tubos de bambu, ou distrair o inimigo com o ruído da água

Doton, ou "uso do solo e das pedras". Formações rochosas ou buracos no solo são usados para se esconder

As roupas escuras, para não se fazer notar, fizeram os ninjas ficarem conhecidos como "guerreiros das sombras"

Kinton é o "uso do metal", para ofuscar a visão do inimigo refletindo luzes brilhantes ou distraí-lo com ruídos.

Katon, ou "uso do fogo". A atenção do oponente é desviada por meio de truques pirotécnicos ou fumaça de pólvora.

O combate corpo a corpo é chamado pelos ninjas de jutaijutsu. Na hora de atacar, procuram sempre desarmar o inimigo.

Durante a luta, o objetivo é acertar os pontos vitais ou arrebentar os ossos dos adversários

Arsenal afiado

As técnicas de combate ninja se valem de um variado estoque de armas das mais temíveis

A espada

Era a arma mais valorizada no combate. O fato de as técnicas ninjas serem desconhecidas pelos samurais, também lhes dava vantagem.

Kusari-gama

Originalmente desenvolvida por fazendeiros, tanto para arar a terra quanto para defesa pessoal. Foi usada num primeiro momento pelos samurais e, depois, adotada pelos ninjas.

Kusari-fundo

Correntes usadas para deter a espada do oponente - e também para estrangulá-lo.

Shuko

Munhequeira com garras afiadas para deter golpes de espada, mas também úteis em escaladas.

Kyoketsu-shogei

Corrente com punhal e gancho nas extremidades, para desarmar ou atingir os adversários à distância.

Shuriken

Estrelas de metal pontiagudas, lançadas à distância, para matar atingindo os órgãos vitais.

VOCÊ QUER SABER MAIS?

http://www.columbusninjutsuclub.com/

O POVO JAPONÊS. TRADICÃO E MODERNIDADE.



As origens da civilização japonesa são remotas e bastante imprecisas. Contudo, alguns estudos indicam que os primeiros ocupantes deste território apareceram no século III a.C.. Entre as várias culturas que surgem nesse período de formação, podemos destacar a existência dos Yayoi, Kyushu e Jomon. De acordo com algumas pesquisas, as mais remotas civilizações teriam chegado da Sibéria durante o período neolítico.

O processo de unificação política do Japão teria acontecido ao longo da dinastia Yamato, que configurou a presença de um Estado centralizado. Contudo, ao atingirmos o século VI, a existência do poder real foi paulatinamente perdendo espaço para o poder exercido pelos chefes locais. Após a chamada Guerra Onin, o poder central perdeu espaço para os senhores de terra locais que guerreavam constantemente entre si.

No século VII, os conflitos e disputas locais perderam espaço para a rearticulação da dinastia Yamato, que conseguiu promover mudanças que recuperaram o governo monárquico. Após algumas disputas, a monarquia japonesa se tornou praticamente hegemônica durante uma fase de aproximadamente mil anos. Nesse tempo, vale destacar a ascensão dos samurais enquanto importantes agentes militares e políticos.

No século XVI, o contato com os comerciantes espanhóis e portugueses determinou o gradual processo de abertura da civilização japonesa ao mundo ocidental. A ação de mercadores e clérigos jesuítas marcou um primeiro momento das transformações culturais que ganharam espaço no Japão. No século XIX, a ação imperialista norte-americana foi peça chave fundamental para a abertura do povo nipônico ao Ocidente.

Com a abertura econômica forçada pela esquadra militar dos EUA, os japoneses entraram em contato com novas ideologias políticas. Em pouco tempo, um forte movimento nacionalista reivindicou a modernização das instituições do país e o fim da influência estrangeira no território. A partir de 1868, a chamada Revolução Meiji ordenou a industrialização japonesa e a extinção das antigas instituições medievalescas.

Curiosamente, em um curto espaço de tempo, os japoneses abandonaram a posição de nação subordinada ao imperialismo para se transformar em uma potência industrial promotora de tal política dominadora. O auge dessa nova situação aparece nas primeiras décadas do século XX, quando o governo japonês se envolveu nos conflitos da Primeira e da Segunda Guerra Mundial.

No fim da Segunda Guerra, temendo a ascensão de uma potência socialista vizinha, os EUA promovem o lançamento das bombas de Hiroshima e Nagasaki. Esta tragédia nuclear acabou simbolizando a reconstrução da nação japonesa, que não tinha recursos para se recuperar das terríveis perdas econômicas e humanas do conflito. Na década de 1970, acabou se reerguendo e ocupando um importante papel na economia mundial.

Atualmente, os japoneses são sistematicamente associados ao desenvolvimento de tecnologia de ponta que marca o capitalismo. Os campos de informática, robótica, telecomunicações, automobilismo são os mais significativos alvos que atestam a posição de vanguarda nipônica. Vez ou outra, os meios de comunicação divulgam mais um invento ou descoberta proveniente dos laboratórios japoneses.

VOCÊ QUER SABER MAIS?

http://www.historiadomundo.com.br/japonesa/civilizacao-japonesa.htm

GERMÂNICOS.


AS PILHAGEM ERA UM DAS MAIS IMPORTANTES ATIVIDADES ECONÔMICAS ENTRE OS GERMÂNICOS.

Ao falarmos dos povos germânicos, estabelecemos a observação de uma grande miríade de culturas espalhadas em diferentes tribos denominadas pelos romanos como bárbaras. A expressão “bárbaro” denuncia o olhar preconceituoso que os romanos dedicavam às tribos germânicas, pois a expressão visava promover uma distinção negativa entre os povos que dominavam a língua latina e aqueles que não sabiam esse mesmo idioma.

Entre os germânicos podemos encontrar uma grande variedade de povos, entre os quais podemos destacar os suevos, visigodos, vândalos, ostrogodos, saxões, anglos, burúngios e alamanos. Apesar das várias diferenças que podemos traçar entre essas tribos, existem algumas características em comum que acabaram adentrando os domínios do decadente Império Romano do Ocidente.

Do ponto de vista econômico, os germânicos estabeleciam uma economia agrícola de natureza itinerante que promovia o uso das terras até o seu completo esgotamento. Paralelamente, a caça e a pesca eram outras atividades que também exerciam um relativo destaque. Influenciados pela sua cultura militar, os germânicos promoviam saques e invasões que se transformavam em outra interessante fonte de renda.

Politicamente, os germânicos não contavam com uma estrutura política fortemente centralizada. Os líderes guerreiros tinham papel de destaque, contudo, as relações pessoais e a autonomia individual prevaleciam sob qualquer experiência centralizadora. Com o passar do tempo, uma elite de guerreiros foi tomando um papel político de maior expressividade que os diferenciou dos camponeses que trabalhavam em suas terras.

A ordem social dos germânicos era estabelecida por meio de clãs e tribos patriarcais que se mantinham unidas pelas relações consanguíneas. Geralmente, quando alguma decisão atingia uma grande parcela da população, uma assembleia de guerreiros era responsável pela tomada de decisão. O comitatus, que estipulava a união militar dos guerreiros, era de caráter transitório e influenciou a formação social do mundo medieval.

A religiosidade dos germânicos era marcada pela adoração de várias divindades que estabeleciam uma mitologia bastante diversificada. Uma das mais importantes divindades era Odin, o deus da guerra. A vida após a morte era uma crença comum entre os germânicos. Para os grandes guerreiros, a morte previa a passagem para um imenso paraíso chamado de valhalla.

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http://www.historiadomundo.com.br/germanica/civilizacao-germanica.htm

GERMÂNICA.



Ao falarmos dos povos germânicos, estabelecemos a observação de uma grande miríade de culturas espalhadas em diferentes tribos denominadas pelos romanos como bárbaras. A expressão “bárbaro” denuncia o olhar preconceituoso que os romanos dedicavam às tribos germânicas, pois a expressão visava promover uma distinção negativa entre os povos que dominavam a língua latina e aqueles que não sabiam esse mesmo idioma.

Entre os germânicos podemos encontrar uma grande variedade de povos, entre os quais podemos destacar os suevos, visigodos, vândalos, ostrogodos, saxões, anglos, burúngios e alamanos. Apesar das várias diferenças que podemos traçar entre essas tribos, existem algumas características em comum que acabaram adentrando os domínios do decadente Império Romano do Ocidente.

Do ponto de vista econômico, os germânicos estabeleciam uma economia agrícola de natureza itinerante que promovia o uso das terras até o seu completo esgotamento. Paralelamente, a caça e a pesca eram outras atividades que também exerciam um relativo destaque. Influenciados pela sua cultura militar, os germânicos promoviam saques e invasões que se transformavam em outra interessante fonte de renda.

Politicamente, os germânicos não contavam com uma estrutura política fortemente centralizada. Os líderes guerreiros tinham papel de destaque, contudo, as relações pessoais e a autonomia individual prevaleciam sob qualquer experiência centralizadora. Com o passar do tempo, uma elite de guerreiros foi tomando um papel político de maior expressividade que os diferenciou dos camponeses que trabalhavam em suas terras.

A ordem social dos germânicos era estabelecida por meio de clãs e tribos patriarcais que se mantinham unidas pelas relações consanguíneas. Geralmente, quando alguma decisão atingia uma grande parcela da população, uma assembleia de guerreiros era responsável pela tomada de decisão. O comitatus, que estipulava a união militar dos guerreiros, era de caráter transitório e influenciou a formação social do mundo medieval.

A religiosidade dos germânicos era marcada pela adoração de várias divindades que estabeleciam uma mitologia bastante diversificada. Uma das mais importantes divindades era Odin, o deus da guerra. A vida após a morte era uma crença comum entre os germânicos. Para os grandes guerreiros, a morte previa a passagem para um imenso paraíso chamado de valhalla.

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Prisioneiros do Reich Tratamento de aviadores detidos num Stalag Luft.

Prisioneiros do Reich

Tratamento de aviadores detidos num Stalag Luft

Conforme relatos oficiais da Wehrmacht e do Alto Comando Britânico o primeiro oficial aviador aliado a ser aprisionado pelos alemães foi o 1º tenente Laurence Hugh Edwards, piloto da RAF nascido na Nova Zelândia e derrubado quando fazia um vôo de reconhecimento sobre o mar do Norte no dia 5 de setembro de 1939. Edwards seria o primeiro de milhares de pilotos a serem capturados pelas autoridades alemãs naquele conflito.

PRISIONEIROS CHEGAM AO DULAG LUFT

Psicologicamente a situação dos pilotos que caíam em mãos inimigas era muito diferente daquela de outros militares aliados (soldados ou marinheiros). Estes geralmente eram aprisionados depois de uma longa batalha, talvez depois de meses no mar, ou de trabalho pesado no campo. Mas os pilotos em geral só caiam em mãos inimigas poucas horas depois de desfrutar o conforto de um ambiente familiar: o refeitório do quartel-general ou o bar local. Num instante eles se encontravam em casa, junto de amigos e seus entes queridos, porém no momento seguinte, ao serem abatidos, eram lançados numa terra estranha e misteriosa, e ficavam à mercê de desconhecidos e muitas vezes de um destino incerto.

Por essa razão os pilotos aliados e alemães nutriam uma grande necessidade de fugir. Uma angústia lhes tomava conta tal como pássaros em cativeiro. Além disso, a maioria dos aviadores preferia fugir porque o combate no céu lhes dava um sentimento de individualidade que era negada aos combatentes de outras atividades militares na guerra.

Prisioneiros e Carcereiros

Durante a Segunda Guerra Mundial, milhares de prisioneiros aliados ficaram confinados em campos de prisioneiros de guerra. Os aviadores em especial ficaram sobre custódia da Luftwaffe.

A Força Aérea alemã administrava 7 campos de prisioneiros. Seus oficiais comandantes eram escolhidos diretamente pelo Alto Comando da Luftwaffe. O pessoal dos campos mantinha um grau de respeito profissional para com seus prisioneiros, portanto a atitude dos oficiais e guardas dessas prisões não deve ser confundido com os métodos empregados pela SS ou Gestapo.

OFICIAIS ALEMÃES E ALIADOS ASSISTEM LUTA DE BOXE EM UM CAMPO DE PRISIONEIROS DA LUFTWAFFE.

O próprio Reichsmarechal Hermann Göring no inicio do conflito, fez muitas referências ao tratamento cavalheiresco que seria dado aos membros da força aérea britânica no que ainda era chamado de A Grande Guerra. Chegou a deixar claro que, enquanto os pilotos aliados estivessem em mãos da Luftwaffe, podiam esperar o tratamento dispensado a cavalheiros.

Muitos dos oficiais que serviam nestes campos também haviam sido pilotos e por isso o relacionamento entre prisioneiros e carcereiros era amistoso, apesar de que a confraternização entre alemães e aliados ser proibida de acordo com o regulamento.

Somente em fins de 1943, com a intensidade dos bombardeios aéreos contra a Alemanha, realizado por ingleses e norte-americanos é que o tratamento dado aos pilotos capturados tornou-se mais rigoroso.

Dulag Luft

DULAG LUFT

Dulag Luft, era o centro de inteligência da Luftwaffe. Localizado no sopé das montanhas Taunus na cidade de Oberursel, 13 quilômetros a noroeste de Frankfurt. A maioria dos aviadores aliados capturados passavam por ele para ser interrogados, antes de ser enviados ao acampamento de trânsito em Wetzlar, onde passavam por uma triagem e então finalmente serem designados a um campo permanente.

Todos os aviadores capturados obrigatoriamente ficavam sobre custódia da Luftwaffe. Logo que chegavam eram colocados num barracão e despidos e suas roupas eram revistadas. Durante sua permanência em Dulag Luft os prisioneiros eram mantidos em confinamento solitário para evitar que os aviadores capturados combinassem seus depoimentos e forjassem informações. A estada média em isolamento era de uma a duas semanas. De acordo com a convenção de Genebra um prisioneiro não podia ser mantido no confinamento solitário para finalidades de interrogatório por mais de 28 dias.

Faziam parte do grupo de oficiais interrogadores do Dulag Luft vários oficiais que haviam morado nos Estados Unidos ou Canadá. Além de bom domínio do idioma, tais oficiais usavam diversos ardis para a obtenção de informações. Desconhece-se o emprego de tortura ou coação por parte dos oficiais interrogadores. De fato vários deles após a guerra voltaram a viver na América e Inglaterra, alguns mantiveram contatos com veteranos capturados da US Air Force e RAF.

Os capitães Kurt Waldschmidt e Hanns Scharff eram os principais interrogadores do centro de inteligência. Scharff era professor de literatura antes do conflito. Formado em Psicologia foi convocado a servir no serviço de inteligência da Luftwaffe no início da guerra. O Capitão Scharff tinha a reputação mágica de conseguir todas as respostas que necessitou dos prisioneiros de guerra. Sempre tratou seus prisioneiros com respeito e dignidade. Diversos ex-prisioneiros que estiveram sobre sua custódia declararam os atos de bondade de Hans Scharff que muitas vezes ordenou que se tratasse dos aviadores feridos ou doentes no período de seu isolamento. Certa vez interviu em uma ação da SS, que transportava 6 aviadores americanos para serem executados por sabotagem. De pistola em punho tomou para si a custódia dos prisioneiros. Tal ato honroso foi reconhecido por esses, sendo que em outubro de 1980 foi agraciado com diploma e medalha pelos generais americanos James H. Doolittle e Curtis LeMay por esse ato humanitário.

Depois da guerra foi convidado pela Força Aérea Americana para realizar palestras sobre seus métodos de interrogatório. Scharff não era membro nem simpatizante do partido nazista.

Em 1982 foi lançado o livro O Interrogador que narra as experiências do capitão Hans Scharff.

Waldschmidt também era professor, lecionava na universidade de Gottingen antes da guerra. Formado em Psicologia era encarregado de interrogar as tripulações de bombardeiros. Também era considerado um oficial de boa reputação, tratando seus interrogados com benevolência.

Entre 1939 e 1945 mais de 68.000 prisioneiros das forças aéreas inglesa, americana, francesa, canadense e até mesmo alguns pilotos brasileiros estiveram confinados no Dulag Luft. Em Maio de 1945 quando da sua libertação havia 2.457 aviadores aliados detidos no campo.

Em 26 de novembro de 1945 os ingleses prenderam e levaram a julgamento 4 oficiais alemães acusados de violação do direito de prisioneiros de guerra britânicos. Eram eles os tenentes Willie Eberhardt e Heinrich Junge, o major Walter Killenger, e o coronel Bohehringer. Killenger e Junge foram sentenciados a cinco anos de prisão. Eberhardt recebeu três anos e Bohehringer foi sentenciado a prisão perpétua, porém sua pena foi comutada sendo liberto em outubro de 1953

Recepção aos prisioneiros


Depois de designados para um dos campos, os aviadores eram reunidos, e transportados para seu destino em caminhões ou em trens. Por todo o trajeto eram escoltados por guardas fortemente armados.

Os prisioneiros logo que chegavam ao campo eram levados para salões onde eram despidos e suas roupas revistadas minuciosamente. Em seguida eram dirigidos a uma sala de banhos, enquanto suas vestes eram esterilizadas a vapor.

Depois do banho, era feita a troca das carteiras de identidade por placas numeradas. Então cada prisioneiro era fotografado. Em seguida os prisioneiros aliados recebiam papel para escrever uma carta aos familiares que seria remetida pela Cruz Vermelha.

Concluindo o processo os prisioneiros eram apresentados ao oficial aliado de mais alta patente que passaria a ser seu comandante e representante junto ao oficial em comando do campo.

Esse oficial aliado designava os novos prisioneiros aos barracões aos quais se acomodariam. Os prisioneiros eram organizados em blocos de 5 homens. Tudo era organizado em razão dos blocos. Recebiam em bloco tudo que fosse distribuído tal como rações alimentares, pacotes da Cruz Vermelha, cobertores, cigarros, entre outros itens. Também as designações de trabalho eram feitas ao bloco.

A Vida como Prisioneiro

A rotina em um campo de prisioneiros começava cedo. No período de inverno a alvorada era às 7 horas da manhã (no verão 6 horas), Em seguida todos os prisioneiros deveriam se preparar para a formatura, onde eram contados, em seguida eram emitidas ordens pelo comandante do campo ou seus oficiais auxiliares. Geralmente os oficiais aliados em posição de liderança também passavam informes e instruções aos demais prisioneiros.

Por volta de 8 horas da manhã os alemães distribuíam aos prisioneiros água quente para que a utilizasse para confecção do chá. Às 11 horas era servida a refeição. Até meados de 1943 a Luftwaffe alimentava muito bem seus prisioneiros. Na verdade, havia tanta comida fornecida pela Cruz Vermelha que os alemães davam banquetes de quatro ou cinco pratos diferentes de duas em duas semanas, só para acabar com o excedente.

A generosidade dos alemães ao distribuir esses suprimentos entre os prisioneiros era feita em comemoração de aniversários ou festas. Essa realidade mudou muito na fase final da guerra, pois a escassez de suprimentos não permitia mais extravagâncias.

Os prisioneiros eram ocupados em várias atividades durante o dia. Equipes eram enviadas para fazer manutenção nos barracões, ou outros serviços de conservação das áreas do campo. Mas os soldados aliados também passavam boa parte do tempo em atividades recreativas e culturais.

Os comandantes alemães incentivavam os prisioneiros a dedicarem-se a musica. No Stalag Luft 1 o comando alemão forneceu material e instrumentos para que os soldados aliados criassem uma orquestra musical .

Os soldados praticavam várias modalidades esportivas, do criket ao futebol. Até mesmo um torneio de Boxe era realizado anualmente nos campos de concentração administrados pela Luftwaffe.

Geralmente o comandante do campo abria a temporada de lutas de boxe entre os prisioneiros aliados. Os soldados e oficiais alemães também assistiam os embates acomodando-se do lado externo da cerca de arame farpado.

Depois de um dia cheio, o jantar era servido às 5 horas da tarde. Constava de 300 gramas de pão de batatas, 500 gramas de batatas, queijo ou salsicha.

A chamada da noite ocorria por volta das 20 horas. Nesta ocasião os prisioneiros eram contados novamente. Depois de expedido o relatório de contagem os soldados aliados eram obrigados a permanecer no interior dos barracões. As 21:00 os guardas passavam e inspecionavam se as janelas estavam bem trancadas, por volta de 21:45 todas as luzes dos barracões eram desligadas.

Aos domingos era permitido aos prisioneiros a realização de serviço religioso. Geralmente havia entre os prisioneiros padres ou ministros protestantes que executavam essa assistência religiosa. Um barracão no campo era destinado como igreja ecumênica, porém a grande maioria dos serviços eram realizados ao ar livre.

A Guarda e os meios de Retenção

Os campos de concentração, geralmente eram divididos em setores (mini-campos dentro do campo). Cada setor era limitado por 5 cercas de arame farpado de aproximadamente 3 metros de altura. Na área do setor junto às cercas se localizavam torres de vigia. Em cada torre ficavam dois guardas, que dispunham de uma metralhadora MG 42. Além da arma as torres eram equipadas com holofotes.

Cada torre ficava a uma distância de 60 a 100 metros da outra, portanto os holofotes de uma geralmente iluminavam a área da outra. Grupos de guardas armados geralmente acompanhados de cães circulavam na parte interna e externa do setor. Cada setor mantinha uma guarda em alerta 24 horas por dia.

O número de soldados e oficiais de cada setor variava muito do tamanho da área a ser guardada. Estima-se que durante o dia cerca de 200 soldados faziam a guarda de cada setor, porém à noite esse número simplesmente dobrava ou triplicava.

Fuga e Evasão

Uma das Fugas mais espetaculares da 2ª Guerra Mundial foi à escapada do campo de Sobibor (acampamento mantido na Polônia por pessoal da SS) empenhada por combatentes russos e judeus. Através de um rápido ataque centenas de prisioneiros conseguiram escapar, matando diversos de seus captores.

Há registro de diversas fugas nos Stalag Lufts. Centenas de prisioneiros de guerra tentaram escapar usando os métodos mais variados. Túnel foi o meio mais usado pelos POWs (abreviatura de Prisioneiro de Guerra em inglês) em busca da liberdade. Muitos prisioneiros acabaram morrendo durante a fuga.

No Stalag 3 ocorreu a famosa fuga do filme Fugindo do Inferno (The Grant Scape titulo original em Inglês), onde 76 prisioneiros escaparam no meio da noite.

A grande fuga do Stalag 3 ocorreu em 24 de março de 1944. Essa empreitada fez com que as autoridades alemãs empenhassem grandes efetivos para recapturar os 76 homens que haviam fugido.

Hitler ficou furioso e ordenou que medidas severas fossem adotadas para que se evitassem novas fugas. A SS e Gestapo foram designadas para se encarregar dos prisioneiros recapturados.

Foram fuzilados sem nenhuma piedade 50 dos POWs capturados.

Após a guerra ex-prisioneiros britânicos construíram no antigo terreno do campo um monumento em memória dos 50.

Prisioneiros Brasileiros

Diversos militares brasileiros acabaram sendo capturados pelos alemães na campanha italiana. Pelo menos 12 aviadores e 175 homens da FEB. A maioria dos prisioneiros brasileiros foram enviados ao Stalag 7. Há registro de 4 tenentes e 1 capitão da FAB no Stalag Luft 3, o restante foram confinados em outros campos.

Segundo o cabo Amynthas Pires de Carvalho:

De acordo com dados oficiais, 45 brasileiros foram prisioneiros de guerra dos alemães, no Stalag 7 (mantido pelo exército alemão); dos quais nove eram oficiais e 36 eram praças. "Não sei exatamente quantos desses estiveram no Stalag VII A, em Moosburg, mas pelo que me foi possível apurar, esta é a lista dos que lá estiveram: Alcides Lourenço da Rocha - Alcides Ricardino - Amynthas Pires de Carvalho, Anézio Pinto Rosa - Antônio da Silva - Antônio Ferreira - Antônio Júlio - Elizeu de Oliveira - Emílio Varole - Geraldo da Silva - Geraldo Flausino Gomes - Guilherme Barbosa de Mello - Guilhermino André de Morais - Hilário Furlan - João Muniz dos Santos - José Ferreira de Barros Filho - José Rodrigues - Mário Gonçalves da Silva - Miltom Bragança - Oswaldo Casemiro Müller - Oswaldo Maurício Varela - Pedro Godoy - Waldemar Reinaldo Cerezoli. Foram 23 na minha contagem, que pode estar errada ou incompleta".

Relato do 1º tenente Emílio Varoli, do 11º Regimento de Infantaria, capturado no Monte Castelo e feito prisioneiro no Stalag 7A na localidade de Moosburg – Alemanha.

Em fins de janeiro soubemos que um forte contingente de aviadores deveria chegar a Moosburg e começou uma azáfama tremenda para preparar outros barracões destinados a alojá-los.

Eram perto de 4.000 oficiais da A.A.F., R.A.F., U.S.A.F. e alguns de infantaria que vinham do Stalag Luft-3 em Sagan no norte da Alemanha, evacuados diante do avanço russo naquele setor.

Chegaram cansadíssimos e muitos, doentes de tanto caminhar, pois o deslocamento fora efetuado a pé por umas centenas de quilômetros, tendo sido embarcados num ponto próximo de Moosburg. Vinham comandados pelo Coronel Goodrich, da A.A.F., um dos oficiais mais enérgicos que jamais encontrei.

O corre-corre foi tremendo, pois os alojamentos tiveram que comportar 400 homens em lugar de 200 e todo o espaço disponível foi ocupado num abrir e fechar de olhos. Não havia outra solução; devido ao Stalag 7 ter recebido muitos prisioneiros evacuados de outros setores, abrigava naquela ocasião mais de 100.000 prisioneiros de todas as categorias e nações. Tornou-se, creio eu, o campo mais importante da Alemanha naquela ocasião. [Na verdade, em 1 de janeiro de 1945, o campo já contava com 76.248 prisioneiros, a maior parte deles franceses – 38.000, isso numa área de 350.000 m2].

Eu postara-me junto à entrada para apreciar o movimento e quando regressei ao meu catre, uma surpresa me aguardava. O meu colchão estava repleto de cigarros, meias e outras coisas utilíssimas que os recém-chegados haviam deixado. Mal podia crer no que via e tratei logo de procurar os doadores para agradecer-lhes a gentileza e fui travando conhecimento com um grupo de ótimos companheiros. Eram aviadores que haviam conhecido o Brasil na passagem, quando de suas viagens da parte dos nossos patrícios do norte, aproveitaram aquela ocasião para retribuí-las a um brasileiro.

Daí por diante o meu nome nas barracas passou a ser ‘Brasil’.

Evacuações

Como já citado anteriormente, à medida que os exércitos aliados e soviéticos avançavam pela Alemanha, os comandos responsáveis pelos POWs precisaram adotar medidas para evacuar os prisioneiros destas áreas.

Diversos comandantes de campos começaram a adotar medidas para desgastar o moral dos detidos, bem como deslocar os prisioneiros para outros estabelecimentos a fim de evitar motins ou tentativas de fuga em massa.

As rações e pacotes da Cruz Vermelha foram drasticamente reduzidos. A partir de fevereiro de 1945 cada prisioneiro recebia diariamente alimentos que representavam apenas 800 calorias (até janeiro eram servidas 1.800 calorias diárias). O cardápio do almoço e janta havia sido alterado para uma sopa pobre, composta de água quente onde boiavam algumas verduras e de vez em quando uma migalha de carne de cavalo.

Apesar das medidas para a evacuação, o exército soviético cercou o Stalag Luft 1 nas cercanias da cidade litorânea de Barth, no dia 25 de março de 1945, libertando mais de 4.800 prisioneiros aliados.

O serviço de saúde do exército vermelho mal equipado, pouco pode fazer pelos prisioneiros que se encontravam com forte anemia, desidratados e com doenças respiratórias.

No inicio de abril de 1945 Hitler ordenou que os prisioneiros aliados sistematicamente fossem deslocados para as cidades estratégicas que eram alvos em potencial das esquadrilhas de bombardeiros, para servirem de escudos humanos.

Göring interveio, alegando ao Fürher que tal procedimento era contra a convenção de Genebra e que seria prudente e necessário manter os POWs em segurança para os utilizar como moeda de barganha numa negociação forçada.

Himmler sugeriu que a SS se encarregasse de eliminar o "excesso de contingente" dos campos.

O Reichsmarechal Herman Göring se opôs energicamente a isso, enviando apressadamente aos campos fortes contingentes da Luftwaffe para garantir a vida dos prisioneiros aliados.

Pode-se acusar Göring de diversos crimes; mas foi por meio dele que se evitou a morte de centenas ou talvez milhares de prisioneiros que estavam sob custódia da Wehrmacht em abril de 1945.

Em abril diversos campos mantidos pelo Exército e pela Luftwaffe foram libertados pelos exércitos aliados e soviéticos.

O Stalag 7 em Moosburg, o qual mantinha cativos militares brasileiros, foi libertado por tropas pertencentes ao 3º Exército de Patton no dia 29 de abril de 1945.

VOCÊ QUER SABER MAIS?

http://www.aviationmuseum.eu/World/Europe/Germany/Berlin-Gatow/Luftwaffe_Museum.htm

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

UM BRASILEIRO CHAMADO.....GUSTAVO DODT BARROSO.

GUSTAVO DODT BARROSO

Data de Nascimento: 29 de Dezembro de 1888

Naturalidade: Fortaleza, CE.

Gustavo Barroso (G. Dodt B.), advogado, professor, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e romancista, nasceu em Fortaleza, CE, em 29 de dezembro de 1888, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 3 de dezembro de 1959. Eleito em 8 de março de 1923 para a Cadeira n. 19, na sucessão de D. Silvério Gomes Pimenta, foi recebido em 7 de maio de 1923, pelo acadêmico Alberto Faria.

Filho de Antônio Filinto Barroso e de Ana Dodt Barroso. Fez estudos nos externatos São José, Parthenon Cearense e Liceu do Ceará. Cursou a Faculdade Livre de Direito do Ceará, bacharelando-se em 1911 pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Redator do Jornal do Ceará (1908-1909) e do Jornal do Commercio (1911-1913); professor da Escola de Menores, da Polícia do Distrito Federal (1910-1912); secretário da Superintendência da Defesa da Borracha, no Rio de Janeiro (1913); secretário do Interior e da Justiça do Ceará (1914); diretor da revista Fon-Fon (a partir de 1916); deputado federal pelo Ceará (1915 a 1918); secretário da Delegação Brasileira à Conferência da Paz de Venezuela (1918-1919); inspetor escolar do Distrito Federal (1919 a 1922); diretor do Museu Histórico Nacional (a partir de 1922); secretário geral da Junta de Juriconsultos Americanos (1927); representou o Brasil em várias missões diplomáticas, entre as quais a Comissão Internacional de Monumentos Históricos (criada pela Liga das Nações) e a Exposição Comemorativa dos Centenários de Portugal (1940-1941). Participou do movimento integralista. Embora não concordasse com o rumo dos acontecimentos a partir de 1937, manteve-se fiel à doutrina filosófica do integralismo.

Retrato de Gustavo Barroso, 1956, Rio de Janeiro.

Estreou na literatura, aos 23 anos, usando o pseudônimo de João do Norte, com o livro Terra de sol, ensaio sobre a natureza e os costumes do sertão cearense. Além dos livros publicados, sua obra ficou dispersa em jornais e revistas de Fortaleza e do Rio de Janeiro, para os quais escreveu artigos, crônicas e contos, além de desenhos e caricaturas. A vasta obra de Gustavo Barroso, de 128 livros, abrange história, folclore, ficção, biografias, memórias, política, arqueologia, museologia, economia, crítica e ensaio, além de dicionário e poesia. Pseudônimos: João do Norte, Nautilus, Jotanne e Cláudio França.

Sua atividade na Academia Brasileira de Letras também foi das mais relevantes. Em 1923, como tesoureiro da instituição, procedeu à adaptação do prédio do Petit Trianon, que o Governo francês ofereceu ao Governo brasileiro, para nele instalar-se a sede da Academia. Exerceu alternadamente os cargos de tesoureiro, de segundo e primeiro secretário e secretário-geral, de 1923 a 1959; foi presidente da Academia em 1932, 1933, 1949 e 1950. Em 9 de janeiro de 1941 foi designado, juntamente com Afrânio Peixoto e Manuel Bandeira, para coordenar os estudos e pesquisas relativos ao folclore brasileiro.

Na redação do "O Povo", visita de Gustavo Barroso em companhia de Raimundo Girão e do seu primo Dr Valdir Liebmann recebidos pelo jornalista J.C de Alencar Araripe.

Era membro da Academia Portuguesa da História; da Academia das Ciências de Lisboa; da Royal Society of Literature de Londres; da Academia de Belas Artes de Portugal; da Sociedade dos Arqueólogos de Lisboa; do Instituto de Coimbra; da Sociedade Numismática da Bélgica, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e de vários Estados; e das Sociedades de Geografia de Lisboa, do Rio de Janeiro e de Lima.

Gustavo D. Barroso, chefe nacional das milícias Integralistas.

Obras

CONTOS, CRÔNICAS E NOVELAS REGIONAIS: Praias e várzeas (1915); Idéias e palavras (1917); Mosquita muerta (1921); Mula sem cabeça (1922); Pergaminhos (1922); Alma sertaneja (1923); Mapirunga (1924); O anel das maravilhas (1924); Livro dos milagres (1924); O bracelete de safiras (1931); Mulheres de Paris (1933); Fábulas sertanejas (1948).

ROMANCES: Tição do inferno (1926); A senhora de Pangim (1932); O santo do brejo (1933),

FOLCLORE, CRÍTICA, ERUDIÇÃO E FILOLOGIA: Terra do sol. Natureza e costumes do Norte (1912); Casa de marimbondos (1921); Ao som da viola (1921); O sertão e o mundo (1924); Através dos folclores (1927); Mythes, contes et legendes des indiens du Brésil (1930); As colunas do templo (1933).

HISTÓRIA, ENSAIOS E EPISÓDIOS HISTÓRICOS: Tradições militares (1918); Tratado de Paz (1919); A ronda dos séculos (1920); Coração da Europa (1922); Uniformes do Exército (1922); Antes do bolchevismo (1923); En el tiempo de los Zares (1924); O ramo de oliveira (1925); Almas de lama e de aço (1928); A guerra do Lopez (1928); A guerra do Flores (1929); A guerra do Rosas (1929); A guerra de Vidéo (1930); A guerra de Artigas (1930); O Brasil em face do Prata (1930); Inscrições primitivas (1930); Aquém da Atlântida (1931); Brasil - Colônia de banqueiros (1934); História secreta do Brasil, 3 vols. (1936, 1937 e 1938); A destruição da Atlântida, 2 vols. (1936); Espírito do século XX (1936); Os protocolos dos sábios de Sião (1936); Os civilizados (1937); O livro dos enforcados (1939); O Brasil na lenda e na cartografia antiga (1941); Portugal - Semente de impérios (1943); Anais do Museu Histórico nacional, vols. I a V (1943-1949); História do Palácio Itamarati (1953).

HISTÓRIA REGIONAL E BIOGRAFIAS: Heróis e bandidos. Os cangaceiros do Nordeste (1917); Osório, o Centauro dos pampas (1932); Tamandaré, o Nélson brasileiro (1933); Caxias (1945).

LÍNGUA E DICIONÁRIO: A ortografia oficial (1931); Pequeno dicionário popular brasileiro (1938).

MEMÓRIAS E VIAGENS: Coração de menino (1939); Liceu do Ceará (1941); Consulado da China (1941); Seca, Meca e Olivais de Santarém, descrições e viagens (1947). POESIA: As sete vozes do espírito (1950).

PENSAMENTO: Luz e pó (1932).

POLÍTICA: O integralismo em marcha (1933); O integralismo de norte a sul (1934); O quarto império, integralismo (1935); A palavra e o pensamento integralista (1935); O que o integralista deve saber (1935); O integralismo e o mundo (1933); Integralismo e catolicismo (1937); A maçonaria: seita judaica (1937); Judaísmo, maçonaria e comunismo (1937); A sinagoga paulista (1937); Corporativismo, cristianismo e comunismo (1938).

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

WERNHER VON BRAUN. DE MAJOR DA SS À DIRETOR DA NASA.

WERNHER MAGNUS MAXIMILIAN VON BRAUN



Wernher Magnus Maximilian von Braun (Wirsitz, 23 de março de 1912 — Alexandria, 16 de junho de 1977) foi um cientista alemão e uma das figuras principais no desenvolvimento de foguetes na Alemanha e nos Estados Unidos.

Antes e durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou no programa alemão de foguetes, alcançando progressos memoráveis onde chegou a Major da SS. Em 1937, foi nomeado diretor do centro de experimentação de Peenemünde, onde foi responsável do aperfeiçoamento da bomba-foguete e ligado á morte de milhares de judeus trabalhando como escravos construindo os foguetes V-2, que seriam utilizados cerca de 4000 vezes principalmente na Inglaterra, na Bélgica e nos Países Baixos em 1944 e 1945.

Entrou nos EUA através do (na época) secreto programa chamado Operação Paperclip. Nos EUA, é respeitado como um dos heróis do programa espacial.

Entrou na NASA em 1960, tornando-se diretor do Centro Espacial de voo Marshall de 1960 à 1970, onde dirige os programas de voos tripulados: Mercury, Gemini e Apollo. Ele é o pai do foguete Saturno V que levou os astronautas dos EUA à Lua.

Naturalizou-se cidadão dos EUA em 1955.

Em 1972, deixou a NASA para se tornar diretor adjunto da empresa Fairchild Industries. Morreu em 1977 de câncer no fígado.

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http://www.discoverybrasil.com/web/nasa/fora_orbita/marte/von_braun/

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

UMA PEQUENA ANALISE SOBRE A REVOLUÇÃO FARROUPILHA.

REVOLUÇÃO FARROUPILHA EM DEBATE:

Nos últimos anos, tem-se tornado cada vez mais frequente ouvir duas frases a respeito da Revolução Farroupilha, que costumam ser proferidas em tom definitivo (incrivelmente até por intelectuais):

- a única causa da Guerra dos Farrapos foi a questão do imposto sobre o charque;


- a Revolução Farroupilha é a única guerra do mundo em que se comemora uma derrota.

Passo a analisar, separadamente, as duas afirmações.

Quanto à questão do imposto do charque.

Poderia discorrer vários argumentos (por exemplo: o da ingenuidade de até intelectuais acreditarem que uma sublevação de uma Província contra um Império duraria praticamente dez anos apenas pela questão de um imposto), mas me limito a três, todos alinhavados pelo historiador Moacyr Flores.
(Antes de citá-los, esclareço: o Império cobrava, da Província de São Pedro, 25% sobre o valor do charque; o Uruguai, no entanto, pagava ao Império do Brasil apenas 4% sobre esse mesmo produto, a título de taxa de exportação, conforme explica o historiador Décio Freitas).


Quais os argumentos de Moacy Flores?
São estes:

a) os estancieiros jamais arriscariam tudo numa revolução por causa do imposto sobre o charque.

Por quê?

Pela singela razão de que, como o imposto do Império sobre o charque era extremamente alto (25%), os estancieiros contrabandeavam o produto para o Uruguai, pagando ao Império somente a taxa de exportação de 4%.

Logo, tendo, dessa forma, lucro, não precisavam fazer uma Revolução contra o Império - (acrescento eu: na qual arriscariam o patrimônio e a própria vida…).

b) Uma das primeiras leis da República Rio-Grandense determinou o aumento de 400 réis de imposto sobre a arroba de charque.

O que isso significa?

Se fosse verdade que o imposto era o único motivo, a lei teria baixado o valor, não aumentado.

c) Se o imposto sobre o charque fosse o único motivo, a razão determinante da Revolução Farroupilha, seria extremamente simples para o Império terminar com a sublevação já no seu nascedouro: era só reduzir o imposto e a Revolução estaria esvaziada.
Não haveria razão, motivo ou causa para continuá-la.

Obs: Moacyr Flores não pode ser acusado de parcial na sua análise, por uma razão extremamente simples, mas verdadeira - ele é um historiador reconhecidamente crítico nos seus trabalhos sobre a Revolução Farroupilha.

domingo, 19 de setembro de 2010

UM BRASILEIRO CHAMADO.....

MIGUEL REALE.

DATA DE NASCIMENTO: 6 de Novembro de 1910.

NATURALIDADE: São Bento da Sapucaí, SP.



Miguel Reale, advogado, jurista, professor, filósofo, ensaísta, poeta e memorialista, nasceu em São Bento da Sapucaí, SP, em 6 de novembro de 1910. Eleito para a Cadeira n. 14 em 16 de janeiro de 1975, na sucessão de Fernando de Azevedo, foi recebido em 21 de maio de 1975, pelo acadêmico Cândido Mota Filho.

Filho do dr. Braz Reale e de d. Felicidade Chiarardia Reale. Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo em 1934. Dedicou-se desde cedo a intensa atividade no jornalismo, na política e no ensino. Começou sua carreira no magistério quando ainda estudante, lecionando Latim e Psicologia em um curso pré-jurídico de 1933 a 1935, ao lado de Hermes Lima e Alfredo Ellis Júnior. Em 1936, tornou-se um dos sócios e diretores do Ateneu Graça Aranha, onde lecionou por algum tempo, dando aulas de português e literatura brasileira em outros colégios da Capital.

A bibliografia fundamental de Miguel Reale compreende obras de Filosofia, Filosofia Jurídica, Teoria Geral do Direito, Teoria Geral do Estado, além de monografias e estudos em quase todos os ramos do Direito Público e Privado.

Entre os livros de sua mocidade, merecem destaque O Estado moderno e Formação da política burguesa (1934), que analisam as principais doutrinas políticas a partir do Renascimento, com o estudo do fascismo e do comunismo; O capitalismo internacional (1935), que constitui uma introdução histórica à economia contemporânea, e Atualidades de um mundo antigo sobre o pensamento filosófico e político na Grécia e em Roma. (1936),Nessa época, participou da Ação Integralista Brasileira, exercendo as funções de Secretário Nacional de Doutrina.

Conquistou, por concurso, a cátedra de Filosofia do Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em 1941, apresentando a tese Os fundamentos do Direito, onde já estabelece as bases de sua Teoria Tridimensional do Direito, com a qual tem início nova fase na doutrina jurídica nacional. Seu livro Teoria do Direito e do Estado (1940), de concepção geminada, é considerado uma das obras básicas nesse campo do conhecimento jurídico-político.
Fez parte do Conselho Administrativo do Estado de São Paulo, de 1942 a 1945, tendo sido autor de várias reformas fundamentais na legislação paulista, principalmente no plano da educação e da cultura. Em 1947 foi Secretário da Justiça do Estado de São Paulo, instituindo o Departamento Jurídico do Estado e criando a primeira "Assessoria Técnico-Legislativa" do País, que serviu de modelo para outros Estados e ao próprio Governo Federal.

Entre 1949 e 1950 foi Reitor da Universidade de São Paulo, e, nessa década, foi convidado a ministrar cursos e conferências sobre Filosofia do Direito em vários países da América Latina e da Europa. Sem prejuízo de suas atividades docentes, manteve sempre escritório de advocacia elaborando trabalhos forenses e pareceres, diversos deles publicados em livros e opúsculos.
Em 1962, após intensa atividade no Partido Social Progressista, do qual foi Vice-Presidente, foi novamente Secretário da Justiça de São Paulo em 1964, notabilizando-se pela corajosa defesa da autonomia do Estado contra ilícitas interferências do Governo Federal; pela criação de importantes órgãos na área da Justiça, como as primeiras Varas Distritais da Capital, e por um plano original de reforma agrária mediante a utilização das terras devolutas estaduais, que infelizmente não foi executado pelo governo Adhemar de Barros, com quem ele se desentendeu logo após a eclosão do movimento militar de 1964.

Eleito reitor da Universidade de São Paulo, de 1969 a 1973, implantou a ampla reforma universitária, com a substituição das cátedras pelos Departamentos. Para a definitiva implementação e urbanização do campus da USP em São Paulo, construiu cerca de 250.000 m2 de edifícios destinados ao ensino, à pesquisa e ao esporte, dando, também, amplo desenvolvimento aos campi do Interior, aos quais conferiu grande autonomia. Entre essas edificações destacam-se a sede da nova Reitoria, o Anfiteatro, a Torre Universitária e os prédios destinados aos Institutos e Faculdades resultantes da reforma.


Miguel Reale fundou as revistas Panorama, em 1936, e a Revista Brasileira de Filosofia, em 1951 - a mais antiga revista filosófica da América Latina, já com quase meio século de contínua publicação trimestral. Dirigiu a coleção "Direito e Cultura", da Editora Saraiva, especializada em Filosofia do Direito, Teoria Geral e Sociologia Jurídica, assim como a "Estante do Pensamento Brasileiro", publicada pela USP - Grijalbo, com a reedição de obras essenciais à história das idéias no País.

É presidente do Instituto Brasileiro de Filosofia, tendo presidido por duas vezes a Sociedade Interamericana de Filosofia, por ele criada. Pela projeção de seu pensamento filosófico-jurídico, tornou-se Doutor honoris causa das Universidades de Gênova, Coimbra e Lisboa e das mais importantes Universidades latino-americanas e brasileiras, sendo Presidente Honorário da Internationale Vereinigung Für Rechts - Und Sozialphilosophie - IRV, entidade que congrega todos os filósofos do Direito no mundo.
Organizador de cinco Congressos Nacionais de Filosofia e de quatro de Filosofia do Direito, no Brasil, além de um Latino-Americano em Brasília, foi, no Congresso Internacional de Filosofia de 1954, em São Paulo, declarado "benemérito da cultura brasileira". Por outro lado, chefiou várias delegações a certames filosóficos internacionais, tendo sido um dos cinco convidados especiais para redigir as comunicações introdutórias ao Congresso Internacional realizado em Veneza, em 1958.

Tendo publicado cerca de 60 livros e centenas de artigos em jornais e revistas do País e do estrangeiro, nos últimos anos firmou seu nome também como poeta e memorialista, sendo membro efetivo das Academias Brasileira e Paulista de Letras, bem como da Academia Brasileira de Letras Jurídicas e de várias entidades culturais internacionais, merecendo realce a Academia delle Scienze dell’Istituto di Bologna; a Società Italiana de Filosofia del Diritto; a Académie Internationale de Droit Comparé; a Sociedad Mexicana de Filosofia; a Sociedad Hispánica de Filosofia Social y Juridica; a Associación Argentina de Filosofia; a Academia Nacional de Ciências de Buenos Aires; a Academia de Ciências de Lisboa e o Instituto Argentino de Filosofia Jurídica y Social.

Entre os títulos honoríficos possui a Grã Cruz da Ordem do Rio Branco; a de Grande Oficial da República da Itália; a Ordem do Sol Nascente do Japão; a Comenda da Ordem do Mérito da França, do Condor dos Andes (Bolívia); o "Colar do Mérito Judiciário", conferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; "Colar do Mérito da Justiça", conferido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo; as medalhas Rui Barbosa, Teixeira de Freitas, Sílvio Romero, Pedro II, e outras. Em 1980, recebeu o título de Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Foi membro do Conselho Federal de Cultura, de 1974 a 1989.

Costuma-se dizer que Miguel Reale, em toda a sua vida, tem sabido manter-se fiel ao lema escrito no primeiro livro de sua juventude: Teorizar a vida e viver a teoria na unidade indissolúvel do pensamento e da ação.

Obras:

Fundamentos do Direito (1ª ed., 1940; 2ª ed., 1973);

Teoria do Direito e do Estado (1ª ed., 1940; 4ª ed., 1984);

Filosofia do Direito (1ª ed., 1953; 17ª ed., 1996);

Horizontes do Direito e da História (1ª ed., 1946; 2ª ed., 1977);

Poemas da noite (1960);

Pluralismo e liberdade (1963);

Poemas do amor e do tempo (1965);

O Direito como experiência (1ª ed., 1968; 2ª ed., 1992);

Teoria Tridimensional do Direito (1ª ed., 1968; 5ª ed., 1994);

Lições preliminares do Direito (1ª ed., 1973; 23ª ed., 1996, com 2 edições em Portugal, estando a tradução espanhola em sua 10ª edição);

Experiência e cultura (1977, com tradução francesa de 1990);

O homem e seus horizontes (1ª ed., 1980; com 2ª ed. no prelo);

A filosofia na obra de Machado de Assis (1982);

Verdade e conjetura (1983);

Sonetos da verdade (1984);

Memórias - Vol. I (Destinos cruzados) (1986);

Memórias - Vol. II (A Balança e a Espada) (1987);

Figuras da inteligência brasileira (1ª ed., 1984; 2ª ed., 1994);

O belo e outros valores (1989);

Aplicações da Constituição de 1988 (1990);

Na fase do Direito moderno (1990); De Tancredo a Collor (1992);

Face oculta de Euclides de Cunha (1993);

Fontes e modelos do Direito (1994) e Paradigmas da cultura contemporânea (1996).

Tem várias obras e artigos vertidos para o italiano, espanhol, francês, inglês e alemão.

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

UMA BREVE HISTÓRIA NO TEMPO. PARTE IV. O GRANDE FINAL.

ARMAS NUCLEARES. PARTE IV. O GRANDE FINAL.
DAS MULTIPLAS OGIVAS AO INVERNO NUCLEAR.



Minuteman III.MIRV.

Ogiva nuclear é uma forma de arma nuclear encapsulada em uma ogiva, que a torna menor e mais versátil. Determinados mísseis balísticos intercontinentais podem levar até várias ogivas nucleares de uma só vez, aumentando a área de ataque e a chance de que as ogivas passem por um possível sistema de defesa anti-míssil.
Os sistemas de armas capazes de lançar várias ogivas nucleares simultaneamente são chamados de MIRV, do inglês, Multiple Independently Targetable Reentry Vehicle. Este sistema permite lançar várias ogivas nucleares de um único míssil, aumentando as chances de que estas passem pelos sistemas de defesa do adversário e, ao mesmo tempo, aumentando a área total a ser atacada.



O Tu-160 é um avião supersônico que voa a 2.200 km/h, pode carregar 12 mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares ou convencionais,e ainda impressionantes 40 toneladas de bombas.



Ogivas nucleares do tipo Mk-21 em um míssil Peacekeeper.



Míssil Peacekeeper W87, com capacidade MIRV, ogivas destacadas em vermelho.



Minuteman III, um míssil balístico intercontinental com capacidade de lançamento de múltiplas ogivas, ou sistema MIRV.

Holocausto nuclear



Um Holocausto nuclear refere-se a possibilidade da aniquilação quase completa da civilização humana por uma guerra nuclear.
Uma definição comum da palavra “holocausto”: “grande destruição tendo por resultado extensas vítimas mortais, especialmente pela ação do fogo.” A palavra é derivada do grego “holokaustos", que significa ”queimado completamente.” Primeiramente o termo foi utilizado em 1926 por Reginald Glossop para descrever uma destruição nuclear imaginária em Moscou, (embora a primeira bomba atômica tenha sido criada em 1945, o seu conceito já existia desde os anos 20) Desde os anos 70 o termo “holocausto” foi associado com a chacina em massa dos judeus pelos Nazistas (ver Holocausto) e o “holocausto” em seu sentido de destruição nuclear é sucedido quase sempre por “atômico” ou por “nuclear”.
Os físicos e os autores nucleares especularam que o holocausto nuclear poderia conduzir à vida humana a extremos, especulam que devido aos pulsos eletromagnéticos da precipitação nuclear à civilização moderna perderia muita tecnologia, ou senão, que haveria extinções em massa devido ao inverno nuclear.

VOCÊ QUER SABER MAIS?

www.ecodebate.com.br/.../livros-recem-lancados-no-brasil-ressuscitam-o-pesadelo-do-holocausto-nuclear/

www.dfn.if.usp.br/

www.agencia.fapesp.br/.../pioneiros-da-fisica-nuclear-no-brasil.htm -