quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Uma análise psicológica da mente de Adolf Hitler. Parte III.




            Daremos agora continuidade a nossa análise da mente de  um dos homens mais temidos e ao mesmo tempo estudado e analisado da história, no fundo não entendemos com certeza o que atrai tantos a procurarem estudar sua pessoa, mas humildemente acredito que é o fato de como um único homem com tantos traços de graves problemas psicológicos pode envolver e conquistar o coração da população de uma das nações mais cultas da Europa .

            A rejeição sempre calou fundo no psiquismo de Hitler, uma janela traumática inesquecível. Janelas da memória são áreas através da quais interpretamos e sentimos o mundo, e reagimos a ele, podem ser saturadas  de janelas que contem medo, ciúmes, inveja, paixões, que são verdadeiras armadilhas que asfixiam nossa percepção da realidade. Hitler nunca teve uma mente livre, era controlado pelos complexos que se desenhavam em sua adolescência. Se fosse bem humorado, bem resolvido e sereno, poderia ter absorvido o impacto da rejeição. Mas o filho superprotegido, hipersensível e emocionalmente frágil abateu-se muitíssimo.

           O futuro Führer era provavelmente um jovem tímido, impulsivo, socialmente retraído, não atraente física e intelectualmente, Hitler tinha uma existência regada à solidão, reforçando uma necessidade neurótica de estar em evidência social e de controlar pessoas.

            Megalomaníaco, fora um jovem sem consciência crítica, sem autodeterminação começou a confeccionar seu asco pela sociedade burguesa e suas normas. E como a rejeição dos judeus percorria as artérias de muitos ambientes sociais, aos poucos essa rejeição penetrou em seu psiquismo e produziu efeitos desastrosos.

            Ele via o mundo não pela realidade deste, mas pelas janelas traumáticas que construíra em seu psiquismo e que expandiam seus conflitos. Ensimesmado e com baixo nível de socialização, seus projetos, ainda que absurdos, tornaram uma obsessão. Nunca rompeu nem reciclou seu passado, era um líder autômato, que obedecia às ordens dos fantasmas que assombravam sua mente, em especial os da rejeição e insegurança. Era frágil e prisioneiro das mazelas que habitavam seu psiquismo.

            A compulsão pela palavra falada, associados a uma personalidade depressiva, tímida e que tentava se compensar por meio da neurose pelo poder.

            Durante a Primeira Guerra Mundial trabalhou como qualquer soldado, mas deixou que o conflito penetra-se nas entranhas de sua mente, debelou sua frágil capacidade de tolerância e fomentou seu comportamento agressivo, radical e exclusivista. Derrota na Primeira Guerra Mundial, os ataques de fúria e ódio ganharam musculatura no psiquismo do tímido Hitler.  É provável que com Hitler a política e a propaganda tenham começado um casamento inseparável, que dura até os dias atuais, pois com uma notável habilidade em manipular fatos a seu favor, para transformar o caos em oportunidade criativa.

            Hitler tinha 44 anos ao assumir o cargo de chanceler, era completamente saturado de ambição, irritadiço, ansioso, explosivo, de interiorização limitada, resiliência débil e com baixíssima capacidade para suportar contrariedades, mas com altíssima capacidade de manipular a emoção e influenciar pessoas. Talvez não passasse numa simples prova para avaliar suas habilidades de trabalhar em equipe e gerenciar uma mísera instituição, mas a democracia tem uma característica fundamental: os líderes são avaliados pelo voto. O sociopata prevaleceu!!!!

            Continuaremos nossa análise nas próximas postagens.

Você quer saber mais?
CURY, Augusto. O colecionador de lágrimas. São Paulo: Editora Planeta, 2012.

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