Quase
por toda parte, no antigo Oriente, existiu a escravidão: no Egito, na Caldéia, na Assíria,
na Média e Persa, enfim em
todas as regiões da Ásia Menor houve, sempre, homens privados de sua liberdade
pessoal. A escravidão resultava, sobretudo, das guerras de conquista. Os
egípcios, por exemplo, levaram das suas campanhas na Ásia e na Etiópia, milhões
de asiáticos e de negros. Os assírios e demais povos conquistadores seguiram
este exemplo. Na Gréciaadotava-se a escravidão em toda a parte e, como no Oriente, era ela a
consequência da guerra e da pirataria, que alimentava um comércio lucrativo. Em
Roma, o serviço servil era
sustentado, na maioria dos casos, pela guerra. Os questores vendiam os prisioneiros aos traficantes de escravos que
ordinariamente acompanhavam os exércitos, embora os romanos considerassem esse
comércio vergonhoso. Os bárbarosda mesma forma, mantinham a escravatura: entre os Germanos viviam os escravos em situação de colonos e não
eram maltratados; junto aos Francosa escravidão tomou um aspecto de dureza muito particular, cujos traços se
encontram na lei sálica; a lei dos Visigodosmantinha, também, a rigidez do direito primitivo sobre a escravidão; a lei dos Borgúndios, ainda que menos
rigorosa traça uma linha de demarcação profunda entre o homem livre e o
escravo.
Sobre a obra:
No
momento em que várias correntes de opinião tentam minimizar e, mesmo, negar, a
participação de ilustres brasileiros, tanto civis como militares, em atividades
que determinaram a extinção do tráfico negreiro e a libertação dos escravos,
ocorreu-nos lembrar essa fase da vida nacional para, sem isenção, colocar os
fatos em seus devidos lugares.