terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Apresentação do Ritual de Exorcismo Romano e outras Súplicas



Cristo enviou os apóstolos para pregar a proximidade do Reino com esta instrução: “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios” (Mt 10,8). Numa outra oportunidade, contestando seus adversários, apresenta sua vitória sobre o demônio como sinal da presença do Reino (cf. Lc 11,20). Segundo o Novo Testamento, anúncio da chegada do Reino de Deus e expulsão do demônio se confundem. Uma é efeito imediato e argumento irrefutável do outro (cf. Mt 12,22-32).

Inspirada na prática e mandamento de seu Fundador, a Igreja, desde os primórdios, fez orações em favor dos fiéis, visando protegê-los contra a influência do maligno e subtraí-los de seu domínio (Hipólito de Roma, Tradição Apostólica, 42).

A ciência, no entanto, tem demonstrado que , dos casos tidos como possessão diabólica, no passado, apenas 3% podem ser levados a sério. Daí a cautela da Igreja, nos últimos tempos, com relação à prática do exorcismo. O Catecismo da Igreja Católica lembra que é necessário proceder com prudência, assegurando-se, antes de celebrá-lo, se de fato se trata da presença do maligno ou de uma doença (CIC 1673).

O Ritual de Exorcismo e outras súplicas (...) é fruto de quinze anos de estudos e trabalhos. Na esteira de toda a reforma preconizada pelo concilio do Vaticano II, apresenta o exorcismo como celebração litúrgica, com participação ativa e consciente dos fiéis. Pede que seja celebrado de tal forma que “manifeste a fé da Igreja e ninguém possa considera-lo uma ação mágica e supersticiosa”. Atento aos avanços da teologia que coloca as verdades dentro de uma hierarquia, o ritual põe em primeiro plano a ação do Espírito Santo e celebra a vitória de Cristo sobre as potências do mal. Alertado pelas conquistas ciência, pede circunspecção por parte de quem vai exercer o ministério de exorcista, orienta para transformar a celebração em espetáculo, proíbe a divulgação através dos meios de comunicação e exorta a consultar “peritos em ciência médica e psiquiátrica, que tenham senso das coisas espirituais”.

Do uso criterioso do* Ritual espera-se, portanto, a superação de duas tendências opostas, ambas errôneas e muito frequentes entre nossos fiéis.

A primeira consiste num certo satanismo que vê presença do maligno em toda parte, submetendo as pessoas à psicose do medo irracional do demônio.

A segunda tende a considerar o Diabo como personificação simbólica do mal e não como indivíduo, agente pessoal e responsável por grande parte deste mesmo mal.

O Espírito Santo de Deus nos ajude a compreender cada vez melhor que toda ação litúrgica da Igreja é celebração do mistério pascal da paixão, morte e ressurreição de Cristo, expressão máxima da vitória sobre o demônio e desmoronamento de todo o seu poder.

Brasília, 17 de novembro de 2004

Dom Manoel João Francisco
Bispo de Chapecó
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, da CNBB



­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­*deste

João XXIII


Filho de um pobre camponês do norte da Itália, João XXIII nasceu em 1881 como Angelo Giuseppe Roncalli, na aldeia de Sotto il Monte. Iniciou seus estudos para o sacerdócio quando era ainda criança e foi ordenado em 1904. Depois de servir como capelão em um hospital durante a Primeira Guerra Mundial, começou sua carreira diplomática em 1925, quando foi elevado a arcebispo e nomeado núncio apostólico na Bulgária. Após dez anos nesse país dos Bálcãs, continuou representando o Vaticano na Turquia, Grécia e França.
Quando o terror e a destruição nazista se espalhavam pela Europa, após a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o arcebispo Roncalli ajudou refugiados, especialmente judeus, a escapar dos territórios ocupados pelos alemães.

Eleito papa em 1958, Angelo Roncalli escolheu o nome de João XXIII para realizar o mais inovador apostolado do século XX. Seu pontificado caracterizou-se por duas importantes  encíclicas – Mater et Magistra (1961) e Pacem in Terris (1963) - , mediante as quais renovou a posição da Igreja Católica perante os problemas do mundo, enfatizando sua função social e orientando-a em favor dos desprotegidos, mesmo aqueles que não compartilhassem de sua fé.

Espírito ecumênico e pacificador, João XXIII convocou o Concílio Vaticano II, num esforço incomum para modernizar a antiquadas estruturas da Igreja Católica e para promover a harmonia internacional e inter-religiosa.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Juan Domingos Perón


Presidente e ditador da Argentina de 1946-1955 e grande líder nacional escolhido pelo voto popular, ainda lança sua sombra sobre a vida política argentina, mesmo após a sua morte.
Nascido em 1895, numa família da baixa classe média, Perón teve uma carreira militar nada excepcional até 1943, quando fazia parte de um grupo de oficiais do Exército que tomou o poder através de um golpe de Estado. Como secretário do Trabalho, tornou-se popular entre os trabalhadores argentinos. Quando os outros oficiais tentaram removê-lo, as massas proletárias que o apoiavam tomaram as ruas de Buenos Aires e o levaram a presidência.

Perón consolidou seu poder absoluto eliminando rivais e promovendo ambiciosos programas de industrialização, que visavam libertar a Argentina de sua dependência econômica e melhorar a vida dos trabalhadores. O sucesso de muitos desses programas, juntamente com a personalidade forte e carismática de sua mulher, Evita, tornou-o líder de um grande movimento de massas, que passou a dominar a vida política argentina. Entretanto, Perón não encontrou a mesma popularidade junto aos oficiais do Exército e, em 1955, uma revolta da Marinha obrigou-o a renunciar.

Em 1973, após anos de ditadura militar, os argentinos forçaram a redemocratização do país e o peronismo foi o grande vencedor nas urnas. De volta de seu exilio na Espanha, Perón foi levado novamente à presidência, cargo que ocupou por menos de uma no. Em 1º de julho de 1974, Perón morreu, lançando a Argentina na profunda crise política que desembocou na brutal ditadura  do general Jorge Rafael Videla.


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

George Washington

“A administração da justiça é o mais solido pilar do governo.”

George Washington nasceu em 1732, na colônia inglesa da Virgínia, sendo o segundo filho de um abastado fazendeiro da região. Embora tenha sido treinado para trabalhar como agrimensor, muito jovem ainda destacou-se como soldado, prestando serviço à Coroa britânica na Guerra contra os Franceses e os Índios. Em 1759, tornou-se membro do Parlamento da Virgínia e um dos líderes da oposição à política colonial inglesa. Escolhido como delegado aos Congressos Continentais – assembleias de representantes das treze colônias -, no segundo deles, em 1775, foi nomeado comandante chefe das forças rebeldes.

Após o sucesso da revolução emancipadora, Washington liderou a Convenção Constitucional, a assembleia que se encarregou de criar a estrutura de governo do país recém-formado. Em 1789, a nação que passara a ser conhecida como os Estados Unidos da América elegeu George Washington como seu primeiro presidente. Nesse cargo, ele organizou o Poder Executivo e o Poder Judiciário, criou o primeiro banco do Estado e instituiu tarifas alfandegárias para proteger a produção nacional, tarefas nas quais demonstrou a mesma habilidade e capacidade de liderança que caracterizaram sua atuação no campo de batalha.

Washington não apenas manteve unidos os treze Estados conflitantes durante os críticos primeiros anos de governo, mas também estabeleceu linhas de ação – política, econômica e nas relações internacionais – que continuam a moldar a atuação dos Estados Unidos ainda hoje.


BRUNS, Roger. Os Grandes Líderes: Washington. São Paulo: Nova Cultura, 1987.

Otto von Bismarck, o Chanceler de Ferro.

“A História é simplesmente um pedaço de papel coberto de tinta; o principal ainda é fazer a História, não escrevê-la.”

Um dos mais importantes estadistas europeus do século XIX, Otto von Bismarck foi o responsável pela unificação dos 39 Estados que deram origem à nação alemã. De vontade inflexível, valeu-se tanto da força bruta como de uma fria e calculada astúcia com o objetivo de obter poder para sua Prússia natal e para si próprio.

Bismarck nasceu em 1815, numa família pertencente à nobreza prussiana. Depois de frequentar a Universidade de Göttingen e a de Berlim, e fracassar na tentativa de fazer carreira no Exército e no funcionalismo público, entrou na política aos 32 anos, como delegado na Dieta Unida. Com arrogância e violência, o jovem aristocrata defendeu a monarquia dos Hohenzollern com os liberais e nacionalistas que exigiam a unificação e um governo constitucional. Férreo defensor do poder absoluto do rei, em 1862 foi indicado por Guilherme I para ocupar os cargos de primeiro-ministro e chanceler.

Bismarck adotou uma política externa agressiva, baseada nos princípios da Real-politik, mediante a qual conseguiu acabar com o domínio da Áustria sobre os Estados do norte alemão e isolar durante muitos anos a grande inimiga da Prússia, a França. Após ter completado a unificação da Alemanha, em 1890 o governo autocrático de Bismarck foi encerrado pelo Kaiser Guilherme II, que exigiu o afastamento do velho “Chanceler de Ferro”.


ROSE, E. Jonathan. Os Grandes Líderes: Bismarck, São Paulo: Nova Cultura, 1987.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Rainha Vitória da Inglaterra


Nascida em 1819, a princesa Alexandrina Vitória de Hanôver teve uma infância solitária, marcada pelos rigores de uma educação extremamente moralista e pelas desavenças da família real britânica. Ascendeu ao trono quando tinha 18 anos e imediatamente impressionou seus súditos por revelar um caráter forte e uma férrea vontade de dirigir os negócios de Estado. Inicialmente auxiliada por Lorde Melbourne, então primeiro-ministro, a jovem rainha começou a desempenhar seu papel de monarca constitucional, enfrentando com dificuldade os avatares da política.
Em 1840, Vitória casou-se com seu primo, o príncipe alemão Alberto de Saxe-Coburgo-Gotha, que se tornou seu principal conselheiro nos assuntos de governo, e moderador de seu obstinado e explosivo temperamento.
O longo reinado de Vitória, que ficou conhecido como “Era Vitoriana”, caracterizou-se por um enorme esforço produtivo – concentrado no desenvolvimento das indústrias pesadas, de mineração e têxteis – e pela expansão colonialistas na Ásia e na África, fatores que fizeram da Grã-Bretanha a maior potência econômica do século XIX. Entretanto, internamente todo esse esplendor mascarava graves problemas sociais, como a violenta diferenciação de classes e a exploração do trabalho infantil. Assim, convivendo com a riqueza e a miséria, com a glória imperialista e a brutalidade colonialista, a era vitoriana gerou uma sociedade de valores duplos, sedimentada na aparência, cujo bondoso aspecto externo de Dr. Jekyll escondia a monstruosidade de Mr. Hyde.

Referência:

SHEARMAN, Deirdre. Grandes Líderes: Rainha Vitória. São Paulo: Nova Cultura, 1987. 

Elisabete I, “A Rainha Virgem”


Nascida em 1533, Elisabete foi a filha indesejável de Henrique VIII, o rei inglês que matou sua mulher Ana Bolena em 1536. Cresceu num país em guerra intestina, no despertar das reformas religiosas que conturbaram o século XVI europeu. Enjeitada pelo pai viveu uma existência solitária até a adolescência. Na juventude observou e esperou enquanto sua meia-irmã Maria Tudor mergulhava a Inglaterra em desordens e disputas.
Após assumir o trono em 1558, Elisabete demonstrou que não pretendia repetir os erros de sua predecessora. Com muita habilidade politica, unificou a nação. Culta, calculista reinou com transigência e consenso. Enquanto seus piratas aventureiros navegavam pelo mundo, poetas e artistas, dramaturgos e cientistas da Inglaterra alargavam os horizontes do pensamento e criavam a obra cultural que, hoje, identifica a era elisabetana.

Referência: 


BUSH, Catherine. Os Grandes Líderes: Elisabete I. São Paulo: Nova Cultura, 1988.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Sobre George R.R Martin


Mundialmente conhecido como escritor de ficção científica e fantasia, George Raymond “Richard” Martin, nasceu em uma humilde família nos Estados Unidos em 1948, formou-se como bacharel em jornalismo com louvor em 1970 e Mestrado em 1971 na Universidade Northwestern. Começou a escrever muito cedo, ainda em sua infância Martin escrevia contos de ficção e terror e por algum dinheiro vendia para seus amigos. Sua primeira venda como escritor profissional se deu em 1970, aos 21 anos com o conto “Herói”. Trabalhou como diretor de competições de xadrez na Associação Continental de Xadrez (1973-1976) e foi também instrutor de jornalismo na Clarke College (1976-1978) em sua juventude. Mas foi em 1991 que George R.R Martin inicio a escrever a série de livros pelo qual viria a se tornar um dos maiores escritores da atualidade, a série de fantasia épica “As Crônicas de Gelo e Fogo”, o primeiro volume foi publicado em 1996 de um total de 7 volumes. Inspirados na “Guerra das Rosas” e “Invanhoé”. Sua coletânea de livros veio a se tornar uma série de televisão exibida pelo canal HBO em 2011. Mesmo com todo o sucesso de sua obra, o escritor sofre de bloqueios criativos devido a sua fixação por detalhes, e desta forma acaba demorando muito para escrever suas histórias, deixando os fãs angustiados a espera dos desfechos nas Crônicas de Gelo e Fogo, mas se isso for para recebermos as obras primas que produz vale a pena esperar. Além de um grande escritor, nunca deixou seu espírito Nerd, pois ainda hoje coleciona HQs e livros de ficção científica, além de miniaturas medievais.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

"Divulgação" Construindo História Hoje


Sobre Jacques Lefèvre


           
Lefèvre nasceu na cidade francesa de Étaples na costa da Picardia em 1455 em uma humilde família católica, foi teólogo e humanista. Antes mesmo de entrar para a Universidade de Paris (atual Sorbonne), aonde lecionou de 1490-1508 já havia sido ordenado sacerdote. Mas ficou conhecido mesmo como um dos pioneiros na tradução das Escrituras Sagradas para o francês. Em 1509 foi responsável pela publicação de um estudo aonde comparou cinco traduções dos Salmos em latim que visava uma melhor compreensão das Escrituras pelos menos doutos.

No começo da década de 1520 em Meaux, uma cidade próxima a Paris trechos do evangelho foram lidos durante a Missa não em latim, mas em francês graças aos estudos de Lefèvre, aonde o povo pode ouvir a mesma em seu idioma natal. Publicada em 1523 sua tradução dos Evangelhos do grego Koine para o francês teve a melhor recepção pelo povo que em pouco tempo teve todo o estoque foi vendido. Graças à proteção do rei Francisco I da França suas traduções conseguiram continuar em circulação, pois naquela época a Igreja Católica tinha resistência as traduções as línguas vernáculas devido ao perigo das interpretações. Em 1524 lançou sua tradução dos Salmos para o francês e em 1530 na Antuérpia na Bélgica foi publicada sua tradução completa da Bíblia baseada na Vulgata de Jerônimo com a aprovação do imperador Carlos V. Faleceu em 1536 ou 1537 em Nérac, França deixando seu legado para toda a humanidade.