quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Arqueólogos encontram pedras sagradas dos incas no Peru.

As pedras cônicas já haviam sido descritas por cronistas

Mônica Vasconcelos
Da BBC Brasil em Londres

Arqueólogos do Peru e da Grã-Bretanha encontraram um conjunto de pedras incas que, segundo eles, podem revelar à humanidade o segredo do poderio da civilização que dominou parte da América do Sul entre os séculos 15 e 16.

Fazendo escavações no topo de uma montanha onde os incas realizavam rituais sagrados, os especialistas encontraram as três pedras ancestrais, objetos sagrados que, na crença inca, representavam a conexão entre o mundo dos ancestrais e o Sol.

Nenhum exemplar das pedras - descritas por cronistas espanhóis que chegaram à América no período das grandes navegações e vistas em desenhos feitos no período - havia sido encontrado antes.

Elas têm 35 cm de altura, formato cônico e são relativamente pesadas, precisando ser carregadas com ambas as mãos.

A equipe de arqueólogos incluiu cientistas da Universidade Nacional de Huamanga, no Peru, do Museu Britânico e das Universidades de Reading e de Londres, na Grã-Bretanha.

"Acreditamos que essas pedras, e as plataformas onde foram encontradas, guardam o segredo do poderio inca"", disse o especialista do Museu Britânico Colin McEwan à BBC Brasil.

Relatos Históricos

Os cientistas trabalhava há duas semanas a altitudes de entre 3,6 mil metros e 5 mil metros quando as pedras foram localizadas.

"Estou falando de arqueologia radical, era difícil trabalhar e até mesmo respirar lá em cima", disse McEwan.

Os incas acreditavam que seus ancestrais, os fundadores da civilização, haviam sido convertidos permanentemente em pedras.

Após a chegada dos colonizadores espanhóis, cronistas descreveram, em seus relatos históricos, importantes eventos públicos na praça central da capital do Império Inca, Cuzco.

Nessas ocasiões, o rei inca ficava sentado em uma plataforma elevada, de onde observava as celebrações.

Oferendas líquidas de chicha (uma bebida fermentada feita com milho) eram feitas por meio de uma abertura vertical feita na plataforma.

Quando o rei não estava presente, uma pedra sagrada era colocada no assento onde ele deveria estar sentado para representar o poder da dinastia inca.

Deuses da Montanha

"A capital inca, situada entre altitudes de 2,5 mil e 3,6 mil metros, era bastante alta", disse McEwan. "Mas a expansão do império inca implicou na conquista de altitudes ainda maiores, onde viviam as lhamas e alpacas, entre 3,6 mil metros e 5 mil metros".

Fonte de alimento e de lã para tecelagem, além de importante meio de transporte, grandes rebanhos de lhamas e alpacas eram vitais para a sobrevivência do império.

McEwan e a equipe de arqueólogos acreditam que isso explica a presença, nos cumes de várias montanhas, de cerca de 40 plataformas cerimoniais, símbolos do controle inca sobre esses territórios.

Com a ajuda do arqueólogo peruano Cirilo Vivanco Pomacanchari, da Universidade Nacional de Huamanga, que vem progressivamente localizando e mapeando as plataformas em locais remotos, a equipe chegou ao local onde as relíquias foram encontradas.

Segundo McEwan, eles não tinham qualquer ideia do que poderiam encontrar.

"Esses locais eram tão sagrados que os incas não queriam deixar qualquer traço visível da presença humana neles", disse McEwan.

"Ao escavar o chão da plataforma, encontramos amostras de solo trazidas de diferentes regiões, cuidadosamente dispostas".

Mais ao fundo, cerca de 2,5 metros abaixo da superfície, a equipe encontrou uma cavidade que havia sido escavada na rocha sólida.

"Quando escavamos, descobrimos três dessas pedras, cuidadosamente colocadas com as pontas juntas, como um tripé, apontando para baixo, indicando a conexão com o mundo dos ancestrais".

Poder Benevolente?

Questionando teorias segundo as quais os incas seriam "socialistas", McEwan disse que seu império foi construído com astúcia e violência.

"Quando negociavam com um líder local, os incas lhe ofereciam a opção de governar localmente, mas ele era obrigado a pagar impostos".

Se a oferta não era aceita, o poderio inca dizimava a população masculina e transferia os sobreviventes para outros locais, cortando seus vínculos com a terra e meios de subsistência.

As plataformas e as pedras ancestrais, parte do arsenal ideológico inca, eram um instrumento-chave de controle imperial.

"Sabíamos que os incas deveriam ter razões importantes para colocar essas plataformas nesses locais, próximos dos cumes sagrados e permitindo uma visão ampla de todo o horizonte à volta".

"Nós acreditamos que eles obrigavam a população local a trazer (as amostras de) solo e as colocavam nas plataformas como símbolos do domínio inca".

Os especialistas calculam que essas plataformas teriam sido construídas por volta de 1.400, durante a conquista daqueles territórios pelos incas, antes da chegada dos espanhóis.

Na crença inca, picos de montanhas cobertos de neve, de onde vem a água que sustenta a vida nos vales, eram sagrados.

As pedras seriam oferendas para o cume sagrado, conectando os ancestrais incas ao Sol.

"Você dá seu mais precioso objeto aos deuses da montanha, esperando em retorno a fertilidade da terra e os benefícios trazidos pelos animais que a habitam",

Corpos de crianças mumificados, encontrados anteriormente nas montanhas, indicam também a prática de sacrifícios humanos.

Nova Etapa

Segundo McEwan, o próximo passo é fazer uma análise das amostras de solo encontradas nas plataformas.

Com a ajuda de satélites, a equipe está tentando entender também a lógica por trás da localização específica de cada uma delas.

Ele diz que não há plataformas em todos os cumes altos e acredita que a escolha dos locais não era aleatória.

Finalmente, McEwan diz que a equipe quer saber como os incas conseguiram ganhar o impulso que lhes deu controle sobre um território tão imenso.

A resposta estaria guardada nas plataformas e pedras ancestrais.

"Elas estão no coração do grande projeto inca", concluiu Colin McEwan.

Você quer saber mais?

http://www.bbc.co.uk/

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Entenda na prática porque um Cristão não pode ser Maçom.

Esclarecimento sobre Maçonaria e Catolicismo

Por Padre Alberto Gambarini

A maçonaria tem uma origem difícil de ser comprovada. Alguns afirmam remontar ao tempo anterior ao dilúvio de um tal Jabal, construtor contratado por Caim e Enoch. Jabal ensinou uma arte secreta para trabalhar com lâminas de ouro. Esses conhecimentos chegaram a Abraão, por meio de quem seriam transmitidos aos egípcios. Estes os transmitiram aos Judeus, que alcançaram o seu apogeu na construção do templo de Salomão. Depois da destruição do templo, o conhecimento teria passado para os cristãos. Os depositários desses segredos seriam os "quatro santos coroados" e Santo Albano na Inglaterra, o qual com a ajuda do rei Athelstan os teria codificado.

A maioria dos estudiosos não aceita essa primeira origem, ela é considerada um tanto fantasiosa. Admiti-se que a origem remota da maçonaria moderna( franco-maçonaria = pedreiros livres) desenvolveu-se a partir das organizações medievais que agrupavam arquitetos, mestres- de- obras e pedreiros, os quais, por construírem castelos e igrejas eram considerados espiritualmente nobres.
Tinham como meta construir a liberdade e a tolerância e o aperfeiçoamento da humanidade. Professavam a existência de um Principio Criador, sob a denominação de Grande Arquiteto do Universo.

A maçonaria, conforme é conhecida até os nossos dias, foi criada em 24 de junho de 1717, como a fundação da Grande Loja da Inglaterra. Surgiu da iniciativa dos pastores protestantes ingleses James Anderson e J. T. Desaguliers. No ano de 1723, Anderson elabora a primeira Constituição maçônica. A partir de então a maçonaria adotou uma forma de organização política que deveria conservar daí por diante.
Durante o século XVIII surgiram lojas na Europa e na América. Com o tempo os maçons tornaram-se anticlericais, sendo por isso, excomungados pela Igreja Católica (1738). Após a cisão que resultou na fundação do Grande Oriente, na França, em 1773, a maçonaria alcançou o apogeu, tendo importante papel nos acontecimentos da Revolução Francesa.

A maçonaria tem como principio professar as mais diversas religiões. Como no Brasil a grande maioria dos brasileiros é cristã, adota-se a Bíblia como livro da lei. Em outra nação, o livro que ocupa o lugar de destaque no Templo poderá ser o Alcorão, o Tora, o livro de Maomé, os Vedas etc., de acordo com a religião de seus membros.
Em 24 de abril de 1738, o papa Clemente XII escreve a encíclica IN EMINENTI, em que condenou abertamente pela primeira vez a maçonaria. A partir dessa palavra oficial da Igreja foi proibido aos católicos pertencer á maçonaria.

Nos séculos seguintes inúmeros papas confirmaram essa mesma posição por meio de diferentes documentos:

· Benedicto XIV, Providas, 18 de maio de1751.

· Pio VII, Ecclesiam a Jesu Chisto, 13 de setembro de 1821.

· LeãoXII, Quo Graviora, 13 de março de 1825.

· Pio VIII, Traditi Humilitati, 24 de maio de 1829.

· Gregório XVI, Mirari Vos, encíclica, 15 de agosto de 1832.

· Pio IX, Qui Pluribus, encíclica, 9 de novembro de 1846.

· Leão XIII, Humanum Genus, encíclica, 20 de abril de 1884.

· Leão XIII, Dall Alto Dell Apostólico, Seggio, encíclica, de 15 de outubro de 1890.

A encíclica HUMANUM GENUS, escrita por Leão XIII, é um das mais fortes e extensas no que diz respeito a indicar os erros da maçonaria e sua incompatibilidade com a doutrina cristã.O papa ensina, nessa encíclica, que a Igreja católica e a maçonaria são como dois reinos em guerra.

Entre os pontos principais apresentados por Leão XIII sobre os erros da maçonaria, destacam-se:

- a finalidade da maçonaria é destruir toda ordem religiosa e política do mundo inspirada pelos ensinamentos cristãos e substituí-las por uma nova ordem de acordo com suas idéias.

- Suas idéias procedem de um mero "naturalismo". A doutrina fundamental do naturalismo é a crença de que a natureza e a razão humana devem guiar tudo.

- A maçonaria apresenta -se como religião natural do homem. Por isso afirma ter sua origem no começo da história da humanidade.

- O conceito de DEUS é diferente daquele apresentado na Bíblia e na doutrina católica. Para a maçonaria, DEUS é um conceito filosófico e natural. DEUS passa a ser a imagem do homem.

Por isso, não existe uma clara distinção entre o espírito imortal do homem e DEUS.

- A maçonaria nega a possibilidade de DEUS ter ensJustificarinado algo.

- Não aceita ser entendida pela inteligência humana.


- A maçonaria estimula o sincretismo religioso, isto é, a mistura das mais diferentes crenças.

- A maçonaria compara a Igreja católica a uma seita.


Em 1917, no antigo CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO (lei oficial da igreja), a maçonaria foi comparada explicitamente:

CÂNON 2.335: Pessoas que entram em associações da seita maçônica, ou outra do mesmo tipo que conspire contra a Igreja e a autoridade civil legítima, recebem excomunhão simplesmente reservada á Sé Apostólica.

Em 17 de fevereiro de 1981, a Sagrada Congregação para a doutrina da fé divulgou uma orientação para os católicos sobre a maçonaria, em que reafirma a posição tradicional da Igreja.
O Código de Direito Canônico atual, publicado em 1983, não fala de modo explícito da maçonaria, somente dá uma orientação geral contra esse tipo de associação:
CÂNON 1.374: Quem der nome a uma associação, que maquine contra a igreja, seja punido com justa pena; quem promover ou dirigir tal associação seja punido com interdito.

Por não falar da maçonaria, alguns católicos, pensaram que esse cânon não se aplicasse a ela. Surgiu um impasse: teria acabado a proibição para os católicos participarem das lojas maçônicas? Para esclarecer essa dúvida, em 26 de novembro de 1983, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé publicou a Declaração sobre as Associações maçônicas,
QUAESITUM EST:
"Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo fato de que no novo Código de Direito Canônico ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior.
Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redacional seguido também quanto ás outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.

Permanece, portanto, imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem ás associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão. Não compete ás autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de fevereiro de 1981"( cf. AAS 73,1981,pp. 240-241).

O Sumo Pontífice João Paulo II, durante audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação.

Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de novembro de 1983.
Joseph Card. Ratzinger.
PREFEITO
+ Fr. Jérôme Hamer, O.P.
SECRETÁRIO.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Auto Conceitos Perigosos

Pequenos, mas se ensinados de forma correta são capazes de fazer obras grandiosas.

Há outra coisa que exige cautela. É muito perigoso deixar que pessoas falem publicamente de seus aspectos negativos. Se um homem vê a si mesmo como alguém que segue a filosofia “eu não me enfureço, só me desforro”, ou se uma menina pensa “sou um fracasso em matemática”, devemos evitar situações em que eles possam dizê-lo com tanta firmeza. Se uma menina diz diante de toda a classe eu ela é “um fracasso em matemática”, aconteceu algo muito ruim, porque ela tenderá a fazer qualquer coisa para comprovar sua tese. E o homem que vê a si mesmo como vingativo adotará cada vez mais este comportamento à medida que se descreve desta maneira.

A. W . Combs escreveu uma frase que deveria ser colada nos espelhos dos banheiros de todos os pais executivos, para ser lida cinco vezes pela manhã, antes de saírem para o mundo. A frase é: “A manutenção e melhoramento do eu percebido são os motivos que estão por trás de todo comportamento”. Se as crianças que vemos no café da manhã ou os empregados que cumprimentamos ao chegarmos no escritório percebem a si mesmos de certas maneiras negativas, eles certamente agirão de modo que sejam coerentes com esta imagem.

Uma percepção errada de si próprio prejudica a criatividade e trás a sensação de incapacidade.

Portanto, nossa tarefa é muito mais profunda do que mudar o comportamento externo: devemos atingir o . E especialmente com os adolescentes, o auto conceito com que temos de lidar pode ser muito baixo. O psicólogo infantil, James Dobson, escreve: “Tenho observado que a grande maioria dos jovens entre doze e vinte anos de idade está amargamente decepcionada com o que é e com o que representa. Num mundo que cultua estrelas de cinema e homens milagrosos, eles se olham no espelho à procura de sinais de grandeza e enxerga apenas uma multiplicação assombrosa de acnes”.

As auto percepções negativas deveriam ser tratadas com um descaso benigno, e deveríamos refletir de volta alguma percepção positiva de quem eles são. Quando os alunos vêem a si mesmos como ruins em matemática, o que talvez queiram dizer é que tiveram dificuldades na última aula de matemática, e nossa tarefa é reforçar qualquer evidência de que eles têm mais aptidão do que parecia. Como escreve S.I. Hayakawa, há uma grande diferença entre dizer “fracassei três vezes” e dizer “sou um fracasso”.

A Justiça é cega, mas as vezes decide enxergar no escuro

“Pessoas fortes cometem tantos erros e erros tão medonhos como as pessoas “fracas”. A diferença é que as pessoas fortes os admitem, riem deles e aprendem com eles. É assim que ficamos fortes”.

Richard J. Needham

Foi Sêneca quem disse disse: “Se você é homem, tenha admiração por aqueles que tentam coisas grandes, mesmo que eles falhem”. E Theodore Roosevelt disse: “O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz nada”.

Você quer saber mais?

McGinnis, Alan Loy. Bringing out the Best in people, Augsburg Publishing House, Minneapolis, Minnesota, USA, 1985.

Estudo e Saber.

A gravidez precoce traz riscos a saúde e prejudica a vida escolar das adolescentes

Onde está o aluno daqui? Foi trabalhar! E a aluna daqui, onde está? Ficou grávida e parou de estudar. A vida na escola pode ser bem chata, por isso muita gente vai para a escola da vida. Quem tem dinheiro estuda na particular e faz faculdade na pública. Quem não tem dinheiro vai na escola pública e depois vai "camelar". É justo? Não! Então cota. E resolve? Não. Começou mal, não é fácil consertar. Então tira de quem tem e nivela por baixo – tem gente que pensa pequeno assim. E tanto dinheiro de imposto, não dá para melhorar a escola para quem precisa ao invés de piorar a de quem tem? Quem tem sabe dar valor? Quem não tem sabe se quer mesmo ter? E Você, qual é a sua? O problema no fundo é que nessa república dos diplomas uma parte não estuda pra saber, e outra parte não dá aula para ensinar. O negócio é passar de não e ver o ano passar.

A evasão escolar em virtude do trabalho ainda é grande entre nossas crianças.

Ah, se eu soubesse, teria me esforçado mais. Jesus avisou seus alunos que deviam se dedicar. Quem não estivesse interessado deveria nem começar. Tudo muda quando você muda. Sua chance é agora! Seu desafio hoje é olhar também para o amanhã. Você não é um paciente. Você pode se dispor a saber.

Você quer saber mais?

Revista Melhor Amigo, Publicado por One Hope, 2000.

A vida urbana em Pompéia

Peristilo da casa do vettii em Pompéia.

Pompéia, originariamente uma cidade etrusca, foi ocupada pelos Samnitas no século V a.C. Depois disso, continuou a ser uma comunidade de língua osca, até que, no ano 80 a.C., Sila ali estabeleceu uma colônia. A seguir à sua destruição pela erupção de 79 a.C., Pompéia permaneceu sepultada sob uma camada de cinzas e de lava até ao século XVIII.

A economia de Pompéia baseava-se sobretudo nos produtos do seu fértil território, em especial o vinho e o azeite, sendo também um próspero centro industrial e comercial, sendo as principais indústrias as da manufatura e acabamento de tecidos. Existem também muitos vestígios de produção artesanal em pequena escala, de comércio retalhista e de outras atividades comerciais.

Como todas as cidades romanas, Pompéia tinha um governo local inspirado no de Roma. A instituição governante era o conselho da cidade (ordo), composto por 80-100 homens (decuriões) procedentes da classe dos proprietários, que ocupavam o cargo por toda a vida. Os magistrados executivos eram dois duoviri (o equivalente aos cônsules romanos) eleitos anualmente, assistidos por edis, que administravam as obras públicas. Encontram-se graffiti que demonstra que as eleições despertavam grande interesse.

Natureza-morta com ovos e tordos. As naturezas-mortas foram muito populares no período do Quarto Estilo (c. 55-79 d.C)

Enquanto os pobres viviam em pequenos apartamentos ou nas tabernae (lojas) que davam para as ruas, os ricos viviam em casas luxuosas. O modelo de casa de Pompéia centrava-se num grande vestíbulo (atrium), que dava para um peristilo. As casas eram ricamente decoradas com pinturas murais, de que provém a maior parte dos conhecimentos que temos de pintura romana. As pinturas dividem-se em quatro períodos ou estilos cronológicos.

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Cornell, Tim. Matthews, John. Roma Legado de um Império, volume I, Edições Del Prado, Madrid, 1996.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Brasileiro e chinês acham répteis alados.

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA

A parceria entre paleontólogos brasileiros e chineses trouxe à tona duas novas espécies de pterossauros, répteis voadores da Era dos Dinos. Os bichos têm um estranho mosaico de características, embolando ainda mais as tentativas de entender a evolução de seu grupo.

"Eles abrem uma nova janela para a diversidade de pterossauros e mostram que, de fato, a gente ainda não entende bem as relações entre eles", disse à Folha Alexander Kellner, especialista do Museu Nacional da UFRJ e coautor da descrição (a "certidão de nascimento" científica) dos répteis alados.

Junto com Xiaolin Wang (membro da Academia Chinesa de Ciências) e outros colegas, Kellner batizou os novos bichos de Darwinopterus linglongtaensis e Kunpengopterus sinensis.

DARWIN E MITOLOGIA

Além da homenagem óbvia a Charles Darwin, o "pai" da teoria da evolução, há também um tributo a Kun Peng, criatura voadora da mitologia chinesa (e antigo nome de uma empresa aérea da região norte da China).

No estudo, que acaba de sair na revista especializada "Anais da Academia Brasileira de Ciências", os paleontólogos admitem a dificuldade de classificar os novos bichos, bem como seus parentes mais próximos.

Em tese, por serem pterossauros de cauda longa, eles estariam entre os répteis voadores mais primitivos. Mas a coisa parece ser bem mais complicada, diz Kellner.

"Eles têm tanto características primitivas quanto derivadas [ou seja, "avançadas", diferentes do padrão ancestral de seu grupo]", explica.

Um exemplo é a chamada fenestra nasoantorbital do Kunpengopterus -nome complicadíssimo para uma grande cavidade craniana, perto do focinho e das órbitas dos olhos, cuja presença ajuda a deixar o crânio mais leve. Esse é um traço derivado, enquanto a fusão dos ossos da mandíbula dos bichos segue o padrão primitivo.

Como ocorre com outros fósseis chineses da província de Liaoning, os bichos tiveram alguns de seus tecidos moles preservados. Há algumas das fibras que davam sustentação às asas das criaturas e, no caso do Kunpengopterus, parte do que parece ter sido uma vistosa crista.

Até pouco tempo atrás, achava-se que apenas os pterossauros de cauda curta, os chamados pterodactiloides, possuíam cristas. "Mas os de cauda longa têm nos surpreendido ultimamente, tanto apresentando cristas ossificadas quanto as de tecido mole", afirma Kellner.

O paleontólogo defende a tese de que, na maioria das espécies, membros de ambos os sexos tinham os ornamentos, diferentemente do que se vê entre certas aves.

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http://www1.folha.uol.com.br

sábado, 18 de dezembro de 2010

Quem foi o Índio Tibiriça?

Índio Tibiriça - Arte Tumular - Cripta da Catedral da Sé de São Paulo, São Paulo

Tibiriçá foi o primeiro índio a ser catequizado pelo padre José de Anchieta. Foi convertido e batizado pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes. Seu nome de batismo cristão foi Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente. Sua data de nascimento é calculada em 1440. Seus restos mortais encontram-se na cripta da Catedral da Sé, na cidade de São Paulo.

"Maioral" ou "Vigilância da Terra", na língua Tupi, Cacique guaianás ou tupi, sendo divergentes nesse ponto as opiniões dos historiadores. Chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga, com sede na aldeia de Inhampuambuçu. Irmão de Piquerobi e de Caiubi, índios que salientaram durante a colonização do Brasil, o primeiro como inimigo e o segundo como grande colaborador dos jesuítas.

Teve muitos filhos. Com a índia Potira , teve Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí e Bartira. A índia Bartira, viria a ser mulher de João Ramalho, de quem era grande amigo e a pedido do qual defendeu os portugueses quando chegaram a São Vicente.

Em 1554, acompanhou Manuel da Nóbrega e Anchieta na obra da fundação de São Paulo, e estabeleceu-se no local onde hoje se encontra o mosteiro de São Bento, espalhando seus índios pelas imediações. A atual rua de São Bento era por esse motivo chamada primitivamente Martim Afonso (nome que fora batizado o cacique). Graças à sua influência, os jesuítas puderam agrupar as primeiras cabanas de neófitos nas proximidades do colégio. Tibiriça deu aos jesuítas a maior prova de fidelidade, a 9 de Julho de 1562 ( e não 10 como habitualmente se escreve), quando, levantando a bandeira e uma espada de pau pintada e enfeitada de diversas cores, repeliu com bravura o ataque à vila de São Paulo, efetuado pelos índios tupi, guaianás e carijós, chefiados por seu sobrinho (filho de Piquerobi) Jagoanharo.

Em 1580, Susana Dias, sua neta, fundou uma fazenda à beira do Rio Tietê, a oeste da cidade de São Paulo, próximo à cachoeira denominada pelos indígenas de "Parnaíba": hoje, é a cidade de Santana do Parnaíba.

Você quer saber mais?

http://tumulo-artistabrasileiro.blogspot.com

De Luca, Roberto Ribeiro, Ascendentes e Descendentes do Alferes Joaquim Franco de Camargo e Maria Lourença de Moraes Edicon.

Rodrigues,Edith Porchat. Informações Históricas sobre São Paulo no Século de sua Fundação, Martins Editora, 1954.

A importância do raciocínio científico


José Roberto Castilho Piqueira,
Professor titular da Escola Politécnica

O dia a dia das sociedades ocidentais ou orientais depende, de maneira crescente, dos avanços tecnológicos, hoje presentes em praticamente todas as ações individuais ou coletivas. Trabalho, entretenimento, saúde pública, produção cultural, educação, produção de alimentos, transporte, produção de medicamentos e preservação das riquezas naturais são exemplos de ramos de atividades fortemente dependentes da tecnologia e, consequentemente, do avanço da ciência.

Entretanto, não é difícil perceber que o cidadão comum do mundo ocidental tem pouco incentivo para se interessar por assuntos científicos, e os jovens preferem não abraçar carreiras de pesquisa e desenvolvimento, mesmo quando têm o talento necessário para isso. Enfim, parece haver uma acentuação gradativa de um paradoxo: cada vez mais o homem depende da ciência e cada vez menos se interessa por ela.Todos ficam indignados quando um político erra a concordância ou quando alguém se engana a respeito da localização do Equador. Mas pouca gente em postos-chave da administração pública ou privada sabe dividir 1 por 0,4 sem máquina de calcular ou tem noção dos motivos pelos quais enxergamos o céu azul.

Imagine nesse quadro que alguém saísse por aí insistindo em que a concentração de radônio em certo lugar é alta e que isso é atípico. Você iria querer saber o que é radônio? Prestaria atenção se o papo continuasse com o radônio classificado como um gás nobre, muitas vezes mais denso do que o ar?

Claro que não. Que papo de nerd!

Mas e se o “nerd” fosse tagarela e dissesse que, como o radônio é muito denso, encontrá-lo nessas concentrações por aqui pode ser sinal de movimentos de placas tectônicas e da iminência de terremoto grave? Provavelmente, no Brasil as pessoas não prestariam muita atenção nessa conversa e, na melhor das hipóteses, ficariam um pouco ressabiadas com o perigo de terremoto.
Na Itália, que é país desenvolvido e sério, o físico Giampaolo Giuliani avisou sobre o perigo de terremoto em Áquila, com o mesmo argumento, e foi denunciado à polícia pela prefeitura da cidade por alarmar a população. O resultado o mundo já sabe: centenas de mortos e milhares de desabrigados. Agora alguns dizem que nem sempre as altas concentrações de radônio redundam em terremotos, confundindo causalidade com correlação. Os eventos aumento de concentração de radônio e ocorrência de terremotos não são um par causa-efeito, mas são correlacionados.

Deveriam ser feitas medições acuradas de outras grandezas físicas, para confirmar ou descartar a hipótese. É assim que se faz em ciência. Processar aquele que formula hipóteses, jamais. Maior que o analfabetismo científico que essa prefeitura demonstrou, só mesmo a prepotência de autoridades que recusam ajuda internacional numa situação como essa, comparando-a a um acampamento de fim de semana.
Tudo isso me fez lembrar de um professor de Filosofia que tive no terceiro científico. Sou do tempo do científico, da escola pública, que, dizem, era muito boa. Pois é, meu professor de Filosofia, tido como grande intelectual, pontificava: “Estatística é a arte de dizer mentira com números exatos”.

Essa frase de efeito expressa uma ignorância científica imensa. Comecei a descobrir isso na Escola de Engenharia, na disciplina dada pelo Departamento de Engenharia de Produção. A Estatística, o Teorema do Limite Central e as Distribuições de Probabilidade eram a essência do “Controle de Qualidade e dos Tempos e Métodos da indústria”.
Um pouco depois, ainda na graduação, ao estudar processamento de sinais em telecomunicações, aprendi que os métodos estatísticos formam a base da detecção de sinais expostos aos inevitáveis ruídos. No mestrado e na atividade profissional dos primeiros anos de formado, trabalhei com os chamados multiplexadores estatísticos, equipamentos capazes de aumentar o aproveitamento da capacidade de transmissão de informação dos canais fazendo uso das regularidades estatísticas dos dados.

Passado algum tempo, passei a lecionar Processos Estocásticos, disciplina que sistematiza a Teoria de Probabilidades e os Processos Aleatórios, aplicando-os às diversas áreas do conhecimento humano: Mecânica Quântica, Economia, Processamento de Sinais, Mecânica Estatística, Sistemas Complexos, Biologia e Saúde Pública.
Enfim, aprendi que Estatística faz parte do conhecimento científico, procurando a verdade nos mais diversos fenômenos naturais e sociais. Fico pensando nos meus colegas da época, que seguiram outros caminhos: será que eles se lembram da frase do professor de Filosofia? Tomara que não.

O prof. dr. José Roberto Castilho Piqueira possui graduação em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (1974), mestrado em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (1983), doutorado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1987) e livre-docência em Controle e Automação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1997). Entre 1973 e 1999 lecionou Física no ensino médio e em cursos pré-vestibulares. Atualmente é professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Concurso Público em 1999), tem cerca de cem artigos publicados em periódicos e congressos e é bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq.

Você quer saber mais?

http://espaber.uspnet.usp.br/espaber/