terça-feira, 14 de setembro de 2010

UMA BREVE HISTÓRIA NO TEMPO.

AS ARMAS NUCLEARES PARTE I
INTRODUÇÃO

Armas cujo efeito destruidor é baseado na radioatividade, propriedade de certos elementos químicos de emitir partículas ou radiação eletromagnética como resultado da instabilidade de seus núcleos. O que torna essas armas especiais é a enorme concentração de energia em pequenos volumes, que pode ser liberada com efeitos devastadores. Para medir a capacidade de uma arma nuclear são usados os termos "quiloton" e "megaton". Um quiloton equivale à explosão de 1.000 t de TNT (nitroglicerina); 1 megaton equivale a 1.000.000 t.



EXPLOSÃO DE UMA BOMBA DE HIDROGÊNIO

As armas nucleares são de dois tipos básicos: a bomba atômica ou a bomba de hidrogênio (bomba H). A bomba atômica baseia-se na fissão de núcleos atômicos, processo que consiste em "quebrar" núcleos de átomos pesados e instáveis, como o urânio-235, lançando contra eles partículas atômicas chamadas de nêutrons. Já a bomba H se fundamenta na fusão de núcleos de átomos leves, como o hidrogênio. Para obter a fusão, ou seja, a união dos núcleos dos átomos, é necessária uma quantidade muito grande de energia, que é obtida pela explosão de uma bomba atômica. O resultado é uma bomba mais poderosa.

Variação da bomba de hidrogênio, a bomba de nêutrons, também baseada na fusão de átomos, privilegia a emissão de radiação por meio de nêutrons rápidos e letais.

As bombas nucleares - ou ogivas nucleares - são arremessadas do ar por aviões tripulados, na forma de bombas de queda livre, mísseis de curto alcance ou mísseis de cruzeiro. Em caso de lançamentos a partir da terra usam-se mísseis balísticos ICBM, IRBM e MRBM e a partir de submarinos, mísseis balísticos SLBM.

Projeto Manhattan



OS CIENTISTAS DO PROJETO MANHATTAN, CRIADORES DA BOMBA ATÔMICA. DE CHAPÉU OPPENHEIMER, BOHR O PRIMEIRO DA DIREITA PARA A ESQUERDA.

A primeira bomba atômica é testada em 16 de julho de 1945 com uma explosão no deserto de Sonora, no estado do Novo México, EUA. Para construir a nova arma antes dos alemães, durante a II Guerra Mundial, o governo norte-americano monta um programa altamente secreto, o Projeto Manhattan. Muitos dos principais físicos dos países aliados envolvidos no projeto passaram a morar e a trabalhar, isolados do resto do mundo, em Los Alamos, Novo México, chefiados pelo físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer (1904-1967).

Hiroshima e Nagasaki



MULHER COM QUEIMADURAS DE TERCEIRO GRAU CAUSADAS PELA EXPLOSÃO DA BOMBA ATÔMICA QUE DESTRUIU A CIDADE DE NAGASAKI.

As duas únicas armas nucleares usadas em guerra até hoje foram lançadas contra o Japão pela Força Aérea Norte-Americana. Em 6 de agosto de 1945, durante a II Guerra Mundial, uma bomba explodiu em Hiroshima: numa área de 12 km² houve 150 mil vítimas, entre as quais 80 mil mortos. Em 9 de agosto, em Nagasaki, explodiu a segunda bomba. Elas fizeram dezenas de milhares de mortos imediatamente e ao longo dos anos seguintes. Em poucos segundos, 36.000 quilotons destruíram duas cidades japonesas.

Arsenais nucleares atuais



É OQUE ELES NOS DIZEM É CLARO! VOCÊ ACREDITA?

Existem no mundo cinco potências nucleares declaradas - EUA, Federação Russa, Reino Unido, França e China. Os maiores arsenais - tanto de ogivas, como de mísseis e de submarinos nucleares armados com mísseis balísticos - pertencem aos EUA e à Federação Russa, uma herança do longo período de Guerra Fria. Esses países também lideram em número de testes nucleares já realizados.

Desarmamento nuclear



O Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (NPT) é criado em 1968, com o objetivo de deter a propagação de armas nucleares pelo mundo. Em vigor desde 1970, o NPT proíbe as cinco potências declaradas de transferir armas nucleares a países não detentores desses artefatos. Essas nações, por sua vez, se comprometem a não adquirir armas nucleares nem fabricá-las. Atualmente o tratado conta com a adesão de mais de 180 países, incluindo o Brasil, que ratifica o tratado em julho de 1998. Alguns países-membros do NPT são suspeitos de prosseguir desenvolvendo armas nucleares: Irã, Líbia e Coréia do Norte.

Entre os países que não aderiram ao NPT se destacam Israel e os rivais Índia e Paquistão. O governo indiano justifica sua posição afirmando que o NPT é "discriminatório", uma vez que legitima os arsenais nucleares já existentes - sem exigir seu desarmamento - ao mesmo tempo que nega aos demais países o direito de possuir armas nucleares. Índia e Paquistão realizam uma série de testes nucleares subterrâneos em maio de 1998, reprovados com veemência pela comunidade internacional. Com as explosões - cinco da Índia e seis do Paquistão -, as duas nações passam a integrar o grupo das potências nucleares declaradas do mundo.

Corrida Armamentista



A corrida armamentista entre as duas superpotências de Guerra Fria termina de fato com a assinatura dos Tratados de Redução de Armas Estratégicas (Start), na década de 90. Eles preveem a extinção gradual dos arsenais dos EUA e de países integrantes da ex- URSS que detinham essas armas em seu território (Federação Russa, Ucrânia, Belarus e Cazaquistão). Outro tratado relacionado às armas nucleares, o Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT), é criado em 1996. Para entrar em vigor, precisa da ratificação de todos os 44 países com capacidade conhecida de produzir armas nucleares.

VOCÊ QUER SABER MAIS?


Aguarde nas próximas postagens a continuação desse trabalho.

http://www.missilethreat.com/picturesindex/pageID.1972/default.asp

http://ensaiosantropologicos.blogspot.com/2010/08/bomba-atomica-crise-ou-esperanca-do.html

domingo, 12 de setembro de 2010

CHARRUAS. UMA CULTURA AO SEU ENCONTRO.

CHARRUAS, ÍNDIOS DOS PAMPAS.

Autor: Luciano Pfeifer

Momento histórico

Os índios charruas habitaram em uma região que se estendia pelo: Rio Grande do Sul (Brasil), Entre Rios e parte de Corrientes (Argentina) e quase todo o Uruguai. Pesquisas arqueológicas revelam que essa população indígena assim como outras, de caçadores-coletores, deixaram vestígios da sua ocupação há mais de quatro mil anos. Os primeiros relatos documentados sobre essas tribos iniciam apenas com a chegada dos colonizadores europeus.



MONUMENTO AOS ÚLTIMOS CHARRUAS EM PRADO DE MONTEVIDEO (1938).

Segundo Kern (1997) os charruas pertenciam à raça pampeana; tinham estatura média variável entre 1,76m para os homens e 1,68m a 1,66m para as mulheres. Eram de constituição física normal que tinham membros bem conformados com pés e mãos relativamente pequenos. Dolicomorfos, de olhos amendoados pretos e olhar penetrante; o nariz variava entre aquilino e levemente achatado. Eram de cor morena acentuada; cabelos lisos, pretos, não muito abundantes assim como a barba, que era bastante rala. Os homens usavam o cabelo solto ou preso ao redor da testa por uma tira de couro; as mulheres usavam-no em trança ou raramente soltos.
Com o avanço da ocupação branca a população charrua realizou vários deslocamentos. Estima-se que os charruas, nessa época, seriam aproximadamente 1.100 indivíduos. Diferente de outros povos indígenas, eles não se deixaram conquistar pelas formas mais usuais de dominação dos colonizadores, como: os aldeamentos, a servidão por endividamento e a escravidão, apesar de já estarem fazendo parte do processo de colonização luso-espanhola nos três primeiros séculos até mais ou menos século XIX quando são um grupo indígena praticamente extinto.
Kern (1997) aponta que desde o século XVI os charruas foram atingidos pelos colonizadores com a introdução do gado eqüino e no século seguinte pelo bovino, que se tornaram os elementos de mudança da cultura. Por sua vez, a atuação missionária, segunda forma de penetração, instala-se no século XVII; são os mercedários, franciscanos e dominicanos, que não têm grandes resultados em termos de duração, talvez porque as áreas ocupadas pelos índios fossem impróprias para desenvolver um sistema colonizador de base agrícola..



OS CHARRUAS ERAM HABEÍS NA MONTARIA.

Com o tempo, os charruas passaram a ser cada vez mais solicitados pelos conquistadores para diferentes formas de trabalho, com destaque para o manejo de gado. Pouco a pouco os produtos dessa colonização vão se somando à cultura charrua e, ainda que continuassem caçadores, os índios passaram a ver nesse contato novas possibilidades a serem agregadas ao seu modo de vida e gradativamente vão se incorporando à economia da colônia.
Criada a dependência com o colonizador vários conflitos têm inicio, na maioria das vezes, motivados pelo roubo de gado que era usado pelos índios como caça e também comercializado nas estâncias portuguesas e espanholas. O que ocorre a seguir é a diminuição do seu território, cada vez mais ocupado pelo homem branco, e que terá como conseqüência o esfacelamento cultural e demográfico da população charrua.
No final do século XVIII e primeiras décadas do século XIX, diz Kern (1997), os espanhóis e portugueses ocuparam em definitivo o território indígena; proliferaram as estâncias de criação de gado, as cidades se fixaram e cresceram em número. Com isso a população indígena é empurrada para o interior, em espaço bastante reduzido. Não tendo desenvolvido nenhum sistema econômico produtivo e não estando disposta a aceitar o modo de vida dos colonizadores; pouco lhe sobrou a não ser se empregar com o branco no mercado clandestino de couros, nos conflitos de fronteira e também como peões de estâncias, fato que não agradava os caciques.



MEMBROS DE UMA FAMÍLIA CHARRUA.

O final da história pode ser resumido em dois combates de extermínio em 1831 e 1832 praticados por forças governamentais Uruguaias contra índios pampeanos. Os homens presos, maiores de doze anos, ou foram sacrificados ou levados até Montevidéu e postos à disposição de compainhas nacionais de navegação mercante. As mulheres, crianças e velhos, todos os prisioneiros foram levados e distribuídos em público entre os moradores da capital e de outras cidades.
Conforme conta a informação oral é provável que em algumas cidades do Rio Grande do Sul e do Uruguai ainda existam descendentes de um pequeno número de charruas que conseguiram escapar dos combates mas, incapazes de reconstituir seu modo de vida indígena.

Língua

Em seu livro Línguas Brasileiras, Rodrigues (1986) diz que os índios do Brasil não são um povo: são muitos povos, diferentes de nós e diferentes entre si. Cada qual tem usos e costumes próprios, com habilidades tecnológicas, atitudes estéticas, crenças religiosas, organização social e filosofia peculiares e por falarem línguas diferentes, resultantes de experiências de vida acumuladas e desenvolvidas em milhares de anos.
Como todas as demais, as línguas dos povos indígenas do Brasil são inteiramente adequadas à plena expressão individual e social em que tradicionalmente têm vivido esses povos. Embora diferentes, elas compartilham do que todas as quase seis mil línguas do mundo têm em comum: são manifestações da mesma capacidade de comunicar-se pela linguagem.
Em Nuevos elementos acerca de la lengua charrua, Rona (1964) demonstra o resultado de uma pesquisa feita a partir de documentos da antiga redução jesuítica de San Francisco de Borja, um dos sete povos das Missões Orientais, que situava-se onde é hoje a cidade brasileira de São Borja, no Rio Grande do Sul. Segundo alguns pesquisadores essa era a única redução formada por índios charrua enquanto as outras seis eram formadas por guaranis.
É por meio de uma análise de nomes próprios de um livro de óbitos da redução indígena que os indícios dessa língua são estudados. Esses nomes a seguir, possivelmente não guaranis são, supostamente charrua.

Apaguari, Ariuona, Ayare, Ayuare
Bará, Baré, Boroiu, Bropotari
Catire, Cacé, Cayuare, Curianá
Guayucari, Guapani, Guari, Guĭnaqué, Gŭrayú
Iuire
Mandaio, Morocanga
Odaitu
Romana
Vabaña, Vaboyaí, Yaycha


Ao iniciar a análise verifica-se que o nome Boroiu não pode ser guarani, primeiro porque a inicial deveria ser Mb__y não B__y logo porque em guarani não existe /i/ consoante nem semiconsoante intervocálica. Existe ainda a terminação iu como um segundo elemento. Essa partícula coincide com a palavra charrua iu (um) que figura no Códice Vilardebó onde a palavra Laiu (boleadeiras) também está registrada. Alguns nomes próprios guaranis contêm um elemento yú que significa amarelo, porém sua pronúncia é [žu] ou [džu]. Nesta mesma lista é encontrado o nome Mandaio, que também contém um /i/ consoante ou semiconsoante que, como dito, não existe no guarani.
Odaitu contém um fonema /d/ que tão pouco existe em guarani e o nome Bropotari, com seu grupo fonético /br/, inexistente não só em guarani como em todas as línguas indígenas sul-americanas, exceto nas línguas do tronco charrua que compreende diversas populações indígenas pampenas como: a minuano, a guenoa, a yaro, a chaná, bohane, mocoretá, timbú, mbegué entre outras. Todas essas línguas apresentam um grupo de consoante + /r/.

A seguir, são observados alguns nomes cujas terminações são __ari, __are ou __ani, __ane.
__ari: Apaguari, Bropotari, Cayuari, Guayucari, Guari;
__are: Ayare, Ayuare;
__ani: Guapani.

A freqüência com que este grupo de terminações ocorre indica que as mesmas ou são um sufixo ou um elemento fixo da língua charrua. Em sendo um sufixo, se trataria provavelmente de um sufixo gentílico. Estas circunstâncias dizem duas coisas. Primeiro, que essa língua teria um só fonema sonântico dento-alveolar /n/, do qual os sons [n], [r] e presumidamente [l] não são mais que alofones sem muito valor fonológico. Em segundo, este sufixo gentílico coincide exatamente com o encontrado nas denominações das tribos que formavam o complexo charrua. A mesma alternância de: __ane com __are, também encontrada nos documentos da Redução de San Francisco de Borja.
Um outro nome, Adapari, não só mostra a terminação __ari, além de conter o fonema /d/, que por si só bastaria para mostrar que não se trata de um nome guarani e por último dos nomes Bará e Baré, que mostram uma curiosa alternância entre um __á e um __é finais, acentuadas.
Serrano (1936) diz que o chaná, uma das línguas do tronco charrua era um idioma essencialmente nasal e gutural. Não possuía /f/, /ll/, /ñ/ nem /z/. Ela aponta que /j/ e /k/ são guturais. Sendo este último poderia não sê-lo quando está no princípio e no meio da palavra.
O /h/ antes de vogal se pronuncia aspirado como no inglês. Por exemplo nas palavras hek (boca) e nohan (cervo).
A numeração, parece não ter chegado além de oito. Os charrua contavam os dedos de ambas as mãos com os polegares recolhidos. Porém, com a influência colonizadora, se viram com a necessidade de contar até dez.

1- Iú um;
2- Sam dois;
3- Deti três;
4- Betúm quatro;
5- Betum-iú quatro e um (em outra mão);
6- Betúm-sam quatro e dois (em outra mão);
7- Betúm-deti quatro e três (em outra mão);
8- Betúm-artasam quatro duas vezes.


Investigações lingüísticas indicavam que o idioma dos charruas era uma língua isolada nos seus primórdios, mas não se pode dizer que com o passar do tempo os charruas não tenham feito empréstimos lingüísticos. Com o advento da colonização, o contato com o homem branco e com outras populações indígenas próximas, como os guaranis, foi cada vez maior. Ao longo dos três primeiros séculos de colonização, a mudança social e cultural no meio de vida das populações indígenas pampeanas se fez acompanhar também, de uma mudança lingüística.



NO PRIMEIRO CONTATO COM CAVALOS OS CHARRUAS DEMONSTRARAM SEU POTÊNCIAL

Sapir (1949) escreve que as línguas, raramente se bastam a si mesmas. As necessidades de intercâmbio põem os indivíduos que falam uma dada língua em contato direto ou indireto com os de línguas vizinhas ou culturalmente dominantes. O intercâmbio pode ser de relações amistosas ou hostis. Pode processar-se no plano corriqueiro dos negócios e do comércio ou consistir em empréstimos ou troca de bens espirituais - arte ciência ou religião. Seja qual for o grau de natureza do contato entre povos vizinhos, é uma regra suficiente para conduzir a uma espécie qualquer de influência lingüística.

Cultura e sociedade.

A cultura charrua revelou uma sociedade que, mesmo sofrendo com as transformações do mundo a seu redor, nunca perdeu a sua fama de invencíveis guerreiros que procuram conservar o seu estilo de vida contrário à submissão total, sendo este um dos fatores responsáveis pelo extermínio dessa população indígena enquanto grupo, ainda no início do século XIX.
Segundo Kern (1997) a organização social dos charrua tinha como base a família, possivelmente de linha paterna, sendo a poligamia bastante acentuada. Nesses grupos indígenas essa organização familiar era bastante frouxa, quer em termos de estabilidade, quer em relação à educação dos filhos dirigidas pelas inclinações individuais. O casamento absorvia a todos os homens em idade madura e as mulheres casavam tão logo tivessem alcançado a idade núbil. O autor diz ainda que essa mesma organização familiar servia como base para a organização política das aldeias. Os chefes de família formavam um Conselho de Aldeia que posteriormente evoluiu para o cacicado. Os caciques por sua vez tiveram muita representatividade e influência pelo número de índios à sua disposição e pelas negociações que realizavam com os colonos, pelos acordos e tratados de paz feitos com autoridades governamentais e de outras tribos.
As famílias moravam em pequenas cabanas conhecidas como choças que eram construídas pelas mulheres, sobre quem caiam todos os encargos domésticos. Essas choças com espaço suficiente para a família tinham a cozinha do lado de fora e o fogo na mesma ou nas proximidades era uma presença constante. Eram utilizadas basicamente para descanso e para a proteção contra os rigores do pampa.
As choças concentravam-se em forma de aldeia e estavam sujeitas as ordens dos seus caciques, ficando separadas por uma distância regular para que não faltasse o pasto necessário ao gado e à cavalhada. Cada uma dessas aldeias tinha um cemitério nas suas proximidades, que se transferia de acordo com a mobilização dos grupos.
Os charrua tinham um temperamento bastante retraído e sua vaidade se expressava basicamente nas pinturas faciais que diferenciavam uma tribo da outra e nos homens, pelas cicatrizes feitas intencionalmente nos próprios corpos para dar a conhecer o número de inimigos mortos.
Gennep (1984) diz que as mutilações são um meio de diferenciação definitiva, assim como outras: vestuário, máscaras, pinturas corporais que marcam ema diferenciação temporárias. São essas que vêm desempenhar considerável papel nos ritos de passagem porque se repetem a cada mudança na vida do indivíduo.
O autor comenta que num e noutro sexo a puberdade física é um momento muito difícil de datar, e esta dificuldade explica o fato de tão poucos etnógrafos e exploradores terem feito pesquisas a este respeito. Isto torna mais imperdoável ainda aceitar-se a expressão para designar o conjunto dos ritos , cerimônias, práticas de toda espécie que marcam nos diversos povos a passagem da infância à adolescência. Convém, portanto, distinguir a puberdade social da puberdade física, assim como se distingue o parentesco físico (consangüinidade) e o parentesco social, a maturidade física e a maturidade social (maioridade), etc.
Na organização social charrua as diferenças entre os sexos é bastante clara. Começavam com o nascimento e iam até a morte. Passado um tempo do nascimento o menino charrua recebia a insígnia viril o barbote ou tembetá, introduzido por sua mãe no lábio inferior. O tembetá somente era retirado para ser substituído por outro maior, de acordo com o próprio crescimento. A passagem para a idade adulta era marcada por uma grande cerimonia, os rostos eram pintados com traços e disposições diferentes para os dois sexos e grupos.
Kenr (1997) aponta que vários outros aspectos diferenciavam o sexo no dia-a-dia dos charrua. Até mesmo na maneira de montar o cavalo, em pêlo, entre os homens, enquanto as mulheres montavam sobre arreios bem simples. Na guerra quando o homem só possuía um cavalo, era ele quem montava, e sua mulher seguia-o a pé, carregando filhos e pertences.
O autor diz que a cultura espiritual dos charrua parece estar mais ligada ao curandeirismo. Os feiticeiros, geralmente em estado de transe pela absorção de ervas, de modo especial da erva-mate, atuavam nos mais variados momentos; diziam que sua força dominaria mesmo os elementos da natureza. Há poucas notícias a respeito de suas idéias religiosas. Em cerimônias, invocavam um ser superior que às vezes se lhes mostrava visível. Acreditavam igualmente, em um ser maléfico, de onde lhes vinham todas as desgraças. Parece que acreditavam na ressurreição da alma e, por dedução, na imortalidade da mesma.
A morte parece ter sido encarada como um fato natural. É certo porém, que não deixavam seu mortos insepultos, mesmo em situações de guerra. Todos, indistintamente, eram enterrados em covas rasa, coberta com pedras ou ramas. Sobre esses pequeno acúmulo eram colocadas as boleadeiras; a lança ficava plantada no lado oposto ao qual deixavam o cavalo.
O luto se destacou como a expressão mais representativa neste aspecto da vida dos charrua; sua importância era proporcional ao status do morto e implicavam obrigações diferenciadoras de sexo e parentesco. Se o morto era o pai, o marido, ou irmão que houvesse desempenhado chefia familiar, os filhos, viúva e irmãs casadas cortavam uma falange da mão, começando pelo dedo mínimo. Além disso faziam com a lança do morto vários cortes espalhados pelo corpo, ficando, depois, durante duas luas tristes, ocultos em casa, se alimentando apenas com determinados alimentos. Os maridos não faziam luto por suas mulheres, nem os pais por seus filhos.
Gennep (1984) fala que a primeira vista parece que nas cerimonias funerárias são os ritos de separação que devem ter o lugar mais importantes, sendo os ritos de margens e de agregação, ao contrário, pouco desenvolvidos.. Entretanto o estudo dos fatos mostra que as coisas são diferentes e que, ao contrário, os ritos de separação são pouco numerosos e muito simples, e que os ritos de margens têm uma duração e complexidade que chega às vezes a lhe dar uma espécie de autonomia. Finalmente, de todos os ritos funerários aqueles que agregam o morto ao mundo dos mortos são os mais elaborados e a eles é que se atribui a maior importância.
Todos esses aspectos da cultura charrua, somados ao seu caráter explicam os empecilhos para adaptarem-se à nova realidade dos colonizadores e por conseqüência as dificuldades de se manterem como um grupo.

VOCÊ QUER SABER MAIS?

http://ogergelim.blogspot.com

RODRIGUES, Ayron Dall’Igna. Línguas brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Ed. Loyola, 1986.

SAPIR, Edward. A Linguagem: introdução ao estudo da fala. Tradução de J. Mattoso Camara Jr. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1980.

KERN, Arno A. Arqueologia Pré-Histórica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed. Mercado Aberto 2º Edição, 1997.

RONA, José Pedro. Nuevos elementos de la lengua charrua. Montevidéu: Universidad de la Republica, 1964.

SERRANO, Antonio. Etnografia de la Antiga Provincia del Uruguai. Montevidéu: Parana, 1936.

GENNEP, Arnold Van. Os ritos de Passagem. Petrópolis, 1984.

sábado, 11 de setembro de 2010

SEMANA FARROUPILHA DE 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2010

A proposta de trabalho para o tema de 2010 é representada através de três aspectos:



- Os ideais: explorar as razões que levaram os farroupilhas a se colocarem em posição antagônica ao Império. Questões como os altos impostos sobre a terra e sobre a produção de charque, a idéia de República e de Federalismo, o direito de escolher (eleger) os representantes políticos, o direito ao tratamento homogêneo entre os servidores militares.

- A cidadania: os farroupilhas enquanto cidadãos, com famílias, com propriedades, com direitos civis, com deveres de cidadãos. A questão da falta de escolas e do analfabetismo. A questão do trabalho campeiro. Destacar momentos de lazer e descontração com jogos, bailes, carreiras, e explorar a questão da religiosidade através da presença da Igreja católica nas questões políticas, dos casamentos e batizados.

- a Revolução: a decisão extrema de pegar em amas para fazer valer direitos cidadãos e para alcançar os ideais que os moviam. Mostrar a movimentação das tropas no território, destacar a vida nas três capitais farroupilhas.



LANCEIROS NEGROS



DESFILE DE MOVIMENTAÇÃO DAS TROPAS



ENCENAÇÃO DE REUNIÃO FARROUPILHA


Nesse contexto destacamos as figuras mais importantes da Revolução, tais como:


- Bento Gonçalves da Silva


- Antônio de Souza Netto


- José Gomes Vasconcelos Jardim


- Onofre Pires da Silveira Canto


- Joaquim Teixeira Nunes


- David Canabarro


- Antonio Vicente da Fontoura


- Domingos José de Almeida


- Manoel Lucas de Oliveira


- José Mariano de Matos


- Padre Francisco da chagas Martins de Ávila e Sousa


- Padre Hildebrando de Freitas Pedroso


Os estrangeiros:


- Giuseppe Maria Garibaldi


- Luigi Rosseti


- Tito Livio Zambecari


- John Pascoe Grenfell


O objetivo é mostrar tanto os aspectos revolucionários quanto os aspectos de cidadãos e suas famílias fazendo aparecer no cenário às mulheres que, de uma forma geral, são esquecidas pela historiografia.

Podemos trabalhar o desfile temático em 10 invernadas teatralizando:


1.A vida em família;


2.O trabalho: lida do campo e charqueadas;


3.A religiosidade: presença do padre, o casamento e o batizado;


4.As festas: um fandango, a chula, a tava e o truco;


5.Os ideais farroupilhas: assembléia provincial.


6.Apresentação dos líderes, com suas características;


7.Os estrangeiros engajados na idéia republicana;


8.A revolução: três capitais farroupilhas – Piratini, Caçapava do Sul e Alegrete;


9.A proclamação da república, a bandeira e o hino;


10.Os líderes e seus destinos no pós Revolução.


A SAGA FARROUPILHA


Saga Farrapa marcou o Rio Grande

As comemorações da Revolução Farroupilha - o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros, envolvendo em suas lutas os mais diversos segmentos sociais - relembra a Guerra dos Farrapos contra o Império, de 1835 a 1845. O Marco Inicial ocorreu no amanhecer de 20 de setembro de 1835. Naquele dia, liderando homens armados, Gomes Jardim e Onofre Pires entraram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha.

A data e o fato ficaram registrados na história dos sul-ro-grandenses como o início da Revolução Farroupilha. Nesse movimento revolucionário, que teve duração de cerca de dez anos e mostrava como pano de fundo os ideais liberais, federalistas e republicanos, foi proclamada a República Rio-Grandense, instalando-se na cidade de Piratini a sua capital.

Acontecendo-se a Revolução Farroupilha, desde o século XVII o Rio Grande do Sul já sediava as disputas entre portugueses e espanhóis. Para as lideranças locais, o término dessas disputas mereciam, do governo central, o incentivo ao crescimento econômico do Sul, como ressarcimemto às gerações de famílias que lutaram e defenderam o país. Além de isso não ocorrer, o governo central passou a cobrar pesadas taxas sobre os produtos do RS. Charque, couros e erva-mate, por exemplo,passaram a ter cobrança de altos impostos. O charque gaúcho passou a ter elevadas, enquanto o governo dava incentivos para a importação do Uruguai e Argentina.

Já o sal, insumo básico para a preparação do charque, passou a ter taxa de importação considerada abusiva, agravando o quadro. Esses fatores, somados, geram a revolta da elite sul-riograndense, culminando em 20 de setembro de 1835, com Porto Alegre sendo invadida pelos rebeldes enquanto o presidente da província, Fernando Braga, fugia do Rio Grande.

As comemorações do Movimento Farroupilha, que até 1994 restringiam-se ao ponto facultativo nas repartições públicas estaduais e ao feriado municipal em algumas cidades do Interior, ganharam mais um incentivo a partir do ano 1995. Definida pela Constituição Estadual com a data magna do Estado, o dia 20 de setembro passou a ser feriado. O decreto estadual 36.180/95, amparado na lei federal 9.093/95, de autoria do deputado federal Jarbas Lima (PPB/RS), especifica que "a data magna fixada em lei pelos estados federados é feriado civil".

VOCÊ QUER SABER MAIS?

http://www.semanafarroupilha.com.br

63ª Chama Crioula é acesa abrindo as festividades Farroupilhas no Estado.

DESFILE DAS DELEGAÇÕES DE VOLTA AO SINDICATO RURAL

Composta por três centelhas, o 63º acendimento da Chama Crioula ocorreu às 10h34min no sábado (14/08), no cais do porto de Itaqui, quando se uniram à chama acesa no município há 30 anos contínuos, uma centelha vinda da região das Missões, para representar os povos indígenas, e outra vinda da cidade argentina de La Cruz, alusiva à integração com o povo hermano. O Candeeiro Crioulo foi aceso após a fusão das três Chamas pelo Patrono da Semana Farroupilha 2010, Rodi Pedro Borghetti, e pela viúva de Orlando Degrazia, um dos integrantes do Grupo dos 8, Clori Degrazia. As 30 regiões tradicionalistas do Estado foram chamadas a acender seus candeeiros. De acordo com o coordenador da 3ª Região Tradicionalista, João Cezar Farias, cada região tem uma maneira particular de distribuir a centelha entre outros municípios e entidades. Mais de 1800 cavalarianos acompanharam a solenidade que marcou o início das festividades farroupilhas no Rio Grande do Sul. Pela primeira vez que o e evento teve um aspecto internacional, reunindo em um mesmo local o representantes do tradicionalismo, autoridades de Alvear, província de Corrientes da argentina, simbolizando um integração das culturas e povos latinos. A solenidade foi marcada ainda por uma homenagem ao chamado Grupo dos 8, reconhecido como os fundadores do tradicionalismo organizado. Uma pajada, declamada e composta pelo artista João Sampaio, intitulada "Os Oito de Ouro", além de um grupo de cavalarianos foram algumas das formas de reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelos tradicionalistas em 1947, ano de acendimento da primeira Chama Crioula no Rio Grande do Sul. O vice-presidente da Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas e Presidente do MTG, Oscar Fernande Gress, manifestou a importância do evento como um dos momentos mais importantes para o tradicionalismo organizado. Já o Patrono, Rodi Borghetti, lembrou a importância e a coragem daqueles jovens, em 1947, que acenderam pela primeira vez a chama do Candeeiro, retirando uma centelha da Pira da Pátria. O prefeito Gil Marques Filho, anfitrião do evento, saudou a todos os tradicionalista que participam do ato, representando suas regiões e agradeceu a comunidade que apoio a inicitiva de Itaqui sediar o maior evento do tradicionalismo gaúcho; clamou por uma atenção especial dos órgãos competentes para incentivarem mais a difusão da cultura riograndense.

HISTÓRIA DA CHAMA CRIOULA


O simbolismo do fogo é universal, encerra em si o poder e a força. Assim como na Semana da Pátria, também na Semana Farroupilha temos um fogo simbólico, a "Chama Crioula", aliás, esta tem origem primeira naquela: foi em 1947 que, pela vez primeira, ardeu um candeeiro crioulo.
A "Chama Crioula" representa a história, a tradição, a alma da sociedade gaúcha, construída ao longo de pouco mais de três séculos. Em torno dela construímos um ambiente de reverência ao passado, de culto aos feitos e fatos que nos orgulham, de reflexão sobre a sociedade que somos e a que queremos ser. Frente à chama, não fazemos festa, não bebemos, não dançamos. Nossa postura é de reverencia e de compenetração cívica.


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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

COMPANHEIROS HISTORIADORES ABREM O VERBO SOBRE A KGB NA ATUALIDADE.


A Era dos Assassinos — A Nova KGB e o Fenômeno Vladímir Putin
publicado em livro


Homenagem aos historiadores Yuri Felshtinsky e Vladímir Pribilovski. Que em prou da verdade e da história trabalharam incansavelmente para que este trabalho chegasse até você.



"A Era dos Assassinos — A Nova KGB e o Fenômeno Vladímir Putin" (Record, tradução de Marcelo Schild, 391 páginas), dos historiadores Yuri Felshtinsky e Vladímir Pribilovski, é um livro rico em revelações. Durante o debate entre os candidatos a presidente dos Estados Unidos, o republicano John McCain disse: "Eu vi nos olhos de Putin três letras: KGB". Quem não se interessa pela história da Rússia pode pensar que se trata apenas de uma boa frase de efeito. Depois da leitura de "A Era dos Assassinos", o leitor concluirá que McCain resumiu a história do livro, ou seja, a história recente da Rússia.

Os historiadores mostram, com uma infinidade de informações, que a Kontora, como é conhecida a KGB (o novo nome é FSB, Serviço de Segurança Federal da Rússia), finalmente conseguiu conquistar o poder na Rússia. É a primeira vez, na história do país, que a corporação, a polícia secreta, detém o controle político e manda na economia. Opositores, sejam políticos ou empresários, são brutalmente assassinados e as investigações dão em nada. Cerca de 50 empresários e banqueiros foram assassinados desde que Putin assumiu o poder. Sob Stálin, a KGB, com outro nome, era forte, mas não tão forte quanto agora. Um dos méritos do livro é mostrar que Putin governa sob controle da KGB. Sua relativa autonomia pode ser comprovada apenas num campo: o gosto extremado e vaidoso por esportes. Putin (ou a KGB) não tem adversários, tem inimigos e, por isso, elimina-os de modo implacável. Alguns são mortos a tiros; outros, envenenados. A jornalista Anna Politkovskaya, que investigou a fundo a guerra da Tchetchênia e desmascarou as mentiras de Putin, foi assassinada. Os aliados de Putin sabiam que o presidente (hoje, primeiro-ministro, mas mandando no presidente Dmitri Medvedev, porque este não desafia a Kontora) detestava Politkovskaya. Resultado: se uniram e, no dia 7 de outubro de 2006, data do aniversário de Putin, mataram a brilhante e corajosa repórter. Tudo indica que os mandantes do crime são a FSB, Ramzan Kadirov e Umar Djabrailov.

O ex-tenente-coronel Alexander Litvinenko cometeu um crime grave do ponto de vista da KGB: traiu-a. Os traidores são assassinados pela Kontora, em geral de modo cruel. Litvinenko ousou denunciar que a corporação estava se preparando para matar o oligarca Boris Berezovski (o bilionário que tentou mandar no time do Corinthians). Foi preso e, para não morrer, exilou-se na Inglaterra. Acreditou que estava salvo. A KGB localizou-o e o envenenou com Polônio-210, veneno radiativo letal.

Sabe-se que outros jornalistas, intelectuais, políticos e empresários vão morrer. Basta se colocarem em oposição a alguma decisão do governo da KGB. A mídia é hoje quase que inteiramente controlada pelo governo de Putin-Medvedev. A Kontora mudou a legislação e a mídia, quando não está sob censura, é inteiramente controlada pela corporação.

Há outro aspecto pouco discutido a respeito de Putin. A corrupção de Stálin era moral (era perverso, sádico e pragmático) e teria morrido pobre (segundo os autores do livro, provavelmente envenenado). Putin e seu grupo, pelo contrário, são milionários, medularmente corruptos e adeptos da boa vida em tempo integral. A nova Nomenklatura extorque empresários e o próprio Estado. A esquerda brasileira, que fala tanto em privataria, deveria ler a história de como Putin privatiza estatais ou de como estatais privatizadas são retomadas de empresários. Não há segurança jurídica alguma e quem reclama morre ou tem de sair do país.

A deterioração moral chegou a tal ponto que o grupo de Putin é acusado até mesmo de envolvimento com o tráfico de cocaína. "As principais rotas de entrada de cocaína na Europa", segundo os autores do livro, passam pela Rússia. Eles revelam que 1.092 quilos de cocaína, provenientes da Colômbia, desapareceram nas mãos da KGB. Os traficantes de drogas russos mantêm relações cordiais com os aliados de Putin. São protegidos.

As olimpíadas de inverno de 2014 serão realizadas em Sochi e os aliados de Putin se tornaram proprietários dos melhores negócios da região. Como Putin convenceu o ex-presidente do Comitê Olímpico Internacional, o espanhol Juan Antonio Samaranch, a apoiar Sochi para sede das olimpíadas?

Felshtinsky e Pribiloviski revelam que, quando embaixador da Espanha na extinta União Soviética, Samaranch tinha o hábito de comprar antiguidades, atividade considerada ilegal, e, por isso, foi investigado pela KGB. Agentes da Kontora "ofereceram duas opções a Samaranch: ele poderia ser comprometido através de publicações de artigos na imprensa soviética e estrangeira detalhando suas atividades ilegais, o que, sem dúvida, encerraria sua carreira diplomática, ou poderia colaborar com a KGB como agente secreto. Samaranch escolheu a segunda opção".

Samaranch foi eleito presidente do COI, em grande parte, por ter obtido o apoio da KGB, que influenciou os países do Leste Europeu. Mais tarde, o "agente" espanhol retribuiu o favor, agora para Putin, e vetou outros países e concedeu à Rússia o direito de sediar as olimpíadas de inverso de 2014.

Os autores do livro avalizam a tese de que Lênin e sua mulher foram envenenados a mando de Stálin. Leia abaixo sobre a o crueza com que Putin tratou um de seus inimigos, Iuri Shutov.
O caso do inimigo de Putin


O texto a seguir foi extraído do livro "A Era dos Assassinos - A Nova KGB e o Fenômeno Vladímir Putin" (Editora Record), de Yuri Felshtinsky e Vladímir Pribilovski. O título do capítulo é "Iuri Shutov" (páginas 256, 257, 258, 259 e 260).

Ao contrário da descrição do hábito do presidente Putin de não se esquecer dos amigos, devemos comentar sobre como ele lida com os inimigos. Quando Putin se decide a "pôr fim em alguém", ele não descansa até atingir o objetivo.
Quando Putin começou a trabalhar para Sobtchak, em