quinta-feira, 3 de junho de 2010

MANUSCRITOS DO MAR MORTO.

Que importância tem os manuscritos do Mar Morto?




MANUSCRITOS DO MAR MORTO


No ano de 1947 no Wadi Qumran, junto ao Mar Morto, apareceram, em onze diferentes cavernas, algumas jarras de barro que continham muitos documentos escritos em hebreu, aramaico e grego. Sabe-se que foram escritos entre o século II a.C. e 70 d.C., ano em que teve lugar a destruição de Jerusalém.


Foram recompostos 800 escritos dentre vários milhares de fragmentos, pois quase nenhum desses documentos estava completo. Há fragmentos de todos os livros do Antigo Testamento (exceto o de Ester), de outros livros judeus não canônicos (alguns já conhecidos, outros não), e um bom número de escritos próprios de um grupo sectário de essênios, que vivia retirado no deserto.


Os documentos de maior importância, sem dúvida, eram os textos da Bíblia. Até o descobrimento dos textos do Qumran, os manuscritos mais antigos que se conhecia em língua hebraica eram dos séculos IX-X d.C. Mas havia a suspeita de que neles haviam sido cortadas, acrescentadas ou modificadas palavras ou frases dos originais, consideradas incomômodas. Com os novos descobrimentos comprovou-se que os textos encontrados coincidiam com os originais, ainda que fossem de mil anos antes, e que as poucas diferenças que apresentavam coincidiam, na sua maioria, com algumas já testemunhadas pela versão grega chamada “dos Setenta” ou pelo Pentateuco Samaritano. Outros vários documentos contribuíram para demonstrar que havia uma maneira de interpretar as Escrituras (e as normas legais) diferente da que era habitual entre os saduceus e os fariseus.




JARROS ONDE ESTAVAM GUARDADOS OS MANUSCRITOS


Entre os textos do Qumran não há nenhum texto do Novo Testamento, nem de nenhum escrito cristão. Houve uma época em que se discutiu se algumas palavras escritas em grego, que aparecem em dois dos pequenos fragmentos de papiro encontrados, pertenceriam ou não ao Novo Testamento, mas nada foi comprovado. Quanto aos outros documentos encontrados nas cavernas, nenhum apresenta indícios de ser cristão, nem demonstra ter havido influência alguma dos textos judaicos sobre o Novo Testamento.


Hoje os especialistas concordam que os documentos do Qumran não influenciaram em nada as origens do cristianismo, já que o grupo do Mar Morto era sectário, minoritário e afastado da sociedade, enquanto Jesus e os primeiros cristãos viveram imersos na sociedade judia do seu tempo e dialogavam com eles. Os documentos somente serviram para esclarecer alguns termos e expressões habituais da época, hoje difíceis de entender, e para compreender melhor o ambiente judaico tão diversificado em que nasceu o Cristianismo.


Na primeira metade dos anos noventa, foram espalhados dois mitos controversos, que hoje estão bastante diluídos. Um deles afirmava que os manuscritos continham doutrinas que contradiziam o judaísmo ou o cristianismo e que, como conseqüência, o Grande Rabino e o Vaticano tinham feito um acordo para impedir sua publicação. Agora aparecem publicados todos os documentos e ficou evidente que as dificuldades de publicação não foram de ordem religiosa, mas de ordem cientifica.




CAVERNAS PRÓXIMAS A QUMRAN NO DESERTO DA JUDEÍA. ONDE FORAM ENCONTRADOS OS MANUSCRITOS


O outro mito teve maior repercussão por se apresentar com cunho científico: Bárbara Thierung, professora de Sidnei, e Robert Eisenman, da State University de Califórnia, publicaram vários livros nos quais comparam os documentos do Qumran com o Novo Testamento e chegam à conclusão de que ambos estão escritos em código, que aquilo que está escrito não é o que querem dizer, e que seria preciso descobrir o seu significado oculto. Baseando-se na menção de personagens cujo significado não foi possível desvendar (Mestre de Justiça, Sacerdote Ímpio, Mentiroso, Leão furioso, Procuradores das interpretações fáceis, Filhos da luz e Filhos das trevas, Casa da abominação, etc.), sugeriram que o Mestre de Justiça, fundador do grupo de Qumran, foi João Batista e seu opositor, Jesus (segundo Thierung), ou que o Mestre de Justiça teria sido Tiago e seu opositor, Paulo.


Atualmente nenhum especialista admite essas afirmações. O fato de não conhecemos a significação dessa terminologia não significa que contenham algum traço de doutrinas esotéricas. Fica evidente que os contemporâneos da seita do Qumran estavam familiarizados com essas expressões e que os documentos do Mar Morto, continham doutrinas ou normas diversas das que eram mantidas pelo judaísmo oficial, e que não continham nenhum código secreto, nem escondem teorias inconfessáveis.


BIBLIOGRAFIA

Jean POULLY, Los manuscritos del mar muerto y la comunidad de Qumrán, Verbo divino, Estella, 1980; Florentino GARCÍA MARTÍNEZ – Julio TREBOLLE, Los hombres de Qumrán: literatura, estructura social y concepciones religiosas, Trotta, Madrid, 1993; R. RIESNER– H. D. BETZ, Jesús, Qumrán y el Vaticano, Herder, Barcelona, 1992.


VOCÊ QUER SABER MAIS?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

http://www.opusdei.org.br/

quarta-feira, 2 de junho de 2010

OS MISTÉRIOS DA ESFINGE.

Esfinge: a guardiã dos mortos


A maior escultura de pedra do mundo ressurgiu das areias do deserto depois de milênios protegendo as tumbas dos faraós
A Grande Esfinge de Gizé impressiona. Primeiro, por seu tamanho – com 72 metros de comprimento e 20 metros de altura, ela é a maior escultura de pedra do mundo. Depois, pelos mistérios que cercam sua origem.

A criatura, com cabeça de homem e corpo de leão, foi moldada em pedra calcária há 4500 anos (há uma teoria que aumenta essa idade para incríveis 10 mil anos). Provavelmente foi esculpida por ordem do faraó Quéfren para simbolizar seu poder e sabedoria. Hoje ela guarda a entrada do complexo das pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, no planalto de Gizé, perto do Cairo. O local também é chamado de necrópole.

Os egípcios chamavam a esfinge de shesep-ankh, que significa “imagem viva”. Os gregos traduziram erradamente para sphigx, que significa “atar, ligar” – já que s unem um elemento animal (nem sempre é o leão) a um elemento humano.

MARAVILHA ENTERRADA

Embora tenha resistido, a escultura está distante da maravilha que foi no passado. A cor original,o nariz e a barba sumiram, os olhos foram danificados e há grandes rachaduras em sua superfície.


Por volta de 1400 a.C., o faraó Thutmosis já havia percebido seu desgaste e teria sido o primeiro a mandar restaurá-la. Ele registrou o feito numa estela (bloco de pedra) que ainda está entre as patas dianteiras da criatura. Outros faraós também fizeram restaurações, mas foi a natureza quem mais colaborou para a conservação da esfinge. “Ela ficou enterrada sob as areias do deserto do Saara e, durante séculos, foi poupada”, diz o egiptólogo Júlio Gralha, professor de História Antiga e Medieval na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

A partir da década de 1920, a esfinge foi desenterrada. A escultura começou então a erodir sob os ventos e a umidade do ar. Várias tentativas de restauração feitas de 1955 a 1987 só pioraram a situação. Antigos blocos de pedra foram substituídos por novos, alterando sua forma. Para cobrir as rachaduras, foram utilizados gesso e cimento. Resultado: a esfinge rejeitou as novas camadas de pedra e argamassa, e grandes pedaços começaram a ruir. Foi necessária mais uma década de trabalhos, concluídos há oito anos, para corrigir os erros de restauração.

Os especialistas optaram por submeter a rocha original a um tratamento. “Eles decidiram agir como os antigos e foram em busca de pedras semelhantes àquelas utilizadas nos tempos

terça-feira, 1 de junho de 2010

AKHENATON O VISIONÁRIO!

Akhenaton (Dinastia XVIII)




Nascimento:Amenófis("Amon está satisfeito")


Adaptado:Akhenaton ("Símbolo Vivo de Aton")


Trono:Neferkheperuré


Anos de Reinado: (1353-1335 A.C)


Akhenaton foi o único faraó a impor um monoteísmo religioso em toda a história do antigo Egipto.


Esta época é conhecida hoje de período Amarniano.


História: A infância de Akhenaton foi passada no palácio de Malgata em Tebas. O nome de nascimento de Akhenaton é Amenófis ("Amon está satisfeito"). Tinha o mesmo nome do seu pai, tendo iniciado o seu reinado, com cerca de 15 anos de idade, ainda como Amenófis IV. Ao quinto ano do seu reinado passou a usar o nome de Akhenaton ("Símbolo Vivo de Aton"). Com esta mudança todo o Egipto mudou. Akhenaton levou o culto de Aton, já existente no antigo Egipto ao extremo, abolindo por completo os cultos a outros deuses e começou a construir uma nova capital; Akhetaton na actual Tell el-Amarna num local virgem até então nunca consagrado a nenhum deus, iniciando assim a revolução Amarniana, que iria modificar todos os aspectos da vida egípcia. Reinou durante cerca de 18 anos.


Antecessor: O antecessor de Akhenaton foi o seu pai Amenófis III ("Nebmaatré") (1391-1353), que foi casado com a raínha Tïe. Akhenaton tornou-se faraó, porque o seu irmão mais velho Tutmósis faleceu (desapareceu misteriosamente) prematuramente. Provávelmente o início do seu reinado foi em co-regência com o seu pai.


Sucessor: Alguns anos antes da sua morte Akhenaton terá nomeado para seu co-regente, Semenkharé, que teria casado com uma das sua filha, Meritaton. A princesa Meritaton tinha sido também sua esposa principal depois da morte (desaparecimento) de Nefertiti no ano 13 ou 14 do seu reinado. Pensa-se que Semenkharé era irmão de Akhenaton. Outros investigadores pensam que Semenkharé foi o nome adoptado por Meritaton, para poder reinar o Egipto.


Esposas: A esposa principal de Akhenaton até ao 12º ano do seu reinado foi Nefertiti, tendo desaparecido da cena política. Viria a falecer no 14ºano do seu reinado. Akhenaton teve seis filhas de Nefertiti. Uma delas, Meritaton, que viria a ser também esposa principal a partir do 12ºano do seu reinado. Meriquetaton e Ankhesenpaaton (Tornar-se-ia esposa de Tutankhamon). Tadukhepa, princesa de Mitanni, reino vizinho e aliado do Egipto, também foi uma das esposas de Akhenaton.


Construção/Arte: A primeira empreitada de Akhenaton foi a construção em Karnak do templo dedicado a Aton, que foi destruído por ordem de Horemheb. No ano 6 do seu reinado começou a construção da sua nova capital em Akhetaton (O horizonte de Aton) na actual Tell el-Amarna, onde reinou (e nunca a abandonou) até à sua morte. Esta nova cidade também foi vítima de Horemheb que mandou arrasá-la. A arte Egípcia mudou radicalmente durante este reinado. O faraó e a sua família deixaram de ser representados em cerimónias protocolares rígidas. A arte Armaniana caracterizou-se pela representação da família real em cenas do quotidiano. O faraó era sempre representado com o disco solar de Aton e os seus braços que o protegiam. Akhenaton tentou representar o faraó não como um simples mortal mas a de um verdadeiro profeta de Aton e o intermediário entre o seu deus e os homens. A figura do faraó passa a ser representada como um ser andrógino (corpo de características masculinas e femininas).


Política: A política de Akhenaton, virou-se principalmente para questões religiosas. Desde o início do seu reinado que Akhenaton se vê como um sacerdote. Enquanto todos os faraós da dinastia XVIII se vêm como "Governantes de Tebas", Akhenaton considera-se "Governante Divino de Tebas". Fez-se sempre representar como um ser andrógino. As colossais estátuas descobertas em 1925 perto do templo de Karnak mostram-no como uma figura de carácter desconcertante, mesmo grotesco. Para os outros assuntos de estado este faraó rodeou-se de colaboradores da sua confiança. Aï, seu sogro, foi primeiro ministro. Maia, o seu tesoureiro real. Paatonemheb (futuro faraó com o nome de Horemheb) era o supremo comandante do exército do norte, o general Minnakht comandava o exército do sul, e alguns estrangeiros como altos colaboradores do estado Egípcio.


Túmulo/Morte: Com a morte de Akhenaton, todo e Egipto entrou num confronto entre os adeptos de Aton e os de Amon. No reinado do faraó seguinte os adeptos de Aton moveram perseguições a todos os que se opunham a este Deus. Mais tarde nos reinados de Horemheb e seguintes as referências a Akhenaton foram alvo de destruição e o seu culto monoteísta foi esquecido e proibido. Akhenaton recusou-se a ser sepultado no Vale dos Reis, tendo preferido ser sepultado no túmulo real de Akhetaton (não há provas disso). O seu corpo nunca foi encontrado.

Você quer saber mais?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

domingo, 30 de maio de 2010

KAMIKAZE SOBREVIVENTE.

Tokio Mao um Kamikaze sobrevivente





PARA UM KAMIKAZE A MORTE ERA MELHOR QUE A DERROTA


Morador de Niterói, o piloto da Marinha japonesa na Segunda Guerra Mundial Tokio Mao conta como um revide americano o poupou da morte em 1944, durante um ataque no mar das Filipinas. E revela que é discriminado por estar vivo.



No bê-á-bá da guerra, todo mundo aprende que deve estar pronto para matar e morrer. Na Segunda Guerra Mundial, um grupo de japoneses foi além dessa aula e se preparou para se matar pela pátria. Esses homens foram batizados de kamikazes, palavra japonesa que significa “vento divino” e que tem origem em um tufão que, no século 13, teria salvo o Japão da invasão do conquistador mongol Kublai Khan, neto do famoso Gêngis Khan. Tokio Mao fez parte dessa seleta turma de guerreiros suicidas. Mas quis o destino que ele tivesse como missão sobreviver e passar décadas relatando sua história. Aos 84 anos, ele relembra cada detalhe daquele 25 de novembro de 1944, data em que deveria ter morrido em uma ação de contra-ataque na ilha de Luzon, no mar das Filipinas. Menos de um mês antes, num local próximo de onde o avião Zero de Tokio foi abatido, os americanos tinham descoberto o estrago que os kamikazes podiam fazer, quando atacavam em bando. O confronto do golfo de Leyte entrou para a História como o primeiro que utilizou pilotos suicidas em larga escala: 55 aviões japoneses se espatifaram contra a esquadra americana. Em Luzon, Tokio boiou por quatro dias até ser resgatado. Dez anos depois do fim da guerra, ele veio parar no Brasil, de onde nunca mais saiu. Casado com a japonesa Kazuko, pai das brasileiras Tokie e Kazumi, avô de dois meninos, Tokio está tendo uma vida longa e feliz. Este ano, vai levar a família para passear no Japão. Enquanto a viagem não vem, prepara a mudança de endereço de sua academia, Jinen-Kan (“natural”, em japonês). Tokio Mao é mestre de 8º dan, um dos mais altos graus em judô e caratê – sua faixa é vermelha e branca, distinção para poucos. No quimono, ostenta a inscrição Ryo-Bu-Kai, que significa “bom samurai’. Mas já sofreu discriminação entre compatriotas, justamente por ser um kamikaze sobrevivente. Por isso brada: “Eu não tenho culpa de não ter morrido! Foi um acidente!”



Quando o senhor se alistou? Como foi o treinamento para piloto?





O ORGULHO DE SERVIR ALGO MAIOR.


Com 15 anos, me alistei na Academia da Marinha Imperial. Tinha um tio almirante, gostava da Marinha. O serviço militar era obrigatório, então já fui logo. Foi em 1939, a guerra ainda não tinha estourado para nós. Não havia naquela época Marinha, Exército e Aeronáutica, só Marinha e Exército. Aí você podia escolher, lá dentro, fazer aviação da Marinha ou do Exército. Eu queria voar. O treinamento era muito duro: corrida, natação, remo, aprender a mexer em maquinário, judô, kendô [tipo de espada]... Era duro até mesmo para um homem treinado, preparado. No último ano, em 1941, fui fazer preparação especial para piloto.



De que cidade o senhor é? Como era a vida no Japão dos anos 20 e 30?



De Tokushima, capital do estado de Tokushima, perto de Osaka. Naquela época o Japão já tinha muita tecnologia. Eu passava muito frio no inverno. No Japão, tem quatro estações mesmo. Minha família tinha uma fazenda de arroz, com criação de bicho-da-seda, produzia o fio da seda. Mas eu não trabalhava na fazenda. Estudava em período integral, praticava esporte, fazia caixinhas, bonecas, aulas de dança, de música. Meu pai tinha também uma academia de judô, com 3 anos comecei. Minhas filhas, Tokie e Kazumi, também começaram com 3 anos. Com 5 anos, comecei a aprender caratê kempo com os monges budistas de um mosteiro perto da minha casa.



Como o senhor entrou na guerra?



Fui para a guerra no fim de 1943. No início, não se ia direto para o combate, se ficava na retaguarda. Combate, mesmo, só em 1944. Estava bem preparado mentalmente, mesmo aos 19 anos. Sabia que tinha que derrubar! Que se eu não matasse, ia morrer! Derrubei 19 caças americanos com as metralhadoras do meu avião. Eu pilotava um Zero, o melhor caça do mundo. Eu sozinho, pilotando e atirando.



O senhor chegou a ser atingido?



Caí quatro vezes. Em duas delas, a bala do inimigo atingiu meu tanque, a gasolina acabou e o avião caiu. Uma vez, caí na areia da praia. Na outra, em cima de uma árvore, com medo de o avião rolar e despencar. Fui tirando o pára-quedas devagarzinho, puxando 5 ou 7 metros de corda devagarzinho... Amarrei a corda na minha faca e joguei na árvore para pregar no galho. Joguei de novo, e de novo, e de novo, tantas vezes até conseguir pegar o galho. Finalmente peguei e, devagarzinho, saí e desci da árvore. Nas outras duas vezes, caí no mar.



Como foi que o senhor se tornou piloto de um grupo kamikaze?



Eu era do grupo jovem que fundou o kamikaze, em maio de 44. No sul do Pacífico tem bastante ilha. Japonês botou antena em uma delas e americano – “PÁ! PÁ! PÁ! PÁ! PÁ!” – bombardeou. Americano também botou antena, japonês atacou. No início de 44, japonês só perdendo avião. Americano também, mas americano fabricava 20 aviões para cada um japonês. Como faz para acabar a guerra? Papel não dá? Boca não dá? Então nós mesmos vamos acabar com essa guerra, cada um com uma bomba no colo. Cada bomba pesava 250 quilos! Vamos nos jogar, bater em porta-avião americano. O comandante Takijiro Onishi não aceitou a idéia. Depois, com comandante Hisaichi Terauchi, idéia foi aceita. No nosso grupo, tudo começou em 25 de outubro de 1944, na batalha do golfo de Leyte. Meu ataque foi o último, em 25 de novembro. Eram seis kamikazes e 30 pilotos na retaguarda. Eu era tenente, comandei o grupo.



O objetivo era a glória de dar a vida pelo imperador?



Não, nada de glória de imperador. Era acabar com a guerra. E ter uma morte com honra!



Como o senhor passou as horas anteriores ao ataque?



Estava preparado para matar e morrer. Chorar não adianta. De manhã, tomei café. Normal. Tem que comer para ter energia! Antes de ir, todos sempre fazíamos uma oração de despedida.



O senhor disse que não chorou. Não pensou na sua família?



Pensei. Eu tinha dois irmãos. Um não foi militar, não queria saber de guerra. Trabalhava em uma fábrica na Manchúria, a fábrica foi bombardeada pelos russos. Morreu. O outro também trabalhava num lugar bombardeado, mas não morreu.



Como foi o ataque? O senhor deveria jogar seu avião sobre qual alvo?



Saímos da base aérea, subimos uns 7, 8 mil metros. Com a bomba no colo. Nós fomos bem alto, com roupa para o frio e balão de oxigênio. Os caças americanos não nos alcançaram, não se prepararam assim, como nós. Quando chegamos na direção dos alvos, mergulhamos nos navios, sob ataque dos americanos. Quando cheguei a 700 metros do porta-aviões Essex, a asa do meu avião foi atingida e caí no mar. Fui derrubado três, quatro segundos antes de bater no alvo. Caí e desmaiei.



O que aconteceu então?



Acordei e vi que outro do meu grupo pegou bem meu alvo. Os cinco morreram. Eu sobrevivi. Meus colegas kamikazes atingiram os porta-aviões Essex e Intrepid.



Quantos dias o senhor passou no mar? Como sobreviveu?



Fiquei quatro dias. Piloto leva chocolate, bolsa cheia de chocolate. Sobrevivi assim, comendo chocolate. E com água salgada! Vinha a onda, fechava a boca, mas a água entrava assim mesmo! Aí, um submarino do Japão passou, viu meu avião e me viu. Fui resgatado. Estava com quatro costelas quebradas, fratura em dois lugares do braço direito, dedos quebrados, joelho fora do lugar... Como o corpo dói, né? No avião, ainda no mar, coloquei o osso do braço no lugar, os ossos dos dedos no lugar, o joelho no lugar! Tudo eu mesmo! Judoca das antigas aprende tudo isso. Também machuquei a [vértebra] lombar e a cervical. Mas não levei tiro. Caí de 30, 40 metros. Fui para o hospital da Marinha em Taiwan, fiquei quatro meses lá. Perto do hospital tinha uma base, passei a ser instrutor de aviação lá. Mas aí a guerra logo acabou.



Foi difícil viver no Japão depois da Segunda Guerra?





KAMIKAZES SE PREPARANDO PARA O VOO


Depois da guerra, fui estudar medicina oriental, como meu pai – acupuntura. Depois, um colega me chamou em Tóquio: “Tem que aprender química orgânica, fazer penicilina! Aí estudei química na faculdade em Tóquio. Comecei a analisar minerais. Um dia, um japonês que morava nos Estados Unidos e trazia minerais para analisar perguntou se eu queria ir para o Brasil. “Seu Tokio, faça o favor, vamos pesquisar minerais no Brasil. Vamos pagar toda despesa.”



O senhor aceitou logo a proposta?



Sim. Meu pai falou: “Você vai para fora? Tem 30 anos? Vai casar! Sozinho não vai”. Casei um mês antes de vir para cá. Cheguei em novembro de 1955. Era contrato de cinco anos. Mas não acaba em cinco anos. O Brasil é grande demais, né? Mais dois anos. Mais um ano. Aí não dá mais para voltar para o Japão, oito anos aqui! Terra grande! Dos dez que vieram, quatro voltaram. Seis ficaram aqui. Fui para a Amazônia, andei o Brasil todo. A tudo fui! Depois de dez anos, vim morar aqui em Niterói.



Foi quando o senhor abriu sua primeira academia?



A polícia de Niterói pediu aula de defesa pessoal. Trabalhava na companhia e dava aula de manhã e à noite. Comecei para polícia, Marinha e Aeronáutica. Fazia demonstração, quebrava telha, tábua com a mão. Todos queriam saber se eu tinha ferro na mão. Isso em 65. Abri a primeira academia. Em 73, comprei a casa, banco japonês ajudou. Nos anos 80, ensinava 250 pessoas. Dava aula das 7h às 8h30, saía para trabalhar, voltava às 16h30, almoçava 20 minutos, me preparava, dava aula das 17h30 às 21h30. Se alguém se machucava, tratava com acupuntura. Não trabalhei com medicina oriental aqui, só tratava se pedissem, se precisassem. Tive minhas filhas aqui. As duas são faixa preta de 5º dan em judô e caratê, derrubam tudo, até homem.




O que o senhor pensa quando se lembra dos tempos da guerra? Ainda acredita na validade de um ataque suicida?



Acham que qualquer um é kamikaze, que se jogam com bomba em Washington e são kamikazes. Não são! Aí kamikaze é todo mundo maluco? Não! Kamikaze queria acabar com a guerra! Faria tudo de novo! O que lembro? Hiroshima, Nagasaki. Morre gente até hoje por causa de bomba atômica, mais de 66 anos se passaram! Bomba atômica não pode, de jeito nenhum. Não pode matar povo. Guerra é entre militares. Kamikaze sabe disso.



O senhor foi discriminado por não ter morrido?



No Japão e em São Paulo. Em São Paulo, numa associação de japoneses, estava lá e ouvia falarem: “Colegas todos morreram e ele viveu? Samurai vagabundo!” Se eu sentava numa mesa, sentavam em outra. Eu não tenho culpa de não ter morrido! Foi um acidente!

Saiba mais

LIVRO

Thunder Gods: The Kamikaze Pilots Tell Their Story, Hatsuho Naito, Kodansha International/USA, 1989.
Conta a história de alguns dos milhares de kamikazes mortos na Segunda Guerra Mundial e de uns poucos sobreviventes, como o oficial Motoji Ichikawa.

Você quer saber mais?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

sexta-feira, 28 de maio de 2010

OS HUMANOS E O TITÃ PROMETEU

Mito de Prometeu




O Céu e Terra já estavam criados. A parte ígnea, mais leve, tinha-se espalhado e formado o firmamento. O ar colocou-se de seguida. A terra, como era mais pesada, ficou por baixo e a água ocupou o ponto inferior, fazendo flutuar a terra. Neste mundo assim criado, habitavam as plantas e os animais. Mas faltava a criatura na qual pudesse habitar o espírito divino.


Foi então que chegou à terra o Titã Prometeu, descendente da antiga raça de deuses destronada por Zeus. O gigante sabia que na terra estava adormecida a semente dos céus. Por isso apanhou um bocado de argila e molhou-a com um pouco de água de um rio. Com essa matéria fez o homem, à semelhança dos deuses, para que fosse o senhor da terra. Tirou das almas dos animais características boas e más, animando assim a sua criatura. E Atena, deusa da sabedoria, admirou a criação do filho dos Titãs e insuflou naquela imagem de argila o espírito com o sopro divino.


Foi assim que surgiram os primeiros seres humanos, que logo povoaram a terra. Mas faltavam-lhes conhecimentos sobre os assuntos da terra e do céu. Vagueavam sem saber a arte da construção, da agricultura, da filosofia. Não sabiam caçar ou pescar - e nada sabiam sobre a sua origem divina.


Prometeu aproximou-se e ensinou às suas criaturas todos esses segredos. Inventou o arado para o homem poder plantar, a cunhagem das moedas para que houvesse o comércio, a escrita e a extracção do minério. Ensinou-lhes a arte da profecia e da astronomia, enfim todas as artes necessárias ao desenvolvimento da humanidade.


No entanto faltava-lhes ainda um último dom para se puderem manter vivos - o fogo. Este dom, entretanto, havia sido negado à humanidade pelo grande Zeus. Porém, Prometeu apanhou um caule do nártex, aproximou-se da carruagem de Febo (o Sol) e incendiou o caule. Com esta tocha, Prometeu entregou o fogo para a humanidade, o que lhe dava a possibilidade de dominar o mundo e os seus habitantes.


Zeus, porém, irritou-se ao ver que o homem possuíra o fogo e que a sua vontade tinha sido contrariada. Por isso tramou no Olimpo a sua vingança. Mandou que Hefesto fizesse uma estátua de uma linda donzela, a que chamou Pandora - "a que possui todos os dons",(uma vez que cada um dos deuses deu à donzela um dom). Afrodite deu-lhe a beleza, Hermes o dom da fala, Apólo, a música. Vários outros encantos foram consedidos à criatura pelos deuses.


Zeus pediu ainda que cada imortal reservasse um malefício para a humanidade. Esses presentes maléficos foram guardados numa caixa, que a donzela levava nas mãos. Pandora, então, desceu à terra, conduzida por Hermes, e aproximou-se de Epimeteu - "o que pensa depois", o irmão de Prometeu - "aquele que pensa antes" e diante dele abriu a tampa do presente de Zeus. Foi então que a humanidade, que até aquele momento havia habitado num mundo sem doenças ou sofrimentos, se viu assaltada por inúmeros malefícios. Pandora tornou a fechar a caixa rapidamente, antes que o único benefício que havia na caixa escapasse - a esperança.


Zeus dirigiu então a sua fúria contra o próprio Prometeu, mandando que Hefesto e seus serviçais Crato e Bia (o poder e a violência) acorrentassem o Titã a um penhasco do monte Cáucaso. Mandou ainda uma águia devorar diariamente o fígado de Prometeu que, por ser ele um Titã, se regenerava. O seu sofrimento durou por inúmeras eras, até que Hércules passou por ele e viu o seu sofrimento. Abateu a gigantesca águia com uma flecha certeira e libertou o cativo das suas correntes. Entretanto, para que a vontade de Zeus fosse cumprida, o gigante passou a usar um anel com uma pedra retirada do monte. Assim, Zeus sempre poderia afirmar que Prometeu se mantinha preso ao Cáucaso.

Você quer saber mais?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal