segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Mammon, Parte I: o senhor do dinheiro!


Os antigos Filisteus, povo que viveu na orla do Mediterrâneo, cultuavam uma divindade chamada: "Mammon", deus da riqueza, dos bens materiais, do dinheiro. Jesus fez referência a essa divindade no Sermão da Montanha, orientando os seus discípulos a não servir a dois senhores, quando afirmou: "- Não podeis servir a Deus e a Mamam”. (Mateus. 6: 24).

Tradutores de algumas versões da bíblia substituíram o nome próprio dessa divindade filisteia (Mammon), pela palavra riquezas, o que não deixa de ser uma agressão ao texto original e inaceitável pelo princípio gramatical que não autoriza traduzir nome próprio, e sim transliterar. Como pode as escrituras consideradas sagradas sofrerem tantas alterações nas mãos desses “camelôs de bíblias?”.

Mas, digamos que mesmo agredindo o texto original, o tradutor quis com isso, orientar os estudantes do texto sagrado, a viver um tipo de amor exclusivo a Deus, onde o desejo excessivo pelo acúmulo de bens materiais não encontre espaço nessa relação divino-humana. Parece que foi isso que os franciscanos entenderam igualmente a madre Tereza de Calcutá, Tolstoi, Santo Agostinho e outros, que fizeram do isolamento em mosteiros e da abnegação da vida luxuosa, um estilo de vida que os tornou diferentes de muitos religiosos.

Entretanto, o que Jesus queria mesmo dizer? Será que para se servir a Deus tem que se viver mesmo na extrema pobreza?

Não posso entender assim, pois a hermenêutica não conduz a esse tipo de interpretação. No texto em referência, Jesus diz: “- Não podeis servir a dois senhores”.

Veja o verbo servir. Isso implica em subserviência, submissão, situação de serviçal, escravo, subjugado.

Ora, o que Jesus está orientando aos seus seguidores com base nessa advertência é da necessidade de se fugir de tudo aquilo que as riquezas “podem causar de mal”, como a arrogância, avareza, a luxúria, o poder econômico, suborno, subjugar as pessoas a partir de suas necessidades essências. E, ainda, das mazelas do sistema econômico religioso em que, infelizmente, muitos estão envolvidos.

A quem esses caciques religiosos estão servindo? Em que se fundamentam suas brigas? Em qual tipo de visão e objetivos estão ligados? São mesmo representantes de Deus aqui na terra? A transpiração deles tem poder de curar ou está contaminada pela química da ganância do capitalismo religioso?

Atualização de livros para download: Dom Quixote e outras crônicas de nosso tempo, As fábulas de Esopo, A cidade do Sol, Críton e Fédon.


Como prometido estou trazendo hoje mais 5 e-books para os leitores do Construindo História Hoje realizarem o download gratuitamente. Basta acessar o link de Download na guia de links ou acessar diretamente: Construindo História Hoje: Livros para download. Todas as semanas estarei anexando entre 5 à 15 títulos novos a nossa lista. Desejo a todos uma ótima leitura.

Leandro Claudir

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Construindo História Hoje: Download de livros gratuitos.



O Construindo História Hoje esta abrindo uma iniciativa de incentivo e popularização da leitura. O projeto visa popularizar a distribuição de grandes clássicos da literatura brasileira e mundial, disponibilizando versões digitais para download gratuito. No decorrer do projeto, serão incorporados novos títulos distribuídos gratuitamente.

*Todos os livros encontrados para baixar no site Construindo História Hoje não violam direitos autorais. Disponibilizarei diversos livros que já estão com direitos autorais liberados, segundo as leis brasileiras.


# Para maiores informações acesse (Página de download):



Construtor CHH

Criador e administrador do
Projeto Construindo História Hoje.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Quem deixou a estrutura monumental de 60.000 toneladas submersa no Mar da Galileia.


Posicionamento geográfico da estrutura submersa.

Em um artigo publicado no último volume do International Journal of Nautical Archeology, pesquisadores da Universidade Ben-Gurion, da Universidade Tel Aviv, da Universidade de Haifa e do Instituto de Pesquisa Oceanográfica e Limnológica, todos em Israel, descreveram a descoberta de uma estrutura em forma de cone, de basalto bruto, sobre o fundo arenoso no trecho sudoeste do Mar da Galileia.

A estrutura tem um formato aproximadamente circular e consiste em um monte de pedras, com cerca de 10 metros de altura e 70 metros de diâmetro, volume estimado em 25.000 m³ e peso estimado de 60.000 toneladas. Ela encontra-se assentada sobre a areia, que também cobre as bordas da estrutura, e o seu ponto mais alto encontra-se a cerca de 9 metros de profundidade.


Profundidade e extensão da estrutura submersa no Mar da Galileia.  

Por enquanto existem praticamente apenas perguntas: quem construiu a estrutura? Quando ela foi construída? Qual seu propósito? Foi construída já submersa ou em uma região que foi mais tarde submersa?

Os arqueólogos têm alguns palpites, baseados no conhecimento que têm da região.
A localização da estrutura, próxima a um antigo canal do rio Jordão, em uma região que foi importante economicamente na Era do Bronze, além da semelhança com outras estruturas submersas de pedras da época, faz pensar que a mesma tenha sido feita entre o século 4 e 3 AEC (“antes da era comum”). As pedras de basalto usadas na estrutura, com cerca de 1 metro cada, não precisaram viajar muito – existem locais de onde elas podem ter sido extraídas a poucas centenas de metros da região da descoberta.


Imagem do Sonar. A pilha cônica de entulho é de aproximadamente 70 metros (230 pés) de diâmetro. Imagem: Shmuel Marco.

Em um mergulho, os arqueólogos notaram que a presença de tilápias (uma delas está apontada por uma seta na foto acima), o que sugere que a estrutura se trata de uma espécie de “berço” para cardumes de peixes, como outros que existem na região. Estes berços atrairiam cardumes por formar um abrigo, o que facilitaria a pesca.

O artigo científico da descoberta é bastante resumido, apresentando alguns mapeamentos feitos com sonar, um perfil provável da estrutura, e a discussão acerca da construção ter sido feita na Era do Bronze devido à semelhança com outras estruturas submersas, porém menores.


Imagens de uma expedição de mergulho até a estrutura subaquática revelou pedras de basalto. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A Arma de Partículas de Nikola Tesla.


Arma de feixe de partículas de Nikola Tesla. (Revista Aviation Week julho 1980; Hal Crawford).

Publicamente revelado em 1934, Nikola Tesla (um dos mais aclamados inventores de todos os tempos) apresentou um dispositivo novo e surpreendente para os militares dos EUA. Foi nomeado Teleforce. O dispositivo foi o primeiro “projetor de feixe de partículas” da história. Tesla tinha afirmado em seus primeiros encontros com o governo dos EUA de que o dispositivo poderia atacar um alvo a 400 km de distância, nivelando milhões de soldados ou mesmo uma frota de 10.000 aeronaves. Mitos e rumores sobre este dispositivo não faltam. Hoje, gostaríamos de discutir um desses boatos que cercam este o raio da morte.

Há muitos rumores que indicam que os primeiros protótipos de Tesla foram disparados sobre o círculo ártico no início do século passado. Um tal boato foi propagado por aparentes testemunhas envolvidas no seu complexo de laboratórios que transmitiram informações para a mídia. Eles afirmaram que Tesla disparou a arma em um local no Polo Norte, mas a distorção atmosférica e a curvatura da Terra desviaram o feixe. Como resultado, eles afirmam que o raio não atingiu o alvo determinado.

De início, parecia que o feixe não havia dado certo, no entanto, a notícia começou a ser relacionada a um evento estranho na Sibéria. Em 30 de junho, uma enorme explosão havia devastado Tunguska, uma área remota no deserto da Sibéria. Quinhentos mil acres quadrados de terra foram destruídos instantaneamente. Isso mesmo, essas testemunhas oculares afirmam que Tesla é o único responsável pelo evento de Tunguska. Essas pessoas passaram a afirmar que a decepção inicial que Tesla tinha por não ter atingindo seu alvo rapidamente se transformou em horror sobre a devastação aparentemente desencadeada. Como resultado, ele procurou desmantelar o protótipo atual e refiná-lo ainda mais. Enquanto não se sabe se um protótipo aperfeiçoado foi criado, muitos afirmam que ele ofereceu ao Exército dos EUA como uma arma de defesa, em vez de delito.


Nikola Tesla. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Monumentos megalíticos de até 5 mil anos são encontrados no Cáucaso.


Dólmen no vale do rio Zhane no Cáucaso na Rússia.

Dólmens (que significa "mesa de pedra", quando traduzido da língua Bretã) são pequenos edifícios que se assemelham com casas de pássaros. Eles se encaixam tão harmoniosamente na paisagem do Mar Negro e do Cáucaso ocidental que eles são percebidos como parte da paisagem. Mas não são apenas pilhas de pedras, mas sim edifícios cuja construção foi calculada com precisão de um engenheiro. É até difícil imaginar que alguns deles têm mais de cinco mil anos de idade.

Se você perguntar aos moradores sobre os dólmens, eles vão certamente dizer-lhe a lenda dos anões que já se instalaram na região, pessoas que eram tão pequenos que usaram lebres para andar. E, assim como nos contos de fadas, eles viveram ao lado de gigantes que construíram moradias em pedra para seus vizinhos fracos para que eles pudessem se abrigar em mau tempo.


As pessoas tinham uma tendência a procurar explicações esotéricas da crença não confirmada de que os dolmens foram criados por moradores de origens extraterrestres dotados de poderes mágicos que poderiam despertar habilidades incomuns em homens para ajudá-los a encontrar o amor ou para restaurar sua saúde.

Pesquisadores apresentaram apenas hipóteses. Até o momento, existem duas versões do propósito de dolmens.

*Eles poderiam ter duas funções:

1- Local de culto tribal ou familiar.

2- Local de sepultamento. Que pode ou não ter um aspecto secundário para os dólmens.


Durante a escavação, muitas delas continha locais de sepultamento de pessoas que viveram em diferentes períodos históricos, e ao lado deles, havia vários itens que poderiam ter vindo a calhar para o falecido após a morte, de raspadores de pedra e peças de cerâmica feitas de cinza argila para armas medievais. No entanto, mais tarde enterros eram certamente secundários.


No Cáucaso Ocidental, 2.300 dólmens foram descobertos e descritos, a maioria deles está localizada nas áreas de Gelendzhik, Novorossiysk e Shapsug. Entre eles, cerca de 150 estão intactos ou apenas ligeiramente danificados. Ainda assim, mesmo com um grande número de artefatos ainda não foi lançada nenhuma luz sobre a história de sua criação. Só o tempo da sua construção se sabe ao certo, o que foi determinado com base na análise de radiocarbono de restos orgânicos retirados das câmaras do dólmen. Verificou-se que dolmens caucasianos ocidentais foram construídas no período de 3500-1400 aC.

Como são as estruturas dos dólmens?

As estruturas dos Dólmens são geralmente composta de quatro paredes, teto e chão composto por várias placas menores ou por uma grande. A câmara é em forma retangular ou trapezoidal. Existem ranhuras nas placas, através da qual todas as placas estão fortemente ligados. A placa da frente, emoldurada por bordas laterais, e uma copa formando um portal.
Dólmens compostos são parcialmente ou totalmente montados a partir de pequenos blocos individuais. Eles têm conexões geométricas complexas e a forma das câmaras pode ser diversa: retangular, trapezoidal, redondo, ou multifacetada em forma de ferradura.

Dólmens em forma de calha foram esculpidos profundamente em pedra e então coberto com uma placa.


Gelendzhik, Oeste do Cáucaso na Rússia.

Dólmens monolíticos foram esculpidos inteiramente a partir de um único bloco de pedra ou rocha. Eles são encontrados muito raramente.

Os construtores antigos ergueram os dólmens de blocos de quartzo arenito. O peso médio de cada estrutura é entre 15 e 30 toneladas. Isto significa que no Cáucaso ocidental existiam pedreiras, mas até mesmo o menor traço de sua existência não foi revelado ainda. E se eles não estavam em algum lugar, como poderia enormes pedras serem trazidas para o canteiro de obras sem estradas adequadas para cargas pesadas? Esta é a principal pergunta que vem à mente: como arquitetos antigos calcularam os parâmetros de placas, cujas articulações não têm superfícies retas, todas as placas se juntam umas as outras precisamente com sulcos talhados na pedra? As placas estão tão próximas, de modo que seja impossível deslizar uma lâmina de faca entre as placas. É incrível imaginar que até mesmo os mais antigos edifícios não são primitivos, mas estruturas complexas. Os Dólmens próximos do rio Zhane nos arredores de Gelendzhik podem servir como um exemplo perfeito de engenharia.


Para uma pessoa moderna, tal projeto de construção claramente equipado aparece dificilmente alcançável em tudo. Enquanto reconstruir dólmens, ele provou ser impossível acumular placas de várias toneladas perfeitamente uma em cima da outra. Então, em 2007, decidiu-se fazer um dólmen das placas de edifícios destruídos no Parque Safari em Gelendzhik e realizar o processamento e montagem com ferramentas elétricas de alta precisão. Desta vez, os construtores da Idade do Bronze parecia ser muito mais avançado novamente, uma vez que as lacunas de alguns centímetros permaneceram entre as placas dos dólmen remontados.


Então, quem eram essas pessoas que usaram uma tecnologia tão perfeita de construção? De acordo com os pressupostos de Vladimir Markovin, um arqueólogo que dedicou grande parte de sua vida a estudar os dólmens caucasianos, essas pessoas viviam em cabanas de barro, não tinha conhecimento do ferro ou a roda de oleiro, e terras cultivadas com enxadas. No entanto, eles ainda tinham construções, cujo projeto espanta as pessoas modernas.


As concentrações de megálitos, dólmens e labirintos de pedra foram encontrados (mas pouco estudado) ao longo das montanhas do Cáucaso, incluindo a Abkházia. A maioria deles são representados por estruturas retangulares feitas de lajes de pedra ou cortadas em rochas com buracos na sua fachada. Estes dólmens cobrem o Cáucaso Ocidental em ambos os lados da cordilheira, em uma área de aproximadamente 12.000 quilômetros quadrados de Rússia e da Abkházia.


Os dólmens caucasianos representam um único tipo de arquitetura pré-histórica, construída com grandes blocos de pedra precisamente encaixados. As pedras estão dispostas por exemplo, em forma e ângulos de 90 graus, para ser utilizado como cantos ou foram curvadas para fazer um círculo.


Embora geralmente desconhecida no resto da Europa, esses megálitos são iguais aos grandes megálitos da Europa em termos de idade e qualidade da arquitetura, mas ainda são de origem desconhecida. Apesar da variedade de monumentos caucasianos, eles mostram fortes semelhanças com megálitos de diferentes partes da Europa e da Ásia, como a Península Ibérica, França, Grã-Bretanha, Irlanda, Holanda, Alemanha, Dinamarca, Suécia e Índia. Uma série de hipóteses tem sido propostas para explicar essas semelhanças e a construção de megálitos em geral, mas ainda não se sabe.


Cerca de 3.000 destes monumentos megalíticos são conhecidos no Cáucaso ocidental, mas mais estão constantemente a ser encontrado, enquanto mais e mais também estão sendo destruídos. Hoje, muitos estão em grande ruína e será completamente perdido se não forem protegidos de vândalos e negligência geral.


Os dólmens têm uma variedade limitada em sua arquitetura. São quadrados, trapezoidal, retangular e redondo. Todos os dolmens são pontuadas com um portal no centro da fachada. Enquanto vigias redondas são as mais comuns, os quadrados são encontrados também. Na frente da fachada fica o tribunal a abertura para fora, criando uma área onde possivelmente ocorreu rituais. O tribunal é geralmente descrito por grandes paredes de pedra, às vezes mais de um metro de altura. É nesta área que foram encontrados artefatos de bronze, Ferro e cerâmica o que ajudou a datar os túmulos, junto com restos humanos, ferramentas de bronze e de prata, ouro e ornamentos de pedra.

O repertório de decoração para esses túmulos não é grande. Ziguezagues verticais e horizontais, triângulos de suspensão e círculos concêntricos são os motivos mais comuns. Um motivo decorativo que é bastante comum é encontrado na parte superior da laje de vigia. Ele pode ser melhor descrito como um lintel sustentado por duas colunas. Os pares de seios, feito em relevo, também foram encontrados em alguns túmulos. Estes seios geralmente aparecem acima das duas colunas da decoração da vigia. Talvez relacionadas a estes são os plugues de pedra, que foram utilizados para bloquear a vigia, e encontram-se em quase todas as tumba. Eles possuem, por vezes, forma fálica.


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Genocídio Armênio, Parte III: A batalha na Armênia!


Teşkilat-i Mahsusa (Organização Especial)

O Comitê de União e Progresso fundou uma “organização especial” que participou na destruição da comunidade Armênia Otomana. A organização adotou esse nome em 1913 e funcionou com uma roupagem de forças especiais, ou o mais tarde Einsatzgruppen (grupos que tinham como principal objetivo a aniquilação de judeus, egípcios e comissários políticos soviéticos). Mais tarde em 1914, o governo otomano influenciou a direção que seria tomada pela organização especial libertando criminosos das prisões centrais para serem elementos chave nessa nova organização especial recém formada. Pouco a pouco do fim de 1914 ao começo de1915 milhares de prisioneiros foram libertados para fazerem parte dessa organização. Mais tarde, eles foram encarregados de escoltar os comboios com armênios deportados. Vehib Pasha, comandante do Terceiro Exército Otomano, chamou os integrantes da organização especial de “carniceiros da espécie humana”.

Em 1918 é proposto um Tratado pelos turcos. Os turcos queriam as terras que antes ocupavam os armênios no Império Otomano além do direito de passagem livre pelas principais ferrovias. O exército armênio se recusa a aceitar o tratado, acontecem as batalhas de Sardarapat, Aparan e Karaquilissa.


Intervenções de exércitos ingleses e francesas ocorrem durante esse período, que serviam de momentânea proteção aos armênios. O plano de extermínio do povo armênio era perfeito, mas o que impediu sua consumação efetiva foram as forças rebeldes armênias formadas por homens e mulheres voluntários que com grande valentia impediram, ao menos por vários meses, a invasão dos turcos em alguns povos e aldeias, possibilitando a sobrevivência de alguns ao Genocídio. Outros sobreviveram porque foram confundidos com cadáveres, ou porque conseguiram se esconder durante a deportação ou foram comprados pelos árabes. Muitos sobreviveram graças a algum vizinho turco ou curdo que não aceitava a política de seu Império. Porém, eram condenados à pena de morte os turcos que transgrediram ou deram abrigo a algum armênio.

“Ficamos sabendo que os filhos pequenos das referidas pessoas deportadas das províncias de Sívas, Mamouret ul-Asis, Diarbekir e Erzerum foram adotados ou aceitos como criados por famílias muçulmanas, uma vez que ficaram órfãos e desamparados em função da morte de seus pais. Pedimos encarecidamente para procurar todas estas crianças e enviá-las ao seu local de exílio; e, além disso, esclarecer a população a esse respeito utilizando os meios que acharem apropriados.”

5 de novembro de 1915
Ministro do Interior Talaat

Telegrama de Tallat ao Distrito de Alepo apresentado ao tribunal do julgamento de Salomon Teiliran. Retirado de Um Genocídio em Julgamento, p.245.


Multidão de órfãos.

O Império Otomano, após uma vergonhosa derrota na guerra, chega ao seu fim. Enquanto isso, muitos armênios se repatriavam novamente aos seus lares de origem, sem suspeitar que, com o ressurgimento de Turquia, continuaria o plano genocida. Embora os Jovens Turcos tenham sido condenados à pena de morte por um tribunal turco, acusados de organizar e executar o Genocídio contra o povo armênio, o massacre prometia um sucessor. Talaat, Enver, Djemal e Dr. Nazim, os autores principais do massacre, foram sentenciados à morte pelo Conselho de Guerra de 05 de Julho de1919, porém nenhuma sentença foi aplicada, já que todos os condenados estavam fugidos do país de origem. Enquanto os Jovens Turcos desfrutavam de seu exílio e falsa condenação, o governo turco é tomado pela força e fica nas mãos de Mustafá Kemal "Atatürk", que irá meticulosamente até o fim com o plano genocida contra o povo armênio até o ano de 1923.

Mustafá Kemal (1919-1923)

Até então capitão do estado maior, Mustafá Kemal Atatürk atuava em missão militar na Primeira Guerra Mundial, tendo suas tropas derrotadas e assumidamente contra a realização da causa armênia, apoiado assim, o Genocídio Armênio, embora nunca tivesse se dado bem com Talaat.


Morre o Sultão Mehmet V e ocupa seu lugar o último Sultão herdeiro da raiz otomana: Mehmet VI Vahdettín, que havia viajado meses antes com Atatürk a Alemanha. Prontamente abririam-se congressos de vertente nacional-militar para planejar o futuro do atual desastre.

Enquanto isso, o povo armênio resiste heroicamente na batalha de Sardarabad; isso não impede que uma pequena parte do exército turco chegue a Baku e encontre-se com as idéias de esquerda que haviam chegado ao governo dali.

Mais adiante, Mustafá Kemal não hesitaria em flertar com a incipiente União Soviética. Congressos e Assembléias se dissolvem enquanto as forças francesas se garantiam na Cilícia, as forças inglesas mantêm seu comando no norte de Iraque, especificamente na cidade de Mossul; tanto Itália como Grécia preparam-se para desembarcar nos Dardanelos (estreito no noroeste da Turquia que separa a Europa da Ásia). Todos se preparam para pegar sua fatia do ex-império. Milhares de armênios exilados da zona da Cicília se repatriam novamente crendo que as nobres potências estariam lá para protegê-los para sempre.

Kemal se fez notar e salienta sua idéia de decretar uma ditadura militar para proteger o que restava do império. Já havia perdido a Europa, perdeu toda a Síria, estava pra perder quase toda a Anatólia e os Dardanelos. A espada tinha que voltar à ação. É elaborado e aprovado o Pacto Nacional, com finalidades e fronteiras definidas.


As provas do genocídio. Milhares de ossos insepulcro.

As forças aliadas ocupam Istambul e os gregos tomam Adrianópolis (Edirne). O Império é reduzido à Anatólia Central e à concentração de poder que vem de Ancara. Começaram as conversas do histórico e protetor da justiça contratual dessa época: O Tratado de Sevres, firmado em Agosto de 1920. O presidente norte-americano Woodrow Wilson projetou uma Armênia Independente que conteria sete de suas províncias históricas, enquanto que outorgava à Grécia a cidade de Istambul e grande parte dos Dardanelos e à Itália parte da Trácia. Além disso, se proclamava as ânsias de liberdade de um povo que nunca havia baixado os braços; os curdos e o Curdistão Livre se consagravam junto a este Tratado. Delegados turcos firmam o Tratado. Enquanto firmavam o tratado com a mão direita, preparavam as baionetas com sua mão esquerda.

Os aliados não se encarregariam, palavras explícitas do britânico Lloyd George, de seguir una guerra especialmente para o caso turco, sendo que os armênios que teriam que se encarregar de entrar nessas terras novamente. Paralelamente o exército turco se rearmava e dava início à sua última grande ofensiva. A expedição foi chamada de “Batalha à Armênia”. Seria o golpe final da questão de “limpar os armênios da região”. Os armênios, que haviam depositado toda sua confiança nas forças aliadas, se viam desprotegidos e imersos na indiferença política que as grandes potências lhes outorgavam.

Batalha na Armênia

Kemal e seu exército recomeçaram sua ofensiva. Retomaram Marash, Hadjin, e Urfa, entre outros povoados. As epopeias desses honestos povoados foram impressionantes. Lutaram até o último sopro. Em Aintab, também se realizou uma disputa com aqueles armênios que não estavam dispostos a retirar-se novamente de suas terras. Os armênios ingenuamente tinham um lema: "Mère des Armeniens France notre espérance" (Mãe dos Armênios, a França é nossa esperança), ignorando os vários acordos que posteriormente os franceses firmariam com Ancara outorgando os protetorados de Musa Dagh e arredores. Atatürk se empossou de Aintab, à qual rebatizaram GazyAntep, pela "brilhante" (Gazy) tomada do povo. Kemal foi batizado com as honras de "Gazy".


O exército turco devastou toda a Armênia histórica; vingava-se em Sarí Kamish e se encarregava de prender ou executar em massa como criminoso de guerra qualquer pessoa de origem armênia. Implementava-se a lei de Ditadura Militar, Kemal acentua suas forças agora ao oeste de Ancara. Combate as forças gregas de Eleftherios Venizelos (revolucionário grego). Não triunfa, mas aposta tudo batendo em retirada para o rio Sakaria de onde espera os gregos para o ataque final. Kemal Atatürk resulta vencedor. Quando vence, limpa o lugar, deixando milhares de mortos massacrados na região.

As forças aliadas só protegiam interesses do que seria a nova e moderna República da Turquia, a ponte que uniria as potências com o petróleo de Baku. É firmado em 1923, o Tratado de Lausana que autentica as fronteiras da atual Turquia graças à perseverança de dirigentes, como o amigo íntimo de Kemal, Ismet Pashá, encarregado das relações internacionais na época.


Havia abundância de viveres, mas há alguns era negado por simplesmente pertencerem à uma etnia com cultura e religião diferentes.

Ironicamente nos Princípios e Propósitos de Atatürk, seu artigo primeiro, inc. 3 diz "…o respeito aos direitos humanos e à liberdade fundamental de todos, sem fazer distinção por motivo de raça, sexo, idioma ou religião". Os armênios foram mortos e perseguidos constantemente pelo exército, os gregos dos Dardanelos e Mar Negro também; os curdos, no governo de Atatürk, foram perpetuamente perseguidos inclusive não sendo reconhecidos como curdos, mas como "turcos das montanhas"; os assírios condenados ao esquecimento. Kemal Atatürk, depois de suas obras de destruição, começou a tecer uma cortina para tapar o desastre que cometeu com todos os povos que interferiam com seu lema "Turquia para os turcos".

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Genocídio Armênio, Parte II.


Armênios sendo expulsos de suas terras e casas  pelos Turcos otomanos. Estes vagões repletos de seres humanos levavam essas pessoas para campos de concentração ou para acampamentos. Em ambos os armênios eram na maioria mortos ou levados a morte pela fome ou doenças.

Você já ouviu essa história? Há mais de 90 anos, o povo armênio quase foi exterminado pelos turcos. E, até hoje, luta pelo reconhecimento internacional do massacre, que vitimou 1,5 milhão de pessoas.

O Domingo Vermelho, 24 de Abril de 1915

As detenções começaram na noite de 24 para 25 de Abril, entre 235 e 270 líderes armênios da Constantinopla, sacerdotes, médicos, editores, jornalistas, advogados, professores, políticos, entre outros foram presos após uma instrução do Ministério do Interior. Em uma segunda “remessa” o número de presos subiu para aproximadamente 550.

A maioria das deportações era da capital. No fim de Agosto de 1915 cerca de 150 armênios com nacionalidade russa foram deportados da Constantinopla para Ancara e Mudshur.


Acampamento de exilados armênios. Além do inimigo implacável a fome, sede e doenças ceifaram a vida de milhões de pessoas.

A ação de 24 de Abril de 1915 foi operada pelo chefe de polícia de Constantinopla, Bedri Bey. Poucos dos detidos foram libertados na mesma semana do escritor Alexander Panossian (1859-1919), antes mesmo de serem transferidos para Anatólia. A maioria dos presos foi enviada à estação ferroviária de Haydarpaşa. Após esperar por 10 horas eles foram enviados, por trem, na direção de Ancara no dia seguinte. O trem seguia com 220 Armênios. Um condutor de trem armênio conseguiu uma lista com os nomes dos deportados, que foi entregue ao Patriarca Armênio de Constantinopla, Zaven Der Yeghiayan, que tentou, em vão, salvar o máximo de armênios possíveis. O único embaixador estrangeiro a ajudá-lo em seus esforços foi o embaixador dos Estados Unidos, Henry Morgenthau. Depois de uma jornada de trem de 20 horas, os deportados chagaram em Sincanköy (perto de Ancara) ao meio-dia de terça-feira. Na estação Ibrahim o diretor da Penitenciária Central de Constantinopla fez a triagem. Os deportados foram divididos em dois grupos.

Um grupo foi enviado para Çankırı e o outro para Ayas. Quase todos dos enviados a Ayas foram mortos vários meses mais tarde em desfiladeiros perto de Ancara. Apenas dez deportados deste grupo foram receberam permissão para voltar à capital a partir de Ayas.Um grupo de 20 retardatários presos em 24 de Abril chegou a Çankırı entre 7 e 8 de maio de 1915. Cerca de 150 presos políticos foram detidos em Ayas e cerca de 150 intelectuais presos em Çankırı.


Soldados do Império otomano posam para foto ao lado de civis armênios executados em campo de concentração.

Os enviados a Çankırı obtiveram permissão de continuar na cidade vivendo de suas próprias despesas, com a condição de continuarem sobre supervisão, enquanto os enviados para Ayas foram mantidos presos na guarnição.Um primeiro comboio com 56 prisioneiros deixou Çankırı no dia 11 ou 18 de julho sem sobreviventes. Um segundo comboio, com 30 deportados, deixou Çankırı em 19 de agosto. Dois deles sobreviveram (um deles Aram Adonian).

No total, doze deportados tiveram a permissão de voltar à capital a partir de Çankırı. Os deportados libertados conseguiram isso através da intercessão de pessoas influentes que eles descobriram através de seus próprios meios. Cinco deportados de Çankırı foram libertados por causa de uma intervenção do embaixador Morgenthau.

A lei de expulsão temporária (a lei “Tehcir”)

Em maio de 1915, Mehmed Talat Pasha solicitou que o gabinete e o grande vizir Said Halim Pasha legalizassem uma medida para realocação de armênios para outros locais, o que Talat Pasha chamou de “os motins e massacres armênios, que aumentaram em alguns lugares no país”. Entretanto, Talat Pasha estava se referindo especificamente aos eventos ocorridos em Van e estendendo a implementação nas quais “motins e massacres” afetariam a segurança da zona de guerra da Campanha do Cáucaso (conflito armado entre o Império Otomano e o Império Russo). Mais tarde, a extensão da imigração foi ampliada para incluir armênios de outras províncias. No dia 29 de maio de 1915, o comitê central da CUP aprovou a Lei Temporária de Deportação (“Lei Tehcir”), concedendo ao governo otomano e aos militares autorização para deportar qualquer um que eles “sentissem” que poderia ser uma ameaça à segurança nacional. A “Lei Tehcir” trouxe algumas medidas que respeitavam as propriedades dos deportados, mas em setembro uma nova lei seria proposta. Segundo a Lei das “Propriedades Abandonadas” o governo otomano tomava posse de todas as propriedades e bens “abandonados” pelos armênios. O parlamentar representativo otomano, Ahmed Riza, protestou essa legislação:

“É ilegal designar os bens armênios como ‘bens abandonados’ já que os armênios, os proprietários, não abandonaram suas propriedades voluntariamente; eles foram forçosamente removidos de seus domicílios e exilados. Agora o governo se esforça para vender os bens deles... Se nós somos um regime constitucional funcionando conforme uma lei constitucional nós não podemos fazer isso. Essa atrocidade. Agarre-me pelo braço, retire-me da minha vila, então venda meus bens e propriedades, esse tipo de coisa nunca deve ser permitido. Nem a consciência dos otomanos nem a lei podem permitir isso.”

Civis armênios massacrados pelo exercito Turco otomano. Mesmo diante de fotos, evidencias e testemunhos a Turquia nega aceitar a culpa por esses crimes contra a vida humana.

Em 13 de setembro de 1915 o parlamento otomano aprovou a “Lei Temporária de Expropriação e Confiscação”, estabelecendo que toda propriedade, incluindo terras, gado e casas, pertencente aos armênios seria confiscada pelas autoridades.

“Já foi comunicado que o governo decidiu, por ordem de Diemiet, aniquilar inteiramente todos os armênios que moram na Turquia. Aqueles que se opuserem a esta ordem e a esta decisão, perderão a sua nacionalidade. Por mais trágico que possa parecer o recurso da aniquilação, é preciso dar um fim à existência deles, sem consideração por mulheres crianças e doentes, sem dar ouvidos aos sentimentos e à consciência

15 de setembro de 1915
Ministro do Interior Talaat

Telegrama de Tallat entregue ao tribunal do julgamento de Salomon Teiliran. Retirado de Um Genocídio em Julgamento, p.244. Fac-símile em Andonian, p. 146.

Com a implantação da lei Tehcir o confisco de propriedades armênias e o massacre de armênios que ocorreu após a promulgação da lei indignou grande parte do mundo ocidental. Nos Estados Unidos o New York Times noticiou quase todo dia a matança em massa do povo armênio, descrevendo o processo como “sistemático”, “autorizado” e “organizado pelo governo”. Theodore Roosevelt mais tarde caracterizaria como “o mais importante crime da guerra”.

Colocava-se na praça central de cada povoado, um aviso no qual dizia que a população devia partir para a "recolocação". O pretexto consistia em fazer os armênios acreditarem que se re-situaria a população para levar-los a uma zona de exclusão bélica, que os protegeria dos efeitos da guerra que estava acontecendo. Numa portaria assinada por Talaat apareciam as palavras “O objetivo da deportação é o nada”. Estavam planejadas todas as rotas de deportação, ao norte seriam afogados no Mar Negro, os que viviam no centro da Anatólia, seriam levados sem comida e caminhando até o deserto de Der Zor, de onde seriam descartados nos depósitos naturais deste deserto para em seguida serem queimados. Os métodos de aniquilamento eram realmente espantosos e obviamente não se respeitava nem o sexo nem a idade das vítimas. As ordens de Talaat esclareciam que não deveriam viver nem no ventre de suas mães.

O rio Eufrates de águas cristalinas, durante dias apresentou uma cor vermelha de transportar centenas de cadáveres. Por outro lado, milhares de mulheres e crianças terminaram servindo nos haréns dos Pashá (Jefes) Turcos, tanto que hoje em dia muitos cidadãos turcos desconhecem que sua verdadeira origem pertence ao sangue armênio.

Os armênios foram removidos para a cidade Síria Der ez-Zor, para o deserto sírio (onde milhares de armênios foram forçados a “marchas mortais”), Rakka, Meskene, Ras-el-Ain até Mossul. Uma boa parte das evidências sugere que o governo otomano não forneceu nenhuma instalação ou suporte para sustentar os armênios durante sua deportação, nem quando eles chegaram. Em Agosto de 1915 o New York Times repetiu uma informação anônima de que “as estradas de Eufrates estão repletas de cadáveres de exilados, e os que sobreviverem estão destinados à morte certa”.


Milhares de ossos ainda são encontrados até os dias de hoje nos locais onde o povo armênio sofreu com o massacre Turco otomano. ESQUECIDOS? RESPONDA-ME VOCÊ!

As tropas otomanas que acompanhavam os armênios não só permitiam que outros roubassem, matassem e estuprassem os armênios como também participavam desses atos. Desprovidos de seus pertences e marchando pelo deserto, centenas de milhares de armênios morreram, muitos de fome e esgotamento sendo algumas mulheres e meninas que foram vendidas pelos guardas e raptadas pelos turcos e curdos.

As ordens recebidas do ministro do interior, Talaat, eram tão desumanas que alguns soldados turcos e chefes do exército não podiam acreditar no que os estava sendo pedido e pediam explicações e esclarecimentos. O resultado: foram fuzilados aqueles que se negaram a responder às ordens.

Talaat havia sido muito claro, "… os armênios haviam perdido o direito à vida no Império Otomano…”, mas como não se podia desperdiçar munição da Grande Guerra, deveriam ser mortos a faca, ou afogando-os no rio Eufrates, entre outras metodologias abomináveis.

Acreditasse que 25 grandes campos de concentração existiram, sobre o comando de Şükrü Kaya, um dos braços diretos de Talaat Pasha. A maioria dos campos era situada perto das fronteiras da moderna Turquia, Iraque e Síria., e alguns eram usados temporariamente como covas gerais e foram deixados de ser usados no outono de 1915. Alguns autores também afirmam que os campos Lale, Tefridje, Dipsi, Del-El e Ra’s al-‘Alin foram construídos especificamente para aqueles que tinham uma expectativa de vida de poucos dias.

Embora todos os campos estivessem ao ar livre a matança em massa em campos secundários não era limitada a mortes diretas, mas também à queima de corpos vivos. Eitan Belkind era um membro Nili que se infiltrou no exército otomano como um oficial. Ele foi nomeado para o quartel general de Camal Pasha. Ele alega ter testemunhado a queima de 5.000 armênios. Hasan Maruf, do exército otomano, descreve como uma população de uma vila foi levada inteira e depois queimada.

O comandante do Terceiro Exército relatou uma queima tão grande da população de uma vila inteira perto de Mus que in Bitlis, Mus e Sassoun, “O método mais rápido para se livrar das mulheres e crianças concentradas em vários campos era queimá-las. Prisioneiros que aparentemente testemunharam algumas dessas cenas ficaram horrorizados e enlouquecidos de lembrar as cenas. Eles disseram aos russos que o mau cheiro da carne humana queimada permaneceu no ar por muitos dias depois”. Os alemães, aliados dos otomanos, também testemunharam a forma que os armênios foram queimados de acordo com o historiador israelense Bat Ye’or, que escreveu: “Os alemães, aliados dos turcos na 1ª Guerra Mundial, [...] viram como civis foram presos em igrejas e queimados ou reunidos em massa em campos, torturados até a morte e reduzidos a cinzas”. Ocorreram também, por parte de médicos turcos, casos de mortes por envenenamento, através de injeções de morfina e equipamentos de gases tóxicos utilizados em escolas para matar crianças armênias, além de forjarem documentos de mortes por causas naturais.

Oscar S. Heizer, o cônsul americano em Trabzon, relata: “Muitas das crianças foram colocadas em botes, levadas e jogadas ao mar". O cônsul italiano de Trabzon em 1915, Giacomo Gorrini, escreve: “Eu vi milhares de mulheres e crianças inocentes serem colocados em botes que eram virados no Mar Negro”.

Do oficial Alemão Von Sanders:

“As ordens que recebi estavam assinadas por Enver Pasha e tinham um teor mais leve. Às vezes eram totalmente despropositadas e impossíveis de serem executadas. Por exemplo, certa vez chegou uma ordem para afastar todos os judeus e armênios do Estado-Maior. Evidentemente ela não foi cumprida porque necessitávamos dos armênios e dos judeus como intérpretes. Com frequência recebíamos ordens absurdas.”