domingo, 10 de julho de 2016

O início de tudo, segundo a criação dos Kami anciãos.



Eis as lendas do Japão, segundo o registro dos kami anciãos primordiais, esta mitologia foi transmitida para os antigos sábios e de onde se basearam os eternos livros Kojiki e Nihon Shoki:

No início dos tempos, havia apenas uma disforme esfera oval, duplamente maior que a Terra, flutuando, plácida e silenciosa, no negro infinito. Vida alguma abrigava em seu abaulado ventre e astro algum iluminava o céu para além desta longínqua esfera, solitária como uma pedra perdida num mar escuro e vazio – nem Sol, nem Lua, nem estrelas havia.

Mas esse não era ainda o mundo no qual os kami e mortais viriam a habitar. Não passava este corpo ástreo, na verdade, de uma massa única, sem distinção entre o céu e a Terra.

Durante muito tempo assim foi, até que esta indefinida esfera foi lenta e vagarosamente repartindo-se em duas, como quando o corpo dorme e a alma se põe a sonhar. Mas não é porque dormia que este corpo não se debateu como em pesadelos e não é porque não havia viva alma para ouvi-lo que ele silenciou. Divorciou-se de sua outra metade, fazendo saltar pedras, lascas e pedregulhos para todos os lados, na ânsia de libertar-se, e desprendeu-se, enfim, esta incorpórea criatura, como se desprende a alma do corpo morto.

Eis que se põe a subir calma, leve e vaporosa, alcançando com suave perícia o pai de todos os cumes, o monte Takachiho, e instalou-se  acima do seu topo, que já era tão alto que perfurava uma densa camada de nuvem. Takaamahara é como passou a se chamar esta parte azulada espiritual que virou o que poderíamos intitular de céu japonês. Acomodou-se lá no altíssimo firmamento e ali permaneceu à espera dos kami, que em poucas eras estavam por vir.

A outra metade da esfera, no entanto, pesada, parda e densa, foi tombando como o peso da gema de um ovo na leve clara, precipitando-se pelo abismo infinito. As pedras que haviam saltado da separação foram sendo atraídas gradativamente a ela mais uma vez, unindo-se de modo a carreá-la mais e mais até atingir uma consistência firme e puramente física mudando sua cor para um tom negro-encarvoado. Assumiu, enfim, uma forma geoide, e a água espalhou-se em volta dela. Os dedos gelados de uma névoa densa e escura envolveram esta parte descartada dos céus que permaneceu esquecida pelos imortais durante sete gerações de deuses.

Takaamaharaq, a Planície dos Céus Elevados, ao contrário da Terra, logo atraiu os kami, deuses habitantes. Três deles, mais gigantescos de todos – colossais demais para serem apreendidos numa única olhada – surgiram nos céus, vindos de um lugar incógnito só conhecido por eles. Chegaram já prontos para criar e desenvolver o caótico e misterioso mundo celeste que a mente humana não prima por entender.

A criação da Estrela Polar



Acenderei uma luz na escuridão – disse altamente venerável e desenvolvido Amano Minakanushi no Mikoto, falando na linguagem dos deuses.

Focalizou o firmamento com o Terceiro Olho, a visão além do alcance dos olhos, e fez brotar de suas longas e finas mãos uma bola de fogo dourada que arremessou às alturas, onde ela se fixou para todo o sempre. Deu-lhe o nome de Estrela Polar.

Criação da Lua e do Sol



Honoráveis irmãos – disse o segundo deus, Takami Musubi no Mikoto. – Eu criarei as Maravilhas Celestes.

Pôs-se a mover as mãos envoltas em chispas chamejantes e fez brotar uma imensa bola branca de fogo que arrojou para o alto, ao modo de como fez o deus primeiro. Nomeou novo ser de Lua. Concentrou novamente todo seu KI – fogo que queima nas entranhas e é a energia vital de todos os seres vivos – e fez surgir outra bola de fogo, porém de uma cor vermelho-alaranjada e quatrocentas vezes maior do que a anterior. Arremessou-a igualmente ao alto dos céus, ofuscando instantaneamente as criações anteriores. Chamou-a  de Sol.

Colocou, então, dois dedos no centro da testa e tornou a se concentrar: flocos de neve caíram dos céus, levando os três irmãos a se encolherem de frio e cobrirem com o capuz as cabeças ainda quentes do Sol. Expulsaram os flocos da neve resplandecente que cobria seus mantos coloridos e se puseram a observar o campo celeste que ia ficando mais alvo e fofo do que as brancas nuvens.



A nevasca se transformou em uma chuva muito fina e fortes ventos varreram os quatro cantos da galáxia, de ponta a ponta, controlados docilmente pelas mãos do honrável kami. Raios e relâmpagos cortaram, neste dia, o firmamento com seus clarões dourados e estrondos retumbantes e o vento uivou ferozmente como mil lobos, virando uma terrível tempestade. A pouca chuva se transformou num aguaceiro que lavou e fertilizou o solo celestial pela primeira vez na vida.

Surge a vida vegetal e animal pelo terceiro kami



- Eu, por minha vez, criarei os Tesouros Celestes – disse a seus irmãos a terceira divindade, Kami Musubi no Mikoto, tão logo a tempestade amenizou.
Espalmou as longas e finas mãos sobre o solo irrigado e fez surgir os mais exóticos bosques, pomares e jardins, que se ergueram do chão de um minuto para o outro, crescendo a olhos vistos, como se um segundo representasse um século. Deleitou-se o deus criando montanhas e penhascos, mares e rios, pássaros e peixes, flores e corais.

Cachoeiras desciam agora livremente ao pé da montanha, abaixo do voo de esplêndidos faisões de penas rubras como o fogo douradas como o metal amarelo (modo com o qual os deuses primordiais referiam-se ao ouro). A límpida água corria nos largos e lentos córregos celestiais com toda sorte de murmúrios, fluindo através do coração de Takaamahara, brilhando entre musgos, pedras e peixes. Brotaram o arroz e demais cereais, que, sem cultivo ou trabalho algum, cobriram os campos alagados com seus tapetes amarelos, independente do clima, do tempo e das estações de maduração.

Logo o céu borbulhava de cores e arte, graças ao capricho destes fecundos criadores de inesgotável imaginação. Tão logo concluíram suas obras-primas, retiraram-se anonimamente dos céus e seguiram para um refúgio incógnito que somente os deuses conheciam, sem deixar atrás de si nem o brilho das caudas de seus faiscantes mantos multicoloridos e nem o mínimo resquício de vaidade.



Pirâmide de Gunung Padang na Indonésia



Esquecida no pequeno vilarejo de Karyamuki, na Indonésia, encontra-se a pirâmide de Gunung Padang. Recebeu esse nome pois, durante milênios, os moradores locais acreditaram que a pirâmide seria uma montanha sagrada. Gunung Padang significa Montanha da Luz ou Montanha da Iluminação.

Nas últimas décadas, cientistas começaram a realizar estudos na área com o auxílio de uma avançada aparelhagem tecnológica e chegaram à conclusão de que a montanha era, na verdade, um monumento construído pelo homem no formato de uma pirâmide.

Inicialmente, a equipe científica responsável pela realização dos testes em Gunung Padang foi recebida com hostilidade pelos moradores locais. Na concepção deles, os cientistas estariam profanando o local sagrado e deveriam abandonar a pesquisa.

Felizmente, os estudos continuaram e, em 2005, os primeiros resultados dos testes de datação do local foram publicados causando alvoroço na comunidade científica. Gunung Padang teria sido construída por uma sociedade humana há mais de 5000 anos atrás.



Em busca de aprimorar os teste de datação da pirâmide, os cientistas empreenderam uma série de perfurações no solo para coletar amostras com uma maior qualidade.

À medida que a perfuração continuava, eles obtinham resultados que colocavam Gunung Padang com uma idade cada vez mais avançada chegando até a incrível marca dos 23 mil anos. Esses dados fariam dessa pirâmide a estrutura megalítica mais antiga construída pelo homem.



Sundaland

Sundaland é o nome dado a uma grande área do continente asiático, duas vezes maior do que a Índia, englobando a Indochina, Malásia e Indonésia.

Atualmente, a sua maior parte encontra-se submersa, representada pelo Mar do Sul da China, o Golfo da Tailândia e o Mar de Java.

Os estudiosos de Gunung Padang acreditam que a pirâmide foi construída por uma sociedade avançada que teria vivido nessa região durante um longo período, antes de ser totalmente destruída por eventos cataclísmicos durante a época conhecida como a última era do gelo.




Repercussão Internacional

Essa descoberta não pode ser explicada de acordo com o paradigma histórico atual cujo enredo afirma que o mundo nesse período era habitado apenas por pequenos grupos sociais primitivos compostos por caçadores nômades incapazes de estabelecer um sistema organizado para construção de tais monumentos.

nenhuma surpresa, aqueles proclamados como “autoridades científicas” encontraram argumentos para desacreditar tais teorias, afirmando que os testes foram realizados de forma errônea.

Ao mesmo tempo em que as pesquisas em Gunung Padang estão apenas na sua caminhada inicial, uma grande batalha jurídica está acontecendo liderada por um lobby de arqueólogos que visa impedir o andamento das escavações.



Por outro lado, os políticos da Indonésia aparentam estar bastante satisfeitos com a descoberta. As investigações estão sendo financiadas pelo governo e provar a autenticidade da idade do local tornou-se uma tarefa d de âmbito nacional.

Segundo o geólogo Danny Hilman:

Isso é imenso. As pessoas pensam que a idade pré-histórica era primitiva, mas esse monumento prova o contrário.

Composição da Pirâmide

À primeira vista, o monumento aparenta ser composto por uma série de plataformas conectadas através de um conjunto de sucessivos degraus.

Um estudo realizado em 2013 descobriu colunas de andesito de origem artificial esculpidas no interior da pirâmide criando uma intrincada rede de câmaras subterrâneas e corredores.

Também foi detectada uma substância similar ao cimento, com uma composição de 45% de ferro, 41% de sílica e 14% de minerais diversos.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Templo megalítico de Mnajdra



Mnajdra é um templo megalítico localizado na costa sul de Malta. Localiza-se a cerca de 500 metros de Haġar Qim. Mnajdra foi construído em cerca de 6 mil anos atrás, e os templos megalíticos de Malta estão entre os centros culturais mais antigos do mundo, tendo sido descritos pelo comitê de Sítios do Patrimônio Mundial como "grandes peças de arquitetura únicas"

Em Malta podem ser encontrados os primeiros indícios de construções monumentais com engenharia arquitetônica muito desenvolvida para o período anterior ao egípcio, além de muita precisão matemática. Pesquisas indicam que Malta foi construída antes da invenção da roda e das ferramentas de metal.

Ao sul da Itália, no norte da África, no mar Mediterrâneo há um arquipélago constituído por 5 ilhas que juntas formam a República de Malta, destas, somente às 3 menores são habitadas, elas são: Malta, Gozo e Comino. Malta está na região central do mediterrâneo e possui uma história milenar pelas convergências (e mistérios) de suas civilizações. Segundo estudos ela é habitada desde cerca de 5200 A. C. e foi uma área importante para uma civilização pré-histórica anterior aos fenícios, os sicilianos.



Mnajdra (Complemento em espanhol)

Mnajdra es un templo megalítico que se encuentra e la costa sur de Malta, a 500 m de la estructura homóloga de Ħaġar Qim. Se encuentra cerca de un acantilado y desde ella es posible ver el islote de Filfla. Mnajdra fue construido en el 3000 a. C. y es por consiguiente una de las más antiguas estructuras autónomas del mundo, anterior incluso a las pirámides de Egipto y a Stonehenge.

Está compuesta por piedra caliza de origen coralino, la cual es mucho más fuerte que la del vecino Ħaġar Qim. En 1992, la Unesco declaró el conjunto de Mnajdra, junto a otros cuatro sitios megalíticos en el archipiélago de Malta, Patrimonio de la Humanidad.



El primero de los dos templos en la parte superior de los acantilados que visitamos fue Hagar Qim (se pronuncia "Hajareem"). Unos 500 metros de ella, cuesta abajo hacia el mar, es el templo Mnajdra. Los dos templos tienen mucho en común, pero también tienen diferencias significativas. Mnajdra es más complicada, siendo quizás una amalgama de tres estructuras individuales. Cada estructura se compone de un camino recto de la "puerta de entrada" a una cámara circular u oval en la parte posterior del templo. Fuera de este camino hay cámaras simétricas laterales, tal vez dos (uno a cada lado), o cuatro. La "puerta de entrada" tiene dos grandes piedras laterales bien vestidos, y está coronado por piedras horizontales dintel. Puertas internas, por otro lado, son a menudo agujeros rectangulares cortadas a través de una gran piedra vestido rectangular.


Interior do templo megalítico de Mnajdra na ilha de Malta

Muchas objetos decorados se encuentran en los templos. Algunos hemos visto en el sitio una y otra vez en el Museo Arqueológico, así que obviamente uno u otro debe ser una réplica. No hay indicios de que es el original, y son tan parecidos como para ser indistinguibles para el ojo inexperto. Replica u original, el "Árbol de la Vida" altar es una notable pieza de trabajo, cualquiera que sea la fecha, pero la más notable dada su fecha prevista de alrededor de 3500 aC, la época de las primeras ciudades sumerias. Gran parte de la superficie del altar es punteada. Lo mismo es punteado en varias piedras talladas. Claramente se hace con cuidado, dentro de un límite prescrito, incluso un área enmarcada, pero su propuesta es un misterio.



Mnajdra está a pocos pasos de Hagar Qim lo largo de una calzada construida, presumiblemente construido para mantener a los turistas fuera del terreno frágil. El templo está bien camuflada contra el fondo de piedra caliza bastante árido, pero cuando se construyó, la isla estaba cubierta de bosques, probablemente, y el templo podría haber sido en un claro, con miras a la salida del sol sobre el mar. Tenía que haber un punto de vista la salida del sol, porque las alineaciones solares parecen haber sido muy importante para los constructores del templo.



sábado, 2 de julho de 2016

Os Templos megalíticos de Ggantija


Vista aérea do templo

Há um folclore interessante sob sua construção. O povo local afirma que um gigante que viveu na área teve um filho com um homem mortal. Segundo a lenda, a própria gigante e a criança construíram o templo, daí o nome Ggantija que pode ser traduzido como “Torre dos Gigantes.”

Ggantija ("Torre dos Gigantes") é um complexo neolítico, de templos megalíticos na ilha Mediterrânica de Gozo. Os templos Ggantija são os primeiros de uma série de Templos megalíticos de Malta. Seus construtores erigiram os dois templos de Ggantija durante o neolítico (c. 3600-2500 aC), o que torna esses templos velhos de mais de 5500 anos e umas das mais antigas estruturas religiosas humanas do mundo. Templos megalíticos de Malta, juntamente com outras estruturas semelhantes, foram designados Património Mundial da UNESCO.


 Interior do templo Megalítico de Ggantija, Ilha de Gozo

Como o nome sugere, megalítico quer dizer “pedra grande”, ou seja, esses templos malteses sao estruturas feitas com enormes pedras colocadas verticalmente no terreno de modo a criar uma construçao muito particular. Sao todos formados por um muro externo que abriga “celulas” dispostas ao redor de um corredor.


Planta dos templos Ġgantija

Os templos megalíticos de Malta e Gozo foram construídos aproximadamente a partir do ano 3800 antes de Cristo. Isso quer dizer que há mais de mil anos antes da construção das pirâmides do Egito, em Malta já existiam pessoas carregando pedras de mais de 20 toneladas para seus templos.


 Muros de Ġgantija feitos com pedras megalíticas.

E como os malteses primitivos carregavam todo esse peso? Alguns dizem que eles usavam um plano inclinado e um sistema de alavancas, mas por causa de umas bolas de pedras encontradas por ali, outros acreditam que as pedras grandes para os templos eram transportadas sobre elas.

Os templos foram, provavelmente, o seio dum culto da fertilidade; os arqueólogos acreditam que as figuras e numerosas estátuas encontradas no local estão ligadas a esse culto. Segundo o folclore Gozitano local, gigantes construíram esses templos e usaram-nos como locais de culto.


Uma vista dos muros exteriores de Ġgantija

Um dado curioso sobre os malteses primitivos è que logo apos a construção do ultimo templo eles simplesmente desapareceram do mapa. Não existem traços de habitantes em Malta entre os anos de 2500 e 2000 antes de Cristo e ninguém sabe dizer o motivo. Talvez eles tenham sido exterminados por alguma doença ou simplesmente emigraram em busca de terras mais férteis… A partir de 2000 a.C. reaparecem vestígios de presença humana, mas um povo muito diverso do primeiro, inclusive com conhecimentos técnicos considerados inferiores.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

O que são os Vedas?



Basicamente os Vedas são as quatro escrituras básicas (Rg, Yajur, Sama e Atharva-Vedas),  os Puranas (cujo principal é o Srimad Bhagavatam), os épicos - o Mahabharata (do qual o Bhagavad-gita é a seção mais importante) e o Ramayana, os Upanishads, os Sutras (mais famosos sendo o Vedanta Sutra e o Yoga Sutra), as ciências auxiliares (ayurveda, astrologia, etc.) e os comentários ou livros escritos pelos grandes mestres baseado nesses textos.

As quatro escrituras, Rg, Yajur, Sama e Atharva-Vedas, descrevem os elaborados rituais e mantras usados na religião do povo nos tempos védicos, que se centrava na adoração de semideuses (ou deuses da natureza). Assim, como encontramos praticamente em toda a parte do mundo antigo (Grécia, Roma, Egito, Norte da Europa, América do Sul, etc.) a adoração de seres como o deus do sol, deus dos ventos, do mar, etc., também encontramos exatamente isso como sendo a religião popular da época védica. Por envolverem intricados rituais que não são mais seguidos, essas quatro escrituras não são úteis atualmente. Nelas praticamente não encontramos a verdadeira jóia do conhecimento e práticas espirituais de auto-realização em yoga, em puro amor ao Senhor Supremo.

Os Upanisads são muito em número (mais de 108). São tratados filosóficos sobre a Verdade Última, sobre a Realidade. Entre os Upanishads, um dos mais importantes é o Sri Isopanishad (disponível em Português impresso e em áudio MP3). Ele se destaca por ser o único que é diretamente parte de uma das quatro escrituras básicas, sendo parte do Yajur Veda.

O Srimad Bhagavatam é o Purana mais famoso e um livro de espantosa beleza, profundidade, riqueza, filosofia e sabedoria. Ele revela em grande detalhe a natureza de Deus, da alma, do “reino de Deus”, do mundo material, do processo de auto-realização, do problema e inutilidade inerente da adoração de semideuses e importância de buscar Deus acima deles, do efeito da consciência na matéria e vice-versa e muito mais. O livro tem 12 Cantos, com mais de 14 mil versos. Sua versão traduzida e comentada por Srila Prabhupada contém 19 mil páginas e está disponível em Português.

O Bhagavad-gita tem toda uma posição especial dentre os Vedas (ou literatura védica), pois apresenta o aspecto mais refinado da filosofia e prática espiritual védica - o caminho da auto-realização em yoga. É um resumo de toda a espiritualidade e filosofia da cultura védica. É o texto mais importante sobre yoga e auto-realização e é aceito como o livro base da tradição da espiritualidade e religião da Índia.

No Bhagavad-gita se descrevem as diferentes etapas do caminho do yoga (karma, jnana e bhakti). De todas as práticas de yoga, Krisna explica no Bhagavad-gita, no verso 6.47, que a prática superior é bhakti-yoga (yoga com devoção ou consciência de Krishna). A conclusão do Bhagavad-gita é que a essência de todo o conhecimento védico é a pura consciência de Krishna. Essa declaração encontramos no Capítulo 15, verso 15, onde Krishna diz, “Através de todos os Vedas, é a Mim que se deve conhecer. Na verdade, sou o compilador do Vedanta e sou aquele que conhece os Vedas.”.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Las primeras puertas automáticas de la Historia



Ya conocíamos a Herón de Alejandría por el ser creador de la 1ª máquina expendedora de la Historia, pero no sólo ha pasado a la Historia por ello. También fue el primero en idear un sistema para crear las primeras puertas automáticas de la Historia.

Este famoso inventor greco-egipcio del siglo I recogió en su tratado de ingeniería “La Neumática” un sistema para que las puertas de los templos se abrieran solas, sin intervención humana.

El mecanismo utilizaba el vapor de agua que obtenía al calentar fuego en un altar. Esta energía era aprovechada por un sistema de poleas que permitían abrir las puertas.

La verdad es que tuvo que sorprender a propios y extraños sobre todo porque consiguió, no solo abrir las puertas, sino que a la vez sonasen trompetas.


Heron de Alejandria

terça-feira, 21 de junho de 2016

Processo de Industrialização da cidade de Gravataí (1939-1990).



Por Leandro Claudir Pedroso


 1-    Introdução: 

Foi em meados da década de 1960, que a cidade inicia um rápido processo de industrialização. Vários fatores contribuíram para esse rápido processo, e podemos destacar alguns deles como determinantes para que Gravataí deixasse a economia agrária, como a construção da Freeway e a criação do distrito indústria. Deixando Gravataí de ser uma cidade dormitório em relação a Porto Alegre (aonde os trabalhares vão somente para dormir) para assumir a condição de importante polo industrial no cenário da economia gaúcha. O início do processo de industrialização de Gravataí está intimamente ligado com o deslocamento das indústrias de Porto Alegre e com a implantação de um Distrito Industrial nos anos 1970 no município.  O deslocamento industrial de Porto Alegre para Gravataí foi primeiramente realizado de forma “espontânea”.

Os atrativos elaborados pelas administrações municipais que se sucederam desde o final dos anos 1950 para a instalação de indústrias e, um pouco depois, o anúncio da construção da rodovia BR-290 e de um distrito industrial através das políticas de planejamento metropolitano atestam a regulamentação desse deslocamento. Os Censos Industriais de 1960 e 1970 demonstram que o principal ramo industrial de Gravataí era o de produtos alimentares. A partir de 1975, as indústrias dos ramos metal-mecânico e químico passam a ser a principal atividade. Concomitante à implantação do distrito e às melhorias de infraestrutura, o capital industrial internacional também passou a se instalar no município. A característica em comum das indústrias que se instalaram em Gravataí neste momento é o grande porte. O que pode ser observado nos dias de hoje pela permanência de suas edificações.

Não podemos deixar esquecer que já na década de 1930 em Gravataí no Passo do Ferreiro, achava-se uma fábrica de móveis e uma casa destinada à torrefação e moagem de café, pertencentes ao Sr. Joaquim Antônio de Vargas. Na mesma localidade havia também um curtume e uma correaria e uma fabrica de louças de barro. A cultura da mandioca teve participação ativa na economia do Município, fornecendo a farinha de mandioca e o polvilho. As atafonas eram moinhos manuais ou movidos por tração animal para a obtenção da farinha de mandioca. Por muitos anos, a economia do Município foi baseada na farinha de mandioca.

●Delimitação do tema:

Foi na década de 1930, que chegou a prefeitura do município José Loureiro da Silva, que, em seu governo, estabeleceu inúmeras inovações de grande importância no desenvolvimento de Gravataí. Podemos dizer que as principais realizações que influenciaram posteriormente o município como polo industrial, foi o primeiro sistema de energia elétrica na cidade, o alargamento e calçamento das primeiras ruas, a construção da faixa ligando Gravataí a Porto Alegre e o projeto urbanístico atual do centro da cidade. Durante o governo de José Loureiro da Silva esses empreendimentos foram de extrema importância para o futuro da economia e industrialização de Gravataí, de modo a serem marcos na história do município. A primeira rodovia municipal, ligando à capital, faixa estreita de cimento, calçada com paralepípedos nas laterais, ocorreu no município de Gravataí, sob a administração do Dr. José Loureiro da Silva. A rodovia, hoje levando o nome de Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, foi inaugurada em 8 de abril de 1934.

Outro acontecimento marcante na economia de Gravataí foi a instalação do Complexo Industrial da General Motors, que se deu em 17 de março de 1997, marco do desenvolvimento do município, pois a General Motors veio fazer parte do Parque Industrial. O Complexo Industrial da General Motors firmou a face industrial da cidade e fez do município um dos grandes polos industriais da metal-mecânica no Brasil.

Mesmo o tema sendo delimitado por esse modelo lembramos que a cidade em 1902 já possuía uma fábrica de sabão de propriedade de Enedino Fonseca. Também nos primórdios da economia de Gravataí, houve grande número de engenhos, moinhos e alambiques. Os engenhos eram movidos por tração animal. Garapa é o nome que se dá ao líquido que escorre da cana moída. O alambique é o lugar onde se fabrica cachaça, sendo a água destilada da garapa. O município teve alguns moinhos graneleiros mandados construir pelo governador José Marcelino de Figueiredo. A mecanização da lavoura, as terras gastas e o êxodo rural encarregaram-se de fazer diluir, quase que totalmente, tais afazeres no seio da população gravataiense.

Na década de 1920 e 1930, Gravataí já contava com um número expressivo de atafonas em torno de 232, todas movidas a tração animal e por água. A cidade possuía 41alambiques e 17 indústrias de rapadura.

Em fins da década de 1950, iniciou-se uma campanha, principalmente por parte da Câmara de Vereadores, objetivando a industrialização do Município. Doava-se o terreno a quem quisesse implantar alguma indústria. A partir de 1960, a Câmara Municipal aprovaria uma lei, isentando do recolhimento do imposto as novas indústrias. A partir de 1964, o processo de industrialização do Município acentuou-se, oferecendo mais empregos e novas fontes de riqueza. O marco inicial da expansão industrial de Gravataí ocorreu em 1958, instalando-se na cidade a Indústria Rio-Grandense de Papel e Papelão Ltda., hoje denominada Riopel S/A – Indústria de Papelão e Artefatos. Após, instalou-se na cidade a Synteko Indústria e Comércio S/A. Em 1962, instalou-se em Gravataí a Icotron S/A, pertencente ao Grupo Siemens.

2- Justificativa:

●Relevância social:

            Dentre os diversos livros, artigos, monografias e trabalhos que li sobre o processo de industrialização e também aqueles que falavam especificamente sobre a industrialização em Gravataí, nenhum deles abordava o tema de forma centralizada na cidade de Gravataí, em sua população e no impacto da industrialização para a cidade. Desde modo posso citar a obra de Jorge Rosa, a história de Gravataí; Sandro Ruduit Garcia, “O polo automotivo de Gravataí”; Acácia Maria Ramires Maduro. “Guia preliminar de fontes para o estudo do processo de industrialização no Rio Grande do Sul (1889-1945)”; Ana Clara Fernandes, “Boletim Gaúcho de Geografia Nº 37”; Maria Soares Almeida e William Mog, “A imagem do ambiente habitacional dos anos 1970: a região metropolitana de Porto Alegre”; Eduardo Bueno, "Indústria de Ponta- Os Gaúchos e a industrialização"; Tatiane Bartmann, "Artigo no XI encontro estadual de história sobre a industrialização e imigração no Rio grande do Sul: um estudo historiográfico".

A primeira linha telefônica da cidade de Gravataí foi inaugurada na administração ainda dos intendentes pelo coronel Antônio Afonso de Jesus, em 1903 ligando Gravataí a Porto Alegre. O telefone era de gancho e movido a manivela.

Nos anos de 1910 até 1919, a luz, na cidade de Gravataí era gerada pelos lampiões, alimentados por querosene, nos cantos da praça. Posteriormente, a luz vinha de um dínamo, ligado a um motor de uma fábrica de moer café, de propriedade do Sr. Lulu Fialho, proximidades, do atual edifício do Fórum. Era uma Locomove, movida a vapor, e o dínamo era ligado para a Prefeitura das 18 às 24 horas. Mais tarde esse dínamo queimou-se.

O Dr. Loureiro conseguiu trazer a luz da Toca de São Leopoldo, o prefeito Loureiro inaugurou a luz na cidade em 27 de agosto de 1932. Oportunizando assim grandes chances de progresso para o Município. Com a eletricidade chegando ao município na década de 1930 e o acesso a capital facilitado pela faixa ligando Gravataí a Porto Alegre, estavam abertas as portas para a industrialização do município que até então era praticamente um município agrário.

A Lei n.º 01, de 14/06/1960, isenta do recolhimento de impostos sobre mercadorias as indústrias sem similares no Município durante vinte e cinco anos, foi posteriormente revogada pela Lei n.º 228, de 10/10/1985, concedendo-lhes tal isenção, no máximo, cinco anos. Até julhos de 1986, havia em Gravataí, 348 indústrias, ressaltando: Semag Equipamentos Agrícolas Ind. Ltda. (25/08/1985); Moore Formulários Ltda. (15/10/1985); Carlos Becker Metalúrgica Ind. Ltda. (31/01/1986); Tupy Ind. E Com. De Produtos Químicos Ltda. (02/05/1986); SENAI- Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (1986).

            Na década de 1970, as políticas do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, articuladas com  diretrizes nacionais de desenvolvimento, elegeram Gravataí para a instalação de um Distrito Industrial. Estas políticas foram elaboradas com base em “um programa de desenvolvimento industrial cujas metas prioritárias são aproveitar os recursos existentes, atrair novos investimentos e proporcionar melhores condições socioeconômicas ao Estado”. Em 1973 a Companhia de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Rio Grande do Sul – CEDIC desapropriou em torno de 387 hectares para a construção do distrito. Ele foi planejado para abrigar indústrias de porte médio e grande, somente do ramo mecânico-metalúrgico. Para a ocupação imediata foram selecionadas onze empresas procedentes de Porto Alegre: Aços Laminados Panatlântica S. A.; Albarus S. A.; Artemp Ar Condicionado Ltda.; Gildemeister Máquinas Operatrizes S. A.; Luiz A. Rauter & Cia. Ltda.; Metalúrgica.
Jackwal Ltda.; Schubert-Salzer Máquinas Têxteis Ltda.; Semag – Equipamentos Agrícolas e Industriais Ltda.; Wallig Sul S. A.; Wotan Máquinas Operatrizes S. A.; Zivi S. A.

Os loteamentos passam a fazer parte do cenário urbano de Gravataí pelo menos duas décadas antes de seu processo de industrialização. A presença de grande quantidade de trabalhadores oportunizou a implantação de conjuntos habitacionais planejados através de políticas estaduais, de forma direta ou indireta, através do financiamento a empresas loteadoras. Estes projetos executados a partir da década de 1970, não foram suficientes para atender a demanda de moradias, principalmente da população de baixa renda. Concomitante à implantação do distrito e às melhorias de infraestrutura, o capital industrial internacional também passou a se instalar no município.

Ao longo da década de 1970 e 1980, o municípios de Gravataí  apresentava uma variação populacional decorrente da concentração do emprego industrial gerando grande expansão urbana. A política de implantação dos distritos industriais que empregaram um grande contingente populacional alavancou o desenvolvimento urbano dessas cidades. Enquanto, no começo da década de 1970, o número de empregos industriais nos dois municípios não somava mais de 4.000 empregos industriais, em fins da década de 1980 esse número já ultrapassava a 20.000 empregos no setor. Na década de 1970 em Gravataí, a população urbana passou a ser maior que a rural destacando o crescimento da cidade. De acordo com as informações dos setores da economia e do grau de urbanização, uma clara relação se estabelece entre o crescimento da indústria em função da criação dos distritos industriais e o crescimento populacional na área urbana nos dois municípios. Ao compararmos o número de pessoal ocupado no setor industrial no final da década de 1970 com os outros setores, é evidente a importância desse setor para a economia da região.


●Relevância acadêmica:

            Não existem trabalhos que abordem a importância desse período histórico para a cidade de Gravataí referente as décadas de1930 à 1990 e as importantes mudanças ocorridas no município que propiciaram tornar-se o polo industrial que hoje é um dos maiores do Brasil. O impacto da industrialização para a população do município foi muito grande, pois passou de um município que dependência da produção agrária basicamente de mandioca para as industrias de grande porte. E é no decorrer destes 60 entre a década de 1930 e 1990 que encontraremos as explicações e razões que levaram Gravataí a esta mudança de situação econômica diante dos outros municípios do Rio grande do Sul.

●Critério de viabilidade:

            Ainda que sejam esparsas e poucos trabalhos que aborde o tema de forma como um todo é possível encontrar muito material que aborda parte dos acontecimentos no período da industrialização de Gravataí que estudaremos em nossa pesquisa e por essa razão torna-se ainda mais essencial um trabalho que aborde toda a história e contexto desse processo de industrialização do município.

●Critério de originalidade:

            Não existe nenhum trabalho que aborde de forma especifica o período histórico compreendido como o período da industrialização do município e mostre através de acontecimentos históricos do período de industrialização que foram resultantes da mesma e que resultaram na mesma.

3-    Objetivos:

a)    Identificar os principais eventos que levaram o município a culminar com a industrialização que continua até a época atual.

b)    Analisar esses eventos que permitiram que Gravataí alcançasse o potencial industrial que atingiu.

c)    Comparar os períodos da industrialização desde a chegada da primeira rede elétrica ao município passando pelo processo de urbanização e industrialização.

d)    Localizar no tempo e espaço os eventos resultantes e originários do processo.

e)    Relatar os acontecimentos da época e como eram visto pelo governo e população.

f)     Desenvolver o trabalho de forma clara e precisa em seus dados e fontes.

g)    Industrialização, primeiras indústrias, distrito industrial, economia, população, urbanização, condomínios populares e crescimento social-econômico por década.

         4- Quadro teórico:
           
O processo de industrialização de Gravataí possuí um conjunto de possibilidades que nos leva a situa-lo dentro da História Contemporânea, pois se comparado com o restante do Brasil e muito mais o mundo como um todo foi um processo recente e que se encontra em pleno desenvolvimento. Como lemos no livro “Economia brasileira contemporânea” de Walter Franco Lopes da Silva: “Nos anos 1930, o mercado internacional não tinha interesse, nem capacidade, de absorver grande parte das tradicionais exportações do agronegócio brasileiro. Composta basicamente pelo café, nossa principal pauta de exportação era uma commodity de luxo e facilmente substituível nas economias sem recessão, como era o caso da norte-americana. E foi nesse cenário pouco propício ao comércio internacional do Brasil que Getúlio Vargas iniciou o processo de substituição das importações, passando a enxergar o crescimento do mercado local como o principal foco da política econômica governamental. Foi a partir dessa época que o Brasil se viu forçado a abandonar sua tradicional vocação como grande exportador da monocultura cafeeira e iniciar uma transformação rumo à diversificação de sua matriz exportadora e ao desenvolvimento de um novo modelo industrial. Esse novo modelo acarretou profundas mudanças na sociedade brasileira, transformando-a de maneira definitiva nas cinco décadas subsequentes”. (SILVA, pg. 25).

Ainda para corroborar com as abordagens e a necessidade de um trabalho de amplo espectro da história da industrialização de Gravataí e como esse processo se desenvolveu a nível municipal, metropolitano, estadual e nacional temos o trabalho da Universidade Federal de Juiz de Fora elaborado pelos professores Amaury Patrick Gremaud, Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos e Rudinei Toledo Jr. Com o título “Economia Brasileira Contemporânea”. No qual encontramos as razões que levaram ao nosso processo industrial: “A crise dos anos 30 foi um momento de ruptura ou transformação estrutural na Economia Brasileira. Desde esta data o modelo agroexportador é paulatinamente afastado e ocorre a industrialização A forma assumida pela industrialização brasileira, pelo menos entre 1930 e 1960, foi a chamada industrialização substituidora de importações.” (GREMAUD et al., 2002).

 É exatamente neste período que o presente projeto pretende entrar nas implicações dos diversos meios de industrialização na cidade. Como as Atafonas movidas a roda de água, as fábricas de tamancos, os alambiques, ferrarias, fábricas de rapaduras e louças de barro e os tambos dentre outras atividades que entraram no processo contemporâneo da industrialização.  A década de 30 foi marcada pelas políticas populistas e pela condução do governo por parte de Getúlio Vargas, sobre um equilíbrio instável entre os grupos que o apoiavam. Os compromissos básicos sobre os quais se assentava os governos da fase populista eram: Não alterar a situação política e fundiária do campo, trazer para a base de sustentação do governo as massas urbanas sem radicalização.

Como podemos ver ao longo do projeto a industrialização se faz por etapas e apesar de ao final se buscar uma indústria completa, a industrialização se faz por partes (rodadas) a pauta de importações ditava a sequência dos setores e objeto dos investimentos industriais.  Como podemos ver isso ocorria devido aos fatores citados no trabalho “Economia brasileira contemporânea”, como segue: “Escassez de fontes de financiamento: quase inexistência do sistema financeiro, em decorrência principalmente da “Lei da Usura”. Ausência de uma reforma tributária ampla apesar das mudanças ocorridas na economia brasileira.” (GREMAUD, et al. 2002).

A influência da urbanização nesse processo foi extremamente importante para a cidade e podemos ver estes acontecimentos ao longo do projeto, pois a urbanização é necessária para a melhor movimentação dos produtos e para as moradias dos trabalhadores. Dentro desse processo podemos citar o livro de Maria Encarnação B. Sposito em seu livro “Capitalismo e Urbanização”, aonde fica claro que “Ainda que a indústria seja a forma através da qual a sociedade apropria-se da natureza e transforma-a, a industrialização é um processo mais amplo, que marca a chamada Idade Contemporânea, e que se caracteriza pelo predomínio da atividade industrial sobre as outras atividades econômicas. Dado o caráter urbano da produção industrial (produção essa totalmente diferenciada das atividades produtivas que se desenvolvem de forma extensiva no campo, como a agricultura e a pecuária) as cidades se tornaram sua base territorial, já que nelas se concentram capital e força de trabalho. Esta concentração é decorrência direta da forma como se estruturou a partir do mercantilismo, o próprio modo de produção capitalista. Decorrentes desse processo, as cidades deram ao mesmo tempo suporte a ele. Nesta perspectiva, entender a urbanização a partir do desenvolvimento industrial, é procurar entender o próprio desenvolvimento do capitalismo.”  (SPOSITO, pg. 48).

Quando muitos aperfeiçoamentos técnicos já haviam ocorrido, e a produção industrial ainda era predominantemente artesanal do ponto de vista técnico, o domínio do artesão sobre o processo produtivo diminuía. Desta forma, o trabalho assalariado entrou em processo de "gestação". Embora os artesãos ainda fossem donos de seus meios de produção, e muitas vezes ainda possuíssem um pedaço de terra, o capitalista (ainda de fato, um comerciante) começou a subordinar a produção ao capital. Este processo de decomposição da produção em fases, cabendo a cada artesão a responsabilidade por uma destas etapas, significava a sua perda de controle sobre o preço do produto, direito este que passou ao comerciante, responsável pela venda da mercadoria.

Paulatinamente a produção industrial passa a ser realizada na fábrica, onde através dos investimentos realizados pelos capitalistas, concentram-se instrumentos de produção mais modernos, que permitem uma produção mais rápida e de custo menor. A concorrência torna-se inexorável para a produção artesanal, e a emergência e predominância do trabalho assalariado, um fato consumado como vemos: “O aumento das taxas de crescimento populacional também permitiu a ampliação do contingente de expropriados, que portadores apenas de sua força de trabalho, constituíam-se mão-de-obra abundante para a produção fabril, e reforçavam a instituição do trabalho assalariado como forma predominante O início da industrialização entendida aqui como traço da sociedade contemporânea, como principal atividade econômica e principal forma através da qual a sociedade se apropriava da natureza e a transformava marcou de forma profunda e revolucionou o próprio processo de urbanização. "A expressão da urbanização via industrialização não deve ser tomada apenas pelo elevado número de pessoas que passaram a viver em cidades, mas sobretudo porque o desenvolvimento do capitalismo industrial provocou fortes transformações nos moldes da urbanização, no que se refere ao papel desempenhado pelas cidades, e na estrutura interna destas cidades. Castells sugere que ao invés de se falar de urbanização, que se fale de produção social das formas espaciais, na perspectiva de apreender "as relações entre o espaço construído e as transformações estruturais de uma sociedade". Assim, não devemos apenas enxergar na urbanização que se dá via industrialização, uma acentuação da proporção de pessoas vivendo em cidades. Devemos analisá-la no contexto da passagem da predominância da produção artesanal para a predominância da produção industrial (entendida aqui, no seu sentido mais restrito, pós-Revolução Industrial), ou seja, da passagem do capitalismo comercial e bancário para o capitalismo industrial ou concorrencial”. (SPOSITO, pg.58).

5- Hipóteses:

A industrialização do município de Gravataí foi um processo que teve seu inicio, mas que se perpetua até a época atual e é dentro de desse período de espaço e tempo que analisaremos os prefeitos, suas influencias na industrialização bem como a sociedade e economia do município e as mudanças que se deram no decorrer do tempo em que Gravataí percorreu esse trajeto até tornar-se um dos maiores polos industriais do Brasil. Pois estaremos pesquisando um processo que ainda está em desenvolvimento.

6- Procedimentos metodológicos:
            Os instrumentos de pesquisa utilizados para este trabalho projeto foram livros, registros históricos e trabalhos de pesquisa na rede mundial de computadores. Visita ao museu Agostinho Martha em Gravataí que é única e como tal principal fonte sobrevivente de dados sobre essas informações primárias da industrialização na cidade e análise dos registros de contribuintes, indústrias e anos dos mesmos. Além é claro das fotos presentes nos anexos dos registros analisados.

7- Bibliografia:

a)    Fontes primárias:


Prefeitura Municipal de Gravatahy: indústria e profissões. (1931) pg.1-100.

Registro de Indústrias e profissões de Gravatahy (1937-1938) pg.1-30.

Lançamento do Imposto de Licenças sobre comércio, indústria e profissões (1939) pg. 1-77.

Imposto de Indústrias e profissões de Gravatahy (1935) pg.1-30.

Imposto de Indústrias e profissões de Gravatahy (1939) pg.1-77.

Imposto de Indústrias e profissões de Gravatahy (1940-1944) pg.1-31.

Imposto de Indústria e profissões (1951-1953) pg. 1-97.


b)   Fontes secundárias:


FERNANDES, Ana Clara. Boletim Gaúcho de Geografia (BGG) N.º 37 – Porto Alegre – Maio 2011. Tempos, formas e conteúdos do espaço urbano-industrial em Gravataí (RS).


ALMEIDA, Maria Soares; Mog William. A imagem do ambiente habitacional dos anos 1970: a região metropolitana de Porto Alegre, 2012.


ROSA, Jorge. História de Gravataí. Gravataí: EDIGAL, 1987. pg. 42, 43, 53, 63-65,81-88, 116, 117, 136.


Dinâmicas e territórios industriais em Gravataí – Região Metropolitana de Porto Alegre,RS,Brasil<http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Geografiasocioeconomica/Geografiaindustrial/19.pdf > página acessada em 06 de setembro de 2015 as 17:35.

SILVA, Walter Franco Lopes da. Economia Brasileira Contemporânea.1. ed — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2008. pg. 25.

GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; TOLEDO JR, Rudinei. Economia Brasileira Contemporânea: material de apoio didático. 4ºEd.Juiz de Fora: Editora Atlas, 2002. pg. 3.

SPOSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e Urbanização. São Paulo: Editora Contexto, 1988. pg. 48, 58.




8- Cronograma:
           
            ●Anexos:


Registro de indústrias e profissões no período de 1931
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Serafim de Oliveira Fogaça
Alambique
1931
Albino João Fost
Atafona
1931
Bento Antônio da Silva
Ferraria
1931


Registro de indústrias e profissões de Gravataí no período de 1935
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.

CONTRIBUINTES
INDÚSTRIAS/PROFISSÕES
ANO
Demétrio Antônio Gomes
Atafona
1935
Felipe Lopes
Ferraria
1935
João Luiz da Silva
Alambique
1935



Registro de indústrias e profissões de Gravataí no período de 1937-1938
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Octávio José de Souza
Aguardente. Fab. “p (sic.)
1937
Antônio Limeira Ramos
Torrefação de Café
1937
Alfredo Escauer
Engenho a água
1937
Pedro Maurício Filho
Olaria
1938

Registro de indústrias e profissões no período de 1939
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Alfredo Exuer
Moinho
1939
Albino João Fost
Atafona
1939
Bento Antônio da Silva
Tambo
1939

Registro de indústrias e profissões no período de 1940-1944
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Boa Ventura Vieira da Roja
Atafona
1940
Arlindo Oliveira
Olaria
1940
Lino Miguel Schuck
Ferraria
1940
Ataíde Pacheco Garcez
Aguardente-fab”p (sic.)
1940
Augusto Stump
Fábrica de Tamancos
1940
Angelo Rocha e Filhos
Gasolina-bomba
1940
Camilo Dutra de Mattos
Carpintaria
1940
Otacílio Candido Bernardo
Fábrica de Rapaduras
1942
Albano Möller
Engenho
1942
Guilherme Ludivig
Fab. De Louças de Barro
1942
Floriano Alsiro dos Santos
Funilaria
1944
Florentino Antonio da Silva
Emp. Pedreira
1944


Registro de indústrias e profissões no período de 1951-1953
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Arthur Trein
Tambo
1951
Airlindo Montin
Fab. De Vassouras
1951
João Braun
Engenho
1950