segunda-feira, 24 de setembro de 2018

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO ESTADOS UNIDOS E AMÉRICA LATINA: DA DOUTRINA MONROE À ALCA. DE VOLTAIRE SCHILLING.


UMA BREVE VISÃO DOS FATOS

Autor: Leandro Claudir Pedroso 

O historiador Voltaire Schilling nasceu em Porto Alegre, em 1944. Leciona História há mais de 30 anos em diversas instituições de ensino. Em seu livro Estados Unidos e América Latina: Da Doutrina Monroe á ALCA (Editora Leitura XXI, 2002, 144p) ele procura levar seus leitores há uma visão interpretativa das diferenças culturais entre os norte-americanos e seus vizinhos do sul. Fixando as idéias bases que nortearam as relações dos Estados Unidos com a América Latina. Relações estas que ataram o destino dos latinos americanos a um processo de subserviência neocolonial.

Voltaire Schilling aborda as relações entre Estados Unidos e América Latina de forma muito resumida nas idéias bases como: as doutrinas, os ideários, os corolários e os enunciados, não levando em consideração a complexidade envolvida em cada uma destas idéias que envolvem contextos temporais e regionais. Do mesmo modo que enfatiza a admiração dos latinos pelo sucesso dos Estados Unidos o autor nos mostrar o ressentimento com as constantes intromissões dos mesmos nos assuntos da América Latina, demonstrando uma plena lucidez sobre os fatos que envolvem os interesses dos Estados Unidos e suas intervenções.

O autor aponta a questão religiosa como grande barreira de desenvolvimento para a América Latina, de maioria Católica. Em contra posição a Anglo-saxã, de maioria protestante. Colocando deste modo um ponto de vista religioso, pois os Católicos tem por primazia o espiritual e no protestantismo o espiritual pode andar lado a  lado com o material. Crendo o mesmo ser este um dos motivos do melhor desenvolvimento dos Estados Unidos em relação ao restante da América Latina Católica.

Apontando de forma variada no decorrer dos séculos os interesses dos Estados Unidos em substituir o domínio colonial europeu pelo seu domínio imperialista por meio da  criação de Doutrinas, Regras, Estatutos e Leis (Destino Manifesto, Doutrina Draco, Doutrina Monroe dentre outras) para controlar as nações latino-americanas recém-emancipadas, mas esquecendo-se que estas nações foram deixadas em situação de pleno abandono pelas metrópoles deixandas a mercê dos interesses comercias e expansionistas norte-americanos.

Deste modo as guerras travadas pelas oligarquias locais incentivaram ainda mais a presença ianque, pois como esquece de relatar o autor, deixava claro para os interessados a total desordem deixada pelos colonizadores europeus diante de suas colônias e levava os Estados Unidos como cita Schilling a “acreditar” ter uma “missão civilizadora” a cumprir nesse vácuo político-social.

Vemos nas palavras do autor um pequeno mas importante ponto que fica de fora sobre a questão cubana. Cuba sempre foi vista pelos ianques como uma continuação do litoral norte-americano e deste modo sempre sofreu intervenções dos mesmos para mantê-la como tal. Primeiro expulsando os espanhóis e depois lutando contra os nativos para manter o estado cubano como um mero satélite de Washington. Foi diante dessa situação que a Revolução cubana se desencadeou, não tendo opção, pois de um lado estava à Espanha colonial e do outro os Estados Unidos imperialistas, Fidel e seus revolucionários procuraram refúgio nas idéias comunistas da URSS, onde encontraram apoio para manter sua dignidade com independência política, mas com apoio internacional vindo de Moscou.

No decorrer do livro o autor demonstrar que caberia aos Estados Unidos manter a ordem na América Latina, como esta nas entrelinhas da Doutrina Monroe, e desse modo manteria afastada as intervenções européias. Podemos ver até nos dias de hoje que isto ficou somente no papel, começando pela Guerra das Malvinas, podemos citar várias intervenções de interesses europeus diretamente ou indiretamente pelos Estados Unidos serem impostos na América Latina.

A política norte-americana de intervenções militar reafirmam seu poder na região no inicio da Primeira Guerra, usando como sempre a proteção dos interesses dos Povos da América em relação aos europeus.

Um fato a destacar na obra de Voltaire Schilling é seu ataque ao revolucionário mexicano Pancho Villa, que atuou como guerrilheiro durante a Revolução Mexicana. O autor indaga que “comandou terríveis cenas de vandalismo e assassinatos”. Desse modo tenta manipular a opinião do leitor, pois Pancho Villa é considerado até hoje um dos grandes heróis da Revolução Mexicana, contra os interesses estrangeiros e de governos vassalos como era o do México. Um homem em guerra que merece ser lembrado pela dedicação aos interesses dos agricultores mexicanos que morriam de fome enquanto seu governo vassalo engordava os cofres de Washington.

Durante a Grande Depressão vemos os Estados Unidos tomar uma posição mais moderada em relação aos vizinhos, criando a política da “boa vizinhança”, mas com a Segunda Guerra as portas, Roosevelt, não hesitaria em intervir caso os latinos se posicionassem favoráveis ao Eixo. O autor nesta parte do texto deixa de avaliar uma questão histórica importante que corresponde as intenções ianques de invadir o Brasil pelo nordeste, caso este tomasse posição contraria aos seus interesses.

Os Estados Unidos investem em regimes militares na América Latina para manter sua hegemonia, mas isso acaba quase se tornando uma faca de dois gumes, pelas simpatias que os mesmos apresentaram ao Nazismo e Fascismo.

Schilling afirma que o principal temor norte-americano em relação ao Eixo e a Alemanha Nazista eram comerciais, mas esse fato não tem bases, pois diante de uma clara política racial e imperialista por espaço vital duvido que os ianques estavam realmente apegados a esse temor como motivo principal. Mesmo sendo Hitler uma alternativa econômica interessante para os regimes latino-americanos.

A Segunda Guerra elevou os Estados Unidos a uma nação globalizada com tropas por todo o mundo, expandindo desse modo seu controle econômico e político. Mas no final da Segunda Grande Guerra ligou em parte os países latino-americanos definitivamente aos norte-americanos, pois após a guerra houve uma seqüência de eventos que levaram a divisão do mundo em dois grandes blocos. Comunistas e Capitalistas, criando aqui na América um enclave comunista chamado Cuba. Fruto do Imperialismo norte-americano e do colonialismo espanhol.

A partir de então os Estados Unidos assume uma postura defensiva contra o comunismo tanto internamente como em relação a toda a América Latina. Não visando unicamente seus interesses como afirma o autor mas também das nações latinas ligadas diretamente a sua economia, por isso a OEA é criada para barrar a URSS e seus interesses nos Estados Unidos e seus aliados latinos.

As ditaduras latinas alimentadas pelos interesses norte-americanos que visavam barrar as revoltas populares e proteger os interesses econômicos ianques, agora também deveriam servir para barrar o “monstro” comunista de Moscou.

Nesse interem a Revolução Cubana aproximou os interesses soviéticos da América Latina para desespero ianque. Mas não como cita Schilling, ao afirmar que a Revolução Cubana teve efeitos semelhantes aos da Revolução Francesa e pela Revolução Russa, pois as ditaduras militares já eram um meio de conter as revoltas populares que prejudicassem os interesses norte-americanos. Com a Revolução Cubana somou-se mais uma ideologia para as ditaduras combaterem em prou de seus senhores ianques. Digam os adeptos do comunismo o que quiserem mas sua aceitação entre os países latino-americanos era pequena e na maioria das vezes por falta de opção oposicionistas em relação às ditaduras vassalas ianques.

Isso é uma ironia, pois o militarismo que havia sido sepultado com o nazi-fascismo em 1945, ressurgia com todo o vigor. Trazendo com sigo velhas técnicas barbarias como a tortura (segundo Schilling advindas da Idade Média). Mas para infelicidade do autor ele esquece de frisar que essas práticas sempre foram empregadas em guerras desde os princípios dos tempos, como o foi na conquista da América pelos europeus, como foi na Revolução Mexicana e como tem sido hoje em Guantánamo, no Iraque e no Afeganistão.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

A Existência de Deus para Descartes



Uma das tarefas da metafísica do século XVII era justamente provar a existência de Deus, para algumas pessoas Deus resume-se em Fé, para outras á natureza é deus, para Nietzsche tudo é deus, eu sou deus, você é deus e etc, então temos nessa primeira passagem varias concepções de Deus, mas realmente o que é Deus, ele existe, é um ser perfeito?

Para as três perguntas existe uma resposta que a razão pode responder, primeira; se pensamos ele existe, segundo; Deus pode ser tudo aquilo que nos acreditamos, podemos dizer á fé é Deus. Mas o que realmente é o objeto de estudo de para Descartes é se tal é perfeito, de algum lugar ele tem que ter vindo, pois nada ninguém e absolutamente nada surge do nada afirmava Descartes, pois o nada não pode nem tem condições de ser criador de um ser perfeito, o nada só cria imperfeições, é justamente a perfeição e a imperfeição pontos chaves para a prova de descartes. Uma passagem no livro discurso do método descartes diz: “se Deus é perfeito ele existe, como pode um ser perfeito inexistir, seria contraditório, logo á prova que Deus existe é que pelo simples fato de acreditarmos que é um ser perfeito tal existe”.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Birobidjan, a Capital da primeira nação moderna do povo judeu: Oblast Autônomo Judaico.



Brasão da Cidade de Birobidjan, Capital da Região Autônoma Judaica. 

Birobidjan em yiddish: ביראָבידזשאן. É a capital do Oblast (É uma subdivisão Federal administrativa) Autônomo Judaico da Rússia. (Yevreyskaya avtonomnaya oblast). A cidade é cortada pelos rios Bira e pelo Bidjan, na fronteira com a China, e é atravessado pela ferrovia Transiberiana,o que garante o contato entre Birobidjan e Moscou. Suas coordenadas são: 48°48′N 132°57′E. Segundo o censo de 2002, a cidade possui 77,250 habitantes. No livro O Exército de um Homem Só de Moacyr Scliar, os personagens principais migraram de Birobidjan para Porto Alegre, o livro conta a história do Império Russo e da União Soviética, sendo que os personagens principais são judeus e um deles é um comunista que sonha com um mundo livre, querendo fundar uma nova sociedade nas vizinhanças de Porto Alegre, com o nome de Nova Birobidjan.

A região foi criada em 1934 como 'Distrito Nacional Judaico', como resultado da política nacionalista de Josef Stalin, que designou à população judaica da Rússia seu próprio território, para que pudessem preservar seu patrimônio cultural iídiche dentro de uma estrutura socialista. Apesar do nome, apenas 1,2% da população de 190 400 habitantes é formada por judeus; 90% é formada por russos e o restante por ucranianos e chineses. Sua capital é Birobidjan.

Em 28 de Março de 1928, o “Presidium” do Comitê Executivo Geral da URSS baixou um decreto definindo como “Komzet” um território livre próximo ao rio Amur no extremo leste para assentamento de trabalhadores judeus. O decreto em verdade dava a entender :

"a possibilidade de estabelecimento de um território administrativo para os judeus nessa região”.

Em 20 de Agosto de 1930 o Comitê Executivo Geral da então RSFSR aceitou o decreto para “Formação da região nacional de Birobidjan numa estrutura de Território do Extremo Oriente”, considerado pelo Comitê de Planejamento do Estado como uma unidade economicamente separada. Em 1932 os primeiros números (orçamentos) para desenvolvimento de Birobidjan foram considerados e autorizados.



Brasão da Região Autônoma Judaica.

O brasão de armas da Região Autônoma Judaica é um escudo heráldica francês, de cor água-marinha russa (verde escuro). As partes superior e inferior do escudo estão marcados com riscas horizontais estreitas em branco-azul-branco. Todas as cores são iguais em largura, e são de 1/50 da altura do escudo. As listras azuis simbolizam os rios Bira e Bidzhan. O centro do escudo é estampado com um Ussurian tigre dourado com listras pretas em sua coloração natural. A figura do tigre é girada para a direita em direção ao espectador que simboliza uma história incomum e uma forma original de desenvolvimento da Região.

Projeto do Foguete Queenteta




Autora: Isabel Cristina (Colaboradora do CHH) e Equipe!
Resumo
Neste artigo científico falaremos sobre o projeto dos foguetes do qual envolve toda a área da ciência da natureza e matemática. Neste trabalho o foguete é feito de garrafa pet, e também é feito uma base, qual será usada para lançar o mesmo. Ele será lançado por conta da água e da pressão feita por uma bomba de ar, a bomba estará ligada a base, e assim, ligada ao foguete. Após por pressão, por conta de duas forças contrárias o foguete é lançado, formando uma parábola com a concavidade voltada para baixo. Muitos fatores influenciam no desempenho do foguete, falaremos sobre alguns desses fatores no presente artigo.

 Introdução
Ao sermos apresentados ao projeto do foguete, fomos instruídos a fazer de garrafa pet e que a base soltasse o foguete pela pressão que a ação da força de resistência do ar faria. Utilizando a propulsão da água e do ar. Com o lançamento do foguete que realizamos, conseguimos relacionar o experimento com a terceira lei de Newton, onde as forças são iguais em intensidade e direção, porém tem sentidos contrários. Observamos que quando a ponta da garrafa se desprende da base, o ar de dentro é empurrado para o exterior, e o ar de fora é empurrado para o foguete, ocasionando uma reação para cima em grande velocidade. No foguete que construímos em sala de aula, aplicamos uma concentração maior de peso na ponta do foguete, e no lançamento adicionamos água, que também influencia nesses movimentos. Ao analisar o foguete, percebemos a relação com a primeira lei de Newton, a de inércia, e a segunda lei de FR=m.a, que também pode ser aplicada no lançamento do foguete, já que seu peso influência na aceleração e no alcance do mesmo. Quanto menor for a massa do foguete, maior é a aceleração alcançada por ele.
No foguete espacial, utilizamos o elemento químico Boro. O boro (símbolo B) é um elemento do grupo dos não metais. Seu número atômico é o número 5, e número de massa é de aproximadamente 10,8. Em 1808, o boro foi obtido por eletrólise de uma mistura que continha ácido bórico. No mesmo ano, Joseph-Louis Gay-Lussac e Louis-Jacques Theuard obtiveram o boro por aquecimento do potássio com fluoreto de boro, mas nenhuma dessas descobertas levaram à classificação do boro como elemento químico. O químico Berzelius foi o primeiro a classificar o boro como um elemento químico, em 1824. O boro é muito leve, e tem baixa condutibilidade elétrica, ele também é de alta dureza e encontra-se no estado sólido nas CNTP e tem a coloração preta, ele se apresenta sólido em temperatura ambiente, e também possui algumas características óticas que lhe permitem transmitir raios infravermelhos, além de tudo isso, o boro é considerado um semicondutor de eletricidade na temperatura ambiente e bom condutor em temperaturas altas. O boro é um elemento relativamente raro, ele não é encontrado livre na natureza, mas pode ser obtido a partir de alguns minerais, como o ulexita, tincal, turmalina e kernita. Outro modo de obter ele é em laboratório, a partir da redução do vapor do tribrometo de boro (BCI3) ou do tribrometo de boro (BBr3).
Desde a década de 50 a General Electric (GE) começou a trabalhar no uso do boro mas especificamente com os hidretos de boro ou boranos como combustível de alta energia. Os hidretos de boro incluindo diborano, tetrabotano e o pentaborano, são compostos interessantes, pois geram grandes volumes de gases quentes em um curto período de tempo, sendo propícios para serem utilizados em sistemas de propulsão de foguetes.
Foram feitos testes de queima com pentaborano e hidrazina, outro famoso combustível utilizado em foguetes, foram feitos porque essa combinação teoricamente daria ao propulsor um alto desempenho. Boa parte da história da pesquisa e desenvolvimento dos combustíveis à base de compostos contendo boro, foi mantida em relativo segredo, e com pouca divulgação dos problemas existentes, justamente porque nenhum militar americano desejava que os russos obtivessem qualquer sucesso na corrida pelo desenvolvimento e melhoria da propulsão aeroespacial Ibérica.
 Já sobre foguete artesanal, escolhemos falar sobre o elemento químico hidrogênio. Após de cerca de 380 mil anos do Big Bang, o hidrogênio começou a se formar. Alguns destes átomos foram fundidos em carbono, de oxigênio, nitrogênio e outros elementos. Porém, quando o universo tinha um bilhão de anos, 9 em cada 10 desses átomos de hidrogênio originais foram destruídos. O hidrogênio reage com metais, ametais e semimetais, por isso, vários de seus compostos podem ser encontrados na natureza, sendo que o principal é a água. Na natureza, o hidrogênio não é encontrado na sua forma atômica (H), mas em condições ambientes, ele possui as características de um gás extremamente inflamável, inodoro e insípido. O gás hidrogênio é altamente inflamável, quando misturado com oxigênio por entre uma grande variedade de proporções, o hidrogênio explode por ignição. O hidrogênio pode ser obtido das seguintes formas:
 -Através da eletrólise da água; atualmente se investiga a fotólise da água.
- Pela reação de hidrocarbonetos com vapor de água.
- Ataque a metais com hidróxido de sódio, potássio.
- Ataque a metais (Zn e Al) com ácidos sulfúrico ou clorídrico.

Materiais e métodos
Os materiais utilizados para a construção do foguete são:
2 garrafas pet iguais
1 fita isolante
3 placas de raio x
1 pacote de massa de modelar
1 lata de tinta spray da cor rosa (opcional).

Já para a base utilizamos:
70 cm de cano de 20 á 25mm (pvc)
1 tubo de cola para cano
1 tampão 25mm(pvc)
1 Redutor de 25 para 20 mm
1 TE de 25mm (pvc)
2 Joelhos(cano pvc) de 25mm
50 cm de barbante
1 registro de 25 mm(pvc)
1 ventil de pneu de carro
1 braçadeira
1 bomba de ar
1 tubo de cola instantânea
4 abraçadeira de nylon

Como fazer:
            Para construirmos o foguete, começamos cortando a ponta de uma garrafa, e então, colocamos a massa de modelar na parte superior da mesma, após isso, cortamos a placa de raio X no formato circular e colamos com cola instantânea para cobrir a massa de modelar. Nosso próximo passo foi cortar a mesma garrafa, retirando a base dela, logo depois, foi pega a segunda garrafa, que foi usada inteira e o pedaço da outra garrafa onde estavam as massas de modelar, colamos a mesma na base da garrafa que se encontrava inteira, e o outro pedaço da garrafa que estava cortada (o meio da garrafa) colamos na ponta da garrafa que estava inteira, para deixar o foguete mais aerodinâmico. Após tudo isso, fizemos a ponta do foguete com uma placa de raio X, em formato de cone, e ainda usando as placas de raio x, fizemos os moldes para as asaletas do foguete. Colamos tudo com fita isolante, e então por último, pintamos o foguete da cor de nossa escolha.
Para a realização da base, começamos cortando e lixando os canos na medida certa, colamos o cano de 20 cm e um de 15 cm no joelho, repetimos esse processo, e depois lixamos o T e o redutor, colamos um no outro no meio do T, depois lixamos o redutor por dentro e o cano de 20 mm e colamos na ponta da base, colocamos o tampão com o ventil de carro, e na outra ponta colocamos o registro. Nos canos de 20 mm, colocamos a braçadeira e mais 4 abraçadeiras de nylon para prender o foguete.

Ave-Maria está na Bíblia?



Vamos ler Lucas-/,26-28. Como vimos o Próprio Anjo Gabriel, enviado por Deus, saúda Maria assim:
“AVE. CHEIA DE GRAÇA. O SENHOR É CONTIGO”(Lc 1.28).

Ele, enviado de Deus a declara  CHEIA DE GRAÇA.

Vamos ír agora em Lc 1,39-42. Você percebeu que Isabel, cheia do Espírito Santo exclamou:

“BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE”. Se você notar bem, vai perceber que Isabel proclamou isso estando ela cheia do Espírito Santo, ou seja, o próprio Espírito Santo chama Maria de bendita. E mais, o mesmo adjetivo que o Espírito Santo (através de Isabel) usa para Maria (=bendita), usa para o fruto com seu ventre, que é o próprio Jesus (=bendito). Ora, meu irmão, se o Espírito Santo declarou Maria bendita, quem poderá dizer o contrário? Não tenha medo de bendizer (=dizer bem, falar bem de…) a mãe de Jesus. Da mesma forma que você fala bem de Jesus, fale bem também de Maria, sua mãe.

“SANTA MARIA”, como amava chamá-la Lutero fundador da Igreja Evangélica alemã. A palavra “Santa”, que quer dizer: ESCOLHIDA, SEPARADA PARA DEUS! Lembremos que São Paulo costumava chamar todos os cristãos de “Santos” (Co/ 3,12) e a Carta aos Hebreus diz: ” Por isso, irmãos santos, vocês participam de um chamado que vem do céu” (Heb 3, 1 j. Se todos os cristãos são “santos”, porque não posso honrar Maria com este nome?

Finalmente, quem é Jesus? Não é Deus Feito Carne! Se Maria é a mãe de Jesus, então podemos dizer dela que é também a “MÃE DE DEUS” encarnado. A esta mulher tão cheia de Deus, tão perto de Deus, não podemos pedir que ore por nós, que somos pecadores. Como já meditamos no episódio das Bodas de Cana, Maria é uma potente intercessora porque pedindo, consegue que Jesus faça um milagre que não quer. Existe uma intercessora mais potente daquela que consegue mudar até os planos de Jesus!

Com confiança, podemos concluir: “Rogai por nós, pecadores, agora e no hora de nossa morte, amém?”

Juntando todas estas frases bíblicas você vai construir a Ave Maria e é bom a gente orar com as Palavras da Bíblia quanto mais puder! AVE MARIA, CHEITA DE GRAÇA, O SENHOR É CONTIGO. BENDITA SOIS VÓS ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE JESUS. SANTA MARIA, MÃE DE DEUS, ROGAI POR NÓS PECADORES AGORA Ë NA HORA DA NOSSA MORTE AMÉM!
Você tem coragem de falar para Jesus que sua mãe era uma “mulher qualquer”!

Cada um de nós tem uma mãe nesta terra e, depois de Deus, ela é o ser que mais amamos, junto ao nosso pai. Cada um de nós ficaria muito sentido se alguém falasse que sua mãe é uma “mulher qualquer”. Imagine o que Jesus sente quando uma pessoa fala de Maria, a sua mãe, como de uma “mulher qualquer” (coisa que infelizmente muitos “crentes” dizem). S e o anjo Gabriel, enviado por Deus a engrandeceu com palavras sublimes: “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você! “, “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. ” (Lc 1,28- 31), não é admitido chamá-la de “mulher qualquer”. Se a Sagrada Escritura, pela boca de Isabel, a chama de “Bendita entre todas as mulheres” (Lc 1,42) quem poderá rebaixar esta sublime filha de Deus, que chamamos “Mãe de Deus” porque deu a vida, criou e educou Jesus, Verbo encarnado. Deus feito homem. Você já pensou com quanto carinho Maria cuidou de Jesus, ensinou-lhe a caminhar e a falar?






Clima Edênico?



Segundo algumas análises feitas com base na atividade das pessoas no seu cotidiano como sensação de bem-estar e harmonia com o meio-ambiente  e seu próximo seria esse o clima ideal?

Estação: inverno

Unidade do ar: 94%

Temperatura: 21º

Período de luminosidade: 11hs 40 min.

Clima: parcialmente nublado

Pressão atmosférica: 1014 hPa

Experiência realizada às 9 horas da manhã do dia 30/08/2018.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Maniqueísmo. Origem e fundamentos!




Mani (216-276 d.C), fundador do Maniqueísmo. Imagem:  http://recuerdosdepandora.com.

Trata-se de uma filosofia dualística que divide o mundo entre bem, ou Deus, e mal, ou o Diabo. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do bem e do mal.O Maniqueísmo como filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Mani que divide o mundo entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.

A origem do maniqueísmo

Quando o gnosticismo primitivo já perdia a sua influência no mundo greco-romano, surgiu na Babilônia e na Pérsia, no século III, uma nova vertente, o maniqueísmo.

O seu fundador foi o profeta persa Mani (ou Manés), após ter sido "visitado" duas vezes por um anjo que o convocou para esta tarefa, fato este comum entre aqueles que fundam religiões e seitas até hoje. Suas ideias sincretizam elementos do Zoroastrismo, do Hinduísmo, do Budismo, do Judaísmo e do Cristianismo. Desse modo, Mani considerava Zoroastro, Buda e Jesus como "pais da Justiça", e pretendia, através de uma revelação divina, purificar e superar as mensagens individuais de cada um deles, anunciando uma verdade completa.

“Conforme as suas ideias, a fusão dos dois elementos primordiais, o reino da luz e o reino das trevas, teria originado o mundo material, essencialmente mau.”

Para redimir os homens de sua existência imperfeita, os "pais da Justiça" haviam vindo à Terra, mas como a mensagem deles havia sido corrompida, Mani viera a fim de completar a missão deles, como o Paráclito prometido por Cristo, e trouxera segredos para a purificação da luz, apenas destinados aos eleitos que praticassem uma rigorosa vida ascética. Os impuros, no máximo podiam vir a ser catecúmenos e ouvintes, obrigados apenas à observância dos dez mandamentos.

As ideias maniqueístas espalharam-se desde as fronteiras com a China até ao Norte d'África. Mani acabou crucificado no final do século III, e os seus adeptos sofreram perseguições na Babilônia e no Império Romano.

Os maniqueus eram uma seita de reputação sinistra. Eram ilegais e, mais tarde, seriam selvagenmente perseguidos. Tinham aura de uma sociedade secreta: nas cidades estrangeiras, só se hospedavam na casa de membros de sua própria seita; seus líderes viajavam por uma rede de "células" espalhadas por todo o mundo romano. Os pagãos viam-nos com horror, os cristãos ortodoxos, com temor e ódio. Eles eram os "bolcheviques" do século IV; uma "quinta-coluna" de origem estrangeira, determinada a se infiltrar na Igreja Cristã e portadora de uma solução singularmente radical para os problemas religiosos da época.

Os maniqueístas procuravam respostas para perguntas que as religiões dominantes não possuíam resposta como por exemplo podemos citar:

De onde provem o mal?

A resposta maniqueísta para o problema da origem do mal foi o cerne do maniqueísmo para seus adeptos. Era uma resposta simples e drástica, é-nos plenamente conhecida a partir dos textos agostinianos (Agostinho de Hipona, ele mesmo foi maniqueu durante nove anos de sua vida) e, neste século, pudemos novamente penetrar nos sentimentos religiosos íntimos dos maniqueus graças á descoberta, em regiões tão distantes quanto o Egito e Xinjiang, das literaturas apaixonadas das comunidades maniqueístas.

Os conventículos dos maniqueístas eram onde se reunião para ouvir as leituras da grande "Carta de Fundação" de Mani. Nessa ocasião solene, os ouvintes eram "enchidos de luz". Essa "iluminação" era a experiência religiosa inicial e básica de um maniqueu: era um homem que se haveria tornado agudamente cônscio de sua condição. Era como se tivesse sido despertado de um sono profundo por um grito distante:

"(...) Um homem ergueu a voz para o mundo, dizendo: Abençoado aquele que conhecer sua alma."

Assim despertado, o maniqueu percebia vividamente que era livre. Podia identificar-se apenas com uma parte de si mesmo, sua "alma boa". Claramente, grande parte dele não pertencia a esse oásis de pureza: as tensões de suas paixões, sua cólera, sua sexualidade, seu corpo poluído e o vasto mundo da "natureza de rubros dentes e garras" que existia fora dele. Tudo isso o oprimia. Era patente que o que havia de bom nele ansiava por ser "libertado", por "retornar", fundir-se outra vez com um sereno estado original de perfeição - um "Reino de Luz" - do qual se sentia isolado.

No entanto, era igualmente claro que os homens não haviam conseguido realizar isto, que constituía o único desejo possível do que de melhor havia em sua natureza.

Portanto, essa "Alma Boa" obviamente agia sob pressão: por alguma razão misteriosa, via-se "aprisionada", "Retida", confinada e "Violada", empurrada de um lado para outro por uma força que, temporariamente, era mais forte do que ela.

"Pois é fato que realmente pecamos contra nossa vontade (...) por essa razão, buscamos o conhecimento da razão das coisas."

Era esse "Conhecimento" da razão das coisas" que os maniqueus deixavam claro. Em suma, conquanto todos estivessem consciência da mescla íntima de bem e mal dentro de cada um e no mundo ao redor, era ao mesmo tempo, profundamente repugnante para o homem religioso, assim como absurdo para o pensador racional, que esse mal pudesse provir de Deus. Deus é bom, totalmente inocente. Devia ser protegido da mais tênue suspeita de responsabilidade direta ou indireta pelo mal. Essa desesperada "piedade para com o Ser Divino" explica a natureza drástica do sistema religioso dos maniqueus.

Os MANIQUEUS eram DUALISTAS tão convencidos de que o mal não podia provir de um Deus bom que acreditavam ser ele proveniente de uma invasão do bem - o "Reino da Luz" - por uma força ou demônio hostil, de poder igual, eterno e totalmente distinto: o "Reino das Trevas". "A primeira coisa que um homem deve fazer", dizia o catecismo maniqueísta chinês, "é distinguir os Dois Princípios (o Bem e o Mal). Aquele que deseja ingressar em nossa religião deve saber que os Dois Princípios têm naturezas absolutamente distintas: como pode quem não traz viva em si essa distinção pôr em prática a doutrina?"

No tocante a esta questão , os maniqueus eram racionalistas inflexíveis. Acreditavam que podiam sustentar o dogma fundamental de sua religião unicamente por intermédio da razão:

*De onde vieram esses pecados? Perguntariam;

*De onde proveio o mal?

*Proveio o mal de um Homem, de onde veio esse homem?

*Proveio o mal de um Anjo, de onde veio esse Anjo?

*E, se disserdes 'De Deus..., então, será como se todo  pecado e todo o mal estivessem ligados, numa cadeia ininterrupta, ao próprio Deus.

É com esse problema que os maniqueus acreditam poder solucionar tudo, mediante sua simples enunciação - como se fazer uma pergunta embaraçosa significasse saber alguma coisa. Se assim fosse, não haveria ninguém mais douto que um maniqueu.

Assim municiados, jovens estudantes de filosofia com alargamento repentino e dramático de seus horizontes intelectuais entregavam-se atraídos por essa nova "Sabedoria", jovens extremamente inteligentes e excepcionalmente argumentativos, deviam sentir-se imbatíveis!

Era uma religião que descartava toda e qualquer crença que ameaçasse a independência de seus cérebros sumamente ativos. Como maniqueístas, eles livravam-se prontamente das ideias que cumulavam nas antigas religiões convencionais. Eram tomados por uma certeza divina:

"Conheci minh'alma e o corpo que nela se assenta, sabendo que são inimigos desdde a criação dos mundos.."

O maniqueísta não precisava que lhe ordenassem acreditar. Eram capaz de aprender sozinhos a essência da religião. A apreensão imediata era o que mais importava. Para um homem assim, a crucificação de Cristo evidencia diretamente os sofrimentos de sua própria alma.

Seu herói era o cético Tomé, homem cujo anseio de um contato direto e imediato com os segredos divinos não foi rechaçado por Cristo. O Sistema de Mani evitava criteriosamente a aguda ambivalência!

No maniqueísmo, o severo Jeová dos judeus era rejeitado como um demônio maléfico e os patriarcas, como velhos sórdidos. Evitavam elaborar qualquer sentimento íntimo de culpa que viria, mais tarde, a se afigurar aos trechos mais evidentes do maniqueísmo.

Os maniqueus eram homens austeros. Eram reconhecidos por seus rostos pálidos,e, na literatura moderna, foram apresentados como provedores do mais soturno pessimismo. No entanto conservavam esse pessimismo apenas para um lado de si mesmos.

Viam o outro lado, sua "mente", sua "alma boa", como algo imaculado: tratava-se, literalmente, de uma migalha da substância divina. Sua religião destinava-se a garantir que essa parte boa deles permanecesse essencialmente intacta, não afetada por sua natureza mais vil. Essa natureza mais vil acabaria sendo "cindida e impelida para longe de nós, e, no fim desta vida, será derrotada e confinada, toda ela, numa grande massa separada, como que numa prisão eterna". Portanto, a força sumamente alheia do mal jamais poderia fazer outra coisa senão impor-se de fora para dentro a um eu bondoso,  que para sempre se manteria separado dela:

"(...) a veste fútil desta carne despi, em segurança e puro;  com os limpos pés de minh'alma pisoteei-a, confiante."

Como maniqueístas, portanto, podiam desfrutar do consolo muito real de que, apesar de toda a ambição, do inquietamento, do sentimento invasivo de culpa, ao menos a parte boa deles permanencia integralmente não conspurcada:

"(...) curvei minha cabeça sob o jugo da virtude quando na juventude me surgiu a rebelião."

Buscavam constantemente salvar um oásis imaculado de perfeição dentro de si.  Preferiam desculpar-se e acusar outra coisa que havia em si, mas não eles próprios. Acreditavam em uma natureza ímpia que não era eles que pecavam, mas outra natureza dentro do ser humano.

Mas, o preço que os maniqueus pareceram pagar por essa completa renegação do  mal foi tornar o bem singularmente passivo e ineficaz.  Todos os escritos de Mani ilustram essa atitude, na qual o bem é essencialmente passivo, impingido pela ação violenta do mal. Para o maniqueísta, o universo existente, no qual bem e mal se mesclavam de maneira tão desastrosa, brotara de uma invasão frontal do bem - o "Reino da Luz" - pelo mal - o "Reino das Trevas".

Esse "Reino da Luz" estivera em absoluto repouso, totalmente ignorante de qualquer tensão entre o bem e o mal. Tão separado do mal era o "governante" do "Reino", o "Pai da Luz", que se via indefeso contra ele: não podia sequer entrar em confronto com os invasores sem sofrer uma transformação drástica e tardia de seu ser. Em contraste, o "Reino das Trevas" era a força ativa; seus poderes vorazes eram cegos; dirigiam-nos unicamente os incontroláveis gritos de ganância emitidos por seus companheiros.

Portanto em todo o maniqueísmo , o bem é que estava condenado a ser passivo. O Cristo do maniqueu era, acima de tudo, o "Jesus Sofredor", "crucificado por todo o universo visível". O auge da devoção maniqueísta era  o indivíduo perceber que sua parte boa estava totalmente fundida e identificada com essa essência divina profanada, identificar inteiramente seu destino com um Salvador que também estava sendo salvo.

"Estou em toda parte; sustento o firmamento; sou a base; sou a vida do mundo; sou a seiva de todas as árvores; sou a água doce que subjaz aos filhos da matéria."

Todavia, fora desse envolvimento íntimo e sensível, as forças do mal campeariam inalteradas e aparentemente, não controladas por nenhuma força do bem:

"Choro por minha alma, dizendo: possa eu ser poupado disto e do terror das feras que se entre devoram."

O maniqueísta via-se num agudo dilema. Sua religião prometia ao fiel que, uma vez "despertado", ele teria o controle completo de sua identidade essencial e estaria apto a garantir sua libertação. Dizia-lhe que parte dele sempre se manteria imaculada; e oferecia um ritual severo, que "precipitaria" mais a matéria boa e irredutível de sua alma. Contudo, essa confiança era constantemente desgastada pelos mitos poderosos da própria seita, mitos estes que faziam o bem parecer profundamente abandonado e indefeso diante do ataque do mal: faziam parecer oprimido, violado e aturdido o seu Deus, de inocência tão imaculada que ficava perigosamente despojado de Sua onipotência.

Os Dez Mandamentos maniqueus

Eles deviam seguir sobretudo os dez mandamentos seguintes como fio condutor da sua vida cotidiana:

1-Não adorar nenhum ídolo;

2-Purificar o que sai da boca: não praguejar, não mentir, não levantar falso testemunho ou caluniar;

3-Purificar o que entra pela boca: não comer carne, nem ingerir álcool;

4-Venerar as mensagens divinas;

5-Ser fiel ao seu cônjuge e manter a continência sexual, especialmente durante os jejuns;

6-Auxiliar e consolar aqueles que sofrem;

7-Evitar os falsos profetas;

8-Não assustar, ferir, atormentar ou matar animais;

9-Não roubar nem cometer fraude;

10-Não praticar nenhuma magia ou feitiçaria;

Os grandes livros abalizados de Mani eram no total de sete, constituíram a espinha dorsal do maniqueísmo. Esses sete livros preservariam a identidade da seita durante cerca de 1.200 anos, em meios tão diferentes quanto Cartago e Fu-Kien. Mas, para um homem educado no mundo do fim da era clássica, as revelações que eles continham eram irredutivelmente exóticas: correspondiam a um "conto de fadas persa"

O maniqueísmo do século IV na África era muito semelhante ao comunismo da Inglaterra no fim dos anos 1930. O maniqueísmo afirmava ser a verdadeira "Igreja dos gentios" na África: atraía pagãos inquietos com a ascensão do cristianismo, pois repudiava os métodos autoritários da Igreja ja estabelecida e os traços de crueza do Velho Testamento. Enquadrava-se com facilidade na vasta penumbra de cristianismo em que os homens instruídos ponderavam sobre o que tomavam por oráculos da Sibila que havia profetizado a vinda de Cristo.  Muitos maniqueus eram mais doutrinários. Viam-se exclusivamente como reformadores do cristianismo.

O movimento maniqueísta havia atraído muitos homens humildes, artesãos e mercadores respeitáveis. Aliás, os mercadores eram os missionários mais eficientes da seita: na China e na Ásia central, o maniqueísmo não tardou a vacilar depois que os mongóis destruíram os grandes impérios comerciais dos oásis do deserto do Gobi. Também no Império Romano, é bem possível que a disseminação do maniqueísmo tenha estagnado com a recessão comercial.

Pessoas como essas tinham mais facilidade que seus semelhantes mais cultos para aceitar como verdades literais as rebuscadas revelações de Mani. Muitos desses seguidores simplórios eram excepcionalmente austeros. Como membros dos "Eleitos", equivaliam, nas comunidades maniqueístas, aos resolutos felás egípcios que, como eremitas, haviam-se tornado a maravilha do mundo cristão. "Incultos e primitivos", esses homens eram natureza, fossem particularmente admirados por intelectuais sofisticados.

Os "Fundamentalistas", eram os homens que haviam sustentado, de maneira intransigente, as revelações que lhes tinham sido confiadas nos grandes livros de Mani.

Mani foi um gênio da religião. Compartilhou com todos os pensadores gnósticos que o antecederam um vívido sentimento do homem como uma mistura vergonhosa de duas forças opostas, mas explicou essa mistura em termos de uma descrição plenamente detalhada do universo físico.

Para Mani, o universo em si tinha resultado dessa mistura, e a boa nova trazida pelos maniqueus era que o mundo visível era uma gigantesca "farmácia", na qual seria "destilada" a essência pura  dos fragmentos destroçados do Reino da Luz. O maniqueísta portanto, estava inteiramente inserido no mundo visível. Todos os processos físicos a seu redor aconteciam para sua salvação. Talvez ele parecesse cultuar o Sol como um pagão, ajoelhando-se diante dele ou voltando-se para ele ao fazer suas preces. Mas um pagão se sentiria muito inferior ao Sol. Para os pagãos, os homens eram criaturas "atadas a corpos humanos e sujeitas ao desejo, à tristeza, à ira (...), as últimas a nascer, prejudicadas por inúmeros desejos"; já o Sol era claramente um "deus visível", uma mente sobre-humana, girando em ritmo perfeito muito acima do mundo.

Um maniqueísta veria no Sol nada menos do que o brilho visível de uma parte de si mesmo, um fragmento de sua própria substância boa no estágio final de destilação, pronta a se fundir novamente no "Reino da Luz".  Ele sentiria a emoção de estar envolvido num processo inelutável, "objetivo", "cientificamente" descrito nos livros de Mani:

"A Luz irá para a Luz,
A frangrância para a fragrância (...)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  .
(...) A Luz retornará a seu
lugar, as Trevas cairão e não tornarão a se elevar."

A rigor, nenhum sistema religioso jamais tratara o mundo visível de maneira tão drástica, e com tanta literalidade, como a externalização de um  conflito espiritual íntimo. A imagem do universo que emergia, é claro, não era a do mundo a que estava acostumado o romano instruído, pois fora drasticamente distorcida pelas preocupações religiosas de Mani. O choque entre o conteúdo dos livros maniqueístas e os fatos observáveis do universo fisíco era quase inevitável. É que os maniqueus jamais admitiriam que sua visão do universo era um "mito" que simbolizava uma verdade mais profunda. Os quartos crescente e minguante da Lua, por exemplo, não eram apenas  a mera imagem distante de um evento espiritual: eram literalmente causados pelo afluxo de fragmentos libertos de "Luz" que ascendiam do mundo.

A disciplina moral de um maniqueísta, seu sentimento de estar apto a conduzir uma luta espiritual até seu desfecho glorioso, dependia de ele aceitar como verdade literal a explicação de Mani sobre os movimentos do universo físico.

Os maniqueus condenavam a astrologia: ela seria um trabalho amadorístico, se comparada à Sabedoria "objetiva" de seus próprios livros. Os maniqueístas tinham evitado as tensões do crescimento em todos os níveis. Moralmente, afirmavam não fazer mais do que "libertar" a parte boa que traziam em si, dissociando-se do que quer que entrasse em conflito com sua imagem reconfortante de um fragmento de perfeição imaculada alojado neles. Assim a disciplina maniqueísta baseava-se numa visão simplista da maneira como os homens agem. Era de um otimismo extremo, pois presumia que nenhum homem racional, uma vez "despertado" para sua verdadeira condição, poderia deixar de procurar libertar sua alma, seguindo as rotinas solenes dos maniqueus:

"Se souber observar os rituais, ele despertará:  o fragmento de alma luminosa que existe nele retornará a sua pureza plena; e a natureza 'estrangeira' do bem que reside temporariamente em seu corpo se libertará de todos os perigos (...)"