quinta-feira, 27 de junho de 2013

Sociopatas/Psicopatas. Eles estão entre nós? Parte III.


Sociopatas/Psicopatas. Imagem: Filme Psicopata Americano.
Hoje estaremos dando continuidade ao nosso estudo sobre a sociopatia/psicopatia e veremos que alguns especialistas chegam a identificar diferenças entre elas. Essa postagem é de vital importância para a compreensão do último texto sobre o assunto aonde falaremos sobre as pessoas que conviveram com psicopatas, mas agora nos ateremos aos fatos referentes a este texto, aonde veremos os resultados da psicopatia para o próprio psicopata e uma tênue diferença entre sociopata e psicopata. Espero que gostem do texto, pois esse trabalho é feito com o objetivo de informar e gerar discussões sobre os mais variáveis aspectos da existência humana em sua relação direta ou indireta com a História Geral.
A psicopatia e sociopatia são ambos os transtornos de personalidade antissocial. Embora esses dois distúrbios são o resultado de uma interação entre predisposição genética e fatores ambientais, a psicopatia se inclina para o hereditária enquanto sociopatia tende para o meio ambiente.
Os psicopatas nascem com diferenças de temperamento como impulsividade, hipoativação cortical, e destemor que os levam a risco buscando comportamento e uma incapacidade de internalizar as normas sociais. Por outro lado, os sociopatas têm temperamentos relativamente normais; seu transtorno de personalidade tende a ser mais um efeito de fatores sociológicos negativos como a negligência dos pais, pares delinquentes, pobreza extrema, e elevada ou baixa inteligência.

“O Transtorno de Personalidade Antissocial resulta às vezes em atos de extremamente violência. Apesar dos psiquiatras muitas vezes considerarem e tratarem os sociopatas e psicopatas como sendo distúrbios idênticos, os criminologistas os registram como distintos por causa da diferença em seu comportamento exterior em relação a violência, pois os psicopatas possuem tendências destrutivas muito superiores aos sociopatas que tendem há surtos de violência menos devastadores para a sociedade.”
Quando fazemos uma pequena revisão na história da humanidade vemos que ela é capaz de nos revelar duas questões importantes no que tange à origem da psicopatia. A primeira delas se refere ao fato de a psicopatia sempre ter existido entre nós. Um exemplo dessa situação é destacado pelo psiquiatra americano Hervey Cleckley ao citar que o general grego Alcebíades, no século V a.C., já preenchia todos os requisitos para ser considerado um psicopata “de carteirinha.”
A segunda questão aponta para a presença da psicopatia em todos os tipos de sociedades, desde as mais primitivas até as mais modernas. Esses fatos reforçam a participação de um importante substrato biológico na origem desse transtorno. No entanto, eles não invadiam, de forma alguma, a participação significativa que os fatores culturais podem ter na modulação desse quadro, ora favorecendo, ora inibindo o seu desenvolvimento.
Isso fica claro quando observamos a prevalência de psicopatas em culturas diversas. Nas sociedades ocidentais, a conduta psicopática tem-se incrementado de maneira assustadora nas últimas cinco décadas. Cotidianamente nos deparamos com jornais e revistas que estampam homicidas cruéis assassinos em série, políticos corruptos, terroristas, pedófilos, pessoas que maltratam crianças, torturadores de mulheres, líderes religiosos inescrupulosos, estelionatários e profissionais desleais.
Devido à ação dos psicopatas as pessoas vêm adotando formas “psicopáticas” de convívio. Se isso ocorre é porque nossa sociedade está fundamentada em valores e práticas que, no mínimo, favorecem a maneira psicopática de ser e viver. De certa forma, estamos contribuindo para promover uma cultura na qual a psicopatia encontra um campo bastante favorável para florescer. Sem sombra de dúvida, o cenário social dos nossos tempos favorece o estilo de vida do psicopata. Ele reflete de forma precisa esse “novo homem”, voltado somente para si mesmo, preocupado apenas com o que é seu e desvinculado da realidade vital dos que estão ao seu redor.
A expansão da cultura moderna, repleta de traços psicopáticos, modificou de forma drástica as nossas relações familiares e sociais. Estamos perdendo o senso de responsabilidade compartilhada no campo social e o de vinculação significativa nas relações interpessoais.
Hoje, ficamos fascinados e atraídos pelos vilões e é para eles que dirigimos nossa torcida. Estamos abandonando os mocinhos e seus ideais morais de justiça e solidariedade. Os heróis do passado estão se tornando os otários dos tempos modernos. Se não tomarmos muito cuidado, acabaremos adotando a conduta psicopática como um estilo de vida eficiente para se alcançar a autossatisfação ou então como um comportamento adaptativo de sobrevivência. Precisamos rever a nossa tolerância em relação às pequenas transgressões do dia a dia, como jogar papel no chão, buzinar em frente ao hospital, cuspir nas calçadas, estacionar em locais proibidos.
Somente uma educação pautada em sólidos valores altruístas poderá fazer surgir uma nova ética social que seja capaz de conciliar direitos individuais com responsabilidades interpessoais e coletivas. A aprendizagem altruísta é a única maneira de combatermos a cultura psicopática pautada na insensibilidade interpessoal e na ausência da solidariedade coletiva.
Nossa espécie produziu tanto Napoleão como Madre Teresa. Trata-se da nossa profunda ligação com outros seres humanos. O vínculo emocional faz parte da maioria de nós, reside na mais ínfima molécula que moldou nossos corpos e cérebros, e de vez em quando somos abruptamente lembrados disso. Brotando em nossos genes e se disseminando para todas as culturas, crenças e religiões, é à sombra do sussurro de uma compreensão de que somos todos um só. E, quaisquer que sejam suas origens, essa é a essência da consciência.