Plano do zigurate de Ur construído por Ur-Nammu. Construído com tijolo de adobe seco ao sol, tinha uma grossa camada externa de tijolo cozido. Conservaram-se partes dos níveis inferiores. O aspecto geral foi reconstruído a partir das figuras encontradas em relevos e em selos.
Os zigurates eram um dos
elementos mais característicos da antiga Mesopotâmia. Em muitas cidades o
templo do deus tutelar compreendia um zigurate que constava de uma série de
plataformas sobrepostas, em cima dos quais havia um templo. Os templos erigidos
sobre plataformas já se encontram no período Ubaid em Eridu, por volta do
quinto milênio a.C. os primeiros zigurates verdadeiros foram construídos por
Ur-Nammum (2112-2095 a.C.), primeiro rei
da Terceira Dinastia de Ur, em Ur, Eridu, Uruk e Nippur. A planta era
semelhante em todos eles, com uma base retangular, três escalinatas que se
cruzavam em ângulo reto e que conduziam ao templo alto. Esta é a lanta do
zigurate mais famoso de todos, o do deus Marduk, na Babilônia, que deu origem à
história da Torre de Babel. Tinha o nome de Etemenanki, que significa “o templo
da fundação do céu e da terra”, e foi começando no século XVII a.C.
Não se conhece a natureza exata
das cerimônias que se desenvolviam no alto santuário. O historiador grego
Heródoto, que descreveu em pormenor o zigurate da Babilônia, dizia que ali se
celebravam as núpcias sagradas de uma sacerdotisa com o deus (que talvez
estivesse representado na pessoa do rei ) nu ritual destinado a assegurar a
prosperidade futura do país.
Os restos de zigurates foram
encontrados em 16 jazigos; outros são conhecidos pelos textos (como o de Agadé,
que não se sabe exatamente onde estava) ou pela forma das ruínas. Havia dois
tipos principais de zigurate: um tipo do S., mais antigo, que tinha uma
plataforma retangular e três escalinatas, e um tipo de nortenho, posterior, sem
escalinatas, em que o templos costumava ser parte de um grande complexo. A
construção do zigurate no jazigo elamita de Al-Untas-Napirisa (meados do séc.
XIII a.C.) é excepcional. Encheu-se um pátio quadrado (com salas à volta) para
construir um zigurate alto. As escadas dos quatros lados estavam dentro da
estrutura.
A forma dos zigurates era parecida com as pirâmides do Egito, como a pirâmide escalonada de Saqqara (acima, figura), mas a sua função era diferente. As pirâmides eram túmulos, onde a câmara mortuária estava oculta no centro do monumento, sem estrutura por cima. Os zigurates eram sólidas construções de tijolo coroadas por um templo; parecem-se mais aos templos da América Central, como o de Chichén Itzá (figura inferior). É possível, contudo, que a ideia de uma grande estrutura piramidal tivesse vindo do Egito.
Plano reconstruído do
templo e zigurate de Tell al-Rimah, provavelmente a antiga Qatara. É provável
que fosse construído em tempos de Samsi-Adad I(por volta de 1800 a.C.). ao
contrário do tipo anterior do S., que tinha três escalinatas, o zigurate
formava parte do edifício do templo e do santuário mais alto chegara até ao
teto do templo do pátio.
Em cima: O zigurate da capital
assíria de Dur-Sarrukin foi um dos que forma descobertos anteriormente.
Julgava-se que um caminho em espiral conduzia até à cúspide e que os três
níveis inferiores estavam pintados de branco, negro e vermelho. Os níveis
superiores não foram conservados, mas, segundo a combinação normal de cores,
teriam sido azul, laranja, prateada e dourada.