As condições geográficas
Os Fenícios
viverem em uma estreita faixa de terra, representada hoje pela República do
Líbano, estendia-se por aproximadamente 200 quilômetros, comprimida do lado
leste pelos contrafortes das montanhas do Líbano e a oeste pelo mar
Mediterrâneo.
Salvo o fundo
dos vales, onde os fenícios podim aprovpela agricultura, tudo o mais são
planícies secas, nas quais os pastores apascentavam o gado, ou encostas de
montanhas onde crescia em abundância o cedro, madeira ideal para a navegação.
As cidades-Estado da Fenícia
Os fenícios
jamais chegaram a fundar um reino unificado sob as ordens de um só mandatário,
como aconteceu com os outros povos. A rivalidade entre as cidades- Estado
levou-as, no máximo, a constituir uma confederação. A cidade de Biblos alcançou
prestígio por volta de 2500 a.C., espraiando seu comércio e poderio por uma
grande área do Mediterrâneo. Sidon teve o seu período por volta de 1400 a.C.,
mantendo durante séculos sua supremacia sobre todo o comércio realizado no mar.
Finalmente, coube a Tiro alcançar a hegemonia marítima, tendo acesso às rotas
mais longínquas.
Mais tarde,
os fenícios entraram em decadência, caindo sob o domínio dos assírios,
babilônios e, finalmente, dos persas. A colônia fenícia de Cartago, no norte da
África, subsistiu até o século II a.C., quando foi destruída pelos romanos no
final das Guerras Púnicas.
As atividades econômicas e a sociedade
fenícia
Provavelmente,
os fenícios eram semitas provenientes da Caldéia. A Natureza deu a esse povo
uma opção: ou restringir-se aos minguados recursos da agricultura, ou lançar-se
ao mar, em busca do sustento que as terras não proporcionavam. A proximidade do
Egito, com sua grande produção de cereais, a abundância de madeira de cedro e
um litoral extenso fizeram dos fenícios hábeis navegadores.
Os fenícios
desenvolveram extraordinariamente o artesanato comercial, produzindo em série
objetos facilmente negociáveis no mundo antigo, tais como armas, vasos, adornos
de bronze e cobre, tecidos e até mesmo objetos de vidro, que alcançavam ótimos
preços. Conheciam todas as rotas de navegação do Mediterrâneo e, transpondo o
Estreito de Gibraltar, alcançaram as Ilhas Britânicas. Chegaram mesmo a fazer
uma viagem de circunavegação da África, a soldo de um faraó egípcio.
As galeras ajudaram a
estabelecer a hegemonia comercial e marítima fenícia.
O comércio de
escravos propiciava grandes lucros; muitos, porém, eram trazidos para a Fenícia
a fim de trabalhar nas oficinas de artesanato. Os fenícios descobriram onde e
como obter materiais raros para a época, como o cobre e o estanho. Dado o
aumento de sua densidade populacional, os fenícios fundaram colônias na orla do
Mediterrâneo, as quais funcionavam como entrepostos de comércio e
abastecimento. As mais conhecidas colônias fenícias foram as cidades de
Cartago, no Norte da África, e Cádiz, na Espanha.
Os fenícios
detiveram a hegemonia comercial do Mediterrâneo (talassocracia) e foram sérios
concorrentes dos gregos, etruscos e romanos.
A grande
massa da população fenícia era constituída de marinheiros e artesãos pobres, os
quais trabalhavam em função de uma classe rica que vivia do comércio marítimo.
Essa classe de mercadores definha não só o poder político das cidades-Estado,
mas também a riqueza e o controle das atividades comerciais. Os escravos e
mercenários eram facilmente conseguidos nas viagens pelo Mediterrâneo; enquanto
os primeiros trabalhavam como remadores ou artesãos, os segundos protegiam as
naus e as muralhas das grandes cidades-portos
A religião dos fenícios
Na Fenícia,
como na Mesopotâmia, o politeísmo adquiriu feições sanguinolentas. Os
sacrifícios humanos eram comuns. Cada cidade possuía um Baal (deus) protetor:
Melcart, em Tiro; Adonis, em Biblos; e Eshum, em Sidon. Cartago tinha como
protetor Moloc. Os fenícios [ossuíam ainda divindades menores protetoras do
comércio, das rotas, dos navios etc.
O alfabeto
Os fenícios
desenvolveram o alfabeto em função de suas atividades comerciais.
Além das
técnicas de navegação e dos conhecimentos geográficos, provenientes da
exploração das rotas marítimas, os fenícios trouxeram um fator de inegável
valor para o progresso da humanidade. A partir dos ideogramas egípcios,
desenvolveram um alfabeto fonético de 22 letras, que mais tarde foi adaptado
pelos gregos e romanos. Provavelmente fizeram isso buscando simplificar as
operações comerciais, uma vez que não deixaram no campo literário, ou em
qualquer outra atividade artística, nada que mereça ser lembrado.