Como estudamos na aula anterior, ver crianças e adolescentes indo para a escola se tornou parte de nosso dia-a-dia somente a partir do século XX. Antes disto, a educação era uma exclusividade das classes mais abastadas, ou seja, apenas uma pequena parcela da população tinha acesso aos estabelecimentos de ensino. Raras exceções fugiam desta “regra”. Atualmente, a maioria dos jovens frequentam ou frequentaram a escola. O problema encontra-se agora na desigualdade de condições de acesso e permanência, principalmente após os primeiros anos do ensino fundamental.
Países ricos e países
pobres
A desigualdade existente entre as nações do planeta pode
ser observada diretamente na educação. Quanto mais rico for um país, mais tempo
na escola suas crianças e seus adolescentes permanecerão. Sendo que um período
maior na escola proporcionará mais possibilidades de aprendizado. E, ao
concluir o ensino básico, estes jovens terão oportunidades melhores na vida
profissional e no ensino superior.
O oposto disto ocorre nos países pobres. Sem conseguir
oferecer um ensino de qualidade a seus cidadãos, estas nações também não têm
potencial para atrair investimentos. Infelizmente, é um ciclo vicioso!
Nos países ricos, os alunos permanecem mais de cinco
horas por dia durante, pelo menos, dez anos na escola. Já nos países mais
pobres, grande parte aprenderá somente a ler, escrever e realizar as operações
básicas e muitos nunca terão a chance de estudar.
A educação no Brasil
Você já deve ter percebido que em nosso país a educação é
prioridade apenas nos discursos políticos. Além da desigualdade nas condições
de acesso e permanência, o Brasil foi um dos últimos países a possuir
universidades no Continente Americano, por exemplo. Até a metade do século XX,
uma grande parcela da população brasileira ainda era analfabeta. Nas décadas de
1980 e 1990, concluir o ensino médio consistia no sonho de muitos brasileiros.
“Ir para a faculdade” ou “entrar na universidade” fazia parte das expectativas
de poucas pessoas (para ser mais preciso, de menos de 3 a cada 100
brasileiros). É verdade que a partir do final dos anos de 1990 as previsões
começam a melhorar.
Em dezembro de 1996, o
Governo Federal aprovou uma nova lei para educação no Brasil. E com ela
inicia-se um período de ampliação massiva do acesso à educação, milhares de
vagas foram abertas desde então. Em seguida foram publicados os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) com o objetivo de conduzir o processo de ensino-aprendizagem
no país. O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) – criado em 1985 – ganha
força e todo ano passa a distribuir milhões de exemplares aos alunos da rede
pública. Já no século XXI, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) torna-se uma
fonte importantíssima de recursos para escolas e professores. E recentemente,
elaborou-se uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que substitui os PCNs.
Brasil: acesso, qualidade
e permanência
Se por um lado o acesso à educação no Brasil pode ser
considerado amplo, ou seja, atingindo quase que a totalidade dos jovens. Por
outro, muitas vezes, a qualidade da educação ofertada deixar a desejar. Entre
os fatores que agravam este cenário, podemos destacar a falta de investimentos
na conservação e manutenção dos prédios, os baixos salários recebidos pelo
educadores, a falta de modernização (no sentido de disponibilidade de internet,
projetores ou televisões, computadores ou tablets para os discentes ) e também
o desinteresse de grande parte dos
alunos pelo temas trabalhados na escola.
Em relação a permanência, uns dos problemas enfrentados
pela educação brasileira trata-se a evasão escolar (popularmente, o abandono
dos estudos ou da escola). A maioria dos adolescentes que desistem de ir à
escola por um destes por três motivos: 1) necessidade de trabalhar para
sobreviver; 2) lacunas na aprendizagem que resultam em seguidas reprovações, e;
3) simplesmente a falta de interesse.