quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Trechos de uma Carta de Plínio Salgado.

Trechos de uma Carta.

Grupo de Integralistas do Rio Grande do Sul. Fonte: Autor

PLÍNIO SALGADO.

Em 24 de abril de 1934


Respondo às suas perguntas:

NACIONALISMO E INTERNACIONALISMO

Somos nacionalistas, não somos jacobinistas. Aceitamos idéias universais, repudiamos o cosmopolitismo. Desejamos, no futuro (quando as autoridades nacionais estiverem recompostas) um internacionalismo de Pátrias; renegamos o internacionalismo de indivíduos. As crises atuais (superprodução, os sem trabalho, a insolvabilidade das nações, a luta de classes) têm como causa a crise de autoridade dos governos; a "soberania nacional" é meramente política: A soberania financeira pertence aos banqueiros, ao super-capitalismo. Por conseqüência, a primeira etapa das nações será o nacionalismo que fortalece a autoridade. Nacionalismo compreende todas as forças vivas e atuantes do país. A propaganda Integralista deve, portanto, ser feita no seio das colônias estrangeiras, sem, contudo, se permitir que estrangeiros tenham preponderância no movimento.

Não sustentamos preconceitos de raça; pelo contrário, afirmamos ser o povo e a raça brasileiros tão superiores como quaisquer outros. Em relação ao judeu, não nutrimos contra essa raça nenhuma prevenção. Tanto que desejamos vê-la em pé de igualdade com as demais raças, isto é, misturando-se, pelo casamento, com os cristãos. Como estes não são intransigentes nesse sentido, desejamos que tal inferioridade não subsista nos judeus porque uma raça inteligente não deve continuar a manter preconceitos bárbaros.

RAÇAS E CAPITALISMO

Quanto ao capitalismo judeu, na realidade, ele não existe como tal. O que se dá é apenas uma coincidência: Mais de 60% do agiotarismo internacional está nas mãos israelitas. Isso não quer dizer que sejam eles os responsáveis exclusivos pelas desgraças atuais do mundo. Com o advento do Estado Integralista, por conseguinte a queda da Economia Liberal, o ritmo econômico se altera completamente, passando os governos a exercer controle sobre os fenômenos da produção, da circulação, do consumo e sobre as atividades técnicas e do trabalho. O capitalismo internacional será uma reminiscência de museu. Tornando-se o mundo todo Integralista, a humanidade ficará livre da ditadura das Bolsas e dos aparelhamentos particulares de crédito. A unidade da moeda restituirá a soberania financeira dos povos. O intermediário será um objeto arqueológico. Os conflitos sociais, livres da fatalidade da concorrência internacional que altera o preço dos salários, terão quase solução automática, fortalecendo-se, dess’arte, o prestigio das magistraturas do trabalho. Nessas condições, não podemos querer hoje mal ao judeu, pelo fato de ser o principal detentor do ouro, portanto principal responsável pela balburdia econômico-financeira que atormenta os povos, especialmente os semi-coloniais como nós, da América do Sul. O judeu capitalista é igual a um cristão-capitalista: Sinais de uma época de democracia-liberal. Ambos, não terão mais razão de ser porque a humanidade se libertará da escravidão dos juros e do latrocínio do jogo das Bolsas e das manobras banqueiristas. A animosidade contra os judeus é, além do mais, anticristã e, como tal, até condenada pelo próprio catolicismo. A guerra que se fez a essa raça, na Alemanha, foi, nos seus exageros, inspirada pelo paganismo e pelo preconceito de raça. O problema do mundo é ético e não étnico.

VERDADES HISTORICAS

E já que falamos em ética, focalizo um tópico de sua carta relativo ao "poderio comercial e financeiro do grande povo holandês" em outros tempos. Realmente, no alvorecer do individualismo econômico e da internacionalização do comércio, houve aquele poderio da Holanda, mas não do "povo holandês". Recentemente esse poderio pertenceu ao capitalismo instalado na Inglaterra, mas a miséria do povo inglês foi concomitante. Os movimentos trabalhistas na Inglaterra provam isso; a fixação de Marx e Engels em Londres demonstrou que a opressão do povo criava um clima para as revoltas sociais. O esplendor da City e da Wall-Street não significaram o poder de britânicos e americanos: Miseráveis dormiam nos bancos das Avenidas e a crise dos "sem trabalho" não é uma expressão de poderio. O capitalismo não tem Pátria. Ele se instala onde melhor lhe convém num momento histórico. A sua política é super-nacional porque exprime os interesses fora do âmbito do Estado.

SOLUÇÕES INTEGRALISTAS

Tudo isso vem confirmar o que disse atrás: Criado o Estado Integral, já não interessará a canalização de capitais porque a Economia não será mais regida por um conceito estático, que é o da moeda, transformada em mercadoria, porém pelo conceito dinâmico da produção. As possibilidades da produção e a honra dos governos serão, quando o mundo todo for Integralista, verdadeiros lastros do dinheiro, transformado por um novo sentido de economia, executando seu legitimo papel de agente intermediário, e não mais em algoz do gênero humano, em opressor das nacionalidades, como o Brasil, preso, ha cem anos, na gaveta de Rotschild. No integralismo, o judeu se apaziguará com os outros povos. Raiará uma época de verdadeira fraternidade. O longo fadário, a angustia do israelita cessarão. Esse povo poderá até ter o direito de construir a sua própria nação, entregando-se aos trabalhos do campo e das fabricas, cooperando com sua grande inteligência para a civilização, livre agora das desconfianças que desperta e em que vive, o que o leva a isolar-se e a enquistar-se nas pátrias alheias. Não podemos odiar uma raça da qual saiu Jesus Cristo. Veja, pois, que o nosso ponto de vista é superior a respeito dos problemas. Não combatemos nem raças nem classes: Insurgimo-nos contra uma civilização.

PACIFISMO

Somos pacifistas. Queremos a união de todas as nações sul-americanas porque nossos problemas, nossa escravidão são idênticas. Denunciamos, porém, à Nação uma certa Liga Anti-Guerreira, que é comunista. O pacifismo pregado pela III Internacional está em desacordo: 1º) - com os métodos de violência preconizados por Sorél e adotado pelo bolchevismo; 2º) - com o formidável exército vermelho que escraviza os proletários e os camponeses na Rússia; 3º) - com as guerras ateadas na China pelos agentes de Moscou. - Cumpre notar: Não confundir o nosso pacifismo com passivismo".

PLINIO SALGADO ("Panorama" - Ano I - Abril e Maio de 1936 - Nº 4 e 5 - págs. 3, 4 e 5.)

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Moeda Com o Sigma Integralista.

Imagem Fonte: Autor

A Acção Integralista Brasileira (1932-1937) utilizava as moedas que circulavam no comercio nacional para divulgar seu principal símbolo, o Sigma (Zigma).
Esta forma de propaganda foi uma das muitas inovações criadas pela extinta AIB. Existem diversas historias a respeito de quem cunhava tais moeda, porem nada confirmado ainda.
Nesta imagem vemos uma moeda de reis com dois Sigmas gravados, geralmente apenas um Sigma era gravado, portanto e uma imagem rara.

Fonte: Guilherme Jorge Figueira

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Jornal Integralista do Ceará, Ritimo Novo.

Jornal oficial da Accão Integralista Brasileira editado pela Provincia da AIB no Ceará. Imagem Fonte: Autor

Fonte: Guilherme Jorge Figueira

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Santinho da campanha de Plinio Salgado pelo Partido de Representacao Popular para Presidencia da Republica.


Santinho da campanha de Plinio Salgado pelo Partido de Representacao Popular para Presidencia da Republica. Imagem Fonte: Autor

Fonte: Guilherme Jorge Figueira

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O Jornal A Offensiva.

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O Jornal A Offensiva, de circulação nacional, foi lançado no Rio de Janeiro em 17 de maio de 1934 e extinto em 19 de março de 1938. No começo de sua existência só podia ser adquirido através de assinatura, porém logo começou a ser vendido nas bancas de jornal pelo Brasil.
O periódico durante seus primeiros anos foi impresso nas oficinas gráficas do Jornal Diário de Noticiai, localizada no centro do Rio de Janeiro, como muitos outros matérias de divulgação da Acção Integralista Brasileira. O Chefe Nacional da AIB ocupava inicialmente o cargo de Diretor tendo sido substituído pelo Chefe Provincial Madeira de Freitas após alguns anos.
Inicialmente era vendido a 200 réis tendo tido varias variações durante o tempo. A venda do jornal possuía finalidade de financiar o pagamento dos funcionários e na divulgação da AIB.
Para a surpresa de muitos após a decretação do Estado Novo (1937-1945).

Autor: Guilherme Jorge Figueira

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Integralistas e o Cinema Brasileiro.

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A Acção Integralista Brasileira produziu durante os anos de sua existencia (1932-1937) um vasto arquivo visual que tinha como uma das principais funcoes divulgar o Integralismo pelo Brasil. Atraves da criacao da SIGMA FILMES a AIB se tornou pioneira no mercado cinematografico político, meio de divulgacao pouco explorado na epoca pelos partidos presentes no Brasil.
Um dos cineastas que mais de destacaram na producao deste material foi o diretor cinematografico Alfredo Baumgarten. Durante o regime do Estado Novo (1937-1945) este artista foi duramente perseguido tendo sido preso.
Ainda hoje se pode encontrar algumas películas como na Cinemateca Paulista ou mesmo na Internet.

Imagem Jornal A Offensiva, pag.11, N.37,24/01/35

Autor: Guilherme Jorge Figueira

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O Bund Germano-Americano.

O Bund

Entre as muitas organizações potencialmente subversivas que surgiram nos Estados Unidos, uma delas causou grande preocupação ao FBI por sua determinação em alterar a inicial neutralidade norte-americana e propiciar o apoio norte-americano aos países do Eixo. Tratava-se do Bund Germano-Americano. O país tinha outras organizações com ideologia mais ou menos similar, como o Partido Nacional-Socialista Americano, a Frente Cristã, os Cruzados Cristãos pelo Americanismo, o comitê América Primeiro e os grupos ultra-americanos e patriotas, sem esquecer da Ku-klu-Klan, mas o Bund era a mais organizada de todas elas.

Em 1933, Rudolf Hess havia autorizado a fundação de um Partido Nazista norte-americano, denominado Amigos da Nova Alemanha, com o apoio do cônsul alemão em Nova York. O primeiro líder do partido foi Heinz Spanknobel, e uma de suas primeiras atividades consistiu na edição de um jornal em alemão, o New Yorker Staats-Zeitung, para promover um sentimento simpatizante para com o nazismo. Mas Spanknobel acabou sendo deportado por causa de suas atividades e considerado um agente inimigo dos Estados Unidos. Como as atividades do grupo eram pouco discretas, Hess dissolveu-o em 1935.

Muitos de seus ex-membros fundaram uma organização no ano seguinte, em Buffalo (estado d Nova York). Tratava-se da Liga Germano-americana (Amerikadeutscher Volksbund), sob a direção de Fritz Kuhn, um veterano alemão da Primeira Guerra Mundial. Rapidamente, a organização viu crescer o número de seus membros, muitos dos quais eram imigrantes alemães de primeira ou segunda geração. O Bund imitava a organização do partido alemão, e inclusive chegou a ter sua versão do uniforme da Juventude Hitlerista. Além da atividades culturais e desportivas, existia um forte doutrinamento político entre seus membros.

O Bund chegou a criar colônias de férias em Nova York e New Jersey e várias cervejarias, cujos donos eram alemães, converteram-se em centros de encontro em Chigaco e Milwaukee. Os ataques antisemitas tornaram-se mais freqüentes e a organização começou a ficar cada vez mais parecida com sua inspiradora. A Alemanha apenas prestou ajuda ao Bund, mas seus membros estavam desejosos de reconhecimento.

Em 1936, por ocasião da Olimpíadas de Berlim, uma delegação do Bund, encabeçada pelo próprio Kuhn, viajou até a cidade e foi recebida por Adolf Hitler na Chancelaria. Um ano depois, o FBI vigiava rigorosamente suas atividades, e chegou-se a cogitar que aproximadamente 200 mil membros da organização estavam dispostos a fazer uso de armas contra os Estados Unidos. Na verdade, o Bund nunca teve mais de 8,5 mil membros e 5 mil simpatizantes. A Alemanha continuou sem prestar apoio e chegou a proibir a utilização de seus símbolos pelo Bund.

A maior reunião da organização aconteceu em fevereiro de 1939, no Madison Square Garden, com mais de 22 mil participantes. Nela Kuhn acusou o presidente Franklin Delano Roousevelt de ajudar os bolcheviques, fazendo que, ao final do ato, o próprio Kuhn fosse preso. Isso marcou o princípio do fim da organização. O Bund seria dissolvido em 8 de dezembro de 1941, e muitos de seus dirigentes foram presos.

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Coleção 70° aniversário da 2° Guerra Mundial, v.26.- São Paulo: Abril Coleções, 2009.

Agradecimento

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Stanislaw Sosabowski e os Poloneses na Frente Ocidental.

Stanislaw Sosabowski


Desde o início da segunda guerra mundial, o governo polonês no exílio estabeleceu-se no Reino Unido, sob a presidência do primeiro-ministro, general Wladyslaw Sikorski. Para lá, seguiram os poloneses que conseguiram escapar das ocupações nazista e soviética e logo se formaram unidades militares polonesas. No final de 1940, suas forças somavam cerca de 20 mil homens. Em 1941, formou-se a 1° Brigada de Paraquedistas, com cerca de 6 mil homens. Em seu comando estava o Coronel Stanislaw Sosabowski. Este militar nasceu em 1892 na região de Galitzia, então ocupada pelo Império Austro-Húngaro, e serviu em suas tropas na Primeira Guerra Mundial. Ao formar-se novamente o Estado polonês, em 1918, Sosabowski apresentou-se como voluntário para fazer parte do novo Exército nacional.

A ação mais famosa da qual a 1° Brigada da Paraquedistas polonesa participou foi o desembarque aerotransportado em Arnhem, com seus colegas britânicos. Na ação, cerca de um quarto dos efetivos morreu ou ficou ferido, demonstrando um corajoso comportamento. Não obstante, eles serviram de bode expiatório e foram acusados de ser, em boa medida, a causa do fracasso da operação, Por este motivo, Sosabowski foi afastado de seu posto, em dezembro de 1944, pelo presidente polonês no exílio, embora tenha sido promovido a general de brigada.

Após a guerra, os poloneses formaram parte do contingente britânico das forças de ocupação, mas as pressões soviéticas levaram o Reino Unido a dissolver a brigada. A União Soviética não reconheceu o governo polonês no exílio de Londres, e quem não voltasse à Polônia e se submetesse ao novo governo comunista seria privado da nacionalidade. Muitos voltaram, outros partiram para o exílio e alguns ficaram no Reino Unido. O general foi um dos que ficaram, vivendo humildemente e trabalhando como operário em uma central elétrica, falecendo em 1967, quase no anonimato.

Em a1946, ele e sua brigada foram indicados pela rainha Wilhelmina, da Holanda, para receber a Militare Willems-Orde, mas o assunto foi deixado de lado. Finalmente, 60 anos depois, em 2006, lhe foi concedida a distinção, a título póstumo. Desde 1952, ninguém havia recebido tal honra. Naquele mesmo dia, também se condecorou o falecido general com o Bronzen Leeuw ( Leão de Bronze), por seu valor.

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Coleção 70° Aniversário da II Guerra Mundial, v.26.-São Paulo: Abril Coleções, 2009.

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