quinta-feira, 13 de março de 2014

A caça ao conhecimento perdido



Novas pesquisas mostram que tribos primitivas têm muito a nos ensinar sobre justiça, saúde e até na criação dos filhos.

Viver em países com organização centralizada e centenas de milhões de cidadãos é algo que torna as pessoas e as culturas bem homogêneas. E isso pode ser um problema. Nossos ancestrais viviam em grupos de 100, 200 indivíduos. Bastava andar algumas dezenas de quilômetros para ir parar em "terra estrangeira", povoada por inimigos mortais que falavam uma língua bem diferente da sua. Resultado: cada grupinho desenvolveu sua própria cultura. Única e peculiar. Alguns grupos ainda vivem como os nossos antepassados da Idade da Pedra. É o que acontece na ilha da Nova Guiné, por exemplo. Os povos tradicionais de lá foram os que ficaram mais tempo isolados da civilização, então o lugar abriga mais de mil línguas diferentes num território pouco maior que o de Minas Gerais. E a diversidade linguística é só parte da equação. Junto com ela vem uma incrível variedade de usos e costumes. "Esse grupos representam milhares de experimentos naturais sobre como construir uma sociedade", diz o biólogo Jared Diamond. Ele é conhecido por ser o autor do polêmico best-seller Armas, Germes e Aço, no qual propõe que o acaso seria a principal explicação para o triunfo da civilização europeia, não a tecnologia. Agora ele está com um livro novo, e que também chama a atenção pela originalidade: é o The World Until Yesterday ("O Mundo até Ontem", sem versão em português). Diamond argumenta ali que tribos supostamente primitivas têm muito a nos ensinar.

"Eles descobriram milhares de soluções para problemas humanos. Soluções diferentes das nossas". Nas páginas a seguir, você confere algumas delas - boa parte delas bolada pelos povos da Nova Guiné e de ilhas adjacentes, onde Diamond faz suas pesquisas de campo. De quebra, aproveitamos para mostrar alguns pontos nos quais essas sociedades acabam escorregando.

1. Criação dos Filhos

A situação das crianças entre muitos povos de caçadores-coletores ou de agricultores primitivos é paradoxal. Grosso modo, dá para dizer que os pequenos são muito mais mimados do que os nossos bebês em várias dessas sociedades - e, ao mesmo tempo, ficam muito mais ao deus-dará do que qualquer mamãe brasileira normal acharia seguro. Começando pela parte fofa da coisa: entre as sociedades de caçadores-coletores mais bem estudadas pelos antropólogos - gente como os Hadza, da Tanzânia, os Agta, das Filipinas, e os !Kung (o ponto de exclamação representa um som feito ao estalar a língua), da Namíbia e de Botsuana -, a idade média para desmamar os pequenos fica em torno dos três anos. E as mamadas podem continuar por ainda mais tempo (depois dos quatro anos de idade, no caso dos !Kung) se um irmãozinho não aparecer para cortar o barato da criança. Entre os pigmeus Bofi e Aka, da África Central, o desmame é feito de forma gradual e, muitas vezes, espera-se que o filho tome a iniciativa de largar o peito.

Dá-se de mamar ao bebê sempre que ele quiser, mesmo no meio da noite - por isso, os nenês dormem junto com a mãe, podendo achar o peito sem necessariamente acordá-la. Não são apenas os seios da mãe que ficam à disposição da criança 24 horas por dia. O normal é que os bebês, até os dois ou três anos de idade, estejam quase sempre em contato físico muito próximo com um adulto. São carregados para lá e para cá no colo sem medo de que a criança "fique folgada" ou, então, passam o dia em "bolsas de canguru" ou trouxinhas amarradas ao adulto.

Diferentemente dos nossos "cangurus", no entanto, toma-se sempre o cuidado de colocar a criança numa posição voltada para a frente, de maneira que ela tenha o mesmo campo visual da mãe diante de si, o que parece ter algumas vantagens para o desenvolvimento neurológico do pequerrucho.

O bebê começa a diminuir seu contato corporal direto com os adultos também por vontade própria, por volta de um ano de vida, quando começa a descer mais para o chão para brincar com outras crianças. Outro aspecto importante do cuidado com os pequenos em boa parte das sociedades tradicionais é que a tarefa é dividida entre um número muito maior de pessoas. Além dos pais, claro, e dos avós, tios e irmãos mais velhos (que entre nós ainda dão uma mãozinha, mas muito menos do que era usual décadas atrás, por exemplo), praticamente todos os membros do grupo passam ao menos algum tempo com os bebês. Conforme as crianças crescem, podem ficar dias ou até semanas na casa de parentes ou vizinhos. E há ainda o costume da adoção ritual - a tradição de que meninos e meninas mais velhos passem anos na casa de outra pessoa, completando sua educação. Resquícios dessa prática aparecem na literatura de sociedades guerreiras um pouco menos "primitivas", como os gregos de Homero ou os nobres medievais.

Mais importante: para muitos caçadores-coletores, palmada como instrumento educacional não existe. O linguista americano Daniel Everett, que passou anos vivendo com a tribo dos Pirahã, no Amazonas, conta que certo dia tentou punir sua filha Shannon na base da chinelada. Ele não contava com os Pirahã, no entanto. A menina fez um escândalo, e os índios, que nunca batem em seus filhos, simplesmente proibiram a surra. Entre os pigmeus Aka, da África subsaariana, é parecido: se um dos membros de um casal bate nos filhos, o cônjuge pode usar isso como boa razão para um divórcio.

O respeito pela individualidade da criança, contudo, também tem seu lado ruim. É comum que grupos tradicionais deixem que garotos e garotas pequenos façam coisas um bocado perigosas - e paguem o pato por isso. Diamond conta que muitos de seus amigos das montanhas da Nova Guiné, por exemplo, possuem cicatrizes feias causadas por queimaduras, simplesmente porque seus pais não interferiram quando eles quiseram brincar com fogo quando crianças. Sobre os Pirahã, aparentemente tão delicados com os pequenos, Everett conta uma história de arrepiar. Certo dia, um menininho de dois anos estava brincando com uma faca, fazendo todo tipo de movimento perigoso com o treco. "E a mãe, que estava conversando com outra pessoa, pegou a faca do chão e devolveu à criança quando o menino deixou cair! Ninguém disse a ele para tomar cuidado para não se cortar."

Também é importante lembrar que as dificuldades da vida nômade podem levar mães e pais a tomarem decisões difíceis, que envolvem inclusive o sacrifício de recém-nascidos. Quando nascem gêmeos numa família de caçadores-coletores, por exemplo, é comum que um deles seja sacrificado, porque a mãe dificilmente será capaz de alimentar ambos.

2. Fazendo justiça

Ciclos de vingança muitas vezes tomam conta da vida dos povos tribais. É claro que isso tem a ver com a inexistência de um Estado, capaz de monopolizar o uso da violência e de punir crimes por meio de tribunais e prisões. Se o único jeito de fazer justiça é matar o sujeito que matou seu pai, você vai considerar seriamente essa possibilidade. Só tem um complicador: em sociedades desse tipo, os laços familiares costumam ser mais fortes do que entre nós. Seu primo de segundo grau tem tanta obrigação de vingar você quanto seu filho. E, do outro lado da equação, uma vez vingado o assassinato original, nada impede que o primo de segundo grau do assassino se sinta obrigado a vingá-lo. Deu para ver onde isso vai parar.

Se o cenário parece desesperador, também há evidências de que as sociedades tradicionais conseguem enfrentar de forma eficaz situações que, para nós, virariam um pesadelo judicial. É essa a lição que Diamond tira de um incidente na Nova Guiné, a morte por atropelamento do menino Billy. O garoto foi atingido enquanto voltava da escola. Ele desceu do micro-ônibus para atravessar a rua e se encontrar com seu tio Genjimp, que estava esperando para levá-lo para casa, mas saiu correndo por trás do micro-ônibus. Com isso, Malo, motorista de outro carro, não viu o menino e acabou por atingi-lo.

Billy e Malo pertenciam a grupos étnicos diferentes, o que poderia ser a receita para um ciclo de vinganças. Mas, graças à mediação do chefe da tribo, a família do menino reconheceu que tudo tinha sido um acidente e aceitou o chamado sori money, ou "compensação" em tok pisin, língua franca da Nova Guiné, derivada do inglês. E também ajudou a família a organizar o funeral de Billy. No final, as partes se despediram com um aperto de mãos.

No Ocidente, lembra Diamond, a mesma situação estaria sendo enfrentada por meio de uma disputa judicial impessoal, com os pais do menino simplesmente processando o motorista. Para o pesquisador, a vantagem do método da Nova Guiné é que ele tem um componente emocional importante, dando aos pais e aos representantes do motorista uma chance de tentar reparar, ao menos em alguma medida, o sofrimento trazido pelo caso. É o que os procedimentos recentes da chamada justiça restaurativa - quando vítimas e criminosos ficam frente a frente para conversar, com a ajuda de um mediador, por exemplo - estão tentando fazer.

3. Previdência social

Jared Diamond conta que, certa vez, passou vergonha ao bater um papo com um nativo de Viti Levu, uma das ilhas do arquipélago de Fiji, no Pacífico. O sujeito tinha visitado os EUA anos antes e acusou: "Vocês jogam seus idosos, e até seus próprios pais, no lixo!".Em Fiji, os filhos chegam a pré-mastigar a comida dos pais idosos e desdentados, o que provavelmente explica a indignação do nativo com o fato de alguns velhinhos americanos serem esquecidos em lares para idosos, sem receber visitas da família. De fato, o respeito cerimonioso com os mais velhos é comum entre sociedades tradicionais.

Mas, como acontece no caso das crianças, nem tudo são flores. Em situações de privação, muitas tribos de caçadores-coletores acabam "sugerindo" que os velhinhos façam o favor de bater as botas - ou praticam uma forma de eutanásia forçada (digamos) quando isso falha. Esse tipo de prática se torna mais comum em dois contextos, diz Diamond: quando a tribo precisa mudar de acampamento com frequência, o que dificulta a presença de pessoas com mobilidade reduzida; ou quando o grupo habita ambientes nos quais a falta de recursos acontece de maneira cíclica (como os desertos e o Ártico).

Grupos como os Inuit (esquimós) e os Hopi, dos desertos dos EUA, preferiam simplesmente ignorar os idosos indesejáveis, deixando de cuidar deles e de lhes dar comida, até que eles acabem morrendo. Uma tática mais ativa - e cruel - é abandonar a pessoa mais velha quando chega a hora de mudar de acampamento e fica claro que ela não será capaz de acompanhar o grupo sozinha, coisa que os Aché, do Paraguai, costumavam fazer. O método mais chocante, porém, talvez seja o adotado para viúvas do povo Kaulong, da Nova Bretanha, ilha próxima da Nova Guiné: até os anos 50, era função dos filhos homens, ou dos irmãos da mulher, estrangulá-la assim que o marido morria.

A antropóloga Jane Goodale (não confunda com Jane Goodall, a famosa especialista em chimpanzés) registrou a situação enfrentada pelo filho de uma dessas viúvas: "Quando hesitei, minha mãe ficou de pé e, em voz alta, disse que eu só estava demorando porque queria fazer sexo com ela". Humilhado, o sujeito acabou cumprindo seu dever.

Se nada disso parece muito inspirador, é bom lembrar que, em condições normais, as sociedades tradicionais sabem dar valor a seus membros mais velhos, em especial levando em conta os contextos nos quais eles são capazes de deixar a garotada no chinelo. Embora não sejam mais capazes de caçar um elefante na base das lançadas, eles são os principais responsáveis por interpretar marcas deixadas por um animal ou por planejar a caçada. São excelentes xamãs, pajés e curandeiros, além de dominarem o artesanato de forma mais precisa e cuidadosa do que os jovens, mais afoitos. E, em culturas que são orais e dependem de um conhecimento detalhado do ambiente, seus cérebros funcionam como bibliotecas vivas, guardando segredos como o que comer quando uma seca severa ou um furacão acabam com quase todas as fontes de alimento.

4. Paleo-dieta

Diamond lembra que, quando começou a trabalhar na Nova Guiné, na década de 1960, obesos ou mesmo gente um pouco acima do peso pareciam simplesmente não existir na ilha. Musculosos, esbeltos e cheios de fôlego, os nativos eram capazes de carregar pesos enormes no lombo durante o dia inteiro sem se cansar. Problemas cardíacos, pressão alta, diabetes e câncer mal eram registrados por lá - os idosos da Nova Guiné de então raramente eram afetados por esses males.

domingo, 9 de março de 2014

Chachapoyas, os guerreiros das nuvens.


Fortaleza de Kuélap.

Os antigos Chachapoyas, eram inimigos mortais dos poderosos Incas, eles arrancavam a cabeça das pessoas e eram famosos por sua crueldade. Os Chachapoyas desapareceram de repente no século XVI. Neste texto exploraremos uma das culturas mais incríveis e menos conhecidas do mundo, e revelaremos como estes poderosos guerreiros desapareceram.

Os chachapoyas transformaram as florestas de altitude, entre 2.000 m e 3.000 m, em vastas áreas de cultivo – por causa da região montanhosa e húmida em que viviam, ganharam o apelido de “guerreiros das nuvens”.

Tinham fama de ser um povo alto, belo e de pele clara, e construíram grandes cidades fortificadas na selva. Por causa de algumas dessas características, surgiu a lenda de que eles teriam ascendência europeia, a qual aparentemente não tem nenhum fundamento na realidade.


Ao longo do século XV, uma série de conflitos fez com que o nascente Império Inca subjugasse os chachapoyas. Por isso, quando os espanhóis invadiram o Peru, os muitos dos “guerreiros das nuvens” deram seu apoio aos europeus, facilitando a derrota dos incas.

O domínio espanhol, no entanto, trouxe pouquíssimas vantagens para os chachapoyas, que perderam sua independência política do mesmo jeito e sofreram muito com epidemias trazidas pelo invasor europeu. Calcula-se que, depois de 200 anos sob a Coroa espanhola, a população desse povo tenha se reduzido a só 10% do total pré-colombiano.


Muralhas de Kuélap. 

O principal vestígio arqueológico dos chachapoyas é a grande fortaleza de Kuélap, conhecida como a "Machu Picchu do norte", que recebe poucos visitantes por ser de difícil acesso.

O nordeste andino peruano ainda não está nos grandes roteiros turísticos internacionais, embora nada lhe falte para entrar nesse circuito. Bastaria que o governo e mais empreendedores turísticos levassem a sério o seu potencial. Paisagens grandiosas, natureza única e restos arqueológicos fascinantes se combinam com estradas de ótima qualidade, boa comida e gente acolhedora. Mas, é obvio que visitar o departamento de Amazonas, no norte do Peru, requer mais tempo que fazer o tradicional circuito que leva a Cusco e Machu Picchu e, eventualmente, ao Lago Titicaca.


Os Incas foram os romanos de América do Sul. Devido à interrupção provocada pelos conquistadores espanhóis, seu enorme império durou pouco, cerca de cinco séculos. Machu Picchu foi construída no século XV, quando os espanhóis já estavam nas portas do império. Os Incas dominaram por bem ou por força a muitos povos, bem mais antigos e desenvolvidos do que eles. Dentre estes, estão os Chachapoyas que reinavam sobre grande parte da Amazônia Alta, na bacia do rio Marañon, principalmente nos atuais departamentos peruanos de Amazonas e San Martín. Esta foi uma cultura muito avançada, originada mais de 2.000 anos antes de serem derrotados pelos Incas. Eram conhecidos como os “guerreiros das nuvens”, pois, além de serem grandes combatentes viviam num ambiente onde as neblinas são frequentes, floresta da nevoas, como é característico da Amazônia Andina alta.

Embora menos estudada que outras culturas, já se encontraram muitos sítios arqueológicos Chachapoyas. Os mais conhecidos são a fortaleza (cidadela) de Kuélap, em Amazonas e a cidade do Gran Pajaten, dentro do Parque Nacional Abiseo, em San Martín. Esta última, em plena selva, é de difícil acesso, mas, a primeira é fácil de visitar. Situada sobre um morro isolado a 3.000 metros de altitude dominando o vale do rio Utcubamba, Kuélap foi construída provavelmente no século VIII para defender a região contra o império Wari, que se expandiu antes que o Inca.


Chega-se a Kuélap por uma estrada que circunda montanhas elevadas, com vistas magníficas, nas quais ainda se pode apreciar remanescentes das florestas de neblina que até alguns séculos atrás dominavam toda a região e que agora foram substituídas por pastagens “naturais”, vegetação secundária arbustiva e um pouco de agricultura. Os antigos peruanos, como os da atualidade, não se destacaram por proteger as florestas e, na base do fogo, destruíram milhões de hectares de florestas dessa região. Hoje, a gente acredita que é natural essa paisagem desnuda, ainda bela e verde. Mas não é.

Cidadela

Kuélap está relativamente bem conservada. Estende-se sobre cerca de 600 metros de comprimento e dispõe de três plataformas superpostas que suportam uns 400 recintos. Suas muralhas externas chegam a 20 m de altura e tem apenas três entradas muito estreitas para facilitar a defesa. Uma delas tem paredões que se elevam a 10 metros de cada lado. Há edifícios sobre a plataforma principal realmente extraordinários. Em especial, um deles tem formato de um curioso cone invertido, cuja função não foi esclarecida. As casas são todas redondas, dotadas de silos, pedras para moenda de grãos e fogões. Muitas ostentam decorações feitas com o mesmo tipo de pedra com que foram construídas. Uma caraterística especial da cultura dos Chachapoyas são as máscaras funerárias e o costume de instalar os restos funerários em cavidades nas paredes quase verticais de montanhas.


Além das ruínas, a região oferece mais atrativos. Exibe grande diversidade de orquídeas e aves engalanam as paisagens. Sobram as cachoeiras. Uma delas, a de Gocta, é a mais alta do Peru, com 560 metros de queda livre. Se fossem consideradas todas as etapas dos seus saltos seria a quinta mais alta do mundo. Ela pode ser vista a partir de uma pequena localidade situada num platô rodeado de montanhas que formam um perfeito anfiteatro, ou melhor, um estádio completo e monumental. Quando chove, o que é frequente, pode-se observar umas 20 cachoeiras simultâaneas. No meio deste espetáculo, localiza-se uma pousada de ótima qualidade que serve de base para apreciar Kuélap e outros lugares nos arredores.

Culturas ancestrais

Kuélap e Gocta estão a mais de mil quilômetros de Lima. É longe, mas, seguindo a Panamericana Norte, outro benefício é passar pelos domínios dos Mochica e Chimu, duas das mais importantes culturas pré-hispânicas do Peru, mais avançadas e artísticas do que Incas. Se o visitante dispor de um pouco mais de tempo, pode também visitar também Caral, a cidade mais antiga das Américas, anterior inclusive às mexicanas. A cultura Caral precedeu todas as outras no Peru. Em Trujillo, desenterraram-se pirâmides que pelo seu volume são maiores que as egípcias e que exibem pinturas coloridas em alto relevo. Outras ruínas podem ser visitadas em Lambayeque, dentre elas as famosas tumbas mochica dos senhores de Sipam e Sicam, no meio de uma floresta protegida semidesértica. Museus de categoria internacional existem em cada um desses locais.


E tão importante como descobrir a cultura pré-hispânica peruana é apreciar a culinária da Costa Norte do Peru que é única e, para muitos, melhor que a cozinha sofisticada dos chefs de Lima ... além de custar uma fração do preço.

Onde se sai da Panamericana e se entra na Interoceânica Norte, o deserto costeiro entre Lima e Olmos é lindo, com extensas áreas de colinas coloridas. Os Andes estão sempre perto, de modo que o deserto exibe paisagens variadas. Com frequência, a estrada passa pertinho do mar. Impressionam os estreitos e vales costeiros densamente cultivados, que interrompem o deserto. O desgelo dos nevados andinos em consequência das mudanças climáticas aumentou a área, antes desértica, e agora dedicada à agricultura intensiva. Para quem fizer a viagem dirigindo, é preciso atenção, pois, apesar das boas estrada, é preciso aceitar as regras irregulares e um tanto excêntricas próprias da maior parte dos choferes peruanos.


domingo, 2 de março de 2014

Coleção Nahal Mishmar


Um grupo de arqueólogos explorava desfiladeiros e cavernas no deserto da Judeia quando chegou a uma caverna no alto de um penhasco. Será que encontrariam algo valioso, talvez artefatos antigos ou manuscritos como os Rolos do Mar Morto? Para sua surpresa, eles encontraram um verdadeiro tesouro, mais tarde chamado de a Coleção Nahal Mishmar.

Essa coleção foi encontrada em março de 1961. Ela continha mais de 400 objetos, a maioria de cobre, que estavam enrolados numa esteira e escondidos numa fenda. Entre eles havia vários tipos de coroas, cetros, ferramentas, bastões e outras armas. Essa descoberta é interessante para os leitores da Bíblia já que Gênesis 4:22 faz referência a Tubalcaim como “forjador de toda sorte de ferramenta de cobre e de ferro”.

Há muitas perguntas a respeito da origem e da história por trás desse tesouro. No entanto, sua descoberta revela que o processo de extração e fundição de cobre já era bem conhecido nas terras bíblicas na antiguidade.


Minas de cobre na Palestina

Quando os israelitas estavam prestes a entrar em Canaã, Moisés lhes disse que das montanhas dessa terra eles ‘extrairiam cobre’. (Deuteronômio 8:7-9) Arqueólogos encontraram em Israel e na Jordânia muitas minas antigas, como em Feinan, Timna e Khirbat en-Nahas. O que essas minas nos revelam?


A região de Feinan e Timna está cheia de minas superficiais, de onde o cobre foi extraído durante uns 2 mil anos. Mesmo hoje, ainda é possível encontrar fragmentos esverdeados de minério de cobre espalhados pelo solo. Com muito esforço, usando ferramentas feitas de pedra, os mineradores daquela época cortavam a superfície da rocha para extrair o cobre dos veios visíveis. Quando essas fontes se esgotavam, eles faziam escavações mais profundas com ferramentas de metal, abrindo túneis e fendas profundas. No livro bíblico de Jó, encontramos uma descrição desse tipo de mineração. (Jó 28:2-11) Era um trabalho pesado; tanto que, do terceiro ao quinto século E.C, autoridades romanas sentenciavam os piores criminosos a trabalhar nas minas de cobre de Feinan.

  
Em Khirbat en-Nahas (que significa “ruínas de cobre”), foram encontradas grandes quantidades de resíduos minerais, sugerindo que ali a refinação de cobre era feita em escala industrial. Estudiosos acreditam que os minérios levados para lá vinham de minas próximas, como Feinan  e Timna. Para separar o cobre do minério, eram usados foles para aumentar a temperatura do fogo para 1.200°C durante oito a dez horas. Normalmente eram necessários 5 quilos de minério para produzir uma barra de cobre de 1 quilo, que podia ser usada para fabricar vários objetos.

O cobre na antiga Palestina

É possível que os israelitas tivessem algum conhecimento sobre o trabalho com metais antes mesmo de irem para o Egito. Ou pode ser que tenham aprendido esse trabalho enquanto estavam lá. Na época do Êxodo, eles foram capazes de fazer um bezerro de ouro. Também conseguiram fazer objetos usados no tabernáculo — como uma bacia grande, tigelas, panelas, pás e garfos. — Êxodo 32:4.

  
Mais tarde, os israelitas passaram pela região de Punon (hoje provavelmente Feinan), uma área rica em cobre. Moisés fez uma serpente de cobre e ergueu ela numa estaca. O relato diz: “Acontecia que, quando alguma serpente mordia um homem e ele fitava os olhos na serpente de cobre, então ficava vivo.” — Números 21:4-10; 33:43.

O cobre durante o reinado de Salomão

Muitas partes do templo em Jerusalém eram de cobre. O Rei Salomão usou uma grande quantidade de cobre nos acessórios do templo em Jerusalém. A maior parte foi obtida por Davi, seu pai, de suas conquistas na Síria. (1 Crônicas 18:6-8) O “mar de fundição”, a enorme bacia de cobre em que os sacerdotes se lavavam, tinha capacidade para mais de 66 mil litros e pesava cerca de 30 toneladas. (1 Reis 7:23-26, 44-46) Na entrada do templo havia duas enormes colunas de cobre. Elas eram ocas, com quase 2 metros de diâmetro, 8 metros de altura e paredes de mais de 7 centímetros de espessura. Em seu topo havia um capitel de mais de 2 metros de altura. (1 Reis 7:15, 16; 2 Crônicas 4:17) A quantidade de cobre usada apenas nesses objetos deve ter sido impressionante.


 O cobre era também muito usado no dia a dia das pessoas dos tempos bíblicos. Por exemplo, a Bíblia menciona armas, grilhões, portas e instrumentos musicais feitos de cobre. (1 Samuel 17:5, 6; 2 Reis 25:7; 1 Crônicas 15:19; Salmo 107:16) Jesus falou sobre dinheiro de “cobre”, e o apóstolo Paulo mencionou “Alexandre, o latoeiro”, ou seja, um artesão que trabalhava com cobre. — Mateus 10:9; 2 Timóteo 4:14.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

As esfinges egípcias


Grande Esfinge no complexo de Gizé 

As esfinges egípcias são consideradas belas artes arquitetônicas do Egito faraônico. As mais comuns possuem corpo de leão e cabeça de humano (geralmente de Faraós). As menores serviam de decoração para as avenidas que levavam aos templos. Eram consideradas pelos antigos egípcios como guardiãs de um determinado local. Os tipos de esfinge existentes são as de corpo de leão e cabeça de carneiro, de falcão ou de humano (nesse caso, de Faraós). Houve também algumas com cabeça do deus Seth.

Havia esfinges que serviam como decoração e proteção de interiores (como ocorre hoje com estatuárias de uma determinada crença). As esfinges são consideradas do sexo masculino, mas também tiveram as suas versões femininas, como foi o caso da esfinge da Faraó Hatshepsut. A esfinge mais famosa é a do complexo de Gizé. O rosto dela é atribuído ao faraó Quéfren e portanto dataria da quarta dinastia. Algumas teorias tentam afirmar, no entanto, que a esfinge foi construída muito antes desse período.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Professor Ron Jones: A Terceira Onda de 1967, Parte I.


Cubberley High School Professor Ron Jones. Imagem: Construindo História Hoje.

A historia do contada pelo professor Ron Jones de seu experimento, que criou um movimento proto-fascista entre os seus alunos de ensino médio, em Palo Alto, Califórnia, que em 2008 foi tema do premiado filme A Onda.

A Terceira Onda

Ron Jones (1972)

Por muitos anos eu mantive um estranho segredo. Eu compartilhei esse silêncio com duzentos alunos. Ontem eu fale com um desses alunos. Por um breve momento tudo passou de volta.

Steve Conigio tinha sido um estudante do segundo ano da minha aula de História Mundial. Corremos um para o outro quase que por acidente. É uma daquelas ocasiões vivido pelos professores quando menos espera. Você está andando na rua, comendo num restaurante isolado, ou comprar alguma roupa interior quando, de repente, um ex-aluno aparece para dizer olá. Neste caso, foi Steve correndo pela rua gritando "Mr. Jones, Mr. Jones". Em um abraço envergonhado saudamos. Eu tive que parar por um minuto para lembrar. Quem é esse rapaz, abraçando-me? Ele me chama de Mr. Jones. Deve ser um ex-aluno. Qual o nome dele? Na fração de segundo da minha corrida de volta no tempo Steve sentiu o meu questionamento. Em seguida, sorriu e levantou lentamente a mão em uma posição curvada. Meu Deus Ele é membro da Terceira Onda. É Conigio, Steve Steve. Ele se sentou na segunda fila. Ele era um aluno brilhante e sensível.

E ficamos ali trocando sorrisos quando, sem um comando consciente eu levantei a minha mão na posição curvada. A saudação foi dada. Dois companheiros tinham encontrado muito tempo depois da guerra. A Terceira Onda ainda estava viva. "Mr. Jones Você se lembra da Terceira Onda?" Com certeza, foi um dos eventos mais assustadores que eu já experimentei na sala de aula. Foi também a gênese de um segredo que eu e duzentos estudantes que, infelizmente, partilhamos para o resto de nossas vidas.

Nós conversamos e rimos sobre a Terceira Onda pelas próximas horas. Então chegou a hora de partir. É estranho, você vai e pega alguns momentos de sua vida. Mantenha-os apertados. Então diga adeus. Sem saber quando e se você nunca mais vai ver outra vez. Oh, você faz promessas de conversar novamente, mas não vai acontecer. Steve vai continuar a crescer e mudar. Vou continuar a ser uma referência atemporal em sua vida. Uma presença que não vai mudar. Eu sou o Sr. Jones. Steve se vira e dá uma saudação silenciosa. Mão levantada para cima em forma de uma onda. Mão curvas em uma forma similar devolvo o gesto.

A Terceira Onda. Bem, finalmente, falar sobre o assunto. Aqui eu encontrei um aluno e nós conversamos por horas sobre esse pesadelo. O segredo deve finalmente estar diminuindo. Levou três anos. Posso dizer-vos e a qualquer outra pessoa sobre a Terceira Onda. Agora é apenas um sonho, algo para recordar, não é algo que tentamos esquecer. É assim que tudo começou. Por estranha coincidência, eu acho que foi de Steve, que começou as perguntas que levaram a Terceira Onda.

Estávamos estudando a Alemanha nazista e no meio de uma palestra que foi interrompido pela pergunta. Como pode a ignorante reivindicação alemã levar uma população ao massacre do povo judeu. Como poderia o povo, os condutores ferroviários, professores, médicos afirmarem que não sabia de nada sobre campos de concentração e da carnificina humana. Como as pessoas que eram vizinhos e talvez até amigos dos cidadãos judeus dizem que não estavam lá quando tudo aconteceu. Era uma boa pergunta. Eu não sabia a resposta.

Como ainda havia vários meses para terminar o ano letivo e eu já estava na Segunda Guerra Mundial, eu decidi tirar uma semana e explorar a questão.

Força através da disciplina

Na segunda-feira, apresentei os meus alunos do segundo ano a história de uma das experiências que marcaram a Alemanha nazista. Disciplina. Dei uma palestra sobre a beleza da disciplina. Como um atleta se sente de ter trabalhado duro e regularmente para ser bem sucedido no esporte. Como uma bailarina ou pintor trabalha duro para um movimento perfeito. A paciência dedicada de um cientista em busca de uma idéia. É a disciplina. Essa auto-treinamento. Controle. O poder da vontade. A troca de dificuldades físicas para instalações superiores física e mental. O triunfo final.

Para experimentar o poder da disciplina, eu convidei, não mandei a classe para o exercício e usar uma nova postura sentada, eu descrevi como a postura correta sentado assistências concentração obrigatória e fortalece a vontade. Na verdade eu instruí a classe de uma postura sentada correta. Esta postura começou com os pés no chão, mãos colocadas em toda a classe para forçar um alinhamento em linha reta da coluna vertebral. "Você não conseguem respirar mais facilmente? Você está mais alerta. Não se sente melhor."

Nós praticamos esta posição para obter mais e mais atenção. Eu andava para cima e para baixo nos corredores de alunos sentados apontando pequenas falhas, fazendo melhorias. O assento apropriado tornou-se o aspecto mais importante da aprendizagem. Gostaria de descartar a classe que lhes permita sair de suas mesas e, em seguida, chamá-los de repente volta a atenção para uma posição sentada. Nos treinos de velocidade da classe aprenderam a mudar de posição de pé, sentado atenção em quinze segundos. Nos treinos eu foco concentrado a atenção nos pés paralelos e planos, nos tornozelos bloqueado, os joelhos dobrados em ângulo de noventa graus, as mãos espalmadas e cruzou contra as costas, coluna ereta, queixo para baixo, cabeça para a frente. Fizemos exercícios de ruído em que falar era permitido apenas para ser mostrado como um desserviço. Após minutos de trabalhos progressivo da classe pode mudar de posições em pé fora da sala a atenção sentada em suas mesas, sem fazer um som. A manobra levou cinco segundos.

Foi estranho a rapidez com que os estudantes tomaram a este código uniforme de comportamento que eu comecei a me perguntar o quão longe eles podem ser empurrados. Foi essa demonstração de obediência de um jogo momentânea estávamos todos a jogar, ou foi outra coisa. Foi o desejo de disciplina e uniformidade de uma necessidade natural? Um instinto social que todos nos escondemos dentro de nossa alma.

Decidi empurrar a tolerância da classe para a ação a ser regulamentada. No final de 25 minutos da aula, eu trouxe algumas novas regras. Os alunos devem estar sentados na sala de aula na posição de atenção antes do sino final, todos os estudantes devem levar lápis e papel para tomar nota, quando perguntando ou respondendo perguntas que um aluno deve estar ao lado de sua mesa, a primeira palavra dada em responder ou perguntar uma pergunta é "Mr. Jones". Nós praticamos curta "leitura silenciosa" nas aulas. Os estudantes que responderam de forma lenta foram repreendidos e em cada caso feita para repetir o seu comportamento até que ele foi um modelo de pontualidade e respeito. A intensidade da resposta se tornou mais importante que o conteúdo. Para acentuar isso, eu pedi respostas a serem dadas em três palavras ou menos. Os estudantes foram recompensados por fazer um esforço para responder ou fazer perguntas. Eles também foram reconhecidos por fazer isso de uma forma nítida e atencioso. Logo, todos na classe começaram a aparecer com respostas e perguntas. O nível de participação na classe mudou de uns poucos que sempre dominou as discussões para toda a classe. Ainda mais estranho foi a melhoria progressiva da qualidade das respostas. Todo mundo parecia estar ouvindo mais atentamente. Novas pessoas estavam falando.

Quanto a minha parte neste exercício, eu não tinha nada, mas questiona. Porque não havia pensado dessa técnica antes. Os estudantes pareciam ter a intenção sobre a cessão e exibido recitação exata dos fatos e conceitos. Eles até pareciam estar a fazer perguntas melhores e tratar uns aos outros com mais compaixão. Como pode ser isso? Aqui eu estava decretando um ambiente autoritário aprendizagem e parecia muito produtivo. Agora comecei a refletir não apenas o quanto essa classe poderia ser empurrado, mas como tal, eu iria mudar a minha opinião de base para uma aula aberta e aprendizagem auto-dirigida. Foi toda a minha crença em Carl Rogers a murchar e morrer? Sempre foi essa experiência de liderança?

Força através da comunidade

Na terça-feira, segundo dia do exercício, entrei na sala de aula para encontrar todos sentados em silêncio na posição de atenção. Alguns de seus rostos estavam relaxados com sorrisos que vêm de agradar ao professor. Mas a maioria dos estudantes olhavam para a frente na concentração sério. Músculos do pescoço rígido. Nenhum sinal de um sorriso ou um pensamento ou mesmo uma pergunta. Cada fibra tensa para executar a ação. Para liberar a tensão, fui para o quadro negro e escreveu em letras grandes "FORÇA através da disciplina". Abaixo desta eu escrevi uma segunda lei, "a força através da comunidade".
Enquanto a classe ficou em silêncio, comecei a palestrar sobre o valor da comunidade. Nesta fase do jogo eu estava debatendo em minha mente a possibilidade de interromper a experiência ou continuar. Eu não tinha planejado tanta intensidade e conformidade. Na verdade, fiquei surpreso ao encontrar as idéias sobre a disciplina promulgada em tudo. Enquanto a debater a possibilidade de parar ou continuar com a experiência que eu falei sobre e sobre comunidade. Eu inventei histórias de minhas experiências como atleta, treinador e historiador. Foi fácil. Comunidade é que o vínculo entre os indivíduos que trabalham e lutam juntos. Ele está levantando um celeiro com seus vizinhos, é o sentimento que você é uma parte de algo além de si mesmo, um movimento, uma equipe.

Era tarde demais para voltar atrás. Agora eu posso entender porque o astrônomo gira incessantemente para o telescópio. Eu era um exame mais profundo e mais profundo em minhas próprias percepções e as motivações para o grupo e ação individual. Havia muito mais para ver e tentar entender. Muitas perguntas me perseguiram. Por que os alunos aceitam a autoridade que eu estava impondo? Onde está a sua curiosidade ou resistência a esse comportamento marechal. Quando e como isso vai acabar?

Após a minha descrição da comunidade, mais uma vez disse à classe que a comunidade como a disciplina deve ser experiente se é para ser entendido. Para proporcionar um encontro com a comunidade eu fiz a classe recitar em uníssono "força através da disciplina". "Força através da comunidade". Primeiro eu queria dois alunos de pé a chamar de volta o nosso lema. Em seguida, adicione mais dois, até que finalmente a turma toda estava de pé e recitar. Foi muito divertido. Os alunos começaram a olhar uns para os outros e sentir o poder de pertencer. Todo mundo era capaz e igual. Eles estavam fazendo algo juntos. Trabalhamos com este simples ato, durante o período inteiro. Queremos repetir um coro ou dizer em seguida, com vários graus de intensidade. Sempre disse-lhes que deveriam enfatizando a maneira correta de se sentar, e conversar.

Comecei a pensar em mim como uma parte do experimento. Gostei da ação unificada demonstrado pelos alunos. Foi gratificante ver a satisfação e emoção de fazer mais. Achei mais difícil de extrair-me do momento e da identidade que a classe estava desenvolvendo. Eu estava acompanhando o grupo enquanto eu estava dirigindo ao mesmo tempo.

Como a aula estava terminando e sem premeditação que eu criei uma saudação para a classe. Foi somente para os membros da classe. Para fazer a saudação você traz a sua mão direita em direção ao ombro direito em uma posição curvada. Chamei-a saudação da Terceira Onda, porque a mão parecia uma onda para cima de novo. A idéia para os três vieram da tradição praia que as ondas viajam nas correntes, a terceira onda de ser o último e maior de cada série. Como tínhamos uma saudação eu fiz uma regra para saudar todos os alunos fora da sala de aula. Quando o sino soou terminando o período Perguntei a classe para o completo silêncio. Com todos sentados em atenção que levantou lentamente o braço e com uma mão em concha me cumprimentou. Era um sinal silencioso de reconhecimento. Eles eram algo especial. Sem comando todos os alunos fizeram a saudação.

Você estaria andando pelo corredor quando de repente três colegas realizam uma saudação rápida. Na biblioteca ou na academia os alunos seriam vistos dando a esta saudação. A mística de trinta pessoas fazendo a saudação ao mesmo tempo logo chamou mais atenção para a classe e sua experiência na personalidade alemã. Muitos alunos fora até mim para perguntar se poderiam participar.

Força através da ação

            Na quarta-feira, decidi emitir cartões de adesão a todos os alunos que queriam continuar o que eu agora estava chamando de experimento. Neste terceiro dia de atividade, havia quarenta e três alunos da turma. Treze alunos tinham trocado de classe para ser parte da Terceira Onda. Dei um cartão a cada pessoa da turma. Marquei três cartas com um X vermelho e informou os destinatários que eles tinham uma missão especial para relatar todos os estudantes que não cumpram com as regras da classe. Eu, então, comecei a falar sobre o significado da ação. Eu expliquei como a disciplina e a comunidade seriam inúteis sem ação. Discuti a beleza de assumir a responsabilidade plena de ação. De acreditar tão profundamente em si mesmo e da sua comunidade ou família que você vai fazer de tudo para preservar, proteger e estender seu alcance. Ressaltei que o trabalho duro e a lealdade uns com os outros permitiria aceleração da aprendizagem e a realização. Lembrei aos alunos do que eles sentiam quando estivam em classes onde a concorrência causou dor e degradação. Situações em que os alunos foram uns contra os outros em tudo, desde a academia para leitura. A sensação de nunca agir, nunca sendo uma parte de algo, nunca apoiando-se mutuamente.

Neste ponto, os alunos começaram a dar depoimentos. "Mr. Jones, pela primeira vez, estou aprendendo muitas coisas." "Mr. Jones, gostamos por que você não ensinar como todos os outros." Eu fiquei chocado! Sim, fui empurrando a informação para eles em um ambiente extremamente controlado, mas o fato de que eles encontraram-lo confortável e aceitável era surpreendente. Foi igualmente desconcertante perceber que complexas e demoradas tarefas de casa por escrito sobre a vida dos alemães estavam sendo concluídos e até mesmo ampliada pelos estudantes. Desempenho nas áreas de habilidade acadêmica foi melhorando significativamente. Eles estavam aprendendo mais. E eles pareciam querer mais. Comecei a pensar que os alunos podem fazer qualquer coisa que eu atribuídos. Eu decidi descobrir.

Para permitir aos alunos a experiência de ação direta que dei a cada um uma tarefa especifica. "É sua tarefa projetar um banner para a Terceira Onda. Você é responsável por impedir qualquer aluno que não é um membro da Terceira Onda de entrar nesta sala. Eu quero que você seja capaz de recitar até amanhã o nome e o endereço de cada membro da Terceira Onda. Você é atribuído informar e convencer, pelo menos, vinte crianças da escola adjacente fundamental que a nossa postura sentada é necessário para uma melhor aprendizagem. É seu trabalho ler este panfleto e relatar todo o seu conteúdo para a classe antes que o prazo termine. Quero que cada um de vocês me de o nome e o endereço de um amigo de confiança que você acha que pode querer juntar-se a Terceira Onda ."...

Para concluir a sessão em ação direta, que instruiu os alunos em um procedimento simples para iniciar os novos membros. Foi como este. Um novo membro só tinha de ser recomendado por um membro em vigor e emitido um cartão por mim. Ao receber este cartão o novo membro tinha que demonstrar conhecimento de nossas regras e obediência para elas. Meu anúncio desencadeou um fervor.

A escola estava cheia de conjecturas e curiosidade. Isso afetou a todos. O cozinheiro da escola pediu para fazer um cardápio para a Terceira Onda. Eu disse: chocolate, é claro. Nosso Diretor entrou em uma reunião do corpo docente da tarde e me deu a saudação da Terceira Onda. Saudei de volta. O bibliotecário me agradeceu pelos 30 banner sobre a aprendizagem que ele colocou acima da entrada da biblioteca. Até o final do dia mais de duzentos estudantes já haviam entrado para a Terceira Onda. Eu me senti muito sozinho e um pouco assustado.

A maior parte do meu medo emanava a incidência de imposição sobre outros alunos. Ainda que formalmente nomeados apenas três alunos para relatar o comportamento desviado, cerca de vinte alunos vieram a mim com relatos sobre como Allan não saudou, ou Georgine estava falando de forma crítica sobre a nossa experiência. Esta incidência de acompanhamento fez com que metade da classe considerava agora seu dever observar e relatar erros dos membros da sua classe. Dentro dessa avalanche de informação uma conspiração legítima parecia em curso ....

Três alunas da classe tinha dito aos pais tudo sobre nossas atividades de sala de aula. Estes três jovens foram, de longe, os alunos mais inteligentes da classe. Elas possuíam um nível de confiança em silêncio e prazer em um ambiente escolar que lhes deu oportunidade acadêmico e de liderança. Durante os dias do experimento, eu estava curioso em saber como reagiriam a igualitária e remodelação física da classe. As recompensas que estavam habituados a ganhar pouco não existia no experimento. As habilidades intelectuais de questionamento e raciocínio eram inexistentes. Na atmosfera marcial da classe pareciam atordoadas e pensativas. Agora que olho para trás, eles pareciam muito parecido com a criança com a chamada dificuldade de aprendizagem. Eles observaram as atividades e participaram de uma forma mecânica.

Ao contar aos pais do experimento, eles montaram uma cadeia de eventos . Um rabino era pai de um das alunas chamou-me em casa. Ele foi educado e condescendente. Eu disse a ele que estávamos apenas estudando a personalidade alemã. Ele parecia feliz e disse para não me preocupar. Ele iria conversar com os pais e acalmar a sua preocupação. Ao concluir essa conversa eu imaginava conversas semelhantes ao longo da história em que o clero aceitou e se desculpou por condições insustentáveis. Se ao menos ele teria se enfurecido com raiva, mas simplesmente investigou a situação que eu poderia apontar aos alunos um exemplo de rebeldia justo. Mas não. O rabino passou a fazer parte do experimento No restante ignorante da opressão no experimento tornou-se cúmplice e defensor.

Até o final do terceiro dia eu estava exausto. Eu estava rasgando. O equilíbrio entre jogos e comportamento dirigido tornaram-se indistinguíveis. Muitos dos alunos estavam completos em ser membros da Terceira Onda. Eles exigiam a obediência estrita das regras de outros estudantes e intimidado aqueles que tiveram a experiência de ânimo leve. Outros simplesmente afundou a atividade e teve papéis auto-atribuído. Eu particularmente me lembro Robert. Robert era grande para sua idade e exibido poucas habilidades acadêmicas. Oh, ele tentou mais difícil do que ninguém que eu conheço para ser bem sucedido. Ele entregou na elaboração de relatórios semanais copiado, palavra por palavra a partir dos livros de referência na biblioteca. Robert é como tantas crianças na escola que não se destacam ou causar problemas. Eles não são brilhantes, eles não podem fazer parte das equipes de atletismo. Eles estão perdidos invisíveis. A única razão que eu vim saber do grande envolvimento de Robert em tudo isso é que eu o encontrei almoçando na minha sala de aula. Ele sempre almoçava sozinho.

Bem, na Terceira Onda Robert ganhou um lugar na escola. Pelo menos ele era igual para todos. Ele poderia fazer alguma coisa. Faça parte. Ser significativo. Isso é exatamente o que Robert fez. No final da tarde quarta-feira eu encontrei Robert seguir-me e perguntei o que no mundo que ele estava fazendo. Ele sorriu (eu não acho que eu nunca tinha visto ele sorrir) e anunciou: "Mr. Jones eu sou o seu guarda-costas. Estou com medo que algo vai acontecer com você.