quinta-feira, 10 de junho de 2010

EVOLUÇÃO EM DÚVIDA!!!!!!!!!

Michael Behe: E O DESENHO INTELIGENTE




1.Michael Behe:


É o bioquímico norte-americano que com o seu livro A Caixa Preta de Darwin desafiou com a sua tese do 'complexo irredutível' a teoria da evolução de Charles Darwin, além de propor a existência necessária de uma causa eficiente deste complexo irredutível: o Intelligent Design. Toda motivação
de Behe se pauta no que propora Darwin ao dizer: Se se pudesse
demonstrar a existência de algum órgão complexo que não pudesse demaneira alguma ser formado através de modificações ligeiras, sucessivas e numerosas, minha teoria ruiria inteiramente por terra [Charles Darwin, Origem das Espécies, Belo Horizonte: Villa Rica, 1994, p. 161], ao que Behe responderia: Para Darwin, a célula era uma 'caixa preta'-- suas operações internas eram completamente misteriosas para ele. A gora, a caixa preta foi aberta e nós sabemos como ela funciona. Aplicando-se o teste de Darwin ao mundo
ultracomplexo da maquinaria molecular e dos sistemas celulares que têm sido descobertos nos últimos 40 anos, nós podemos afirmar que a teoria deDarwin 'ruiu inteiramente por terra'
[Michael Behe, A Caixa Preta de Darwin: O Desafio da Bioquímica à Teoria da
Evolução. Jorge Zahar Editor].


2.Complexo irredutível?


Segundo Behe algo é irredutivelmente complexo por ser um sistema composto de diversas partes bem sincronizadas e interativas que contribuem para a função básica, onde a remoção de qualquer uma das partes faz com que o sistema efetivamente deixe de funcionar. Behe salienta que a célula não é mais uma misteriosa caixa preta como foi para Darwin, pois se sabe agora como ela funciona a nível molecular e como se encontra abarrotada de sistemas que são irredutivelmente complexos.




A COMPLEXIDADE CELULAR QUE DARWIN NUNCA VIU.


O fato da complexidade irredutível dará, segundo Behe, uma nova perspectiva em biologia para não mais ignorar a presença evidente de um intelligent design [planejamento inteligente]. M. Behe segue os passos de Phillip Johnson, um professor de Direito na Universidade da Califórnia, em Berkeley, que com o seu livro Darwin on Trial [revisto em 1993] tem provocado os mais prestigiados evolucionistas do mundo, incluindo Stephen Jay Gould da Universidade de Harvard e Niles Eldredge, do Museu Americano de História Natural, com a sua proposta do Intelligente Design. O objetivo do movimento do design/ planejamento inteligente é liberar a ciência de seus grilhões da filosofia naturalista -lê-se evolucionista- a fim de que os cientistas que pesquisam a
origem das maravilhas da natureza tenham a liberdade de considerar todas as Michael Behe [outras] explicações possíveis, incluindo o design/ planejamento, por um agente inteligente.


3. Behe, O Papa e Darwin:




BEHE, O PAPA E DARWIN.


Desde a publicação do seu livro, Behe esteve no olho do furacão respondendo a inúmeras questões dos seus opositores. Cristão católico, não foi poupado inclusive das críticas de autores cristãos. Em resposta, Behe imediatamente escreveu um artigo opinião/ editorial, que ficou um mês sobre a mesa do editor. Contudo, numa declaração do Papa João Paulo II, que correu mundo afora, feita em 25/ 10,1996 à Pontifícia Academia das Ciências, sobre a evolução, em que afirmava novos conhecimentos científicos levam a não considerar mais a teoria da evolução mera hipótese... É digno de nota o fato de que essa teoria se tenha progressivamente imposto à atenção dos pesquisadores, posteriormente a uma série de descobertas feitas nas diversas disciplinas do saber . Esta mensagem foi distorcida e foi passada como se o Papa promovesse a total aceitação da evolução, o que causou certo desânimo em Behe por não compreender a mensagem do Papa. O Papa, naquela mensagem de Outubro de 1996 à Pontifícia Academia das Ciências, reconheceu à evolução o caráter de teoria científica, em virtude da sua coerência com as opiniões e as descobertas de vários ramos da ciência. Ao mesmo tempo realçava que existem diversas teorias explicativas do processo evolutivo, entre as quais também algumas que para a ideologia materialista, na qual se inspiram, não são aceitáveis para o crente, sobretudo no que se refere à criação da alma humana diretamente por Deus. Mas neste caso não é a ciência que está em questão, mas uma ideologia. Uma síntese da doutrina católica a respeito deste tema pode ser lida no documento Comunhão e Serviço: a pessoa humana criada à imagem de Deus, da Comissão Teológica Internacional de 2004.


4. Facchini x Behe:




FLORENZO FACCHINI, EX-PROFESSOR DE ANTROPOLOGIA.


Fiorenzo Facchini, ex-Professor de Antropologia na Universidade de Bolonha, Itália, publicou recentemente, em 21 de Janeiro de 2006, o seu artigo Evolução e Criação, no prestigiado órgão de imprensa oficial do Vaticano, L'OsservatoreRomano e causou grande comentário mundial: 1) por parecer defender a posição oficial da Igreja Católica; 2) por criticar a teoria do 'Intelligent Design' defendida por alguns cientistas cristãos, dentre eles Michael Behe e 3) ressaltar que a Igreja Católica não se opõe à doutrina evolucionista: Como se sabe, os defensores do "intelligent design (ID)" não negam a evolução, mas afirmam que a formação de certas estruturas complexas não pode ter acontecido por eventos casuais mas exigiu intervenções particulares de Deus ao longo da evolução e responde a um projeto inteligente. Excluindo o fato de que, contudo, não bastariam as mutações das estruturas biológicas, porque são necessárias também mudanças ambientais, com o recurso a intervenções externas suplementares ou corretivas em relação às causas naturais, é introduzida nos acontecimentos da natureza uma causa superior para explicar coisas que ainda não conhecemos, mas que poderíamos conhecer. Mas assim não se faz ciência. Colocamo-nos num plano diverso do científico. Se o modelo proposto por Darwin é considerado insuficiente, que se procure outro, mas não é correto sob o ponto de vista metodológico sair do campo da ciência pretendendo fazer ciência. A decisão do juiz da Pensilvânia parece portanto ser correta.




ESTAMOS DIANTE DE ALGO ELABORADAMENTE ARQUITETADO DIZ BEHE.


O ID não pertence à ciência e não se justifica a pretensão que seja ensinado como teoria científica paralelamente à explicação darwiniana. Gera-se apenas confusão entre o plano científico e o filosófico ou religioso. Também não é
exigida uma visão religiosa para admitir um desígnio geral sobre o universo. É melhor reconhecer que o problema sob o ponto de vista científico permanece aberto. Se sairmos da economia divina que age através das causas secundárias (quase retraindo-se da sua obra de criador), não se compreende por que certos acontecimentos catastróficos da natureza ou linhas ou estruturas evolutivas sem significado ou mutações genéticas danosas não foram evitadas por um projeto inteligente. Infelizmente, na base de tudo isto deve ser também reconhecida
uma certa tendência em cientistas darwinistas a assumir a evolução em sentido totalizante, passando da teoria à ideologia, numa visão que pretende explicar toda a realidade viva, incluindo o comportamento humano, em termos de seleção natural excluindo outras perspectivas, como se a evolução tornasse supérflua a criação e tudo se pudesse ter autoformado e ser reconduzido à casualidade.


4.Tomás x Behe:




SÃO TOMAS DE AQUINO.


O Magistério da Igreja fundamenta-se na doutrina antropológica de São Tomás de Aquino para tratar do homem. Eis o que
afirma o documento Comunhão e Serviço, N°30: Para manter a unidade de corpo e alma ensinada na Revelação, o Magistério adota a definição da alma humana como forma substantialis (cf. o Concílio de V ienne e o V Concílio do Latrão). A qui oMagistério se baseou sobre a antropologia de Tomás de Aquino que, inspirando-se na filosofia de A ristóteles, vêo corpoea alma comoos princípiosmateriais e espirituais deumser humano individual. Podemos observar como tal posição não é incompatível com as mais recentes descobertas científicas. A Física moderna demonstrou que a matéria, nas suas partículas
mais elementares, é puramente potencial e não tem nenhuma tendência para a organização. Mas o nível de organização no universo, onde se encontram formas altamente organizadas de seres vivos e não vivos, subentende a presença de uma certa forma de informação . Um raciocínio deste gênero leva a pensar em uma parcial analogia entre o conceito aristotélico de forma substancial e omoderno conceito científico de informação . Portanto, por exemplo, o DNA dos cromossomos contém as informações necessárias para que a matéria possa se
organizar segundo o esquema típico de uma data espécie ou ser particular. De modo análogo, a forma substancial fornece à matéria prima as informações de que esta necessita para se organizar de um modo particular. Convém tomar esta analogia com a devida cautela, dado nãoser possível umconfrontodiretoentre conceitos espirituais emetafísicos edadosmateriais e biológicos.


5. Criação x Evolução Tomista:


O Magistério da Igreja vê nos princípio filosóficos do Aquinate as razões suficientes para explicar que, com relação à origem da alma humana, esta não pode ter sido originada segundo a teoria da
evolução materialista, pois não tem ela a sua origem do sêmen. Encontra também na cosmologia tomista os princípios metafísicos que asseguram que o mundo teve a sua origem por criação e que isso não anula a possibilidade de que, a partir do criado, da potência da matéria primeira, fossem eduzidas novas formas substanciais originadas pela mescla das formas elementares que a informaram originariamente. Segundo o Aquinate o mundo, que é constituído de matéria, sua matéria foi criada por Deus e não pressupôs a matéria para criar o mundo, sendo Deus o único princípio de criação, criando duas coisas uma próxima dEle e outra próxima do nada Segundo TA, esta tese foi defendida por Santo Agostinho. O Aquinate não considera que a matéria foi criada absolutamente informe ainda que nada impeça de que se a conceba informe no instante da criação, mas informada no instante posterior, porque embora não tenha sido informada completa e imediatamente pelas formas específicas no mesmo instante de sua criação, foi, pelo menos, no instante seguido, pelas formas elementares, a partir das quais, por mescla, constituiriam a posterior informação específica da matéria, já no tempo sucessivo.




INFOGRAFO. DO SIMPLES AO COMPLEXO!


Se tudo o que existiu foi por causa de alguma forma, seria ilícito sustentar que Deus criou a matéria absolutamente informe, mesmo que a forma que Ele comunicou à matéria primeira, no
início, tenha sido alguma forma de natureza inferior, a saber, a forma de corporeidade. Metafisicamente falando, este seria o 'elemento irredutível' que comprovaria uma causalidade inteligente, já que o complexo irredutível de Behe os supõe. De qualquer modo, podemos admitir
uma informação simultânea no instante da criação e outra sucessiva depois deste instante, já no tempo, o que poderíamos denominar evolução, e nisso não haveria contradição em supor, desde que se admitissem ao menos alguma informação naquele instante da criação da matéria primeira. Pois bem, segundo a doutrina do Aquinate não há oposição entre criação e que a partir desta tenham sido gerados por transformações a partir de 'elementos irredutíveis' outras substâncias. Em nossos dias, tal mudança, transformação ou mutação, em macroorganismos, recebe o nome de, guardadas as proporções, evolução.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


José Luís Soares, Dicionário etimológico e circunstanciado de Biologia. São Paulo: Editora Scipione, 2004.


Michael J. Behe, Caixa Preta de Darwin: o Desafio da Bioquímica à Teoria da Evolução. Editora Jorge Zahar, 1997.


John Polkinghorne, Cientista Lê a Bíblia. Editora Loyola, 1998.


Ernst Mayr, O que é a Evolução? Editora Rocco, 2009.


http://www.4shared.com/file/94044881/71d567fc/Resumo_-_Michael_Behe__A_caixa.html?s=1

Você quer saber mais?

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quarta-feira, 9 de junho de 2010

PLÍNIO SALGADO. AMOR INCONDICIONAL AO BRASIL!

PLÍNIO SALGADO




Escritor e político brasileiro. Dedicou-se ao jornalismo, fazendo crítica literária e política.




CONGRESSO INTEGRALISTA EM 1935


Fundou a Ação Integralista Brasileira, tornando-se o chefe deste movimento nacional. O Integralismo de Plínio Salgado configurou-se como o maior movimento nacionalista da história do Brasil, o primeiro a aceitar negros e mulheres, um movimento verdadeiramente nacionalista, anticomunista e antiliberal que, sob o lema "Deus, Pátria e Família", conseguiu reunir setores da classe média e intelectuais. Os milicianos obedeciam a uma série de regulamentos, entre os quais o uso de uniformes (camisas-verdes) e da saudação Anauê, uma saudação em língua tupi.




DESFILE DE 50.000 CAMISAS VERDES NO RIO DE JANEIRO TENDO AO FUNDO O PALÁCIO DO CATETE, ONDE O ENTÃO PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS, ASSISTIA AO DESFILE.


Plínio Salgado nasceu em 22 de janeiro de 1895 em São Bento do Sapucaí SP.
Após um período em Minas Gerais e na capital paulista, voltou à cidade natal e fundou em 1916 o Correio de São Bento. Seu talento como escritor foi reconhecido por Monteiro Lobato, que publicou algumas de suas crônicas na Revista do Brasil. Dois anos depois, Plínio participou da fundação do Partido Municipalista. Viúvo aos 24 anos, com uma filha recém-nascida, tornou-se profundamente religioso. Em 1920 mudou-se para São Paulo, onde ficou conhecido como jornalista e escritor. Foi um dos ideólogos da tendência nacionalista do modernismo, denominada Movimento Verde-Amarelo, em oposição à corrente primitivista, lançada pelo Manifesto pau-brasil, de Oswald de Andrade.




HASTEANDO A BANDEIRA DO SIGMA NO RIO DE JANEIRO EM 1935


Em 1927, publicou Literatura e política, em que se declarava anticosmopolita, defensor de um Brasil agrário e contrário ao sufrágio universal. No ano seguinte, elegeu-se deputado estadual pelo Partido Republicano Paulista (PRP).




FILHOS DE INTEGRALISTAS ERAM INCENTIVADOS DESDE CEDO A SEGUIR O MOVIMENTO.


Em 1932 organizou a Sociedade de Estudos Políticos, da qual derivou uma comissão técnica, a Ação Integralista Brasileira (AIB), destinada a transmitir à população, em linguagem simples, suas bases doutrinárias. A AIB cresceu aos poucos e, em junho de 1937, já transformada em partido político, reuniu 25.000 adeptos em desfile no Rio de Janeiro. No ano seguinte, após duas tentativas de revolução contra o governo ditatorial de Getulio Vargas, a maioria dos implicados foi presa, torturada e morta.




MILICIANOS MARCHANDO E CANTANDO O HINO AVANTE EM 1936.


Salgado, detido apenas um ano depois do levante, rejeito o cargo de Ministro da Educação oferecida por Vargas e foi exilado em Portugal. O
Integralismo chegou milhões de camisas verdes espalhados em todo Brasil.




MULHERES INTEGRANTES DO DEPARTAMENTO FEMININO E PLINIANO DA CIDADE DE MATÃO-SP 1935.


De volta ao Brasil em agosto de 1945, com a redemocratização do país,
fundou o Partido de Representação Popular (PRP), pelo qual concorreu às
eleições de 1955 para a presidência da república. . Em 1970 exerceu seu
último mandato na Câmara. Morreu em São Paulo, em 7 de dezembro de 1975.




PLÍNIO SALGADO UM HOMEM, UM BRASILEIRO, UM NACIONALISTA, UM INTEGRALISTA QUE TINHA ORGULHO DE SER BRASILEIRO E TINHA ORGULHO DO POVO DE SUA NAÇÃO.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


Ferreira, Marcus. O Integralismo na cidade de Matão, 2006.


Salgado, Plínio. O Espirito da Burguesia. Livraria Classica Brasileira, 1951.


Reale, Miguel. O Estado Moderno. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1934.


Salgado, Plinio. A Quarta Humanidade. Editora das Americas, 1936.


CALIL, Gilberto Grassi & SILVA, Carla Luciana. Velhos Integralistas - A Memória de Militares do Sigma. Porto Alegre: EdiPUC-RS, 2001.


CALIL, Gilberto Grassi. O integralismo no pós-guerra: a formação do PRP (1945-1960). Porto de Alegre: EDIPUCRS, 2001.


http://www.integralismo.org.br/novo/?cont=107&vis=

segunda-feira, 7 de junho de 2010

PRECURSORES DO DIREITO. LEIS DO POVO VISIGODO!

Direito visigótico




O rei Lodhanri, um bispo, um duque e um conde, imagem do Breviário de Alarico ou Lex Romana Visigothorum, compilação de leis romanas do Reino Visigodo de Toulouse sob Alarico II (487-507 d.C.)




Capa de uma edição do Liber Iudiciorum do ano 1600.


De origem consuetudinária, o direito visigótico foi o mais intelectualizado ramo do direito germânico, com forte influência do direito romano. Foi o primeiro da família a ser escrito.


A primeira obra de compilação, o Código de Eurico, de ca. 476, foi mista (nela trabalharam juristas de formação romana). Foi elaborado para dirimir as controvérsias entre Visigodos e hispano e galo-romanos. Neste código se tratou, pela primeira vez, dos bucelários (homens livres, semelhantes aos clientes romanos, adjuntos a uma família poderosa que os patrocinava ou sustentava, a troco de serviços, principalmente militares). Parte dos originais (60 de 350 capítulos) se encontra na Biblioteca Nacional de Paris.


A maior codificação dos Visigodos, todavia, não contém direito visigodo: foi o Breviário de Alarico II, de 506, ou Lex Romana Wisigothorum (ou Breviarium Aniani, em honra a seu chanceler), uma seleção, com interpretação, de textos de leges (Constituições Imperiais dos códigos Gregoriano, Hermogeniano e Teodosiano) e de iura (fragmentos de Gaio e Paulo).
Recaredo I (572-586) esforça-se pela unificação dos dois povos (godo-ariano e romano-católico), abolindo a proibição do matrimônio entre visigodos e romanos.
Recaredo I, finalmente, se converte para o catolicismo, fazendo de Toledo a capital em 589.


Mas a dualidade de direitos (segundo o princípio da personalidade das leis) foi superada somente pela abrogação da Lex Romana Wisigothorum e pela redação, em 654, da Lex Wisigothorum de Rescesvindo (653-672), (ou Código Visigótico, ou Liber Iudiciorum, ou Liber Iudicum, ou Forum Iudicum, que será mais tarde conhecido como Fuero Juzgo). O seu nome revelava a sua finalidade: servir para a prática forense, dos juízes.


O Código Visigótico apresentava enorme influência da tradição romana, inclusive na forma: em doze livros como o Código de Justiniano. Foi aprovado pelo VIII Concílio de Toledo, demonstrando a importância da participação da Igreja na legitimação do direito. Este costume dos reis godos, são os gérmens das futuras Cortes ou Estados Gerais. O Fuero Juzgo, ao lado dos costumes municipais, são as principais fontes do direito por muitos séculos. O Código Visigótico contém 324 leis de Leovigildo, 3 de Recaredo, 99 de Chindasvindo e 87 de Rescesvindo. Dele há uma cópia na Biblioteca Nacional em Paris e outra no Vaticano. Permaneceu em vigor até a edição da Lei das Sete Partidas por Afonso X, o Sábio.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


MERÊA, Manuel Paulo, Textos de direito visigótico, I (Codex Euricianus, Lex wisigothorum sive Liber Iudiciorum), Coimbra 1923.
MERÊA, Manuel Paulo, Textos de direito visigótico, II (Glosas ao Liber iudiciorum. lei de Teudis, Fragmentos de Holkham, Formulas visigóticas), Coimbra 1920.

http://www.juntadeandalucia.es/cultura/bibliotecavirtualandalucia/catalogo_imagenes/grupo.cmd?path=10781

http://libro.uca.edu/vcode/visigoths.htm3=


http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/80272752878794052754491/thm0000.htm3=

Você quer saber mais?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

domingo, 6 de junho de 2010

NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA!

O que é a língua portuguesa?




O PORTUGUÊS é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como património nacional e utilizam como instrumento de comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidades lusofalantes.
Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios separados, em vários continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas). Por isso, apresenta grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a usam. Mas, também por isso, é uma das principais línguas internacionais do mundo.
É possível ter percepções diferentes quanto à unidade ou diversidade internas do português, conforme a perpectiva do observador.
Quem se concentrar na língua dos escritores e da escola, colherá uma sensação de unidade.
Quem comparar a língua falada de duas regiões (dialectos) ou grupos sociais (sociolectos) não escapará a uma sensação de diversidade, até mesmo de divisão.


Unidade


Uma língua de cultura como a nossa, portadora de longa história, que serve de matéria prima e é produto de diversas literaturas, instrumento de afirmação mundial de diversas sociedades, não se esgota na descrição do seu sistema linguístico: uma língua como esta vive na história, na sociedade e no mundo.
Tem uma existência que é motivada e condicionada pelos grandes movimentos humanos e, imediatamente, pela existência dos grupos que a falam.
Significa isto que o português falado em Portugal, no Brasil e em África pode continuar a ser sentido como uma única língua enquanto os povos dos vários países lusofalantes sentirem necessidade de laços que os unam. A língua é, porventura, o mais poderoso desses laços.


Diz, a este respeito, o linguista português Eduardo Paiva Raposo:
A realidade da noção de língua portuguesa, aquilo que lhe dá uma dimensão qualitativa para além de um mero estatuto de repositório de variantes, pertence, mais do que ao domínio linguístico, ao domínio da história, da cultura e, em última instância, da política. Na medida em que a percepção destas realidades for variando com o decorrer dos tempos e das gerações, será certamente de esperar, concomitantemente, que a extensão da noção de língua portuguesa varie também.


Diversidade


A diversidade linguística que o português apresenta através do seu enorme espaço pluricontinental é, inevitavelmente, muito grande e certamente vai aumentar com o tempo. Os linguistas acham-se divididos a esse respeito: alguns acham que, já neste momento, o português de Portugal (PE) e o português do Brasil (PB) são línguas diferentes; outros acham que constituem variedades bastante distanciadas dentro de uma mesma língua.


Geografia do Português e dos Crioulos de Base Portuguesa




LEGENDA



Países ou territórios com o português como língua materna e/ou língua oficial


1 Crioulos da Alta Guiné


2 Crioulos do Golfo da Guiné


3 Crioulos Indo-portugueses


4 Crioulos Malaio-portugueses


5 Crioulos Sino-portugueses


6 Crioulos do Brasil


Outros mapas


Os dialectos portugueses segundo Luís F. Lindley Cintra


Crioulos de base portuguesa: África


Crioulos de base portuguesa: Ásia


Crioulos de base portuguesa: América



Textos
Dialectos portugueses (ficheiro em formato PDF)


(Dados para a) História da Língua Portuguesa em Moçambique (ficheiro em formato PDF)


Crioulos de base portuguesa



Registos sonoros


Amostras de dialectos portugueses


Português fora da Europa

VOCÊ QUER SABER MAIS?




A Flexão Verbal do Português (Estudo de Morfologia Histórica), Joseph-Maria Piel.


A Formação de Portugal, Orlando Ribeiro.


Algumas observações sobre a noção de «Língua Portuguesa», Eduardo Paiva Raposo.


Áreas lexicais no território português, Luís F. Lindley Cintra.


Diversidade e Unidade: A Aventura Linguística do Português, Rosa Virgínia Mattos e Silva.


El Gallego-Portugués, Kurt Baldinger.


Evolução linguística interna, Timo Riiho.


http://cvc.instituto-camoes.pt/

Você quer saber mais?

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sexta-feira, 4 de junho de 2010

DESVENDANDO AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO ANTIGO.

AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO ANTIGO




As sete maravilhas do mundo antigo são uma famosa lista de majestosas obrasartísticas e arquitetônicas erguidas durante a Antiguidade Clássica feita por Antípatro de Sídon. Das sete maravilhas, a única que resiste até hoje quase intactas são as Pirâmides de Gizé, construídas há cinco mil anos.


Origem da lista


A origem da lista é duvidosa, normalmente atribuída ao poeta e escritor grego Antípatro de Sídon, que escreveu sobre as estruturas em um poema. Outro documento que contém tal lista é o livro De septem orbis miraculis, do engenheiro grego Philon de Bizâncio. A lista também é conhecida como Ta hepta Thaemata ("as sete coisas dignas de serem vistas").
Os gregos foram os primeiros povos a relacionar as sete maravilhas do mundo entre os anos 150 e 120 a.C.. Extraordinários monumentos e esculturas erguidos pela mão do homem, construídos na antigüidade fascinam por sua majestade, riqueza de detalhes e magnitude até hoje. Podemos imaginar o aspecto que outros monumentos e esculturas tinham a partir de descrições e reproduções estilizadas em moedas.


As Pirâmides de Gizé




As grandes pirâmides de Gizé, no Egito, única antiga maravilha do mundo ainda existente.


As três pirâmides de Gizé (ou Guiza, nome mais próximo do original - Gizé é um galicismo) ocupam a primeira posição na lista das sete maravilhas do mundo antigo.
Keóps, Quéfren e Miquerinos, foram construídas como tumbas reais para os reis Khufu (Keóps), Quéfren, e Menkaure (pai, filho e neto), que dão nome às pirâmides. A primeira delas, Queóps, foi construída há mais de 4.500 anos, por volta do ano 2550 a.C., chamada de Grande Pirâmide, a majestosa construção de 147 metros de altura foi a maior construção feita pelo homem durante mais de quatro mil anos, sendo superada apenas no final do século XIX (precisamente em 1889), com a construção da Torre Eiffel.
A grande diferença das Pirâmides de Gizé em relação às outras maravilhas do mundo é que elas ainda persistem, resistindo ao tempo e às intempéries da natureza, encontrando-se em relativo bom estado e, por este motivo, não necessitam de historiadores ou poetas para serem conhecidas, já que podem ser vistas.
O curioso é que as pirâmides de Gizé já eram as mais antigas dentre todas as maravilhas do mundo antigo pois, na época já fazia mais de dois mil anos que haviam sido construídas e são justamente as únicas que se mantém até hoje.




Aproximadamente dois milhões de blocos de pedras foram utilizados para a construção das pirâmides.




120 metros em mármore


O Farol de Alexandria


O Farol de Alexandria foi construído a mando de Ptolomeu no ano 280 a.C. pelo arquiteto e engenheiro grego Sóstrato de Cnido. Era uma torre de mármore situada na ilha de Faros (por isso, "farol"), próxima ao porto de Alexandria, Egito.
Com três estágios superpostos - o primeiro, quadrado; o segundo, octogonal; e o terceiro, cilíndrico -, dispunha de mecanismos que assinalavam a passagem do Sol, a direção dos ventos e as horas. Por uma rampa em espiral chegava-se ao topo, onde à noite ardia uma chama que, através de espelhos, iluminava até 50 km de distância para guiar os navegantes.


Diz à lenda que Sóstrato procurou um material resistente à água do mar e por isso a torre teria sido construída sobre gigantescos blocos de vidro. Mas não há nenhum indício disso.


À exceção das pirâmides de Gizé, foi a que mais tempo durou entre as outras maravilhas do mundo, sendo destruída por um terremoto em 1375. Suas ruínas foram encontradas em 1994 por mergulhadores, o que depois foi confirmado por imagens de satélite.


Os Jardins Suspensos da Babilônia




Seis montanhas artificiais


A terceira maravilha são os Jardins Suspensos da Babilônia, construídos por volta de 600 a.C., às margens do rio Eufrates, na Mesopotâmia - no atual sul do Iraque. De todas as maravilhas os Jardins Suspensos da Babilônia são os menos conhecidos já que até hoje encontram-se poucos relatos e nenhum sítio arqueológico foi encontrado com qualquer vestígio do monumento. O único que pode ser considerado "suspeito" é um poço fora dos padrões que imagina-se ter sido usado para bombear água.


Os jardins, na verdade, eram seis montanhas artificiais feitas de tijolos de barro cozido, com terraços superpostos onde foram plantadas árvores e flores. Calcula-se que estivessem apoiados em colunas cuja altura variava de 25 a 100 metros. Para se chegar aos terraços subia-se por uma escada de mármore; entre as folhagens havia mesas e fontes. Os jardins ficavam próximos ao palácio do rei Nabucodonosor II, que os teria mandado construir em homenagem à mulher, Amitis, saudosa das montanhas do lugar onde nascera.


O Templo de Artêmis




200 anos de construção


A quarta maravilha do mundo antigo é o templo de Artêmis (Diana, para os romanos) em Éfeso, construído para a deusa grega da caça e protetora dos animais selvagens, foi o maior templo do mundo antigo. Localizado em Éfeso, atual Turquia, o templo foi construído em 550 a.C. pelo arquiteto cretense Quersifrão e por seu filho, Metagenes. O templo tinha 90 metros de altura, como a estátua da Liberdade, em Nova York - e 45 de largura, o templo era decorado com magníficas obras de arte e Ártemis foi esculpida em ébano, ouro, prata e pedra preta.


Após concluído, o templo virou atração turística com visitantes de diversos lugares entregando oferendas, e foi destruído em 356 a.C. por Eróstrato, que acreditava que destruindo o templo de Ártemis teria seu nome espalhado por todo o mundo. Sabendo disso, os habitantes da cidade não revelaram seu nome, só conhecido graças ao historiador Strabo. Alexandre ofereceu-se para restaurar o templo, mas ele começou a ser reconstruído só em 323 a.C., ano da morte do macedônio. Mesmo assim, em 262 d.C., ele foi novamente destruído, desta vez por um ataque dos godos. Com a conversão dos cidadãos da região e do mundo ao cristianismo, o templo foi perdendo importância e veio abaixo em 401 d.C; e hoje existe apenas um pilar da construção original em suas ruínas.




Ruínas do templo de Artêmis em Éfeso, Turquia.


A Estátua de Zeus




Marfim, ébano e pedrarias


A quinta maravilha é estátua de Zeus em Olímpia. Foi construída no século V a.C. pelo ateniense Fídias, em homenagem ao rei dos deuses gregos — Zeus. Supõe-se que a construção da estátua tenha levado cerca de oito anos. Zeus (Júpiter, para os romanos) era o senhor do Olimpo, a morada das divindades. A estátua media de 12 a 15 metros de altura - o equivalente a um prédio de cinco andares - e era toda de marfim e ébano. Seus olhos eram pedras preciosas.


Fídias esculpiu Zeus sentado num trono. Na mão direita levava a estatueta de Nike, deusa da Vitória; na esquerda, uma esfera sob a qual se debruçava uma águia. Supõe-se que, como em representações de outros artistas, o Zeus de Fídias também mostrasse o cenho franzido. A lenda dizia que quando Zeus franzia a fronte o Olimpo todo tremia.


Após 800 anos foi levada para Constantinopla (hoje Istambul), onde acredita-se ter sido destruída em 462 d.C. por um terremoto.


Mausoléu de Halicarnasso




Pirâmide de 24 degraus


O mausoléu de Halicarnasso foi o suntuoso túmulo que a rainha Artemísia II de Cária mandou construir sobre os restos mortais de seu irmão e marido, o rei Mausolo, em 353 a.C.. Foi construído por dois arquitetos gregos — Sátiro e Pítis — e por quatro escultores gregos — Briáxis, Escopas, Leocarés e Timóteo. Sendo esta a sexta maravilha do mundo antigo.


Halicarnasso era a capital da Cária - região que englobava cidades gregas ao longo do mar Egeu e das montanhas do interior e hoje faz parte da Turquia.
O romano Plínio descreveu o mausoléu como um suntuoso monumento sustentado por 36 colunas. Com quase 50 metros de altura, ocupava uma área superior a 1200 metros quadrados. Acima da base quadrada, erguia-se uma pirâmide de 24 degraus que tinha no topo uma carruagem de mármore puxada por quatro cavalos.


Dentro ficavam as estátuas de Artemísia e Mausolo, além de trabalhos de Escopas, considerado um dos maiores escultores da Grécia do século IV. Algumas dessas esculturas, como uma estátua de 4,5 metros, provavelmente de Mausolo, encontram-se no Museu Britânico. O túmulo foi destruído, provavelmente por um terremoto, em algum momento entre os séculos XI e XV. As pedras que sobraram da destruição acabaram sendo aproveitadas na construção de edifícios locais.


Hoje, os fragmentos desse monumento são encontrados no Museu Britânico, em Londres, e em Bodrum, na Turquia. A palavra mausoléu é derivada de Mausolo.




O Colosso de Rodes


Um pé em cada margem


O Colosso de Rodes, sétima maravilha do mundo antigo, era uma gigantesca estátua do deus grego Hélios colocada na entrada marítima da ilha grega de Rodes. Ela foi finalizada em 280 a.C. pelo escultor Carés de Lindos, tendo 30 metros de altura e setenta toneladas de bronze, de modo que qualquer barco que adentrasse a ilha passaria entre suas pernas, que possuía um pé em cada margem do canal que levava ao porto. Na sua mão direita havia um farol que guiava as embarcações à noite. Era uma estátua tão imponente que um homem de estatura normal não conseguia abraçar o seu polegar.


Foi construída para comemorar a retirada das tropas macedônias que tentavam conquistar a ilha, e o material utilizado para sua confecção foram armas abandonadas pelos macedônios no lugar. Apesar de imponente, ficou em pé durante apenas 55 anos, sendo abalada por um terremoto que a jogou no fundo da baía. Ptomoleu III se ofereceu para reconstruí-la, mas os habitantes da ilha recusaram por achar que haviam ofendido Hélios. E no fundo do mar ainda era tão impressionante que muitos viajaram para vê-la lá em baixo, onde foi esquecida até a chegada dos árabes, que a venderam como sucata.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


D'Epiro, Peter e Mary Pinkowish Desmond, "Quais são as Sete Maravilhas do Mundo? E 100 Outras grandes listas Cultural". Anchor. Anchor. December 1, 1998. ISBN 0-385-49062-3.


Ferreira, José Ribeiro e Ferreira, Luisa da Nazaré,"As Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Fontes, Fantasias e Reconstituições". Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Dezembro de 2007. ISBN 978-972-44-1566-6.

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quinta-feira, 3 de junho de 2010

MANUSCRITOS DO MAR MORTO.

Que importância tem os manuscritos do Mar Morto?




MANUSCRITOS DO MAR MORTO


No ano de 1947 no Wadi Qumran, junto ao Mar Morto, apareceram, em onze diferentes cavernas, algumas jarras de barro que continham muitos documentos escritos em hebreu, aramaico e grego. Sabe-se que foram escritos entre o século II a.C. e 70 d.C., ano em que teve lugar a destruição de Jerusalém.


Foram recompostos 800 escritos dentre vários milhares de fragmentos, pois quase nenhum desses documentos estava completo. Há fragmentos de todos os livros do Antigo Testamento (exceto o de Ester), de outros livros judeus não canônicos (alguns já conhecidos, outros não), e um bom número de escritos próprios de um grupo sectário de essênios, que vivia retirado no deserto.


Os documentos de maior importância, sem dúvida, eram os textos da Bíblia. Até o descobrimento dos textos do Qumran, os manuscritos mais antigos que se conhecia em língua hebraica eram dos séculos IX-X d.C. Mas havia a suspeita de que neles haviam sido cortadas, acrescentadas ou modificadas palavras ou frases dos originais, consideradas incomômodas. Com os novos descobrimentos comprovou-se que os textos encontrados coincidiam com os originais, ainda que fossem de mil anos antes, e que as poucas diferenças que apresentavam coincidiam, na sua maioria, com algumas já testemunhadas pela versão grega chamada “dos Setenta” ou pelo Pentateuco Samaritano. Outros vários documentos contribuíram para demonstrar que havia uma maneira de interpretar as Escrituras (e as normas legais) diferente da que era habitual entre os saduceus e os fariseus.




JARROS ONDE ESTAVAM GUARDADOS OS MANUSCRITOS


Entre os textos do Qumran não há nenhum texto do Novo Testamento, nem de nenhum escrito cristão. Houve uma época em que se discutiu se algumas palavras escritas em grego, que aparecem em dois dos pequenos fragmentos de papiro encontrados, pertenceriam ou não ao Novo Testamento, mas nada foi comprovado. Quanto aos outros documentos encontrados nas cavernas, nenhum apresenta indícios de ser cristão, nem demonstra ter havido influência alguma dos textos judaicos sobre o Novo Testamento.


Hoje os especialistas concordam que os documentos do Qumran não influenciaram em nada as origens do cristianismo, já que o grupo do Mar Morto era sectário, minoritário e afastado da sociedade, enquanto Jesus e os primeiros cristãos viveram imersos na sociedade judia do seu tempo e dialogavam com eles. Os documentos somente serviram para esclarecer alguns termos e expressões habituais da época, hoje difíceis de entender, e para compreender melhor o ambiente judaico tão diversificado em que nasceu o Cristianismo.


Na primeira metade dos anos noventa, foram espalhados dois mitos controversos, que hoje estão bastante diluídos. Um deles afirmava que os manuscritos continham doutrinas que contradiziam o judaísmo ou o cristianismo e que, como conseqüência, o Grande Rabino e o Vaticano tinham feito um acordo para impedir sua publicação. Agora aparecem publicados todos os documentos e ficou evidente que as dificuldades de publicação não foram de ordem religiosa, mas de ordem cientifica.




CAVERNAS PRÓXIMAS A QUMRAN NO DESERTO DA JUDEÍA. ONDE FORAM ENCONTRADOS OS MANUSCRITOS


O outro mito teve maior repercussão por se apresentar com cunho científico: Bárbara Thierung, professora de Sidnei, e Robert Eisenman, da State University de Califórnia, publicaram vários livros nos quais comparam os documentos do Qumran com o Novo Testamento e chegam à conclusão de que ambos estão escritos em código, que aquilo que está escrito não é o que querem dizer, e que seria preciso descobrir o seu significado oculto. Baseando-se na menção de personagens cujo significado não foi possível desvendar (Mestre de Justiça, Sacerdote Ímpio, Mentiroso, Leão furioso, Procuradores das interpretações fáceis, Filhos da luz e Filhos das trevas, Casa da abominação, etc.), sugeriram que o Mestre de Justiça, fundador do grupo de Qumran, foi João Batista e seu opositor, Jesus (segundo Thierung), ou que o Mestre de Justiça teria sido Tiago e seu opositor, Paulo.


Atualmente nenhum especialista admite essas afirmações. O fato de não conhecemos a significação dessa terminologia não significa que contenham algum traço de doutrinas esotéricas. Fica evidente que os contemporâneos da seita do Qumran estavam familiarizados com essas expressões e que os documentos do Mar Morto, continham doutrinas ou normas diversas das que eram mantidas pelo judaísmo oficial, e que não continham nenhum código secreto, nem escondem teorias inconfessáveis.


BIBLIOGRAFIA

Jean POULLY, Los manuscritos del mar muerto y la comunidad de Qumrán, Verbo divino, Estella, 1980; Florentino GARCÍA MARTÍNEZ – Julio TREBOLLE, Los hombres de Qumrán: literatura, estructura social y concepciones religiosas, Trotta, Madrid, 1993; R. RIESNER– H. D. BETZ, Jesús, Qumrán y el Vaticano, Herder, Barcelona, 1992.


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quarta-feira, 2 de junho de 2010

OS MISTÉRIOS DA ESFINGE.

Esfinge: a guardiã dos mortos


A maior escultura de pedra do mundo ressurgiu das areias do deserto depois de milênios protegendo as tumbas dos faraós
A Grande Esfinge de Gizé impressiona. Primeiro, por seu tamanho – com 72 metros de comprimento e 20 metros de altura, ela é a maior escultura de pedra do mundo. Depois, pelos mistérios que cercam sua origem.

A criatura, com cabeça de homem e corpo de leão, foi moldada em pedra calcária há 4500 anos (há uma teoria que aumenta essa idade para incríveis 10 mil anos). Provavelmente foi esculpida por ordem do faraó Quéfren para simbolizar seu poder e sabedoria. Hoje ela guarda a entrada do complexo das pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, no planalto de Gizé, perto do Cairo. O local também é chamado de necrópole.

Os egípcios chamavam a esfinge de shesep-ankh, que significa “imagem viva”. Os gregos traduziram erradamente para sphigx, que significa “atar, ligar” – já que s unem um elemento animal (nem sempre é o leão) a um elemento humano.

MARAVILHA ENTERRADA

Embora tenha resistido, a escultura está distante da maravilha que foi no passado. A cor original,o nariz e a barba sumiram, os olhos foram danificados e há grandes rachaduras em sua superfície.


Por volta de 1400 a.C., o faraó Thutmosis já havia percebido seu desgaste e teria sido o primeiro a mandar restaurá-la. Ele registrou o feito numa estela (bloco de pedra) que ainda está entre as patas dianteiras da criatura. Outros faraós também fizeram restaurações, mas foi a natureza quem mais colaborou para a conservação da esfinge. “Ela ficou enterrada sob as areias do deserto do Saara e, durante séculos, foi poupada”, diz o egiptólogo Júlio Gralha, professor de História Antiga e Medieval na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

A partir da década de 1920, a esfinge foi desenterrada. A escultura começou então a erodir sob os ventos e a umidade do ar. Várias tentativas de restauração feitas de 1955 a 1987 só pioraram a situação. Antigos blocos de pedra foram substituídos por novos, alterando sua forma. Para cobrir as rachaduras, foram utilizados gesso e cimento. Resultado: a esfinge rejeitou as novas camadas de pedra e argamassa, e grandes pedaços começaram a ruir. Foi necessária mais uma década de trabalhos, concluídos há oito anos, para corrigir os erros de restauração.

Os especialistas optaram por submeter a rocha original a um tratamento. “Eles decidiram agir como os antigos e foram em busca de pedras semelhantes àquelas utilizadas nos tempos

terça-feira, 1 de junho de 2010

AKHENATON O VISIONÁRIO!

Akhenaton (Dinastia XVIII)




Nascimento:Amenófis("Amon está satisfeito")


Adaptado:Akhenaton ("Símbolo Vivo de Aton")


Trono:Neferkheperuré


Anos de Reinado: (1353-1335 A.C)


Akhenaton foi o único faraó a impor um monoteísmo religioso em toda a história do antigo Egipto.


Esta época é conhecida hoje de período Amarniano.


História: A infância de Akhenaton foi passada no palácio de Malgata em Tebas. O nome de nascimento de Akhenaton é Amenófis ("Amon está satisfeito"). Tinha o mesmo nome do seu pai, tendo iniciado o seu reinado, com cerca de 15 anos de idade, ainda como Amenófis IV. Ao quinto ano do seu reinado passou a usar o nome de Akhenaton ("Símbolo Vivo de Aton"). Com esta mudança todo o Egipto mudou. Akhenaton levou o culto de Aton, já existente no antigo Egipto ao extremo, abolindo por completo os cultos a outros deuses e começou a construir uma nova capital; Akhetaton na actual Tell el-Amarna num local virgem até então nunca consagrado a nenhum deus, iniciando assim a revolução Amarniana, que iria modificar todos os aspectos da vida egípcia. Reinou durante cerca de 18 anos.


Antecessor: O antecessor de Akhenaton foi o seu pai Amenófis III ("Nebmaatré") (1391-1353), que foi casado com a raínha Tïe. Akhenaton tornou-se faraó, porque o seu irmão mais velho Tutmósis faleceu (desapareceu misteriosamente) prematuramente. Provávelmente o início do seu reinado foi em co-regência com o seu pai.


Sucessor: Alguns anos antes da sua morte Akhenaton terá nomeado para seu co-regente, Semenkharé, que teria casado com uma das sua filha, Meritaton. A princesa Meritaton tinha sido também sua esposa principal depois da morte (desaparecimento) de Nefertiti no ano 13 ou 14 do seu reinado. Pensa-se que Semenkharé era irmão de Akhenaton. Outros investigadores pensam que Semenkharé foi o nome adoptado por Meritaton, para poder reinar o Egipto.


Esposas: A esposa principal de Akhenaton até ao 12º ano do seu reinado foi Nefertiti, tendo desaparecido da cena política. Viria a falecer no 14ºano do seu reinado. Akhenaton teve seis filhas de Nefertiti. Uma delas, Meritaton, que viria a ser também esposa principal a partir do 12ºano do seu reinado. Meriquetaton e Ankhesenpaaton (Tornar-se-ia esposa de Tutankhamon). Tadukhepa, princesa de Mitanni, reino vizinho e aliado do Egipto, também foi uma das esposas de Akhenaton.


Construção/Arte: A primeira empreitada de Akhenaton foi a construção em Karnak do templo dedicado a Aton, que foi destruído por ordem de Horemheb. No ano 6 do seu reinado começou a construção da sua nova capital em Akhetaton (O horizonte de Aton) na actual Tell el-Amarna, onde reinou (e nunca a abandonou) até à sua morte. Esta nova cidade também foi vítima de Horemheb que mandou arrasá-la. A arte Egípcia mudou radicalmente durante este reinado. O faraó e a sua família deixaram de ser representados em cerimónias protocolares rígidas. A arte Armaniana caracterizou-se pela representação da família real em cenas do quotidiano. O faraó era sempre representado com o disco solar de Aton e os seus braços que o protegiam. Akhenaton tentou representar o faraó não como um simples mortal mas a de um verdadeiro profeta de Aton e o intermediário entre o seu deus e os homens. A figura do faraó passa a ser representada como um ser andrógino (corpo de características masculinas e femininas).


Política: A política de Akhenaton, virou-se principalmente para questões religiosas. Desde o início do seu reinado que Akhenaton se vê como um sacerdote. Enquanto todos os faraós da dinastia XVIII se vêm como "Governantes de Tebas", Akhenaton considera-se "Governante Divino de Tebas". Fez-se sempre representar como um ser andrógino. As colossais estátuas descobertas em 1925 perto do templo de Karnak mostram-no como uma figura de carácter desconcertante, mesmo grotesco. Para os outros assuntos de estado este faraó rodeou-se de colaboradores da sua confiança. Aï, seu sogro, foi primeiro ministro. Maia, o seu tesoureiro real. Paatonemheb (futuro faraó com o nome de Horemheb) era o supremo comandante do exército do norte, o general Minnakht comandava o exército do sul, e alguns estrangeiros como altos colaboradores do estado Egípcio.


Túmulo/Morte: Com a morte de Akhenaton, todo e Egipto entrou num confronto entre os adeptos de Aton e os de Amon. No reinado do faraó seguinte os adeptos de Aton moveram perseguições a todos os que se opunham a este Deus. Mais tarde nos reinados de Horemheb e seguintes as referências a Akhenaton foram alvo de destruição e o seu culto monoteísta foi esquecido e proibido. Akhenaton recusou-se a ser sepultado no Vale dos Reis, tendo preferido ser sepultado no túmulo real de Akhetaton (não há provas disso). O seu corpo nunca foi encontrado.

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domingo, 30 de maio de 2010

KAMIKAZE SOBREVIVENTE.

Tokio Mao um Kamikaze sobrevivente





PARA UM KAMIKAZE A MORTE ERA MELHOR QUE A DERROTA


Morador de Niterói, o piloto da Marinha japonesa na Segunda Guerra Mundial Tokio Mao conta como um revide americano o poupou da morte em 1944, durante um ataque no mar das Filipinas. E revela que é discriminado por estar vivo.



No bê-á-bá da guerra, todo mundo aprende que deve estar pronto para matar e morrer. Na Segunda Guerra Mundial, um grupo de japoneses foi além dessa aula e se preparou para se matar pela pátria. Esses homens foram batizados de kamikazes, palavra japonesa que significa “vento divino” e que tem origem em um tufão que, no século 13, teria salvo o Japão da invasão do conquistador mongol Kublai Khan, neto do famoso Gêngis Khan. Tokio Mao fez parte dessa seleta turma de guerreiros suicidas. Mas quis o destino que ele tivesse como missão sobreviver e passar décadas relatando sua história. Aos 84 anos, ele relembra cada detalhe daquele 25 de novembro de 1944, data em que deveria ter morrido em uma ação de contra-ataque na ilha de Luzon, no mar das Filipinas. Menos de um mês antes, num local próximo de onde o avião Zero de Tokio foi abatido, os americanos tinham descoberto o estrago que os kamikazes podiam fazer, quando atacavam em bando. O confronto do golfo de Leyte entrou para a História como o primeiro que utilizou pilotos suicidas em larga escala: 55 aviões japoneses se espatifaram contra a esquadra americana. Em Luzon, Tokio boiou por quatro dias até ser resgatado. Dez anos depois do fim da guerra, ele veio parar no Brasil, de onde nunca mais saiu. Casado com a japonesa Kazuko, pai das brasileiras Tokie e Kazumi, avô de dois meninos, Tokio está tendo uma vida longa e feliz. Este ano, vai levar a família para passear no Japão. Enquanto a viagem não vem, prepara a mudança de endereço de sua academia, Jinen-Kan (“natural”, em japonês). Tokio Mao é mestre de 8º dan, um dos mais altos graus em judô e caratê – sua faixa é vermelha e branca, distinção para poucos. No quimono, ostenta a inscrição Ryo-Bu-Kai, que significa “bom samurai’. Mas já sofreu discriminação entre compatriotas, justamente por ser um kamikaze sobrevivente. Por isso brada: “Eu não tenho culpa de não ter morrido! Foi um acidente!”



Quando o senhor se alistou? Como foi o treinamento para piloto?





O ORGULHO DE SERVIR ALGO MAIOR.


Com 15 anos, me alistei na Academia da Marinha Imperial. Tinha um tio almirante, gostava da Marinha. O serviço militar era obrigatório, então já fui logo. Foi em 1939, a guerra ainda não tinha estourado para nós. Não havia naquela época Marinha, Exército e Aeronáutica, só Marinha e Exército. Aí você podia escolher, lá dentro, fazer aviação da Marinha ou do Exército. Eu queria voar. O treinamento era muito duro: corrida, natação, remo, aprender a mexer em maquinário, judô, kendô [tipo de espada]... Era duro até mesmo para um homem treinado, preparado. No último ano, em 1941, fui fazer preparação especial para piloto.



De que cidade o senhor é? Como era a vida no Japão dos anos 20 e 30?



De Tokushima, capital do estado de Tokushima, perto de Osaka. Naquela época o Japão já tinha muita tecnologia. Eu passava muito frio no inverno. No Japão, tem quatro estações mesmo. Minha família tinha uma fazenda de arroz, com criação de bicho-da-seda, produzia o fio da seda. Mas eu não trabalhava na fazenda. Estudava em período integral, praticava esporte, fazia caixinhas, bonecas, aulas de dança, de música. Meu pai tinha também uma academia de judô, com 3 anos comecei. Minhas filhas, Tokie e Kazumi, também começaram com 3 anos. Com 5 anos, comecei a aprender caratê kempo com os monges budistas de um mosteiro perto da minha casa.



Como o senhor entrou na guerra?



Fui para a guerra no fim de 1943. No início, não se ia direto para o combate, se ficava na retaguarda. Combate, mesmo, só em 1944. Estava bem preparado mentalmente, mesmo aos 19 anos. Sabia que tinha que derrubar! Que se eu não matasse, ia morrer! Derrubei 19 caças americanos com as metralhadoras do meu avião. Eu pilotava um Zero, o melhor caça do mundo. Eu sozinho, pilotando e atirando.



O senhor chegou a ser atingido?



Caí quatro vezes. Em duas delas, a bala do inimigo atingiu meu tanque, a gasolina acabou e o avião caiu. Uma vez, caí na areia da praia. Na outra, em cima de uma árvore, com medo de o avião rolar e despencar. Fui tirando o pára-quedas devagarzinho, puxando 5 ou 7 metros de corda devagarzinho... Amarrei a corda na minha faca e joguei na árvore para pregar no galho. Joguei de novo, e de novo, e de novo, tantas vezes até conseguir pegar o galho. Finalmente peguei e, devagarzinho, saí e desci da árvore. Nas outras duas vezes, caí no mar.



Como foi que o senhor se tornou piloto de um grupo kamikaze?



Eu era do grupo jovem que fundou o kamikaze, em maio de 44. No sul do Pacífico tem bastante ilha. Japonês botou antena em uma delas e americano – “PÁ! PÁ! PÁ! PÁ! PÁ!” – bombardeou. Americano também botou antena, japonês atacou. No início de 44, japonês só perdendo avião. Americano também, mas americano fabricava 20 aviões para cada um japonês. Como faz para acabar a guerra? Papel não dá? Boca não dá? Então nós mesmos vamos acabar com essa guerra, cada um com uma bomba no colo. Cada bomba pesava 250 quilos! Vamos nos jogar, bater em porta-avião americano. O comandante Takijiro Onishi não aceitou a idéia. Depois, com comandante Hisaichi Terauchi, idéia foi aceita. No nosso grupo, tudo começou em 25 de outubro de 1944, na batalha do golfo de Leyte. Meu ataque foi o último, em 25 de novembro. Eram seis kamikazes e 30 pilotos na retaguarda. Eu era tenente, comandei o grupo.



O objetivo era a glória de dar a vida pelo imperador?



Não, nada de glória de imperador. Era acabar com a guerra. E ter uma morte com honra!



Como o senhor passou as horas anteriores ao ataque?



Estava preparado para matar e morrer. Chorar não adianta. De manhã, tomei café. Normal. Tem que comer para ter energia! Antes de ir, todos sempre fazíamos uma oração de despedida.



O senhor disse que não chorou. Não pensou na sua família?



Pensei. Eu tinha dois irmãos. Um não foi militar, não queria saber de guerra. Trabalhava em uma fábrica na Manchúria, a fábrica foi bombardeada pelos russos. Morreu. O outro também trabalhava num lugar bombardeado, mas não morreu.



Como foi o ataque? O senhor deveria jogar seu avião sobre qual alvo?



Saímos da base aérea, subimos uns 7, 8 mil metros. Com a bomba no colo. Nós fomos bem alto, com roupa para o frio e balão de oxigênio. Os caças americanos não nos alcançaram, não se prepararam assim, como nós. Quando chegamos na direção dos alvos, mergulhamos nos navios, sob ataque dos americanos. Quando cheguei a 700 metros do porta-aviões Essex, a asa do meu avião foi atingida e caí no mar. Fui derrubado três, quatro segundos antes de bater no alvo. Caí e desmaiei.



O que aconteceu então?



Acordei e vi que outro do meu grupo pegou bem meu alvo. Os cinco morreram. Eu sobrevivi. Meus colegas kamikazes atingiram os porta-aviões Essex e Intrepid.



Quantos dias o senhor passou no mar? Como sobreviveu?



Fiquei quatro dias. Piloto leva chocolate, bolsa cheia de chocolate. Sobrevivi assim, comendo chocolate. E com água salgada! Vinha a onda, fechava a boca, mas a água entrava assim mesmo! Aí, um submarino do Japão passou, viu meu avião e me viu. Fui resgatado. Estava com quatro costelas quebradas, fratura em dois lugares do braço direito, dedos quebrados, joelho fora do lugar... Como o corpo dói, né? No avião, ainda no mar, coloquei o osso do braço no lugar, os ossos dos dedos no lugar, o joelho no lugar! Tudo eu mesmo! Judoca das antigas aprende tudo isso. Também machuquei a [vértebra] lombar e a cervical. Mas não levei tiro. Caí de 30, 40 metros. Fui para o hospital da Marinha em Taiwan, fiquei quatro meses lá. Perto do hospital tinha uma base, passei a ser instrutor de aviação lá. Mas aí a guerra logo acabou.



Foi difícil viver no Japão depois da Segunda Guerra?





KAMIKAZES SE PREPARANDO PARA O VOO


Depois da guerra, fui estudar medicina oriental, como meu pai – acupuntura. Depois, um colega me chamou em Tóquio: “Tem que aprender química orgânica, fazer penicilina! Aí estudei química na faculdade em Tóquio. Comecei a analisar minerais. Um dia, um japonês que morava nos Estados Unidos e trazia minerais para analisar perguntou se eu queria ir para o Brasil. “Seu Tokio, faça o favor, vamos pesquisar minerais no Brasil. Vamos pagar toda despesa.”



O senhor aceitou logo a proposta?



Sim. Meu pai falou: “Você vai para fora? Tem 30 anos? Vai casar! Sozinho não vai”. Casei um mês antes de vir para cá. Cheguei em novembro de 1955. Era contrato de cinco anos. Mas não acaba em cinco anos. O Brasil é grande demais, né? Mais dois anos. Mais um ano. Aí não dá mais para voltar para o Japão, oito anos aqui! Terra grande! Dos dez que vieram, quatro voltaram. Seis ficaram aqui. Fui para a Amazônia, andei o Brasil todo. A tudo fui! Depois de dez anos, vim morar aqui em Niterói.



Foi quando o senhor abriu sua primeira academia?



A polícia de Niterói pediu aula de defesa pessoal. Trabalhava na companhia e dava aula de manhã e à noite. Comecei para polícia, Marinha e Aeronáutica. Fazia demonstração, quebrava telha, tábua com a mão. Todos queriam saber se eu tinha ferro na mão. Isso em 65. Abri a primeira academia. Em 73, comprei a casa, banco japonês ajudou. Nos anos 80, ensinava 250 pessoas. Dava aula das 7h às 8h30, saía para trabalhar, voltava às 16h30, almoçava 20 minutos, me preparava, dava aula das 17h30 às 21h30. Se alguém se machucava, tratava com acupuntura. Não trabalhei com medicina oriental aqui, só tratava se pedissem, se precisassem. Tive minhas filhas aqui. As duas são faixa preta de 5º dan em judô e caratê, derrubam tudo, até homem.




O que o senhor pensa quando se lembra dos tempos da guerra? Ainda acredita na validade de um ataque suicida?



Acham que qualquer um é kamikaze, que se jogam com bomba em Washington e são kamikazes. Não são! Aí kamikaze é todo mundo maluco? Não! Kamikaze queria acabar com a guerra! Faria tudo de novo! O que lembro? Hiroshima, Nagasaki. Morre gente até hoje por causa de bomba atômica, mais de 66 anos se passaram! Bomba atômica não pode, de jeito nenhum. Não pode matar povo. Guerra é entre militares. Kamikaze sabe disso.



O senhor foi discriminado por não ter morrido?



No Japão e em São Paulo. Em São Paulo, numa associação de japoneses, estava lá e ouvia falarem: “Colegas todos morreram e ele viveu? Samurai vagabundo!” Se eu sentava numa mesa, sentavam em outra. Eu não tenho culpa de não ter morrido! Foi um acidente!

Saiba mais

LIVRO

Thunder Gods: The Kamikaze Pilots Tell Their Story, Hatsuho Naito, Kodansha International/USA, 1989.
Conta a história de alguns dos milhares de kamikazes mortos na Segunda Guerra Mundial e de uns poucos sobreviventes, como o oficial Motoji Ichikawa.

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sexta-feira, 28 de maio de 2010

OS HUMANOS E O TITÃ PROMETEU

Mito de Prometeu




O Céu e Terra já estavam criados. A parte ígnea, mais leve, tinha-se espalhado e formado o firmamento. O ar colocou-se de seguida. A terra, como era mais pesada, ficou por baixo e a água ocupou o ponto inferior, fazendo flutuar a terra. Neste mundo assim criado, habitavam as plantas e os animais. Mas faltava a criatura na qual pudesse habitar o espírito divino.


Foi então que chegou à terra o Titã Prometeu, descendente da antiga raça de deuses destronada por Zeus. O gigante sabia que na terra estava adormecida a semente dos céus. Por isso apanhou um bocado de argila e molhou-a com um pouco de água de um rio. Com essa matéria fez o homem, à semelhança dos deuses, para que fosse o senhor da terra. Tirou das almas dos animais características boas e más, animando assim a sua criatura. E Atena, deusa da sabedoria, admirou a criação do filho dos Titãs e insuflou naquela imagem de argila o espírito com o sopro divino.


Foi assim que surgiram os primeiros seres humanos, que logo povoaram a terra. Mas faltavam-lhes conhecimentos sobre os assuntos da terra e do céu. Vagueavam sem saber a arte da construção, da agricultura, da filosofia. Não sabiam caçar ou pescar - e nada sabiam sobre a sua origem divina.


Prometeu aproximou-se e ensinou às suas criaturas todos esses segredos. Inventou o arado para o homem poder plantar, a cunhagem das moedas para que houvesse o comércio, a escrita e a extracção do minério. Ensinou-lhes a arte da profecia e da astronomia, enfim todas as artes necessárias ao desenvolvimento da humanidade.


No entanto faltava-lhes ainda um último dom para se puderem manter vivos - o fogo. Este dom, entretanto, havia sido negado à humanidade pelo grande Zeus. Porém, Prometeu apanhou um caule do nártex, aproximou-se da carruagem de Febo (o Sol) e incendiou o caule. Com esta tocha, Prometeu entregou o fogo para a humanidade, o que lhe dava a possibilidade de dominar o mundo e os seus habitantes.


Zeus, porém, irritou-se ao ver que o homem possuíra o fogo e que a sua vontade tinha sido contrariada. Por isso tramou no Olimpo a sua vingança. Mandou que Hefesto fizesse uma estátua de uma linda donzela, a que chamou Pandora - "a que possui todos os dons",(uma vez que cada um dos deuses deu à donzela um dom). Afrodite deu-lhe a beleza, Hermes o dom da fala, Apólo, a música. Vários outros encantos foram consedidos à criatura pelos deuses.


Zeus pediu ainda que cada imortal reservasse um malefício para a humanidade. Esses presentes maléficos foram guardados numa caixa, que a donzela levava nas mãos. Pandora, então, desceu à terra, conduzida por Hermes, e aproximou-se de Epimeteu - "o que pensa depois", o irmão de Prometeu - "aquele que pensa antes" e diante dele abriu a tampa do presente de Zeus. Foi então que a humanidade, que até aquele momento havia habitado num mundo sem doenças ou sofrimentos, se viu assaltada por inúmeros malefícios. Pandora tornou a fechar a caixa rapidamente, antes que o único benefício que havia na caixa escapasse - a esperança.


Zeus dirigiu então a sua fúria contra o próprio Prometeu, mandando que Hefesto e seus serviçais Crato e Bia (o poder e a violência) acorrentassem o Titã a um penhasco do monte Cáucaso. Mandou ainda uma águia devorar diariamente o fígado de Prometeu que, por ser ele um Titã, se regenerava. O seu sofrimento durou por inúmeras eras, até que Hércules passou por ele e viu o seu sofrimento. Abateu a gigantesca águia com uma flecha certeira e libertou o cativo das suas correntes. Entretanto, para que a vontade de Zeus fosse cumprida, o gigante passou a usar um anel com uma pedra retirada do monte. Assim, Zeus sempre poderia afirmar que Prometeu se mantinha preso ao Cáucaso.

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