O deus Aker, significa o horizonte, o ponto onde a noite vira dia, onde o dia vira noite - Ponto Zero ou Zep Tepi.
Em egípcio, Zep significa primeiro,
Tepi meio tempo.
Juntos, Zep Tepi refere-se ao "First Time" ou "um novo começo" e é simbolizada por uma
ampulheta. Hieróglifos Zep Tepi estão presentes na Esfinge de Gizé e explica o
mito da criação, uma explicação de como os antigos deuses egípcios existiam. Enfim, Zep Tepi é o Gênesis da Terra.
Zep Tepi foi uma idade de ouro durante a qual as águas do abismo recuaram,
a escuridão primordial foi banida, e a humanidade foi banhada
em luz, consagrando a dádiva de uma nova civilização. Zep Tepi o início e o
final de cada ciclo de tempo de 13.000 anos - de meio ponto do nosso sistema
solar - 26 mil anos órbita zodiacal em torno do centro galáctico.
Devido às condições de nossa
órbita galáctica, estes intervalos de 13.000 anos, ou mundos, parecem estar
separados por uma revolução cataclísmica, como a história ensina.
Este é o símbolo do deus Aker.
Significa o horizonte, o ponto onde a noite vira dia, onde o dia vira noite - Ponto Zero ou
Zep Tepi.
Ele
é descrito como dois leões sentados de costas.
Eles também são chamados ontem e amanhã, um leão está voltado para o leste onde
o sol nasce e começa o novo dia, o outro leão enfrenta o oeste, onde o sol se
põe e desce ao Submundo. Representantes da dualidade.
A área entre as costas dos
leões, muitas vezes mostra o círculo do sol como se estivesse subindo entre
dois montes. Isto também significa viagem do sol pelo céu durante o dia, bem
como que seja efetuada com segurança na parte traseira do Aker durante a sua
viagem noturna perigosa do submundo cada noite. Aker também guarda o portão
para outros mundos.
“Logo após o
Dilúvio, no início do presente ciclo de tempo, os egípcios deram o nome a esse
evento de ZEP TEPI, e um grupo misterioso de "deuses apareceu”, para
conduzir os sobreviventes da catástrofe para as terras que margeavam o Vale do
Nilo procurando refazer suas vidas, uma nova forma de vida, nos rudimentos de uma
nova civilização.”
A esfinge esta situada num
ponto muito especial na Terra, na planície de Gizé, também conhecida como
Rostau no antiquíssimo livro dos mortos.
Diferentes Cosmogonias
Um dos mitos mais
importantes, senão o mais importante, de toda a mitologia egípcia é aquele
referente à criação do Universo. Porém, grande parte dos mitos egípcios conta
com duas ou mais versões e há vários detalhes que se tornam confusos devido à
variedade de formas de se contar a mesma história. Quando se fala de cosmogonia
egípcia, há quatro versões principais que eram correntes em quatro importantes
cidades do antigo Egito: Hermópolis, Heliópolis, Tebas e Mênfis.
Essas versões, apesar de
diversas, são, na verdade, focadas em diferentes aspectos do mesmo evento e
podem ser vistas, algumas vezes como conflitantes, mas também são
complementares. Isso se deve ao fato de que tanto os mitos quantas entidades
neles descritos, os neteru (os
chamados deuses), são intercambiáveis. Às vezes um grupo de neteru descrito num
certo mito difundido numa determinada época e lugar pode ser substituído por
uma outra entidade única que represente todos eles de uma vez só quando esse
mito é contado em outra versão numa outra época e outro lugar. para que essa
característica da "intercambialidade" não torne o entendimento da
mitologia total um tanto confusa à, deve se pensar nos diferentes mitos como
diferentes maneiras de se contar uma mesma história ou diferentes formas de se
explicar a mesma coisa e que, dependendo da época e do lugar, as pessoas
preferiam uma forma ou outra.
Heliópolis
A maior fonte pela qual é
conhecida a chamada "Cosmogonia de
Heliópolis" são os Textos das
Pirâmides que são considerados os escritos religiosos mais antigos já
encontrados. São escrituras cravadas nas pedras das pirâmides de Saqqara por
volta de 2400 AC.
De acordo cosmogonia
Heliopolitana, “no
início havia apenas o caos indiferenciável conhecido como Nun (abismo). Nun é descrito como um oceano inerte, infinito
e escuro. O primeiro evento ocorrido neste oceano foi o surgimento de um monte
em forma de pirâmide chamado benben,
também conhecido como Ovo Cósmico. Quando o Sol, representado pela figura de
Rá, nasceu pela primeira vez e tocou o benben a entidade conhecida como Atum
passou a existir. Atum-Rá
"criou a si mesmo", "tonou-se a si mesmo". Logo que surgiu,
Atum, a partir de si mesmo, criou seus quatro descendentes, Shu, Tefnut, Geb
e Nut. Este momento ficou
conhecido como Zep Tepi, A Primeira Ocasião, ou o Primeiro Evento. De Geb e Nut
nasceram quatro filhos Osíris,
Ísis, Set e Néftis.
O grupo formado por oito neteru era chamado de a Enéade de Heliópolis.
Eles eram Atum-Rá, Shu, Tefnut, Geb, Nut, Osíris, Ísis, Set e Néftis. Atum e Rá
são uma entidade dupla que segue o princípio místico numérico de que o Um deve
se tornar Dois. Eles são um só ser, mas possuem dois nomes pois devem ser
entendidos como dois aspectos opostos desse ser: sujeito e objeto, isto é,
aquele que conhece e aquele é conhecido.”
Rá é o Sol. Ele surgiu pela primeira vez mundo quando saiu do
monte benben e subiu para espalhar a Luz no mundo. Neste contexto, a Luz deve
ser entendida como a Quintessência da existência, ou seja, Consciência. Rá era
representado como um ser com cabeça de falcão carregando o Disco Solar rodeado
pela serpente Ouroborus como coroa, sendo que o Ouroboros, neste caso,
representa exatamente a natureza cíclica ou fechada do ser que conhece a si
mesmo e o sol, sendo a fonte definitiva da Luz/Consciência.
Se Rá é o sujeito, Atum é o
objeto (Atum surgiu quando a luz de Rá tocou o benben, ou seja, quando se Rá se
tornou consciente dele). Às vezes se usa o nome de Atum, às vezes se usa o nome
de Rá, dependendo do contexto do acontecimento narrado.
Atum-Rá é a forma pessoal do
universo em oposição à forma impessoal e inconsciente que era Nun. Ele
representa o início da consciência e da existência. Ele é transformação do Um
em Dois.
Hermópolis
Alguns traços da cosmogonia
de Hermópolis são encontradas nas mesmas fontes daquelas da de Heliópolis. Esta
cosmogonia dava especial atenção ao que aconteceu antes da criação, na natureza
do Oceano Primordial de Nun. Seu panteão
de criadores era um grupo de oito entidades chamados de a Ogdóade.
Os oito princípios da
Ogdóade firmavam quatro casais. Os seres masculinos são representados com
cabeças de sapo e as femininas com cabeça de serpente. Cada casal representa um
diferente aspecto daquele estado primordial do ser: Huh e Hauhet representam as extensões infinitas de Nun; Kuk e, Kauket,
personificam a escuridão completa e a inconsciência daquele estado do ser; Amon e Amonet representam a natureza oculta e
inescrutável de Nun em contraste com o mundo tangível dos vivos; Por último
havia o próprio Nun e Naunet que representavam o oceano em si. Mas o principal
neter cultuado na cidade era Thot.
“Thot era chamado
e o "vizir de Rá". O oceano de Nun era a alma de Toth
e ele, usando seus dons da sabedoria ele criou as palavras e deu voz à vontade
de Rá que foi o que permitiu
ao Universo tomar existência. Rá era o criador, mas ele só podia criar através
de Thot que era quem "traduzia" sua vontade em "palavras"
propiciando uma existência objetiva. Segundo algumas fontes, Thoth é um ser que
gerou a si mesmo, como Atum-Rá,
segundo outras ele era filho de Rá. Ele foi aquele que, posteriormente, criou
as artes, a matemática, as linguagens humana, arquitetura, engenharia e as
ciências além de exercer papel preponderante das mediações de conflitos entre o
neteru e seres humanos. Ele era também associado À lua e à marcação do tempo
sendo representado como um homem com
cabeça de Íbis (uma ave nativa do Egito) ou, mais raramente, como um babuíno. Sua contraparte feminina era Seshat e sua esposa era Maat. O monte benben, segundo a cosmogonia de Hermópolis, surgiu
quando as oito divindades da Ogdóade. Ou, em outra versão no oceano de Nun
boiava uma solitária flor de lótus. Os membros masculinos da Ogdóade ejacularam
nela e ela se fechou. Quando se abriu novamente de dentro dela nasceu Rá na
forma de uma criança criadora de tudo.”
Os oito membros da Ogdóade
com cabeças de rã e serpente seguidos da imagem de Atum-Rá nascido da flor de
lótus simbolizando o nascimento a partir do caos.
Mênfis
A chamada Teologia de Mênfis
chegou até nós através de uma inscrição na Pedra
de Shabaka que é uma laje de granito com escritos hieróglifos.
“Esta cosmogonia
idolatra a figura criadora de Ptah. Ele era o patrono dos artistas e
artesãos e teria criado o universo com suas habilidades artísticas. Era chamado
de pai dos neteru da pré-criação (Ogdóade), ou seja, ele era o criador
de Nun. Aos mesmo tempo ele foi aquele que quebrou o ovo primordial do
benben e de lá surgiu para criar o mundo como o conhecemos. O processo do zep
tepi seria a "metamorfose de Ptah" de um ser inexistente
para um ser existente que criou a si mesmo. Ele, então, com uma palavra, criou
a Enéade (Atum, Shu, Tefnut, Geb, Nut,
Osíris, Ísis, Set e Néftis). A palavra falada foi o
que deu origem a tudo. O que surgia em seu coração ele criava através da
língua. Sua esposa era Sekhmet e seu filho era Nefertem.”
Essa cosmogonia engloba as
outras duas. Sua diferença é que ela acrescenta "um grau" na
hierarquia dos acontecimentos, isto, é tudo que aconteceu foi comandado por
Ptah. Ele é Num, Atum e Rá.
Em suas representações, Ptah
é mostrado como um homem de pele verde envolto num tecido branco, como se
estivesse mumificado, mas, na verdade ele está aprisionado.. Em suas mãos ele segura três símbolos
combinados em um só: o bastão Was, o Ankh e o pilar Djed (estabilidade, vida e
poder). Ele fica em pé sobre um objeto na forma do hieróglifo que significa
Maat que é a ordem, ou a Lei
universal em oposição ao Caos
primordial. “Assim como os ferreiros, que são
seus representantes na terra, Ptah moldou o universo utilizando os quatro
elementos para criar tudo que existe.”
Tebas
A cosmogonia mais tardia
entre as quatro citas é a de Tebas onde Amon, uma entidade presente na Ogdóade
original, toma o lugar de Atum-Rá como entidade criadora.
Seu nome faz referência ao desconhecido e ao impenetrável. Era dito
que ele transcendia todos os outros deuses e que "existia além dos céus" e era "mais profundo que o submundo". Sua verdadeira natureza era mistério até mesmo para os outros neteru. Era
representado como um homem usando um barrete (capuz sarcedotal) grandes plumas
na cabeça. Mut é a contraparte feminina de Amon. Seu símbolo é uma mulher com a
coroa dupla e um abutre na cabeça. O nome"mut" significa
"mãe". Essa palavra foi a percursora do inglês "mother", do
alemão "mutter", etc.
Na época da XVIII, a cidade
de Tebas assumiu grande importância político-religiosa e por isso os sacerdotes
daquela cidade, usando do poder que haviam adquirido, elevaram o neter patrono
da cidade ao status de criador de todas as coisas e o nome de Amon (os Amen),
começou a ser adicionado ao nome do faraó. Com o tempo, o poder religioso do
culto a Amon acabou adquirindo mais poder do que o próprio faraó na sociedade
egípcia e, pela primeira vez, começaram a ser desenvolvidos conceitos
dogmáticos e monoteístas. Antes os todos os neteru eram considerados como
representantes de propriedades e características de única entidade inominável. “Agora essa entidade tinha nome: Amon, o deus de um milhão de faces.”